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Aula 27 - Pediatria - Bronquiolite na Criança Introdução - Bronquíolo é a via final respiratória. **Inflamação do bronquíolo terminal. - Doenças próximas: asma - Pode ser causado por diversos micro organismos, mas nessa aula é sobre bronquiolite viral!! - Definição bronquiolite: primeiro episodio de sibilancia em uma criança menor que dois anos, seguido de uma IVAS. - Infecção aguda dos bronquíolos, geralmente de etiologia viral, devido processo inflamatório, caracterizada por aumento de secreção de muco, edema e necrose do epitélio da mucosa, associada ou não a broncoespasmo, com sintomatologia de obstrução das vias aéreas inferiores de graus variáveis - Precedida IVAS e Auto limitada (maioria dura uma semana, algumas depois da primeira crise vao passar a chiar deois de cada ivas.) - Crianças < 2 anos (2 a 6m) - Surtos outono/inverno - Na bronquiolite tem edema de parede e dentro d bronquíolo tem muco secreção, e restos necróticos, ou seja, não tem broncoespasmo, a luz que está obstruída. (diferente da asma onde tem broncoespasmomas a luz está limpa) **Sempre precedido por uma IVAS!!! - Transmissão por gotículas saliva e objetos contaminados Fatores de risco - Prematuridade e Baixo peso ao nascer-> mais suscetibilidade tanto para ficar doente quanto para bronquiolite - Menor de 3 meses - Doença cardíaca, pulmonar e neurológica - Imunodeficiência\HIV **Palivizumabe. - Sexo masculino tem maior predisposição para IVAS (parece ser pelo aumento do calibre -> não comprovado) - Ausência aleitamento - Aglomeração e Creche - Exposição à fumaça do tabaco – cigarro e poluição in door (queimadas, fogão a lenha....) – fumaça é um irritante primaria, expondo a parede a microorganismos. - Desnutrição – facilidade tanto de adquiri a doença quanto de complica-la Etiologia - **VSR (75%) - Parainfluenza - **Metapneumovirus humano - Influenza - Adenovírus - Rinovirus **Dois mais comuns pelo exame de swab nasal. Fisiopatologia - Impregnação de via área superior -> vírus chega na via aérea inferior -> no bronquíolo há processo inflamatório -> edema, necrose e infiltrado -> tem edema de parede pelo infiltrado e dentro da luz tem secreção, necrose... -> mecanismo de válvula -> o ar entra e não sai gerando HIPERINSUFLAÇÃO = Redução do calibre do brônquio = Obstrução Parcial: aumento do tempo expiratório; - Obstrução total de um brônquio -> ATELECTASIA (ou seja, algumas áreas estão normais, outras estão com hiperinsuflação e outras com atelectasia). Ar não é oxigenado em algumas áreas -> distúrbio de ventilação e perfusão com diminuição do O2 ->aumento de pressão intra pulmonar -> aumento de pressão nos vasos -> aumento de pressão no coração -> ICC. Evolução para bronquiolite obliterante (inflama demais – suscetibilidade individual e agressividade do agente -> processo inflamatório gigante -> destruição tanto de cels normais quanto de células doentes -> pega toda estrutra parenquimatosa de sustentação -> tem como se fosse um DPOC pequeno; dentro de um ano depois que tem essa doença fica com bastante sequela, conforme vai crescendo vai melhorando -> até os 8 anos.) Quadro Clinico *Respiração ->1 + 1,2,3,4 (tempo expiratório aumentado, o certo seria 1 +1,2) -> observa isso no colo da mãe. - Conforme vai obstruindo vai parecendo os sibilos e roncos (secreção em broncos de maior calibre), tiragem intercostal, tiragem subcostal, retração diafragmática, fúrcula, cianose... - É comum história de contato com pessoas resfriadas, devemos identificar fatores de risco pessoais e ambientais - Casos mais graves insuficiência respiratória - Inicio como resfriado comum - Febre, coriza, irritabilidade, tosse seca - Piora após 2 a 4 dias - Taquipnéia, dificuldade alimentar, vômitos - EF: taquipnéia, tiragens, tempo expiratório prolongado, sibilos, crepitação - Aumento diâmetro antero posterior – caixa torácica cartilaginosa -> tem bastante mobilidade -> fica bem insuflado. - Desidratação e apnéia - De tanto respirar e fazer força fica muito cansado (tem reserva de glicogênio menor que uma criança maior – cansa muito fácil) **Aumenta tempo expiratório -> aumenta FR -> tiragens **Creptação no alvéolo terminal: secreção no alvéolo Exames Complementares - DIAGNÓSTICO É CLINICO – vai fazer exame ou na dúvida ou na busca de complicações!! - 1º episodio sibilância em lactente com pródomo infecção viral - Radiografia de Tórax: Diagnóstico de complicações, evolução não habitual, gravidade: Hiperinsuflação, espessamento bqco, atelectasia - Hemograma - Oximetria de pulso (caso de insuficiência resp) \ gasometria arterial - Aspirado de nasofaringe para identificação viral: Cultura; PCR; Imunofluorescência indireta (mais grave é o adenovírus -> chance de mais de 80% de evoluir para bronquiolite obliterante) *Tanto na criança quanto no adulto pode se ter infecções seguidas uma da outra, visto que o sistema imunológico está comprometido (pode por exemplo fazer uma pneumonia, assim como pode ter tido primeiro uma doença bacteriana e depois ter uma viral grave) RX de Bronquiolite Lesões alteram o raio x de dentro para fora -> hilo mais congesto (centro) e depois a periferia, quanto mais lesao tem na periferia mais grave é!!! **Quando grave o timo some. Diagnóstico Diferencial **Tudo que sibila - Asma: processo diferente, além de ser recorrente - Broncoaspiração/corpo estranho: sibilo localizado - Pneumonias atípicas - Coqueluche – tosse é diferente – tosse até cianosar ou vomitar. - Insuficiência cardíaca - Traqueo\ broncomalácia: traqueia e brônquio quando nasce ainda são cartilaginosas, quando inspira acaba colabando – som de estridor inspiratório, e a ausculta pulmonar é limpa; - Fibrose cística: cursa com esteatorreia e desnutrição - Mal-formação congênita: sibilancia no local Tratamento Domiciliar - Orientar que normalmente dura 7 dias, mas que pode durar mais e complicar. - Evitar tratamento domiciliar para crianças menores de 2 meses e com condições basais de risco - Orientar sinais de Piora – se não tinha febre e começou a ter por exemplo. - Suporte: Elevação cabeceira 35°; Dieta e líquidos fracionados; Limpeza nasal com soro fisiológico - Sintomáticos: paracetamol se dor ou febre ( máx. 5x dia); bromprida de vômitos - Oxigenio é a única “droga” comprovada hoje que melhora. Soro hipertônico de NaCl está em estudo (mobiliza secreção, já que é um irritante ->faz limpeza brônquica; hoje está preconizada para usar em emergência) Critérios de internação - Idade < 6 semanas; Insuficiência respiratória e sat <92%; - Vômitos e desidratação; Tiragem subcostal (sinal de gravidade) e taquipnéia; - Letargia; Apnéia; Dificuldade de ingerir líquidos; Presença de comorbidades (Ex: cardiopata) Tratamento Hospitalar - Oxigênio é a única terapêutica comprovadamente eficaz, além das medidas de suporte - Oxigenioterapia (sat 92-96%) - Ventilação Não Invasiva e Invasiva - Hidratação adequada: VO ou EV (cuidar para não hidratar mt e encharcar o pulmão, geralmente deixa 70% do RB). - Cuidados para evitar broncoaspiração - NPO, SNG - Sedação e manuseio mínimo Controvérsias e Dúvidas Comuns - NaCl 3% -> já tem orientação eu deve ser usado na chegada da criança na emergência, quase comprovado que ajuda a diminuir a chance de internação. - Corticóide - Não é indicado no tratamento rotineiro - BD de curta duração: algumas crianças se beneficiam com nebulização com BD (observar se a criança melhora após 20 minutos depois da nebulização e ver se melhora ou não, se não melhorar para de usar!!!). Berotec sem atrovent. - Alfa adrenérgicos (epinefrina): não existe comprovação de que melhora, pode tentar usar e ve se melhora. Mais cara. Alguns autores intercalam com o BD pois o BD gera vasoconstrição e a adrenalina não. - Anticolinérgicos (brometo de ipratropio – não se usa, pois não ajuda muito) - Ribavirina: está comprovada, ajuda para não evoluir os sintomas. Problema: é cara, não é facilmente encontrada e deve ser usada nos 2 primeirosdia de sintomas. Acaba usando quando tem outras crianças na família (ex: tem um combronquiolite e o irmão ta começando com os sintomas.) - Oseltemivir (>1 ano de idade) - Fisioterapia respiratória: todos os protocolos dizem para não fazer, porem na pratica acaba fazendo, principalmente quando a criança não está melhorando. - Antibióticos: orientado apenas no caso de complicação de pneumonia bacteriana. Imunização Passiva - Anticorpo monoclonal humanizado (palivizumab, synagis): injeções subcutâneas usadas uma vez por me no meses antes na estação que vai entrar (antes do período sazonal1!!!). Diminui a chance de ter a doença.Seu uso não previne a infecção pelo vírus sincicial respiratório, mas evita as formas graves na população de alto risco. A posologia é de 5 doses mensais (a cada 30 dias) de 15mg/kg via intramuscular. *Com indicações especificas em prematuros, crianças e lactentes com doença cardíaca ou pulmonar crônica, imunodeprimido Evolução - A grande maioria dos pacientes que internam por bronquiolite melhoram rapidamente com a oxigenação e hidratação. No curso da doença podem existir pioras súbitas, mas que melhoram às vezes sem nenhuma intervenção. - Em 48 a 72 horas a maioria já apresenta condições de alta hospitalar. **Orientar!!!! Complicações Complicações e Seqüelas: - Pneumonia bacteriana secundária - Atelectasia (7 a 10 dias de fisioterapia e corticóide), apnéia e IR - Sibilância recorrente (HRB – hiper-reatividade brônquica pós viral) (40%) -> bem comum - **Bronquiolite Obliterante – mais grave – tem que fazer imunossupressor - Mortalidade <1% Prevenção - Diminuir a exposição da criança de risco – principalmente no período sazonal; não levar a criança para escola, se tiver alguém doente em casa usar mascara... - Incentivar ambiente saudável - Profilaxia passiva com anticorpo monoclonal anti-VSR (palivizumab) - Cuidados com isolamento respiratório e lavagem das mãos
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