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* * SINTAXE TRADICIONAL: PROBLEMAS DE ORDEM CONCEITUAL E ESTRUTURAL * * Prescrição X Prática * * Sujeito é o ser que pratica ou sofre a ação. Exemplos: João correu no parque Maria comeu o bolo de chocolate Os sujeitos João e Maria praticam a ação de correr e comer respectivamente. * * Porém, nas sentenças: Pedro bateu no cachorro Maria machucou o irmão há uma dúvida. Pedro e Maria praticam uma ação de bater e machucar. Cachorro e irmão sofrem respectivamente essas ações praticadas por Pedro e Maria. * * Há, portanto, nessas sentenças, sujeitos que praticam as ações e elementos que sofrem essas ações que podem ser identificadas como sujeitos. * * Sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração. Exemplos: Maria saiu da sala apressadamente. A oração apresenta uma declaração sobre o sujeito “Maria”. * * Porém, as sentenças seguintes não apresentam essa mesma compreensão. Vejamos: Pedro machucou o irmão. Nessa sentença há: Uma declaração sobre o sujeito – Pedro, e uma declaração sobre o irmão (sujeito também?). * * Em: Doce de abóbora, João não gosta. Nessa frase: a declaração é sobre João ou sobre o doce de abóbora? * * Em Ilhéus choveu muito no mês passado. Segundo a gramática tradicional, trata-se de uma oração sem sujeito. Porém, nessa oração, há uma declaração a respeito de Ilhéus. * * Conclui-se que entre o que prescreve a gramática a o uso da língua há contradições. * * Segundo a GT: a transitividade verbal é uma propriedade específica dos verbos que exigem objetos. O verbo (termo regente) mantém uma relação de dependência com o objeto (termo regido), elemento responsável para completar-lhe o sentido. * * O verbo transitivo direto exige complemento sem preposição obrigatória (objeto direto) Lampião comprou balas VTD OP Algumas imobiliárias vendiam casas pré-fabricadas VTD OD * * Objeto direto preposicionado A muitos amava mas somente a alguns ouvia. ODP VTD ODP VTD * * O verbo transitivo indireto exige complemento com preposição obrigatória (objeto indireto) João gosta de doce O verbo transitivo direto e indireto (bitransitivo) exige dois complementos um sem preposição (OD) e o outro com preposição obrigatória (OI). * * João ofereceu flores a Maria João emprestou o carro ao amigo * * O verbo intransitivo não necessita de complemento: Lampião morreu. Maria chegou. A criança dorme. * * Intransitivos X transitivos – critério semântico (é considerado o verbo ter ou não sentido completo) Transitivo direto X transitivo indireto: critério sintático. Presença ou não de preposição. * * João gosta de doce João dormiu de pijama João ficou de cama Segundo a GT Gosta VTI; Dormiu VI Ficou VL Portanto, três estruturas distintas. * * De doce: objeto indireto De pijama: adjunto adverbial De cama: predicativo do sujeito Por que tem classificação distinta se a estrutura é a mesma? * * Maria chegou de carro. CHEGOU: VTI ou VI? DE CARRO – OI ou Adjunto Adverbial? Maria gosta de carro. GOSTA – VTI – DE CARRO – OI Maria chegou triste. CHEGOU: VI ou VL? * * d) Maria ficou triste. FICOU: VL. * * Para Celso Cunha, não são apenas os verbos de ligação que ocorrem com predicativos. O verbo intransitivo pode vir acompanhado de um predicativo caracterizando, assim, o predicado verbo nominal, como na frase “Maria chegou triste”. * * Maria comprou uma estátua (Comprou o quê?) Maria parecia uma estátua. (Parecia o quê?) * * A propósito da transitividade verbal, Perini destaca que na prática, os verbos podem ocorrer transitivamente ou não. Exemplos: Meu gato já comeu todo o mingau – VTD Meu gato já comeu – VI Marineuza dormiu – VI Marineuza dormiu um sono tranquilo - VTD * * Cunha e Cintra reconhecem essa variabilidade da predicação verbal e admitem que a transitividade não seria propriedade dos verbos, mas dos próprios contextos, como pode ser observado com o verbo perdoar: * * Perdoai sempre – VI Perdoai as ofensas – VTD Perdoai aos inimigos – VTI Perdoai as ofensas aos inimigos - VTDI * * Assim, argumenta Perini, a noção de transtividade é esvaziada, tornando-a supérflua, havendo, portanto, a necessidade de se criar outra classe para enquadrar os verbos que podem ou não ter complementos. * * A ORAÇÃO E SEUS TERMOS: UMA DISTRIBUIÇÃO INCOERENTE. * * Sujeito: Os alunos da EAD compraram livros de sintaxe (explícito) Gosto da disciplina de sintaxe (implícito: se é essencial deveria aparecer) Choveu muito em Teresina (OSS) Então, o sujeito é essencial na oração? * * Observe a resposta dada à seguinte pergunta: Você já estudou para a prova? Eu já. (ou) Já. Eu não. (ou) Não. Onde estão os termos essenciais? * * Completam o sentido de um substantivo, de um adjetivo e de um advérbio (complementos nominais), ou de um verbo (complemento verbal). Exemplos: Eu gosto de doce de leite (complemento nominal) João tinha olhos rasos de lágrimas (CN) Maria comprou um presente relativamente caro (CN) * * Eu gosto de doce de leite (Complemento Verbal) João tinha os olhos rasos de lágrimas (C. Verbal) Maria comprou um presente relativamente caro (C. Verbal) Obs: Se os complementos fazem parte do predicado não deveriam também ser essenciais? * * São termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto. Tinha uma memória de prodígio (A. Adn.) Os alunos chegaram agora (A. Adv.) - As crianças, que estavam perdidas na floresta foram encontradas Obs: os termos acessórios são essenciais para a construção e o sentido da sentença? * * O período composto é constituído por mais de uma oração e pode ser: Composto por coordenação (Orações coordenadas). Exemplo: Maria correu, escorregou e caiu. Composto por Subordinação (Oração principal + Oração subordinada). Exemplo: João disse que Maria levou um tombo. * * Os elementos que ligam as orações “e” – conjunção coordenativa aditiva “que” – conjunção subordinativa integrante * * Os mecanismos de coordenação e subordinação também são responsáveis pela organização e constituição das unidades que formam as sentenças e os períodos e não somente nos períodos compostos como determina a gramática tradicional. Exemplos: O professor falou sobre sintaxe e semântica. * * O professor que chegou de Portugal falou sobre sintaxe. * * As orações coordenadas mantém relações de independência como prescreve a Gramática Tradicional? Na verdade não. João estudou, mas não passou no vestibular. Mas não passou no vestibular, João estudou. Se essas sentenças fossem, de fato, independentes, admitiriam a a inversão. * * Elas são, na verdade, dependentes sintaticamente e o sentido depende de hierarquização apresentada no primeiro exemplo. * * Em relação à subordinação, temos no período composto a oração principal e a oração subordinada que é considerada dependente. Aplicando o teste da inversão, temos: Os alunos partiram quando a chuva cessou. O.S.A.T Quando a chuva cessou, os alunos partiram. * * Alterando a ordem das sentenças, o sentido não se alterou. Isso demonstra que estas são mais independentes que aquelas ditas coordenadas. Portanto, as orações coordenadas e as subordinadas só tem sentido completo dentro de uma estrutura maior como: * * João estudou, mas não passou no vestibular. Os alunos partiram quando a chuva cessou. * * MUITO OBRIGADO
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