Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disciplina: Análise de falhas Graduação em Processos Metalúrgicos Professor: Fábio de Oliveira Braga Engenheiro Metalúrgico Doutor em Ciências (Ciência dos Materiais) fdbraga@firjan.com.br fabio_obraga@yahoo.com.br Tema da aula: Rio de Janeiro, Março de 2018 Fluência 1. Fluência – Aspectos gerais 1. Fluência – Aspectos gerais • É comum materiais em serviço em altas temperaturas, expostos a tensões mecânicas estáticas. • Aplicações típicas: Peças de geradores de vapor que suportam tensões centrífugas Rotores de turbinas e motores a jato 1. Fluência – Aspectos gerais • A deformação em tais circunstâncias é denominada fluência. • Definição: Deformação permanente e dependente do tempo dos materiais quando submetidos a uma carga ou tensão constante. • É um fenômeno indesejável e é um fator limitante na vida útil de uma peça. • Observada em todos os tipos de materiais. • Para os metais se torna importante em temperaturas acime de 40% de Tf (temperatura absoluta de fusão). 2. Comportamento geral da fluência • Ensaio típico de fluência (ASTM E 139): submeter um corpo-de-prova a uma carga ou tensão constante. • A deformação é medida e traçada em função do tempo em que se mantém a temperatura constante. • Ensaio de carga constante: Mais utilizado na engenharia. • Ensaio de tensão constante: Mais utilizado no estudo dos mecanismos de fluência. 2. Comportamento geral da fluência 2. Comportamento geral da fluência Testes de fluência 2. Comportamento geral da fluência Comportamento típico da fluência sob carga constante • Fluência primária ou transiente: – Caracterizada por uma taxa de fluência continuamente decrescente (inclinação da curva diminui com o tempo). – Neste caso: Material apresenta um aumento na resistência à fluência ou um encruamento. • Fluência secundária ou fluência em regime estacionário: – Taxa é constante (curva se torna linear). – Estágio da fluência que tem a maior duração. – Equilíbrio entre processos concorrentes de encruamento e recuperação. 2. Comportamento geral da fluência • Fluência terciária: – Existe uma aceleração da taxa de fluência, levando por fim a falha do material. • Fratura: Pode ocorrer por formação de trincas, cavidades e vazios, e pode ocorrer estricção. • Em metais, a maioria dos ensaios é feita em tração, mas para materiais frágeis pode-se realizá-los em compressão. 2. Comportamento geral da fluência 2. Comportamento geral da fluência 3. Efeito da tensão e da temperatura • Tanto a temperatura (T) quanto o nível de tensão (σ) influenciam as características de fluência. • Se T<<40%Tf, após a deformação inicial, a deformação é virtualmente independente do tempo. • Seja pelo aumento de T ou σ, o seguinte é observado: – Aumento da deformação instantânea no momento da aplicação da tensão; – Aumento da taxa mínima de fluência; – Diminuição do tempo de vida até a ruptura. 3. Efeito da tensão e da temperatura 3. Efeito da tensão e da temperatura Cálculo da taxa mínima de fluência: K1 e n são constantes; K2 e Qc são constantes; Qc é denominado “energia de ativação para fluência”. “n” depende do mecanismo de deformação: difusão de lacunas, difusão nos contornos de grão, movimento de discordâncias, escorregamento de contornos de grão. 3. Efeito da tensão e da temperatura • Dependendo do tempo até ruptura, pode ser impraticável a aquisição de dados de fluência através de ensaios em laboratório em certa temperatura. • A solução é realizar ensaios em temperaturas acima daquelas necessárias, em períodos de tempo mais curtos. Gráfico σ x tr para liga Ni-C (baixo teor de C) 3. Efeito da tensão e da temperatura Gráfico σ x “taxa mínima de fluência” para liga Ni-C (baixo teor de C) 3. Efeito da tensão e da temperatura • Quando estes ensaios acelerados são realizados, é necessária a aplicação de um método para extrapolação dos dados. • Um procedimento comumente utilizado emprega o parâmetro de Larson-Miller: C é um constante (~20); T é a temperatura; tr é o tempo de vida até a ruptura. Gráfico σ x “parâmetro de Larson-Miller” para Fe S-590. 3. Efeito da tensão e da temperatura • Exemplo: Usando os dados de parâmetro de Larson-Miller para o ferro S-590 mostrados na figura anterior, estime o tempo de vida até a ruptura para um componente que está submetido a uma tensão de 140 MPa a 800ºC. 4. Ligas para uso em alta temperatura 4. Ligas para uso em alta temperatura • Em geral, maior a resistência à fluência se o material apresenta: – Maior temperatura de fusão Tf; – Maior o módulo de elasticidade; – Maior o tamanho de grão (contratando com o comportamento e baixa T!!). • Os aços inoxidáveis, os metais refratários (Ti, Nb, V, Mo, Ta, W) e as superligas (Ni, Co) são especialmente resistentes à fluência e comumente empregados em aplicações de altas T. • A resistência é melhorada por solução sólida e por precipitação de 2ª fase quase insolúvel na matriz. 4. Ligas para uso em alta temperatura 4. Ligas para uso em alta temperatura 4. Ligas para uso em alta temperatura 4. Ligas para uso em alta temperatura 4. Ligas para uso em alta temperatura 4. Ligas para uso em alta temperatura 4. Ligas para uso em alta temperatura Maior resistência à fluência Técnicas de processamento como a solidificação direcional também melhoram a resistência à fluência. 1. Callister, W.D.; Rethwisch, D.G. Materials Science and Engineering: An introduction. 8th ed. 2012. 2. Meyers, M.A.; Chawla, K.K. Mechanical Behavior of Materials. 2ª ed. Cambridge University Press. 2009. 3. Costa e Silva, A.L.; Mei, P.R. Aços e Ligas Especiais. 3ª ed. Revista. 2010.
Compartilhar