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25/04/2018 Caso Clinico: Gestação ectópica Paciente primigesta, 27 anos, procura atendimento de urgência queixando-se de dor abdominal intensa e corrimento vaginal marrom, sem odor fétido, há cerca de 2 horas. Relata dois testes de urina positivos para gravidez e suposta idade gestacional de 5 semanas e 5 dias (pela data da última menstruação). Ao exame, normotensa, afebril, pulsos cheios, abdome difusamente doloroso a palpação e sinal de Blumberg positivo em fossa ilíaca direita. Ao exame ginecológico, colo longo, fechado e posterior e útero de tamanho habitual; ausência de sangramento ativo. Realizada a ultrassonografia transvaginal em questão(segue) 25/04/2018 1ª imagem: US transvaginal mostrando útero e endométrio normais e pequena quantidade de liquido livre em fundo de saco de Douglas (corte longitudinal) 2ª imagem US transvaginal mostrando região anexial uterina à direita apresentando saco gestacional com vesícula vitelínica em seu interior. 25/04/2018 Qual o diagnóstico provável e conduta indicada? a) Gravidez ectópica. Solicitar β-hCG quantitativo e realizar tratamento medicamentoso com metotrexate, uma vez que a gestação é muito inicial e a paciente está estável hemodinamicamente. b) Apendicite aguda. Corrigir distúrbios da volemia, indicar antibioticoprofilaxia perioperatória e realizar apendicectomia em caráter emergencial. c) Gravidez ectópica. Confirmar gravidez através de β-hCG, corrigir distúrbios da volemia e realizar tratamento cirúrgico radical (salpingectomia), pela alta probabilidade de rotura tubária. d) Abortamento inevitável. Corrigir distúrbios da volemia, e, caso não haja resolução espontânea, proceder ao esvaziamento uterino. Qual o diagnóstico provável e conduta indicada? a) Gravidez ectópica. Solicitar β-hCG quantitativo e realizar tratamento medicamentoso com metotrexate, uma vez que a gestação é muito inicial e a paciente está estável hemodinamicamente. b) Apendicite aguda. Corrigir distúrbios da volemia, indicar antibioticoprofilaxia perioperatória e realizar apendicectomia em caráter emergencial. c) Gravidez ectópica. Confirmar gravidez através de β-hCG, corrigir distúrbios da volemia e realizar tratamento cirúrgico radical (salpingectomia), pela alta probabilidade de rotura tubária. d) Abortamento inevitável. Corrigir distúrbios da volemia, e, caso não haja resolução espontânea, proceder ao esvaziamento uterino. 25/04/2018 Fechamento do caso clinico Os achados clínicos de abdome agudo e de sangramento na primeira metade da gravidez, aliado à imagem do saco gestacional nos anexos uterinos, permite firmar o diagnóstico de gravidez ectópica. Apesar de aparentemente não haver instabilidade hemodinâmica, a irritação peritoneal (dor) e o líquido em fundo de saco e na cavidade uterina sugerem se tratar de uma gravidez tubária rota, o que indica tratamento cirúrgico radical. Diagnóstico diferencial • Etiologias gineco-obstétricas gastrointestinais e renais. • Gravidez inicial, aborto espontâneo, gravidez molar, • Leiomioma uterino, • DIP, torção ovariana, sangramento uterino disfuncional, • dismenorréia, abscesso tubo ovariano, e corpo lúteo hemorrágico, apendicite, diverticulite, nefrolitíase e ITUs. 25/04/2018 Defina o seu diagnóstico e explique resumidamente as seguintes condutas para uma gestação ectópica não rota segundo leitura prévia do artigo cientifico • Metotrexato • Cirurgia • Conduta Expectante Fisiopatologia • Implantação extra-uterina do blastocisto. • Ainda que a maioria das GE ocorra nas trompas (95%), elas podem ser encontradas na cérvice, na cavidade abdominal e nas bridas de cesareana. • Fatores de risco são : DIU, cirurgia pélvica, DIP, reprodução assistida, cervicite e passado de GE. 25/04/2018 Glossário • Conduta expectante: Abordagem do gerenciamento clínico em que terapia imediata não é proporcionada, mas há um período de observação durante o qual os testes periódicos monitoram o paciente e a progressão da doença. • Salpingostomia: Abertura cirúrgica da tuba uterina (trompa de Falópio) para drenagem. • Reação de Arias-Stella: Modificações do epitélio do endométrio em que se verificam aumento e hiperpigmentação nuclear e vacuolização do citoplasma, relacionados com a presença, extra ou intrauterina, de tecido coriónico. • Laparotomia: cirurgia aberta • Laparoscopia: pequena incisão na região a ser examinada ou tratada, por onde introduz o laparoscópio (aparelho por meio do qual irá visualizar e tratar a região abordada), que consiste em um fino tubo de fibras óticas, através do qual pode visualizar os órgãos internos e fazer intervenções diagnósticas ou terapêuticas. Laparoscopia tem menor tempo cirúrgico, perda sanguínea e tempo de internação com relação à laparotomia 25/04/2018 Salpingectomia x Salpingostomia • Sangramento incontrolável gravidez ectópica anterior na mesma tuba • Lesão extensa Massa > 5 cm • Tratamento com FIV • Doença em tuba contralateral • Desejo de gestação futura • Acompanhamento com Beta HCG Zona Discriminatória: a menor dosagem de Beta HCG para a visualização de uma gestação intra-útero (Beta HCG > 2.000 IU/L). • Curva de crescimento do Beta HCG normal: Aumento de pelo menos 50% do valor em 48h (na maioria das vezes, duplica nesse tempo). Clínica e laboratório • Exames laboratoriais e de imagem são necessários para avaliação das pacientes. • O ß-HCG da urina confirma a gravidez, enquanto um nível baixo de ß-HCG sérico para a idade gestacional incrementa a hipótese diagnóstica de GE. • Níveis baixos de progesterona sérica indicam gravidez inviável. • US transabdominal e transvaginal são os melhores testes para confirmar gravidez intrauterina e podem demonstrar sinais diretos e indiretos de GE. • O conceito de zona discriminatória do ß-HCG(isto é, o nível em que uma gravidez intrauterina deveria ser visível) é o de : 6.000-6.500 mUI/mL na US abdominal e de 1.500-1.800 mUI/mL para US transvaginal! 25/04/2018 Conduta expectante • A conduta expectante pode ser adotada em algumas gestantes selecionadas obedecendo-se os seguintes critérios: • Pouca dor ou sangramento; • Confiabilidade na gestante para seguimento (acompanhamento) • Nenhuma evidência de rotura tubária; • Nível de βHCG Metrotexato • Condições (Todas devem estar presentes) • Beta HCG < 5.000 unidades internacionais/L • Ausência de batimentos cardíacos fetais • Massa Anexial < 4cm • Estabilidade Hemodinâmica • Possibilidade de acompanhamento posterior (seleção da paciente) MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas 2012 25/04/2018 Contra-indicações (Metrotexato) •Anormalidades hematológica, renal ou hepática • Instabilidade Hemodinâmica • Imunodeficiência, úlcera gástrica • Gestação Heterotópica • Amamentação 25/04/2018 Tratamento cirúrgico • O tratamento cirúrgico pode ser dividido em conservador e radical. No conservador a trompa é preservada por intermédio de uma salpingostomia linear, e no radical é realizada salpingectomia. Ambos podem ser realizados por laparoscopia ou laparotomia. Os critérios para tratamento cirúrgico são: • Gestante com sinais vitais instáveis ou sinais de hemoperitôneo; • Diagnóstico inconclusivo; • Gravidez ectópica avançada (βHCG >5.000mUI/ml, massa anexial > 4cm, atividade cardíaca embrionária); • Seguimento difícil; • Contraindicação ao tratamento clínico. • Contraindica-se a via laparoscópica na presença de sinais de hipovolemia. Apenas uma dessas indicações precisa estar presente para realização de cirurgia.
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