Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 26 - Pediatria – Pneumonias Adquiridas na Comunidade Definição e Epidemiologia: - Infecção aguda do parênquima pulmonar, podendo comprometer também a via aérea (broncopneumonia) - Crianças podem ter de 4 a 6 IRA por ano: Dessas 2-3% evoluem para pneumonia; Porém 80% das mortes são por IRA são por pneumonia - Representam uma das 5 principais causas de óbito <5 anos: Brasil 5% mortes em menores de 5 anos Etiologia: - 40-60% o patógeno não é identificado *Sempre pensa em bactéria, quando trata com ATBC e não melhora pensar em outros agentes - Viral (14-35%): Causa mais comum na criança mais jovem (< 2 anos) - Bacteriana: pneumococo é responsável por 1/3 PN abaixo de 2 anos; 8-40% são infecções mistas - Fungo: lugares com muitos pássaros. - Química: locais de vulmão, minas com inalação de gases tóxicos -> Pneumonite. - Parasitaria: alguns germes tem ciclo pulmonar (Sd de Loeffler) **Muito comum pneumonia viral e posteriormente bacteriana ou o contrário. OBS: Grande número de agentes etiológicos. Dificuldade de se obter amostras fidedignas e respostas em tempo hábil- baixa sensibilidade e custo elevado- tornam a realização da coleta de exames específicos uma prática não habitual. conhecimento do perfil etiológico(AGENTES ESPERADOS) das pneumonias é indispensável para orientar a terapêutica. estudos de países desenvolvidos-NÃO PODEM SER TRANSPOSTOS AUTOMATICAMENTE. VÍRUS- países desenvolvidos: EM MENORES DE 5 ANOS, QT MAIS JOVEM, MAIS CHANCE DE SER VÍRUS (> DE 2 MESES). Até 90% no 1º ano de vida e 50% na idade escolar. NO Brasil a co-infecção vírus bactéria parece ser mais frequente. Não se conhece a real prevalência do Micoplasma pneumoniae e da Chlamydia. BACTÉRIAS: GRAVIDADE E MORTALIDADE NA INFÂNCIA EM NOSSO MEIO Varia com a idade: **Pneumococco é o principal em todas as idades. Sempre pensar nele 0-28 dias: **Enterobactérias (E. coli, Klebsiella, Proteus) Estreptococo do grupo B; Staphylococcus aureus; Vírus, Listeria monocytogenes **RN pp G-, pela via materna. - 1-3m:**Chlamydophila trachomatis; Streptococcus pneumonia; Staphylococcus aureus; **Vírus sincicial respiratório, Parainfluenza; Bordetella pertussis *clamídia trachomatis: faz uma pneumonia parecida com a coqueluche – faz macrolideo como tto. - Até os dois anos o mais comum é a doença viral. Virus é comum em todas as idades. - 3m-5anos: **Steptococcus pneumoniae; **Haemophylus influenza; Staphylococcus aureus; Moraxellia - Pode ocorrer: *Mycoplasma (pneumonia atipica -> sibila e não tem febre): cada vez mais está chegando na criança pequena e chlamydophila pneumonia **O haemophylus (principalmente) e pneumococco vem diminuindo depois da vacina. 5ª-adolescente: **Streptococcus pneumoniae; **Mycoplasma; Chlamydophila; Staphylococcus aureus Fisiopatologia: - Processo inflamatório com geração de edema, secreção de pus que permanece no alvéolo = Impregnação de secreção dentro dos alvéolos. Oxigenação está diminuída devido a secreção presente dentro do alvéolo (uma camada a mais) = Hipoxemia = Aumento da FR, tentar fazer com que mais O2 chegue, mas não consegue = Força Muscular = Tiragens intercostais, subcostais, diafragmática, esternocleido, fúrcula e batimento de asa do nariz para tentar fazer o O2 chegar. Se não consegue = Cianose = PCR = Coma = Óbito. Identificação: Febre: nem sempre está presente, mas quando está ajuda. A pneumonia afebril não é freqüente e é mais encontrada em crianças até os 3 meses de idade. Tosse/dificuldade para respirar: quando a criança está eupneica -> GRIPE; quando está taquipneica -> PENSAR EM PNEUMONIA. Quando está com tiragem -> PNEUMONIA GRAVE -> INTERNAR!!!! Dor torácica: local onde tem inflamação na pleura. Nem todas apresentam. Crepitação na ausculta: pode estar presente. Nem sempre indica pneumonia. Taquipneia -> 95% de chance de ser pneumonia (FR aumentada) **FR NORMAL NÃO É PNEUMONIA = qualquer infecção de VAS. *Observar antes de tocar a criança, depois de chorar não adianta mais - Quando chia e tem taquipneia: nebulização com BD e vê se tem resposta (Se melhorar sibilo some e fica EUPNEICA: não é pneumonia bacteriana!!!!) **Amoxicilina é a primeira escolha!!!! Manda para casa PARA REAVALIAR DAQUI A DOIS DIAS!!!!!! *Taquipneia + tiragem = Pneumonia Grave = INTERNAR!!!! *Criança <2m não precisa ter tiragem!! Tosse + Falta de ar + Aumento FR = GRAVE = Risco de Sepse (Ampi+Genta) - Batimento de asa do nariz -> sinal de gravidade - Se a criança geme, está sonolenta, REG, - Cianose e sat<90% -> internar. OBS: - A taquipnéia com ou sem dispnéia é mais encontrada nos casos de PAC, sendo este o sintoma mais importante no seu diagnóstico - A tosse é um dos sintomas mais encontrados nas doenças respiratórias, não sendo específica da PAC. - A medida da freqüência respiratória (FR) mostra uma relação estreita com a gravidade da PAC e com a hipoxemia. Clinica X Etiologia: - Sugerem vírus: Sibilos; Febre geralmente é baixa; Início insidioso; Tosse, rinorréia serosa; Rouquidão - Sugerem bactéria: Febre moderada a elevada; Instalação abrupta; Toxemia, dor torácica, crepitações localizadas; Onfalite e piodermites ( S. aureus). *Sempre ficar atento a evolução, ou seja, se acha que é viral pelos sinais, mas o paciente não está melhorando pensar em bactérias!!!! *Nos quadros em que vírus e bactérias estão associados - perfil clínico misto Diagnostico Clinico - Tosse e falta de ar +TAQUIPNEIA (Aumento FR) -> Pneumonia Comum - Tosse e falta de ar +TAQUIPNEIA + TIRAGEM -> Pneumonia Grave - Outros exames solicitados de acordo com gravidade/necessidade: Raio-x (avaliar extensão da lesão e nas complicações); Hmg**SEMPRE PEDIR, PCR, VHS, pró-calcitonina (inflamação); Hemocultura (positividade em cerca de 10%), Sorologias, Pesquisa viral; Analise do liquido pleural; LBA, Punção aspirativa, biópsia a céu aberto - O murmúrio vesicular poderá estar diminuído na condensação por pneumonia, como também nas grandes atelectasias e nos derrames pleurais. O frêmito tóraco-vocal estará aumentado nos casos de consolidação e diminuído nos derrames - Podem ser utilizados como ferramenta auxiliar, porém de valor limitado, na diferenciação entre processo viral e bacteriano (principalmente se analisados em conjunto). Tem utilidade no seguimento da resposta ao tratamento Diagnostico por Imagem: **Não deve ser solicitado rotineramente naquele com doença leve; Os achados são pobres em indicar a etiologia - Sinais clínicos de pneumonia grave e muito grave - Confirma diagnóstico, avalia extensão e evolução, identifica as complicações - Não há padrão característico que diferencie as etiologias virais e bacterianas - Lesão lobar -> pensa mais em bactéria - Vírus -> faz processo inflamatório total -> tem hiperinsuflação e edema. **Não solicita o raio x de rotina; *Não solicita raio x de controle de tto, pois as lesões podem permanecer ate um ano depois. Se baseia mais no estado geral da criança!!! Raio-X: Pn clamidia – infilt perib bilat: - Infiltrado bronquioloar -> coração felpudo -> coração perde o limite *Coração fica “penduradinho” - Infiltrado perihilar bilateral ->lembra coqueluche e clamídia. - Lesão focada em lobo -> pensar em bacteriana. *Observar presença de pneumotórax, linha de derrame... Tratamento Domiciliar - Dietas leves, fracionada - Hidratação - Manutenção do aleitamento materno - Higienização nasal - Antitérmico - Antibioticoterapia *REAVALIAR EM DOIS DIAS -> tem que começar a melhorar - Sinais Clínicos de piora e reavaliação em 48 horas *Primeira escolha é amoxicilina isolada. Na criança que não melhora após 48 horas -> associa clavulanato ou troca por cefalosporina de 2º geração. Se a criança é alérgica a penicilina usa macrolideo (eritromicina – barato, porem da náusea e dirreia; claritromicina – caro, porem difícil de diluir!!!; azitromicina -> posologia boa (1 x por dia), sabor horrível, pode tentar diluir em algo doce) *Cuidar, pois há reação cruzada: quem tem alergiaa penicilina geralmente faz reação com AINES por exemplo. *Depois de começar a tratar faz o seguimento em 48 horas. TODO TRATO RESPIRATÓRIO TRATO COMO PRIMEIRA ESCOLHA: AMOXICILINA Internação: - <6 meses (principalmente <2m ou >2m com tiragem); - Prematuridade ou baixo peso ao nascer; - Falha da terapia ambulatorial; - Tiragem subcostal; - Sinais de hipoxemia (sat <92%, FR>70, cianose, apneia, gemidos); - Comorbidades (anemia, cardiopatia, desnutrição grave, outras); - Recusa em ingerir líquidos ou desidratação; - Convulsões, apneia; Problema social. - Sinais radiológicos de gravidade: derrame pleural, pneumatoceles, abcesso; Tratamento de apoio: - Dietas leves, fracionada - Hidratação (se HEV 70%RB) - Manutenção do aleitamento materno - Higienização nasal - Oxigenoterapia SO2< 91%/PO2 <60mmHg - Tiragem SC grave, Taquipnéia, gemência, cianose central - Drenagem pleural, quando indicada INTERNAÇÃO: EV (Ação mais rápida com melhora precoce) **Criança < 2 meses: ampicilina + genta (mais comum/ aminoglicosideo (amicacina é ototoxica, assim da preferência para genta), sem melhora: ampi com cefalosporina de 3 geração (ceftriaxona) Clamídia -> usar macrolideos Nas criança que não melhoram: vancomicina **Criança > 2 meses interna e usa penicilina cristalina; se alérgico usa cefalosporina; se não melhorar associa com cefasloporina (doença típica) ou com oxacilina (na grave: pega staphilo), Mais grave: vancomicina + ceftriaxona Clidamicina -> germes mais resistentes (precisa de cultura) Tratamento: - Os critérios de boa resposta clínica são: ausência de febre, melhora da ausculta pulmonar e do estado geral - Criança permanece febril após 48h: - A droga e a dosagem estão apropriados? - Existe complicação: DP, empiema ou abcesso? - 30 % complicações sendo 98% DP - Existe co-morbidades como imunossupressão ou fibrose cística? Complicações: Permanece com febre ou clinicamente instável após 48-72 h de ATB - Derrame pleural *Mais comum - Abscesso Pulmonar - Atelectasia - Pneumatocele - Pneumotórax Derrame Pleural - Diagnóstico Clínico - Imagem: Imagem homogenia com limite superior obliquo; Apagamento SCF e cúpula diafragmática; Deslocamento estruturas para lado oposto; DLat: espessamento e DP loculado - Toracocentese - USG - Microbiologia (escarro, liquido pleural, hemocultura) Diagnostico é clinico!! - Raio X -> diagnostico e EXTENSAO DA LESAO **TODO DERRAME = SEMPRE PUNCIONA = TORACOCENTESE -> ver fator etiológico, avaliar o líquido pleural: quer ver se o líquido é transudato o exsudato; pode esvaziar e deixa dreno ou não - Liquido pleural: Não purulento -> esvazia e tria a agulha Purulento -> deixa drenagem – ate parar de sair secreção – 48 a 72 horas. *Pode ter dificuldade de drenagem do derrame, pois fica loculados (vai com a agulha e “cutuca” para desmanchar esses locus) **Processo natural da doença. Não troca ATBC até fazer efeito. **Secreção purulenta -> junta -> forma lóculo. Usar-se pleudoscópio para fluidificar. Criterios de alta: - Eupnéico; Condições socioeconômicas adequadas; Aceitando medicação oral; Afebril há 48h; Sat O2>92%. Seguimento/Prevenção - Acompanhamento após alta até completa recuperação e normalidade Rx (até 6 meses) - Prognóstico é bom - Orientar as famílias: necessidade de lavar bem as mãos - Estimular o aleitamento materno - Reduzir a exposição ao tabagismo - Vacina pneumocócica conjugada 10, 13 e 23-Valente, sarampo, Hib, influenza **Alterações radiológicas demoram, não se faz RX para controle de alta.
Compartilhar