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Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO AULA 04 – PROVA – PARTE III / BUSCA E APREENSÃO Futuro (a) Aprovado (a) Nossa aula de hoje se dividirá em 03 partes: Primeiramente, finalizaremos o assunto “PROVA” e trataremos da busca e apreensão. Posteriormente, devido à extensão do tema, apresentarei um resumo com os principais tópicos abordados. Por fim, apresentarei 50 exercícios comentados a fim de que você teste o aprendizado e localize suas dúvidas. Bons estudos! ******************************************************************************************************* 4.1 PROVA DOCUMENTAL Segundo o Código de Processo Penal em seu artigo 232, “consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares”. Este conceito, porém, atualmente, vem sendo ampliado, passando a ser considerado documento em sentido amplo (documento “lato sensu”) tudo aquilo que é capaz de retratar uma situação. O conceito de documento em sentido amplo vem sendo considerado o gênero de duas espécies, quais sejam: • INSTRUMENTO � Segundo o Professor Fernando Capez, são os escritos confeccionados já com a finalidade de provar determinados fatos. Pode ser público, quando constituído frente a autoridade pública (Exemplo: Instrumento público de procuração), ou particular. • DOCUMENTO STRICTO SENSU (EM SENTIDO ESTRITO) � É todo o documento que não foi elaborado com a finalidade de tornar-se prova em um processo. Sua utilização como instrumento probatório é casual. Pode também ser público ou particular. Do exposto, podemos esquematizar: Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 4.1.1 MOMENTO DA APRESENTAÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL Os documentos, regra geral, de acordo com o CPP, podem ser apresentados em qualquer fase do processo, desde que, obviamente, não tenham sido obtidos de maneira ilícita. Observe: Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo. Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo. Entretanto, perceba que o artigo 231 é iniciado com a expressão “salvo os casos expressos em lei”. Assim, fica claro que existem exceções para esta regra. Uma delas encontra-se prevista no artigo 479 do CPP, e diz respeito à apresentação de documentação ao Tribunal do Júri. Veja: DOCUMENTO EM SENTIDO AMPLO DOCUMENTO EM SENTIDO ESTRITO INSTRUMENTO PÚBLICO PARTICULAR PÚBLICO PARTICULAR Procuração do réu para o advogado. Declaração firmada por testemunha Carteira de Identidade. Reportagem Jornalística PAPEL, FILMAGEM, CD DE ÁUDIO, DVD COM VÍDEOS, ETC CRIADO PARA SERVIR DE PROVA CRIADO NÃO ESPECIFICAMENTE PARA SER PROVA Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando- se ciência à outra parte. Segundo a doutrina, a produção de documentos pode ser espontânea, quando a exibição, leitura ou juntada se faz pela parte no processo, ou provocada, no caso previsto no artigo 234 do CPP: Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível. 4.1.2 A UTILIZAÇÃO DA CARTA ENVIADA CONTRA O REMETENTE O CPP vem trazer expressamente a possibilidade de a carta enviada ser utilizada como meio de prova. Observe: Art. 233 [...] Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário. Mas quando ela poderá ser usada em juízo? Em qualquer situação? E se Tício envia uma carta para Mévio e Caio furta a carta, poderá ser utilizada como prova? Vamos analisar os possíveis casos e responder a estes questionamentos: CASO 01 ��� ENVIO DE CARTA CONFIDENCIAL DE MÉVIO PARA TÍCIO CARTA CONFIDENCIAL Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO CASO 02 ��� ENVIO DE CARTA NÃO CONFIDENCIAL DE MÉVIO PARA TÍCIO CASO 03 ��� ENVIO DE CARTA CONFIDENCIAL DE MÉVIO PARA TÍCIO E ENTREGUE POR TÍCIO PARA CAIO CASO 04 ��� ENVIO DE CARTA NÃO CONFIDENCIAL DE MÉVIO PARA TÍCIO E ENTREGUE POR TÍCIO PARA CAIO: CARTA CONFIDENCIAL CARTA CONFIDENCIAL Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 4.2 INDÍCIOS O conceito de indício é encontrado no artigo 239 do CPP nos seguintes termos: Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. O professor Fernando Capez conceitua indício como ”toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocínio lógico, pelo método indutivo, obtém-se a conclusão sobre outro fato. A indução parte do particular e chega ao geral. Assim, nos indícios, a partir de um fato conhecido, deflui-se a existência do que se pretende provar.” 4.2.1 CONTRA-INDÍCIOS Imagine que em um processo existe o indício de que Tício estava no local do delito, pois foi encontrada sua carteira de identidade. Tício, buscando evitar sua condenação, apresenta um álibi (Mévio) e este confirma que estava com Tício naquele dia e hora. Neste caso, o acusado apresentou um contra-indício buscando invalidar os indícios inicialmente colhidos. 4.2.2 PRESUNÇÕES Não podemos confundir o conceito de presunção com indícios. As presunções são estabelecidas pela própria lei e não decorrem de um efeito lógico como nos indícios. Para exemplificar bem a diferença, imaginemos que Mévio, maior, tem relações sexuais com Tícia de 13 anos. Neste caso, há um indício ou uma presunção de crime contra a liberdade sexual? Há uma presunção, pois a lei define que há crime, independentemente do que for alegado por Tícia ou Mévio. É importante ressaltar que as presunções podem ser relativas ou absolutas. As dizemos relativas quando comportam prova em contrário e absolutas quando terão que ser aceitas sem questionamentos. Exemplificando, a inimputabilidade do menor de 18 anos é uma presunção ABSOLUTA, diferentemente a do maior de 18 anos, por doença mental, por exemplo, que é relativa, comportando prova em contrário. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUALPENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 4.3 BUSCA E APREENSÃO O vocábulo "busca" indica o ato ou o efeito de procurar algo que se pretende encontrar. A palavra "apreensão" designa o ato ou o efeito de segurar, agarrar, pegar, prender, apropriar judicialmente de alguma coisa ou pessoa. Destarte, a busca e apreensão pode ser inicialmente conceituada como uma providência jurídica de procura de coisas ou pessoas a serem apropriadas em virtude de ordem emanada de algum órgão jurisdicional. Nas palavras de GARRIDO DE PAULA, “a busca e apreensão consiste no assenhoramento de coisa ou pessoa a ser encontrada, em razão de pedido formulado por quem tenha interesse em ter materialmente a coisa ou estar com a pessoa sob sua companhia e guarda.” THEODORO JÚNIOR afirma que a busca sempre vem ligada ao seu complemento que é a apreensão da coisa buscada, de modo que não existe separação ou autonomia entre os dois atos, os quais se fundem em uma única medida jurisdicional. Porém, em cima das lições de ROMEU BARROS, MARCOS DESTEFENNI sustenta que a busca e a apreensão envolvem duas providências distintas porque nem sempre o objeto procurado é encontrado para apreensão ou mesmo porque a apreensão pode ocorrer sem ser precedida da diligência de busca. Seja como for, é certo que a legislação brasileira não prevê a busca separada da apreensão. Embora distintas e realizadas de modo isolado, ambas ostentam uma nítida relação de complementaridade porque a busca visa à apreensão e normalmente a apreensão só é consumada porque antes se buscou com êxito a coisa ou a pessoa objeto da medida jurisdicional. Aliás, o próprio OVÍDIO BAPTISTA admite que o conceito de busca e apreensão sofreu uma espécie de fusão semântica para formar um conceito unitário, tal qual ocorreu com a expressão perdas e danos, que hoje simboliza a concepção de uma realidade jurídica especial. 4.3.1 BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR Uma das primeiras coisas que tomamos conhecimento em direito constitucional é que a casa é o asilo inviolável do indivíduo. Assim, aprendemos que a Carta Magna defere que a regra dentro do nosso país é a inviolabilidade do domicílio, podendo ser violado somente mediante mandado judicial, desde que durante o dia, ou em situações excepcionais, à noite (flagrante delito, desastre e prestar socorro). Tal regramento é apresentado nos seguintes termos: Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 5º[...] XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Mas qual a verdadeira amplitude do conceito “casa”? Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, “É todo local, delimitado e separado, que alguém ocupa com direito exclusivo e próprio, a qualquer título. O ponto essencial da caracterização está na exclusividade em relação ao público em geral. Assim, é inviolável como domicílio tanto a moradia quanto o estabelecimento de trabalho, desde que este não esteja aberto a qualquer um do povo, como um bar ou restaurante.” Assim, vamos verificar alguns casos: É IINNVVIOOLLÁÁVELL?? EESSTTAABBEELLEECCIIMMEENNTTOO SSIIMM NNÃÃOO OOBBSSEERRVVAAÇÇÕÕEESS VEÍCULOS Abrange também: -ônibus de passageiros. BOLÉIA DO CAMINHÃO - VIAGEM PROLONGADA Não tem aplicabilidade no caso de blitz. HOTEL / MOTEL STF – RHC 90.376 (Abaixo reproduzido) TRAILERS BARRACA DE CAMPING REPARTIÇOES PÚLICAS -Deve ser feita uma requisição, se desatendida será cabível a ação de busca e apreensão. BAR OU MERCADO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO ESCRITÓRIO EM UM SUPERMERCADO Por fim, observe o elucidativo julgado: 4.3.1.1 RESTRIÇÃO AO HORÁRIO As buscas e apreensões, via de regra, só podem ser realizadas durante o dia, conforme deixa claro o texto constitucional. Mas e se houver consentimento do morador para que seja realizada no período noturno? Neste caso, não há problema. Assim, se cair na sua prova que a busca e apreensão NUNCA poderá ser realizada no período noturno, você dirá que a resposta estááááá... INCORRETA, pois existe tal possibilidade quando do consentimento do morador. Mas o que quer realmente dizer a palavra DIA? Existe grande divergência doutrinária e jurisprudencial. Até pouco tempo, a fim de suprir esta lacuna, era empregado o conceito da lei 8.952/94 que dizia ser dia o período compreendido das 06 às 20 horas. STF - RECURSO EM HABEAS CORPUS: RHC 90376 RJ Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da Constituição da República, o conceito normativo de "casa" revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer aposento de habitação coletiva, desde que ocupado (CP, art. 150, § 4º, II), compreende, observada essa específica limitação espacial, os quartos de hotel. Doutrina. Precedentes Sem que ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional (art. 5º, XI), nenhum agente público poderá, contra a vontade de quem de direito ("invito domino"), ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em aposento ocupado de habitação coletiva, sob pena de a prova resultante dessa diligência de busca e apreensão reputar-se inadmissível, porque impregnada de ilicitude originária. Doutrina. Precedentes (STF). Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Entretanto, esta interpretação vem sendo superada e PARA SUA PROVA deve ser utilizado o conceito do STF que define a expressão dia como o período compreendido entre a aurora e o crepúsculo. 4.3.1.2 NECESSIDADE DE ORDEM JUDICIAL Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado. Já vimos que, regra geral, para que possa ser realizada uma busca e apreensão há necessidade de mandado judicial. O que não estudamos é que esta ordem judicial, quando tratar de busca e apreensão domiciliar, sempre deve conter as chamadas “fundadas razões” que autorizam a ação. Essas fundadas razões são consideradas aquelas externadas por meio da motivação concreta quanto à ocorrência e amparadas por indícios convincentes com relação à necessidade da medida. Para ficar mais claro, imaginemos que uma busca e apreensão foi realizada e, nesta ação, foi obtida uma prova. Ao ser verificado o despacho do juiz concedendo a ordem, lá constava simplesmente: “expedir mandado de busca e apreensão”. Pergunto: Esta prova será aceita no processo? A resposta é negativa, pois não foi demonstrada pela autoridade as razões para que a medida fosse considerada necessária. Logo, sem as fundadas razões, é considerada medida incabível e, consequentemente, macula a prova. Neste sentido se pronunciou recentemente o STJ: O mandado de busca e apreensão deverá cumprir os requisitos definidos no CPP: Ausentequalquer fundamentação na decisão que decretou a busca e a apreensão, determinando-se simplesmente a "expedição do mandado solicitado", é de se reconhecer a ilicitude da prova produzida com a medida (STJ, HC 51.586/PE, 05.05.2008). Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 243. O mandado de busca deverá: I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; II - mencionar o motivo e os fins da diligência; III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir. § 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca. 4.3.1.3 CABIMENTO DA MEDIDA O Código de Processo Penal trouxe em seu texto as hipóteses de cabimento da busca e apreensão domiciliar. São elas: 1. Prender criminosos; 2. Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; 3. Apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; 4. Apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; 5. Descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; 6. Apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; 7. Apreender pessoas vítimas de crimes; 8. Colher qualquer elemento de convicção. O CPP traz uma restrição para a execução de mandados de busca e apreensão que se refere aos documentos que estiverem de posse do defensor do acusado. Tal regra só poderá ser excepcionada se o objeto da apreensão constituir elemento do corpo de delito. Veja: Art. 243 [...] G u s t a v o J o s e R e g u e i r a 5 4 0 2 0 8 4 0 4 1 5 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL - TRIBUNAIS PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO § 2o Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito. 4.3.1.4 PROCEDIMENTOS PARA A VIOLAÇÃO DO DOMICÍLIO Segundo o CPP, comparecendo a autoridade ou seus agentes ao local da busca, deverá declarar sua condição bem como o objetivo da diligência. Seria algo do tipo: “Boa tarde, sou Policial, estou aqui com um mandado de busca e apreensão que determina a apreensão de todos os livros de contabilidade da empresa. Você pode entregá-los para mim, por favor?” Em caso de desobediência, autoriza o Código de Processo Penal (art. 245, § 2°) o ingresso forçado na casa. Se for necessário, inclusive poderá ser arrombada a porta. “Olha, meu amigo, paciência tem limite... Não vai abrir? OK...PESSOAL...VAMOS ARROMBAR!!! Aêêêêêêêêêêê!!!! BOOOOMM!!!! (Este é o barulho da porta abrindo, ou melhor, caindo!!!)” Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. § 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da diligência.[...] § 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a mostrá-la § 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Uma vez ingressando na casa, pode acontecer que haja a recalcitrância do morador em permitir que seja vasculhado o ambiente pelos executores da busca. Nesse caso, quando o morador tenta impedir as buscas, será possível o emprego da força com vistas ao cumprimento da diligência. “O senhor poderia, por favor, abrir os cadeados e sair da frente deste armário? O quê??? Não posso procurar nada? Não vai abrir os cadeados do armário? Sem problemas...Policiais...Podem usar a força!!!”. Mas digamos que o morador esteja ausente. Terá a autoridade que esperar ele chegar? “O que? Esperar? Tá brincando... Não conhece o CPP? Vamos arrombar logo esta porta e, caso possível, chamar o vizinho para assistir a diligência!!!” É possível, nesse caso, o arrombamento de portas e emprego de violência contra coisas (armários, gavetas etc.) com vistas à concretização da busca. Por cautela, determina o Código de Processo Penal que, se possível, um vizinho seja intimado a acompanhar a diligência, o qual, salvo motivo justo, não poderá se recusar, já que a intimação para assistir ao ato configura ordem legal. Ao fim da diligência será lavrado auto circunstanciado que deverá ser assinado por duas testemunhas. § 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura. § 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente § 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 4.3.2 BUSCA PESSOAL É o tipo de busca realizada diretamente na pessoa, em suas roupas ou objetos que tenha consigo. Diferentemente do que verificamos na busca domiciliar, aqui não será necessário fundadas razões, bastando apenas fundadas suspeitas de que o indivíduo esteja portando algo proibido. Observe: Art. 241 [...] § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior. A busca pessoal, regra geral, dependerá de mandado, sendo esta necessidade excepcionada nas hipóteses previstas no artigo 244 do Código: Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar. Finalizando, vale citar importante regra prevista no artigo 249, segundo a qual a busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. Veja: Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. 4.3.3 BUSCA EM TERRITÓRIO PERTENCENTE A OUTRA JURISDIÇÃO Regra geral, segundo o preceituado no CPP, a busca deve ser realizada pelas autoridades no território de sua própria jurisdição. Não obstante, o art. 250 do CPP possibilita que a autoridade ou os seus agentes penetrem no território de jurisdição distinta quando estiveremem atitude de seguimento de pessoa ou coisa. Nesse caso, exige a lei, por cautela, que, antes ou depois de realizada a apreensão, apresentem-se os executores à autoridade competente do local. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta. § 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando: a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois a percam de vista; b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transportada em determinada direção, forem ao seu encalço. § 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência. ****************************************************************************** Agora, antes dos exercícios, passemos a uma análise dos principais pontos tratados no que diz respeito a prova. Trata-se de um resumo a fim de que você relembre pontos importantes e esteja preparado para resolver as 50 questões. *************************************************************** PROVA 1. Prova: é o conjunto de elementos que serão apresentados pelas partes a fim de convencer o Magistrado quanto a fatos, atos e circunstâncias 2. Objeto da prova: são fatos no processo penal que precisam ser provados por gerarem dúvida ao Juiz. 3. Não necessitam de provas: a) Fatos axiomáticos: São aqueles em que pesam certeza absoluta, inquestionável. São os fatos evidentes, intuitivos sob os quais não recaem questionamentos. Exemplo: um ciclista é atropelado e seu corpo é divido em Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO pedaços. Dispensa-se o exame cadavérico interno, pois a causa da morte é evidente. b) Fatos intuitivos: São os fatos que encontram embasamento no conhecimento que faz parte da cultura de uma sociedade. Exemplo: em um processo contra a honra do Presidente, ninguém precisa provar em juízo que ele é o Chefe do Executivo Federal. c) Presunções legais: São juízos de certeza que decorrem da própria lei e que se classificam em: I) Absolutas (jure et de jure): Não aceita prova em contrário. Exemplo: inimputabilidade do menor de 18 anos. II) Relativas (jure tantum): É cabível prova em contrário. Opera-se a inversão do ônus probatório. Exemplo: a imputabilidade do maior de 18 anos pode ser questionada no caso de doença mental. d) Inúteis: São os que não possuem pertinência/relevância com a causa. Exemplo: o time do sujeito acusado de roubo. 4. Fatos incontroversos: São aqueles sobre os quais não houve contestação ou admitidos expressamente pela outra parte. 5. Como o processo penal visa a verdade real, não estão dispensados de prova. 6. Para que seja aceita a prova deve ser: a) Admissível; b) Pertinente; c) Concludente; d) Possível. 7. O juiz não poderá indeferir pedido de exame de corpo de delito. (art. 184) 8. Classificação das provas: a) Quanto ao objeto: I) Diretas: são aquelas que por si só e com certeza demonstram um fato controvertido (Ex: testemunha que presenciou o fato). II) Indiretas: são aquelas que exigem um raciocínio lógico para que se deduza determinada circunstância. A prova não encontra ligação direta com o fato, mas mediatamente permite conclusões. (Ex: álibi). b) Quanto ao efeito ou valor: I) Plenas: são provas em que pesam um alto grau de certeza podendo ser utilizadas como elemento principal de convencimento do Magistrado (Ex: prova documental). II) Não Plenas: servem para reforçar o convencimento do magistrado, não podendo funcionar como elemento principal de convicção (Ex: indícios). c) Quanto ao sujeito: Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO I) Reais: são aquelas que não resultam, diretamente, de pessoas e sim de eventos externos (Ex: arma do crime). II) Pessoais: são aquelas obtidas através de PESSOAS (Ex: testemunha). d) Quanto à forma ou aparência: I) Testemunhal; II) Documental; III) Material; 9. Princípios da prova: a) Princípio da comunhão ou aquisição: a prova não pertence à parte que a gerou. Uma vez produzida, passa a integrar o processo podendo ser utilizada por qualquer dos intervenientes, seja o juiz, sejam as demais partes. b) Princípio da auto-responsabilidade das partes: em um processo não há OBRIGAÇÃO das partes em produzir provas, mas sim o direito à ampla defesa e ao contraditório. Desta forma as partes assumem as conseqüências por sua inércia, negligência, erro ou inatividade. c) Princípio do contraditório: toda prova produzida por uma das partes admite a produção de uma contraprova. Não há no processo penal provas “secretas”. d) Princípio da não auto-incriminação (nemo tenetur se detegere): Ninguém será obrigado a produzir prova contra si. e) Princípio da oralidade: como forma de celerizar o processo penal busca-se a utilização do procedimento oral em substituição ao escrito. Deste princípio decorrem outros dois: I) Princípio da concentração: deve-se, sempre que possível, concentrar a produção de provas na audiência. Tal princípio restou-se fortalecido com o advento da lei nº. 11.719/08 e as novas regras atribuídas ao procedimento comum, ordinário e sumário. II) Princípio da publicidade: primando-se pela oralidade garante-se de uma forma mais ampla a aplicação da publicidade tendo em vista que o cidadão terá acesso à produção de provas no momento em que elas surgirão (audiência). 10. Sistemas de apreciação das provas: a) Sistema legal, tarifado ou formal: caracteriza-se pelo fato de a lei impor ao juiz estrito acatamento a determinadas regras preestabelecidas, não conferindo qualquer margem de liberdade ao magistrado. Este sistema vigora como exceção no Brasil. b) Sistema da íntima convicção ou certeza moral: em oposição ao sistema legal, é caracterizado por conferir uma total margem de liberdade ao juiz na apreciação das provas, não estando o magistrado submetido a qualquer regra. c) Sistema do livre convencimento ou verdade real: É um equilíbrio entre os dois sistemas acima mencionados, ou seja, neste sistema o Juiz forma seu convencimento através da livre apreciação da prova, mas deve fundamentar sua decisão. Tal sistema foi acolhido pelo Código de Processo Penal (art. 155). Duas Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO conseqüências surgem a partir da adoção do sistema do livre convencimento pelo ordenamento jurídico brasileiro: I) Inexistência de limitação com relação aos meios de prova: o CPP não cria uma lista taxativade provas. Isto significa que sendo lícitas e legítimas poderão ser admitidas. II) Inexistência de hierarquia � quanto à valoração das provas não existe um valor prefixado. 11. O juiz não pode fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Essa ressalva refere-se provas que se aguardarem o início da ação penal estão passíveis de perecimento. 12. É possível a utilização de declarações de testemunhas colhidas na fase do inquérito policial sem observância do contraditório, desde que verificado que a condenação se baseia, outrossim, em depoimentos de testemunhas colhidos em juízo, sob o crivo contraditório. (STF, HC 68.010/MS, DJ 22.04.2008) 13. Ônus da prova (art. 156): A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: a) Ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida b) Determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante 14. Provas ilegais: são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos (CF/88, art. 5º, LVI). 15. Por força do princípio da proporcionalidade a prova ilícita poderá ser admitida em favor do réu. Assim, a prova ilícita não serve para condenar, mas pode ser utilizada para absolver. 16. A constituição, quando utiliza a expressão “provas obtidas por meios ilícitos”, trata do gênero provas ilegais que pode ser subdividido nas seguintes espécies: ilícitas, ilegítimas e ilícitas por derivação. 17. Provas ilícitas: são as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais (art. 157). Exemplo: interceptação telefônica obtida sem autorização judicial, 18. Provas ilegítimas: são as que afrontam direito processual. Exemplo: Perícia realizada por apenas um perito NÃO-OFICIAL. 19. Provas ilícitas por derivação - teoria da árvore dos frutos envenenados (“fruits of the poisonous tree”): Provas lícitas em sua essência, mas que trazem em seu bojo uma contaminação advinda de prova ilícita produzida anteriormente. Exemplo: apresentação de testemunha obtida com base em interceptação telefônica realizada sem as formalidades legais. 20. Prova emprestada: é caracterizada pela utilização de uma prova produzida em determinado processo em outro. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 21. É admitida utilização de prova emprestada em processo penal, desde que sobre ela ambas as partes sejam cientificadas, a fim de que possam exercer o contraditório. (STF, HC 95186/SP, 26.5.2009). 22. EXAME DO CORPO DE DELITO (arts 158 a 184). 23. Conceito: é o procedimento através do qual a perícia busca informações relacionadas ao delito efetuando a análise do corpo de delito. Classifica-se em: a) Direto: quando o exame é realizado diretamente no corpo de delito b) Indireto: � advém de um raciocínio lógico, indutivo através de informações colhidas com o ofendido ou com testemunhas. 24. Corpo de delito: é o próprio fato criminal, sobre cuja análise é realizada a perícia criminal a fim de determinar fatores como autoria, temporalidade, extensão de danos, etc. 25. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado (art. 158). 26. Em caso de lesões corporais a falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. (art. 168, § 3o ) 27. Competência: o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior (art. 159). 28. Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. (art. 159, § 1o). 29. Após a realização das perícias, os peritos deverão elaborar laudos no prazo máximo de dez dias, sendo possível a prorrogação. 30. Divergência entre os peritos: o juiz nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos. (art. 180); 31. Não-vinculação do magistrado: O código de processo penal adotou o chamado sistema liberatório de apreciação da prova pericial no qual o Juiz não é obrigado a aceitar o que foi atestado pelo perito. Tal sistema opõe-se ao chamado sistema vinculatório. 32. Momento da perícia: qualquer dia e hora, sem restrições quanto a feriados, domingos, período noturno, etc. 33. Exceção: a autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 34. Autópsia (art. 162): é o exame interno do cadáver. Pode ser dispensada nas seguintes situações: a) Morte violenta sem que haja infração penal a ser apurada. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO b) Quando, mesmo havendo infração a ser apurada, as lesões externas permitam determinar a causa da morte. Ex: Decaptação. 35. Exumação (art. 163): é o ato de retirar o cadáver da sepultura. Exige-se autorização judicial e demonstração de justa causa. 36. Lesões corporais graves pela incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias (art. 168, § 2º): logo após o término do prazo deverá ser realizado exame complementar visando atestar que a vítima ficou, efetivamente, incapacitada no período. 37. Exame por precatória: a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado (aquele que recebe a carta precatória). 38. Exceção: no caso de ação penal privada, havendo acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante. 39. INTERROGATÓRIO DO RÉU (arts. 185 a 196). 40. Conceito: é o ato judicial no qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação contra ele formulada. É ato privativo do Magistrado e personalíssimo do acusado. 41. Natureza Jurídica: o interrogatório é concomitantemente meio de prova e meio de defesa, pois enquanto o acusado se defende, não deixa de ministrar ao Juiz elementos úteis à apuração da verdade, seja pelo confronto com provas existentes, seja por circunstâncias e particularidades das próprias declarações que presta. ( STJ, HC 42.780/PR, DJ 12.02.2007) 42. Características: a) Oralidade: como regra o interrogatório deverá ser realizado através de perguntas e respostas orais. Exceções: I) Interrogatório do surdo; II) Interrogatório do mudo; III) Interrogatório do surdo-mudo; e IV) Interrogatório do estrangeiro b) Obrigatoriedade: O interrogatório do réu no curso de um processo penal é imprescindível, sob pena de nulidade processual. c) Ato personalíssimo do imputado: o imputado é que deve ser interrogado, não sendo cabível qualquer substituição ou representação. Obs.: Se o acusado não possuir condições mentais de ser interrogado há que se verificar o momento em que surgiu a incapacidade para a determinação das consequências: I) Incapacidade após a infração: o processo ficará suspenso até que o acusado se restabeleça II) Incapacidade já existente no momento da infração: o processo criminal transcorre normalmente com a presença de um curador, mas este restará prejudicado se no momentoprevisto para o interrogatório o réu não possuir condições de se expressar validamente. d) Publicidade: Regra geral, o interrogatório será público. Tal regra não é absoluta, pois há a possibilidade, nos casos em que puder resultar em escândalo, Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO perturbação da ordem pública ou inconveniente grave, do Magistrado optar por realizar o interrogatório com as portas fechadas. e) Individualidade: havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente. 43. Obrigatoriedade de advogado (art. 185): o acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado 44. Direito de entrevista reservada (art. 185, § 1º): antes da realização do interrogatório, o juiz assegurará o direito de entrevista reservada do acusado com seu defensor. 45. Direito ao silêncio (privilégio nemo tenetur se detegere): O acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas (art. 186). 46. Interrogatório por meio de videoconferência: Com o advento da Lei nº 11.900/2009, o CPP passou a autorizar que o interrogatório judicial do preso seja realizado mediante o sistema de videoconferência ou de outro recurso de transmissão de sons e imagens em tempo real. 47. A realização de qualquer ato processual por videoconferência é excepcional. Em regra, o ato deve ser realizado com a presença física do réu no local do próprio ato (ou no presídio ou no fórum). 48. Requisitos: a) Decisão fundamentada; b) Intimação das partes com no mínimo 10 (dez) dias de antecedência do interrogatório; e c) Ocorrência de uma das seguintes hipóteses: I) Prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa; II) Prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso possa fugir durante o deslocamento; III) Viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; IV) Impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência; V) Responder à gravíssima questão de ordem pública. 49. CONFISSÃO (arts. 197 a 200). 50. Conceito: é o reconhecimento feito pelo imputado a respeito da veracidade dos fatos que lhe são atribuídos e capazes de lhe ocasionar conseqüências jurídicas desfavoráveis. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 51. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais sejam (art. 190). 52. Valoração: a confissão possui valor relativo, ou seja, para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância. 53. Classificação: a) Quanto ao momento: I) Confissão Extrajudicial: é aquela que não ocorre perante o juízo. Apresenta pouco valor probatório não podendo servir como fonte principal de convencimento do magistrado. II) Confissão judicial: é aquela realizada perante o juiz. b) Quanto ao conteúdo: I) Confissão simples: quando o confitente se limita a atribuir a si a autoria da infração penal. II) Confissão qualificada: ocorre quando, embora reconhecendo a autoria do fato, alega também o réu qualquer outro fato ou circunstância que exclua o crime ou o isente de pena. c) Quanto à natureza: I) Confissão real: é aquela realizada por manifestação da vontade do confitente. II) Confissão ficta: não é admitida como prova no direito processual penal brasileiro. É aquela que resulta como sanção devido à recusa da parte, cujo depoimento foi requerido, a comparecer ou a depor. Ex: confissão devido ao silêncio do réu. 54. Retratabilidade e divisibilidade: A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto (art. 200). 55. A confissão é divisível, visto que o Juiz, ao julgar, pode levar em conta apenas uma parte da confissão. 56. É também retratável, contanto que se justifique a negação da confissão anteriormente feita como, por exemplo, a possibilidade do réu mostrar que, ao confessar inicialmente, incidiu em erro ou não se encontrava em plenas condições de saúde. 57. DO OFENDIDO (art. 201). 58. Conceito: é a pessoa que é efetivamente titular daquele interesse específico e concreto que o crime nega. 59. Não se confunde ofendido com testemunha, pois enquanto esta é um terceiro desinteressado, aquele é um terceiro interessado que pode, inclusive, habilitar-se como assistente da acusação e compor a relação jurídica processual. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 60. Oitiva do ofendido: Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. 61. Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. 62. O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. 63. O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos. 64. Valor probatório da palavra da vítima: é relativo, devendo o Juiz avaliá-lo à luz das demais provas produzidas, em conformidade com o sistema do livre convencimento. 65. PROVA TESTEMUNHAL (arts. 202 a 225). 66. Conceito: a testemunha, em sentido próprio, é uma pessoa diversa dos sujeitos principais do processo (um terceiro desinteressado) que é chamada em juízo para declarar, positiva ou negativamente, e sob compromisso, a respeito de fatos que estejam relacionados ao julgamento do mérito da ação penal, a partir da percepção que sobre eles (os fatos) obteve no passado. 67. Compromisso: a testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. (art. 203) 68. Espécies: a) Testemunha direta: é aquela que sabe dos fatos porque os viu diretamente, os presenciou sensorialmente. b) Testemunha indireta: é aquela que declara ao magistrado não sobre o que presenciou, mas soube ou ouviu dizer. Teoricamente, em que pese tenha o magistrado liberdade na formação de sua convicção, trata-se de testemunha mais frágil, impondo-se,portanto, certa reserva ao magistrado na valoração de seu depoimento. c) Testemunha própria: é aquela chamada para ser ouvida sobre o fato objeto do litígio, seja porque os tenha presenciado, seja porque deles ouviu dizer. d) Testemunha imprópria: é a que depõe sobre a regularidade de um ato, ou seja, são as testemunhas que confirmam a autenticidade de um ato processual realizado. Depõem, portanto, sobre a regularidade de atos que presenciaram, Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO não sobre os fatos que constituem o objeto principal do julgamento. É o caso, por exemplo, da testemunha que presenciou a apresentação de um preso em flagrante e comparece em juízo para depor sobre tal situação. (art. 304, § 2°); e) Testemunha referida: é aquela que, embora não tenha sido arrolada nos momentos ordinários (denúncia ou queixa, para acusação; resposta à acusação, para o réu), poderá ser inquirida pelo juiz ex officio ou a requerimento das partes em razão de ter sido citada por uma outra testemunha, chamada de referente (art. 209, § 1.°). f) Testemunha judicial: é aquela inquirida pelo juiz independentemente de ter sido arrolada por qualquer das partes ou de ter sido requerida a sua oitiva. Neste caso, a inquirição ex officio fundamenta-se no poder-dever que assiste ao magistrado de, buscando a verdade real, determinar as providências necessárias para esclarecer as dúvidas que porventura tiver. g) Testemunha numerária: é a testemunha que presta compromisso ou juramento (art. 203). 69. Testemunha não compromissada ou informante: é aquela dispensada do compromisso (art. 208). 70. Testemunhas não sujeitas ao compromisso: a) Doentes mentais; b) Menores de 14 anos; c) Ascendentes e descendentes; d) Pai, mãe e irmão; e) Cônjuge (ainda que separado judicialmente); f) Afins em linha reta; g) Filho adotivo; 71. Características: a) Oralidade: O depoimento será oral. Exceções: I) Possibilidade de realizar a testemunha breve consulta a apontamentos (nome de uma rua ou de uma localidade, sobrenome de uma pessoa, marca de um carro, um itinerário percorrido, etc.). II) Opção conferida ao Presidente da República e seu vice, Presidente do Senado, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal entre a prestação de depoimento oral ou escrito. III) Testemunha surda, ou muda, ou surda-muda, à qual as perguntas e/ou respostas serão feitas por escrito. IV) Testemunha em crime de abuso de autoridade, que poderá optar pela prestação de depoimento por escrito (Lei 4.898/1965, art. 14, § 1°). b) Objetividade: a testemunha deve falar apenas sobre os fatos percebidos por seus sentidos e objeto da demanda, sem emitir sua opinião pessoal. c) Retrospectividade: a testemunha é chamada para reproduzir fatos passados, acontecimentos pretéritos conhecidos, e nunca para fazer previsões Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO para o futuro. A testemunha depõe sobre o que assistiu e por isso é sempre retrospectivo. d) Judicialidade: tecnicamente, só é prova testemunhal aquela produzida em juízo. e) Individualidade: as testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho (art. 210). f) Obrigatoriedade de comparecimento: Uma vez regularmente notificada para depor, a testemunha tem a obrigação de comparecer a juízo sob pena de condução coercitiva, pagamento das despesas da condução, multa e, até mesmo, processo criminal por desobediência (arts. 218 e 219 do CPP). Exceções: I) Pessoas que, em razão de doença ou idade, estiverem impossibilitadas de comparecer ao Juízo, caso em que deve o juiz deslocar-se e ouvi-las no lugar onde estiverem (art. 220 do CPP) II) Presidente e Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estado, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal bem como os do Tribunal Marítimo, aos quais confere a lei o direito de agendar, previamente, o dia, a hora e o local em que deverão ser ouvidos (art. 221). Obs.: Idêntica prerrogativa possuem os membros do Ministério Público (Lei 8.625/1993, art. 40, I). g) Obrigatoriedade da prestação do depoimento: A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor (art. 206). Obs.: São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho (art. 207). 72. Contradita e arguição de defeito: são formas processuais adequadas para argüir a suspeição ou a inidoneidade da testemunha. a) Contradita: é ato pelo qual uma das partes envolvidas no processo requer a impugnação da oitiva de uma testemunha, por entender que esta é impedida de depor. A contradita deve ser utilizada: I) Em relação à testemunha que não deva prestar compromisso: são os doentes mentais, os menores de quatorze anos e as pessoas enumeradas no art. 206 (cônjuge, ascendentes, descendentes, irmãos e afins em linha reta do réu). Acolhida, em relação a eles, a contradita, o efeito é serem dispensados do compromisso. II) Em relação à pessoa que seja proibida de depor: são aquelas que têm ciência do fato imputado ao réu em razão da função, profissão, ofício ou ministério (advogado, padre, psicólogo etc.). Acolhida a impugnação, o efeito é a exclusão da testemunha, ou seja, não deve ser tomado o seu depoimento pelo juiz. Obs.: a contradita deve ser levantada logo após a qualificação da testemunha, podendo ser argüida até o momento imediatamente anterior ao início do Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO depoimento. Iniciado este, estará preclusa a faculdade de contraditar a testemunha. b) Arguição de defeito: é ato pelo qual uma das partes envolvidas no processo argui circunstâncias ou defeitos, que tornem a testemunha suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. São casos que não impedem necessariamente o depoimento das testemunhas e tampouco a prestação de compromisso, mas que devem ser consignados no termo de audiência para que possam ser considerados pelo juiz quando da valoração das provas. 73. Número máximo de testemunhas: É variável de acordo com o procedimento: a) Oito testemunhas: I) Procedimento comum ordinário (art. 401, § 1o). II) Procedimento do júri (art. 406, §§ 2o e 3o). III) Procedimento dos crimes de responsabilidade de funcionário público (art. 518). IV) Procedimento dos crimes contra a honra (art. 519). V) Procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial (art. 524). VI) Procedimento dos crimes de competência dos tribunais regionais federais e tribunais superiores (Lei nº. 8.038/90, art. 9º). VII) Procedimento dos crimes eleitorais, quando punidos com pena máxima igual ou superior a 4 anos. b) Cinco testemunhas: I) Procedimento comum sumário (art. 532). II) Procedimento dos crimes falimentares (Lei nº. 11.101/05, art. 185 c/c art. 532 do CPP). III) Procedimento dos juizados especiais criminais (analogia com o art.532). IV) Procedimento previsto na lei de drogas (Lei nº. 11.343/06, arts. 54 e 55 § 1o). V) Procedimento dos crimes eleitorais, quando punidos com pena máxima inferior a 4 anos. c) Três testemunhas: I) Procedimento do crime de abuso de autoridade (Lei nº. 4.898/65, art. 2º, parágrafo único). 74. No número máximo de testemunhas não se compreendem as que não prestem compromisso, as referidas, as judiciais e as que nada souberem que importe à decisão da causa. 75. Falso testemunho: é o ato de fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral (CP, art. 342). 76. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito( art. 211). 77. O delito de falso testemunho consuma-se com o encerramento do depoimento prestado, quando se faz a afirmação falsa, embora a retratação possa ser efetivada até a prolação da sentença no feito em que o ilícito teria sido cometido. 78. A eventual absolvição do réu pelo Tribunal não afasta a consumação do delito, mesmo que tal testemunho não tenha influído no resultado do julgamento, pois a ação que viola a lei é o próprio depoimento prestado com o fim de subverter a verdade dos fatos, causando dano à Justiça. 79. Não é imprescindível a sentença, no feito principal, para o início da ação penal por crime de falso testemunho, ainda que se faça a ressalva de que a decisão sobre o perjúrio não deve preceder à do feito principal (STJ, HC 73.059/SP, DJ 29.06.07). 80. Carta precatória: a testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes (art. 222). 81. A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal, ou seja, é possível a prolação de sentença, antes da devolução da precatória, sem que tal ato importe em cerceamento de defesa (STF, AI 747.537, DJ 01.02.2010). 82. Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado (STJ, súmula 273). 83. É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha (STF, súmula 155). 84. Videoconferência: a oitiva de testemunha poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audiência de instrução e julgamento (art. 222, § 3o). 85. Testemunho dos militares, funcionários públicos e preso: seguem normas diferenciadas no tocante a forma de intimação: a) Militares: deverão ser requisitados à autoridade superior. Se o requisitado não comparecer, nova solicitação deve ser feita. Se novamente não atender, o superior será intimado para que apresente o subordinado sob pena de desobediência (art. 221, § 2o). b) Funcionários públicos: deverão ser intimados pessoalmente, devendo, entretanto, haver comunicação concomitante ao Chefe da Repartição. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO c) Preso: Será intimado pessoalmente, mas o diretor do estabelecimento deverá ser comunicado 86. Formulação de perguntas pelas partes: serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida (art. 212). 87. Procedimentos para a inquirição da testemunha: a) Comparecendo para depor, será a testemunha identificada. b) Identificada, deverá prestar compromisso, salvo as exceções tipificadas em lei, e será advertida da possibilidade de incidir no delito de falso testemunho. c) Em seguida as partes poderão fazer uso da argüição de defeito e, ainda, contraditar a testemunha. d) Na audiência de instrução, serão inquiridas pelo Juiz, primeiramente, as testemunhas de acusação e depois será dado o direito de realizar perguntas às partes, iniciando com quem arrolou a testemunha (neste caso, a acusação). e) Posteriormente, as testemunhas de defesa serão inquiridas pelo Magistrado, e, em seguida, será dado o direito de realizar perguntas às partes, iniciando com quem arrolou a testemunha (neste caso, a defesa). f) Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. 88. RECONHECIMENTO DE PESSOAS (arts. 206 a 208). 89. Conceito: é meio processual de prova, eminentemente formal, pelo qual alguém é chamado para verificar e confirmar a identidade de uma pessoa ou coisa que lhe é apresentada com outra que viu no passado. 90. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: a) A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida. b) A pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la (STJ, REsp 538.362, DJ 02.02.2004). c) Se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO d) Do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. 91. ACAREAÇÃO (arts. 229 e 230). 92. Conceito: também conhecida como acareamento, é uma técnica jurídica que consiste em se apurar a verdade no depoimento ou declaração das testemunhas e das partes, confrontando-as frente a frente e levantando os pontos divergentes, até que se chegue ás alegações e afirmações verdadeiras. 93. Sujeitos da acareação (art. 229): a acareação será admitida entre: a) Acusado e testemunha; b) Acusado e outro acusado; c) Acusado e ofendido; d) Ofendido e outro ofendido; e) Ofendido e testemunha; f) Testemunha e outra testemunha. 94. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. 95. Se subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta. 96. DOS DOCUMENTOS (arts. 231 a 238). 97. Conceito: Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. Dividem-se em duas espécies: a) Instrumento:são os escritos confeccionados já com a finalidade de provar determinados fatos. b) Documento stricto sensu: é todo o documento que não foi elaborado com a finalidade de tornar-se prova em um processo. Sua utilização como instrumento probatório é casual. 98. Momento para a apresentação: salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo (art. 231). 99. INDÍCIOS (art. 239). 100. Conceito: toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocínio lógico, obtém-se a conclusão sobre uma outra situação. A indução parte do particular e chega ao geral. Assim, nos indícios, a partir de um fato conhecido, chega-se a existência do que se pretende provar 101. Contraindícios: são circunstâncias que invalidam, em determinadas circunstâncias, os indícios obtidos contra alguém. Exemplo: álibi. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 102. BUSCA E APREENSÃO (arts. 240 a 250). 103. Conceito: é uma providência jurídica de procura de coisas ou pessoas a serem apropriadas em virtude de ordem emanada de algum órgão jurisdicional. 104. Busca e apreensão domiciliar: é cabível para: a) Prender criminosos; b) Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) Apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; d) Apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; e) Descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; f) Apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g) Apreender pessoas vítimas de crimes; h) Colher qualquer elemento de convicção 105. Momento: serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. 106. Considera-se dia o período compreendido entre o nascer e o pôr do sol, independentemente do horário (CPC, art. 172). 107. O mandado de busca deverá (art. 243): a) Indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; b) Mencionar o motivo e os fins da diligência; c) Ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir. 108. Busca pessoal: é o tipo de busca realizada diretamente na pessoa, em suas roupas ou objetos que tenha consigo. 109. Diferentemente do que verificamos na busca domiciliar, aqui não será necessário fundadas razões, bastando apenas fundadas suspeitas de que o indivíduo esteja portando algo proibido. 110. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência (art. 249). 111. Mandado judicial: regra geral, será necessário para que se considere válida a busca pessoal. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 112. Independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar. 113. Busca em território pertencente a outra jurisdição: A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta. (art. 250) *************************************************************** Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Futuro (a) aprovado (a), Finalizamos mais um importante tema e, embora o volume de informações seja grande, lembre-se que o conhecimento dos temas até aqui apresentados será um grande diferencial no dia da tão esperada PROVA. Não deixe de rever os pontos sobre os quais ficaram dúvidas e pratique com os exercícios. Motive-se, pois cada aula finalizada é mais um importante passo dado para que em breve você atinja seu objetivo e alcance seu sonho. Depende só de você!!! Abraços e bons estudos, Pedro Ivo Quatro coisas para o sucesso: Trabalhar e orar, pensar e acreditar. Dr. Norman Vincent Peale ****************************************************************************** Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA DOS DOCUMENTOS Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo. Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original. Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo. Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário. Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível. Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade. DOS INDÍCIOS Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. DA BUSCA E DA APREENSÃO Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. § 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: a) prender criminosos; b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útilà elucidação do fato; g) apreender pessoas vítimas de crimes; h) colher qualquer elemento de convicção. § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior. Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado. Art. 243. O mandado de busca deverá: I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; II - mencionar o motivo e os fins da diligência; III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir. Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar. rt. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. § 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da diligência. § 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. § 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura. § 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente. § 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a mostrá-la. § 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO § 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o. Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta. Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO EXERCÍCIOS 1. (CESPE / Analista Processual - MPU / 2010) No tocante aos sistemas de apreciação das provas, é correto afirmar que ainda existe no ordenamento jurídico brasileiro procedimento em que o julgador decide pelo sistema da íntima convicção, não se impondo o dever constitucional de motivar a decisão proferida. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: No ordenamento jurídico brasileiro, o sistema da íntima convicção somente é aplicado no julgamento proferido pelos jurados no Tribunal do Júri, por expressa disposição constitucional. Portanto, a regra é o sistema do livre convencimento motivado; enquanto a exceção é o sistema da íntima convicção. 2. (TJ-RS / Juiz Substituto - TJ-RS / 2009) São admitidas provas derivadas das ilícitas quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Para acertar este tipo de questão basta que o candidato tenha lido atentamente o CPP, pois o enunciado reproduz o art. 157, parágrafo 1º: Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 3. (CESPE / Promotor de Justiça- MPE-RN / 2009) Segundo entendimento doutrinário, quando a norma afrontada tiver natureza processual, a prova vedada deve ser chamada de ilícita; afrontando normas de direito material, deve ser chamada de ilegítima Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: É exatamente o contrário. Norma de natureza processual - ILEGÍTIMA / Norma de natureza penal (material) – ILÍCITA 4. (CESPE / Delegado de Polícia – PC-PB / 2008) No exame por precatória, a nomeação dos peritos é feita no juízo deprecante, qualquer que seja a natureza da ação penal. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Contraria o Art. 177 tentando confundir o candidato com a hipótese de ação penal privada em que, por acordo entre as partes, a nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante. Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far- se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante. 5. (CESPE / Agente de investigação Escrivão de Polícia / 2009) Poderá o juiz, de ofício, ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Segue o Art. 156 do CPP: Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; 6. (CESPE / Agente de investigação Escrivão de Polícia / 2009) Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, ainda que haja infração penal a apurar. GABARITO: ERRADA Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37 CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO COMENTÁRIOS: Contraria o Art. 162, parágrafo único, pois quando houver infração a apurar NÃO bastará o exame externo. Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. **** No que se refere à prova testemunhal, julgue os itens abaixo: 7. (CESPE / OAB-SP / 2009) As testemunhas serão
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