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AULAS PROC CONSTITUCIONAL

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PROCESSO CONSTITUCIONAL
AULA 01- Letícia
Basicamente a cadeira de processo constitucional cuida da jurisdição contenciosa. Todos vocês já estudaram processo, constituição, então nós vamos estudar esses institutos que são a referência do que a gente chama de jurisdição constitucional, atividade jurisdicional que trata propriamente da constituição. É uma jurisdição que cuida da supremacia constitucional, cuidar para que a constituição seja observada seja no processo administrativo, seja na atividade legislativa. É mais ou menos por aí que caminha nosso estudo! Trocando em miúdos seria o que a gente conhece por CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE, como a gente faz o controle de todos os demais atos em face da CF, como é possível?!
O que é constituição? É um conjunto de normas, que tipo de normas? Existe alguma diferença entre as normas que regulam o Estado e as normas que regulam o direito de propriedade? Existe alguma diferença entre normas de natureza pública e norma de natureza privada? Que tipo de normas estamos tratando? Quais os tipos de normas que vocês conhecem?
O sujeito vai saindo da igreja aí tem uma pessoa extremamente necessitada na porta da igreja, aí o sujeito ajuda. Ele segue que tipo de norma? Uma norma moral! Um determinado grupo social age de uma forma há tempos, qual é o tipo de norma? Costumeira! Agora o poder legislativo se senta e compõe uma norma aprovada, que norma é essa? Norma estrita legal! 
A constituição é um conjunto de normas jurídicas. Por que isso é importante? Coercitividade, durante muito tempo e isso não tem muitos anos de história. Eu não sei se vocês conhecem uma controvérsia entre Kelsen e Smith sobre quem é o guardião da constituição. O grande debate era se a constituição se tratava de normas jurídicas, portanto se trata de normas coercitivas ou se a constituição é um documento meramente político, se eu digo que a constituição é composta por normas apenas de natureza politicas o que diferencia de dizer que ela é composta por normas jurídicas? Canotilho tinha uma frase que dizia assim “ A constituição é o estatuto jurídico do político”, guardem essa frase! Uma das maiores contribuições que Kelsen deixou para o direito constitucional mundial foi exatamente a noção da constituição como lei, então quando eu pergunto o que é uma constituição? A primeira coisa que eu espero como resposta é que a CF é uma lei, certo?!
A CF é um conjunto de normas jurídicas, se a CF fosse um conjunto de normas meramente politicas o debate constitucional seria somente no campo político e não no campo jurídico. Para que a gente ia falar em jurisdição constitucional? A jurisdição é a aplicação da vontade da lei, qualquer que seja ela, a jurisdição aplica as normas aos casos concretos, não só isso, porque hoje temos uma legislação objetiva que depois vamos estudar. Então quando eu digo que a CF é uma lei, uma norma jurídica, significa que eu tenho que tratar como constituição e não como um discurso político.
Quando a CF diz “Todos são iguais perante a lei”, significa que as partes devem se tratar como igual e ao mesmo tempo impõe ao Estado o dever de promover a igualdade, isso é típico de norma de natureza jurídica. Tanto a norma que diz que “o contrato é válido se as partes forem capazes, objeto licito e forma não proibida por lei” é norma jurídica, “ninguém terá sua situação jurídica atingida, se não após o devido processo legal”, “é vedada pena de caráter perpetuo”, essas normas são todas normas jurídicas.
Professor fez uns parênteses para explicar constituição formal e material. (A constituição formal é o documento e a constituição material é o assunto que aquele documento vai tratar). Tem assuntos óbvios que devem ser tratados por uma CF como o direito à vida, não existe hoje em dia documentos constitucionais que não traga um elenco de direitos fundamentais. O que são diretos fundamentais? São aqueles sem os quais a CF não realizaria seu mais alto valor, que é a dignidade. Quando eu digo que a CF é uma lei, um conjunto de normas jurídicas isso é um conceito formal ou material? Meramente formal! Se eu disser assim, gente o que é um conjunto de normas jurídicas? Você não vai me dizer é a constituição, vai? Então, a CF tem especificidades ela é uma norma jurídica, uma lei, mas é uma lei com finalidades especificas que tem um status normativo especifico, uma posição especifica em um corpo de leis de um determinado estado, qual a posição dela? Ela é uma lei que serve de fundamento de todo o estado de direito. É a CF que dar legitimidade para todas as outras normas, não há norma válida, legitima, se não tiver referência ao texto constitucional.
A CF é um projeto político em forma de lei, por isso que Canotilho falava “estatuto jurídico do político”. Então, na CF se estabelece o projeto do Estado, os valores que vigorarão no Estado, quais são os direitos básicos dos cidadãos que viverão no Estado, são os três assuntos principais. Formalmente o que é direito (norma)? Quem dar ao Estado a competência legiverante? Quem é que diz como é que o poder será exercido? A CF. Qual uma das capacidades do poder político? Dizer o direito, então uma norma é válida quando está de acordo em todos os aspectos formais e materiais da CF, fora da constituição não há direito.
No campo privado o conceito de liberdade formal é o seguinte, o que não é proibido é permitido, essa é a formula. O exemplo típico é o contrato, se não existir uma lei que diga como você deve contratar você tem liberdade para contratar de acordo com sua vontade e a vontade do outro contratante, mas isso não é porque falta uma lei é porque a própria CF assim diz que o é. Formalmente direito é aquilo que a CF diz que é!
Nós vamos ter um momento no nosso estudo de processo constitucional que vamos estudar o controle de constitucionalidade, vamos ver que é um dos momentos que se estuda mais o papel do poder judiciário na criação do direito. Existem dois grandes sistemas de controle de constitucionalidade que nós vamos falar deles, são eles: o difuso e o concentrado. 
OBS: Ler decisão do caso Marshal x Madson!
Pirâmide Kelseniana, quem está no topo? A CF, lei que constitui o fundamento do Estado de Direito. O que é um Estado Constitucional de Direito? É um estado que tem como norma fundante uma constituição e se rege por estatutos jurídicos. A constituição tem um conteúdo básico, garantia de direitos fundamentais, estrutura do Estado/ separação de poderes e a forma de criação de direitos.
Classificação formal da nossa constituição: Rígida, Escrita, Promulgada, Dogmática. A nossa CF é rígida, existe doutrinadores que dizem que é super rígida, mas o que significa a CF ser rígida? A CF brasileira pode ser modificada toda ela? Não, as cláusulas pétreas não podem ser modificadas. Fora isso a CF pode ser modificada? Sim. De qualquer jeito? Não, existe um processo legislativo especifico para modificação do texto constitucional. O texto constitucional legislativo só pode ser modificado pelo processo legislativo que cria emendas constitucionais, votação por maioria qualificada (3/5 de cada casa), dois turnos. O que diferencia uma maioria simples e uma maioria qualificada? A maioria simples é 50% +1, a maioria absoluta é qualificada e a simples é simples, na maioria simples o que vale é a presença, se tem 30 presentes a maioria é 16, na maioria qualificada é o total de corpo de votantes (todo o colegiado) se são 50, a maioria absoluta será 26. Quando a CF disser maioria qualificada é todo o colegiado, quando disser maioria simples é os votantes (presença).
Necessidade entre constituição rígida e supremacia, se eu tenho uma CF rígida eu tenho a supremacia, mas se eu tenho uma CF flexível eu não posso falar em supremacia da constituição. Há uma relação conceitual, relação de existência, de necessidade. O que é uma CF flexível? Aquela que pode ser modificada pelo processo legislativo comum, se eu tenho uma CF flexível e aí vem uma lei que diga uma coisa diferente da norma que está na CF o que vai acontecer nesse confronto? Quais os critériosformais de resolução de conflito de lei? 
No tempo: lei posterior revoga lei anterior
Hierarquia: lei de maior hierarquia se sobrepõe a lei de menor hierarquia.
Especialidade: aplica-se a lei especial em detrimento de lei geral.
Hipótese A: O Congresso edita uma lei que diz -A e o dispositivo constitucional que diz A é revogado pelo dispositivo que diz -A. Então quando a gente fala em supremacia normativa, não é porque a CF tem supremacia que ela não pode ser alterada pelo processo legislativo comum.
Hipótese B: (Artigo 35 CF) Lei diz -A qual a consequência? Declaração de invalidade da lei.
No campo formal precisamos trabalhar com CF rígida! Quando a gente fala sobre jurisdição constitucional, estamos falando da atividade jurisdicional que compatibiliza a constituição e todos os outros estamentos normativos de direito. 
Já tratamos da constituição, agora eu quero saber o que é processo para tratamos sobre o processo constitucional. O que é processo? Existe várias formas de ver o processo, quando estudamos teoria geral do processo a gente ver o processo de três formas principais.
Processo como relação jurídica (forma mais importante para o professor)
Processo como direito de ação
Processo como instrumento de prestação da atividade jurisdicional. (Meio por meio do qual se exerce a atividade jurisdicional)
A ideia principal do processo é que é um complexo de momentos, mas não são aleatórios tem determinados critérios e são concebidos a partir de uma finalidade. Processo sem finalidade não é processo! A CF prevê vários tipos de processos, um processo que é fundamentalmente previsto na CF é o processo de criação de direito, processo legislativo.
Na Inglaterra na época de Tony Blair estava muito próximo do que aconteceu no 11 de setembro, então ele quis baixar uma norma, no direito inglês tem muita lei ainda mais porque o direito comunitário da União Europeia tem muita lei que é agregado ao sistema de lá. Tony Blair quis baixar uma determinação para que o cidadão inglês fosse obrigado fosse obrigado a portar documento de identificação, carteira de identidade, a corte constitucional inglesa que só foi instalada em 2009 até aí ela era um segmento do comitê da câmara dos lordes que é órgão legislativo e eram quem decidia a constitucionalidade ou não das normas. Já pensou isso no Brasil? Se o supremo fosse uma comissão do Congresso Nacional?! Sabe o que eles decidiram (na Inglaterra)? Colocar o comitê da câmara dos lordes para decidir sobre a constitucionalidade ou não daquela norma, então eles decidiram o seguinte: é inconstitucional, porque a constituição inglesa na Inglaterra por costume, não há norma em sentido contrário, o cidadão inglês não é obrigado a portar documento de identificação. Essa norma foi positivada através de costume e reconhecida pelo sistema... (não entendi o nome)
O que basta para mudar a constituição do Brasil? Uma emenda, e no Brasil fazer uma emenda é coisa de criança, o professor disse que nem sabe mais quantas são, temos setenta e poucas emendas e não são de apenas um artigo, mas umas que mudam capitulo inteiro da constituição. Como você muda a constituição na Inglaterra? Você vai ter que demonstrar todos os fundamentos de positivação daquela norma dentro do sistema de argumentação jurídica. Por isso, que hoje uma das maiores distinções entre o commow low e o civil low é que o primeiro é um sistema que promove muito mais desenvolvimento econômico porque promove mais segurança jurídica do que o civil low , neste último as forças políticas trabalham mudando rapidamente. No commow low o sistema de precedentes dar segurança na forma de regulamentação daquelas relações jurídicas, por isso ganha segurança nos negócios jurídicos e promove o desenvolvimento econômico, este por sua vez não se dar bem com fluidez jurídica.
A constituição está repleta de processos, processos de natureza administrativa, processo de estabelecimento de estado de sitio, por exemplo. Traz várias regras sobre processo, como o devido processo legal, ampla defesa, contraditório, presunção de inocência, sistema de júri, desapropriação, requisição, herança, processo de emancipação de municípios, plebiscito.... Existem também o processo que nos interessa que é o processo que visa tutelar a garantia da supremacia constitucional, se nós fossemos colocar uma finalidade no que nós chamamos de processo constitucional, justamente é o processo que é o conjunto de atos cujo objetivo é a tutela da soberania constitucional.
 Vamos estudar o controle constitucional de todos os atos no Estado de Direito, é muita coisa! Na medida em que você consegue um processo constitucional, da supremacia constitucional de forma objetiva você permite que uma determinada instituição que no nosso caso é o poder judiciário valide atos dos outros poderes, então o processo de tutela jurisdicional da constituição é uma tutela prestada pelo poder judiciário, que vai verificar a validade constitucional dos outros poderes e se for o caso considera-los inválidos. Se o legislativo é responsável por ditar o direito, quem vai ser responsável por controlar esses direitos? Como? Em primeiro momento foi dada a resposta de que o poder judiciário só anula, mas é isso mesmo que acontece? Vamos ver...
AULA 2 - Marina
Justiça constitucional (objeto da disciplina)
Processo constitucional não se confunde com justiça constitucional, justiça constitucional é algo mais amplo do que processo constitucional. Tratando-se de processo constitucional, estamos falando de algo que tem referencia com justiça constitucional. Então são três elementos de que tratamos: justiça – jurisdição – processo constitucional. Há uma frase que sempre levo: “Diz-me a tua posição quanto à jurisdição constitucional e eu digo de que conceito de constituição tu és.” Há dois momentos: o momento constitucional e dentro deste há o momento da jurisdição constitucional. Queremos entender a relação entre o sistema constitucional e a existência de uma justiça – jurisdição constitucional, essa que ainda não sabemos o que é. 
Constituição como norma jurídica – esse é o primeiro ponto que temos que considerar, e a partir disso deve-se considerar uma força normativa dessa constituição. As concepções clássicas de constituição que tratamos são: política, sociológica e jurídica. A sociológica nós devemos a Ferdinand Lassalle, que dizia que a constituição é resultado das interações dos fatores reais de poder. 
Jurisdição constitucional é a atividade constitucional que tem por objetivo a proteção da supremacia constitucional, é a atividade de controle da compatibilidade de todo o sistema jurídico com a CF, chamado de controle de constitucionalidade. No momento em que eu tenho uma clara contradição entre o texto constitucional e os fatores reais de poder, para Lassalle quem vence são os fatores reais de poder, ele diz que a constituição é um retrato disso, no dia que ela estiver contra isso, ela deve ser posta de lado pois é uma simples folha de papel. Essa ideia de Lassalle compatibiliza com o que chamamos de uma constituição com força normativa? Não, pois nessa concepção sociológica, ela só é enquanto ela é capaz de retratar o que já está conformado no meio social. Aí vem a concepção de Schmitt, decisionista, que diz que a constituição nada mais é do que as decisões fundamentais sobre o Estado e a posição jurídica de Kelsen que dizia que a constituição é um documento de natureza jurídica, composto por normas de natureza jurídica.
A ideia gênese, básica dos documentos constitucionais era de controle. O primeiro deles nós dizemos que é a Magna Carta do João Sem Terra, por que dizemos que ela já trazia um germe constitucional? A linha sucessória dos reis caiu no Joao sem terra, era a época do feudalismo, onde o poder estava atrelado à propriedade da terra, pois quem tinha terra era quem tinha vassalo, e quem tinha vassalo era quem tinha poder de guerra, quem tinha terra era quem podia cobrar tributo de passagem pela região, de editar sua moeda... depois isso foi mudando e a nobrezafoi ficando de lado, e houve a ascensão da burguesia. Então os barões viram uma oportunidade de controlar o rei, de limitar o poder do rei, tinha um rei fraco sem terra, então a relação de vassalagem nessa época precisou de um documento, os vassalos exigiram uma condição para se curvarem diante do rei, se ele aderisse a um documento aonde ele assumisse compromissos, tendo limitados os seus poderes e garantias para uma classe. Ou seja, havia ideia de controle, trazendo já esse germe constitucional. 
Nas constituições liberais a ideia era controlar o poder do Estado, no final do século XIX, no pré-guerra. Era a ideia da limitação de poder, pois eram constituições do Estado moderno, liberalismo, cuja concepção como política econômica era: o Estado só deve controlar as relações sociais, mas não deve se intrometer, ele é só garantidor para que essas relações aconteçam. 
Konrad Hesse em “A força normativa da constituição” parte da ideia de Lassalle sobre a constituição como uma folha de papel, para superar essa ideia de constituição como mero retrato social e tentar atribuir ao texto constitucional força normativa. Kelsen já tinha dito: “a constituição é norma jurídica” – final do século XIX, início do século XX, ele afirmou isso nos estudos sobre teoria de estados que ele escreveu e é exatamente do começo do século XX. Pré-guerra. O Tribunal da Áustria é do início do século XX, que já foi criado com base na teoria da constituição de Kelsen. Então desde o começo do século passado que Kelsen já disse que a Constituição é norma, se a Constituição é norma de natureza jurídica ela tem que ter força normativa. A partir disso a Teoria Constitucional passou a se preocupar com esse objetivo, então uma das grandes preocupações da Teoria Constitucional no começo do século passado era exatamente a caracterização da constituição como um elemento normativo, como força normativa. Até aí a constituição era um documento político. Era um documento político, então tratava de questões políticas: forma de estado, forma de exercício do poder político, forma do surgimento do direito, que é um fenômeno político. Mas é um documento de natureza jurídica.
Canotilho costumava dizer que “a constituição é o estatuto jurídico do político”, quer dizer, é o tratamento do político juridicamente. Então, você juridiciza o político. Então aquela decisão que diz “o Brasil é uma república federativa constituída pela união indissolúvel de estados e municípios”, isso é uma decisão política. O que tem nessa decisão? República – forma de governo – porque somos uma república? Por exemplo, a Inglaterra não é república, mas é um dos países mais democráticos do mundo, ela é monarquia. É só pensar o seguinte: qual é a dupla de república? A gente classifica as formas de governo em República e Monarquia. Qual é a diferença de uma pra outra? A periodicidade e a escolha do governante. Na monarquia usa-se o critério sanguíneo, de descendência, e não há uma alternância, já na república há o voto e a alternância. Mas não há uma relação direta entra democracia e república e democracia e monarquia. Por exemplo, se você perguntar em qualquer lugar qual é a maior democracia do mundo todo mundo vai dizer que é a Inglaterra, mas a Inglaterra é uma monarquia. A espanha é democrata. Não há essa ligação.
Forma de governo: república federativa. Federativa é o que? Forma de estado onde os estados são autônomos. Qual a diferença entre autonomia e soberania? A soberania é o poder de ditar sua organização considerando uma independência no plano internacional. Então, hoje o estado soberano é aquele que pode se dar uma constituição, se organizar. A autonomia é de acordo com a constituição, é uma coisa interna, as autonomias que temos hoje são administrativa que é administrar seus serviços, financeira - arrecadar seus tributos- e política - eleger seus governantes.
Então vamos voltar para o Hesse. Eu só consigo conceber uma jurisdição constitucional se vocês compreenderem e aceitarem que a Constituição possui uma força normativa, porque como é que eu vou trabalhar jurisdicionalmente a imposição de uma norma que não tem capacidade de ser imposta? Porque uma das características da jurisdição é a indeclinabilidade. Quais são as características da jurisdição? Secundária, autônoma, inafastabilidade, indeclinabilidade. 
A Constituição não configura, portanto, apenas expressão de um ser, mas também de um dever ser; ela significa mais do que o simples reflexo das condições fáticas de sua vigência, particularmente as forças sociais e políticas. Graças à pretensão de eficácia, a Constituição procura imprimir ordem e conformação à realidade política e social. Determinada pela realidade social e, ao mesmo tempo, determinante em relação a ela, não se pode definir como fundamental nem a pura normatividade, nem a simples eficácia das condições sócio-políticas e econômicas. (Hesse)
Análise “expressão de um ser”, que teoria é essa sobre a Constituição dentre as clássicas? Sociológica, o fato social é algo que é.
Esse texto diz tudo o que eu quero dizer pra vocês acerca de força normativa da Constituição. Primeiro, a Constituição não é um retrato político do ser, ela é um documento normativo, sendo assim possui um pretensão de dever ser, que é típico do direito. Quando a gente estuda direito a gente aprende que direito é a ciência do ser? Não, que direito é a ciência do dever ser, a ciência do ser é a sociologia, por exemplo, no campo social quem estuda o fato social é a sociologia e não o direito. O direito se incomoda com interações de dever ser, mas é claro que a constituição como documento jurídico ela é uma interação de tudo, de decisões sobre o ser e de decisões de dever ser. 
Quando a constituição diz que “todos são iguais perante a lei” (princípio da igualdade) a constituição está só dizendo que todos são iguais perante a lei? Ela está fazendo um retrato do meio social? Porque no meio social todos são iguais. Ela está dizendo o seguinte: todos são iguais, todos devem ser iguais e porque todos devem ser iguais eu imponho duas coisas, imposição: 1. a todos no plano privado é vedado a discriminação negativa. Todos sabem o que é a discriminação negativa? Vocês sabem que a igualdade é o jogo das desigualdades. Igual não é um jogo onde um é igual ao outro, a igualdade é um jogo da percepção das desigualdades. Então a Constituição veda essa discriminação negativa, falando aqui da igualdade material. Igualdade formal é aquele que diz assim: todos tem que subir pela escada; mas outro é paraplégico, isso é igualdade? Formal, aquela que se contenta em estabelecer uma mesma situação para todos 
A igualdade que nos importa no texto constitucional é a igualdade material, é uma igualdade que leva em conta a necessidade de igualar. Então, discriminação negativa é aquela cujo motivo não justifica a discriminação. Aí você bota aí diversos motivos discriminatórios como gênero, orientação sexual, religiosa, política. Podem justificar em determinados momentos. No plano constitucional essas questões são mais palpáveis. Por exemplo, concurso público, o sexo pode servir de discriminação em concurso público? Pode, pode ser que ele seja um motivo válido para aquela situação. Por exemplo, uma atividade que é realmente compatível com o sexo, com o desempenho da função. Uma das grandes questões hoje no Brasil que é as Forças Armadas, porque só pro sexo masculino é possível e pro feminino não? Isso é um debate que se pode colocar. Não sei se vocês acompanharam um debate no EUA recentemente, em que proibiram transexuais nas Forças Armadas, só que já existem milhares deles lá. Que tipo de discriminação é essa? A Constituição suporta isso? Essa Constituição impõe algum tipo de comportamento? O Princípio da Igualdade impõe que você tem que se comporta assim assado ou não? E ela tem força normativa que é a pretensão de ser ouvida, de ser respeitada, de ser imposta. E à medida que essa força normativa não é atendida se coloca aqui.., não entendi o que o professor disse. A jurisdição constitucional é o conjuntode mecanismos que resguardam a supremacia constitucional.
Vamos voltar à igualdade, que no plano privado corresponde à discriminação negativa e impõe no plano privado e no público uma discriminação positiva. Essa discriminação positiva é mais fácil vermos no plano público quando o governo deve agir, no sentido de promover igualdade. Ex: as ações afirmativas, as que visam realizar a igualdade.
Alguém pergunta: A força normativa da constituição é justamente um reflexo da constituição como norma juridicamente exigível? Exatamente, a ideia por trás da Constituição é também uma ideia de conformação do espaço político. A Constituição não é só resultado do debate político, é também conformar o debate político. A nossa jurisdição constitucional hoje está ganhando conotações, o que a gente precisa discutir, do chamado protagonismo judiciário, porque há um desequilíbrio no exercício das funções do Estado, no Brasil. Na hora que você tem um desequilíbrio este tende a pesar na balança, então você tem nesse desequilíbrio justamente uma atribuição ao poder judiciário de funções que não deveriam ser exercidas por ele. O Poder Judiciário está tendo que tomar decisões políticas que não competiam à ele, e essas decisões políticas são tomadas na jurisdição constitucional. Exatamente numa ação de constitucionalidade, mas se bem que o Supremo já não está respeitando mais nem a ação. Não sei se vocês conhecem esse caso, mas houve um Habeas Corpus.
Observação: a jurisdição constitucional é justamente o exercício precípuo do STF, é claro que o Supremo também exerce outro tipo de jurisdição, como a comum, onde ele julga crimes e outras questões que não tem ligação direta com a supremacia constitucional.
Então, força normativa constitucional todo mundo já pegou a ideia – a constituição é o poder jurídico com força normativa, ou seja, é um documento que pretende condicionar o espaço político, e também o real. Ao mesmo tempo que ela é influenciada pelo real ela influencia o real, essa ideia é básica, sem essa ideia não podemos falar de jurisdição constitucional. Se você disse que a sua constituição é um documento à la Karl Smith, uma mera decisão política e sem normatividade do dever ser jurídico é o mesmo que você dizer que não precisa de jurisdição constitucional. Por quê? Porque eu não posso falar propriamente de uma jurisdição constitucional se eu considerar a constituição um documento meramente político? Porque não haveria como impor isso. Qual seria o campo próprio da decisão constitucional num campo meramente político? Onde é que as decisões constitucionais seriam tomadas? Num debate político, e não num debate judiciário. Eu não sei se vocês sabem, mas é claro que isso muda de país pra país, na Inglaterra quem fazia o controle de constitucionalidade concentrado de normas não era o poder judiciário.
Controle concentrado: é aquele controle de constitucionalidade feito por um tribunal num processo que não tem propriamente uma lide, não tem partes; é algo que vai valer pra todo mundo.
Controle difuso: é aquele dos processos em geral.
Na Inglaterra quem fazia esse controle era a Câmara dos Lordes. Era a Corte Constitucional que era um Comitê da Câmara dos Lordes, que é o órgão legislativo deles. Imagina isso no Brasil. Se o controle de constitucionalidade dos atos fosse feito por uma Comissão do Congresso Nacional? Seria algo complicado. O Tribunal Constitucional Inglês só se separou da Câmara dos Lordes em 2009. Em 2005 fora criada a Corte Constitucional Inglesa numa reforma do Tony Blair, mas só foi instalada em 2009, então só a partir daí que ela começou a ter seus prédios, juízes próprios, lugar de funcionamento, porque até então ela era um Comitê da Câmara dos Lordes. Isso é impensável no Brasil.
Alguns outros conceitos que a gente precisa trabalhar: primeiro o conceito de Supremacia Constitucional, tanto o conceito de supremacia formal quanto o conceito de supremacia matéria da Constituição. O conceito de supremacia formal já é bastante pra dar condição de existência da jurisdição constitucional. O que é conceito de supremacia formal da constituição? É a ideias de que a Constituição é a lei superior, é a lei de maior hierarquia do sistema normativo, pirâmide kelseniana total. No ápice da pirâmide nós temos a Constituição, depois as leis, decretos, regulamentos (e aí quem vai dizer é a própria constituição). Essa lei é válida de acordo com a teoria da pirâmide de Kelsen, quando? Como é que eu sei que ela é válida? Quando está de acordo com a Constituição. Esse decreto é válido quando? Quando está de acordo com a lei, que está de acordo com a Constituição. É o que a gente chama de sistema auto referenciado. A validade formal desse sistema é tomado exatamente pela referencia estabelecida pela própria constituição, então é a constituição quem diz quais são os tipos normativos, quando esses tipos normativos podem ser evitados e como esses tipos normativos podem ser evitados. Em resumo, ela define formalmente o que é direito. Para você saber se uma norma é jurídica no Brasil como você faz? Você tem que olhar na CF, se ela prever orça jurídica pra essa norma.
Alguém diz: essa supremacia hierárquica da Constituição, de acordo com a pirâmide de Kelsen, faz com que essas constituições sejam rígidas porque se elas fossem de fácil alteração talvez teriam uma base muito flexível e cheia de contradições. Seria uma base rígida como a Constituição é hoje no Brasil, você vai ter um ordenamento jurídico mais compacto.
Você pode falar em supremacia formal da constituição tratando de uma constituição flexível? Não. Quer dizer, o que vai definir essa supremacia formal? Se ela é equiparada à lei qualquer lei pode alterar o texto constitucional. Então, a tônica da supremacia formal constitucional, dentro da jurisdição constitucional, é a existência de uma natureza/caráter rígido da Constituição. Então, é preciso que a constituição se coloque em um patamar diferenciado em relação à todo o resto do sistema normativo, ou seja, o que ela tem é supremacia. Incompatível à lei e à constituição quem prevalece? A Constituição. Se há uma incompatibilidade entre uma lei infraconstitucional e a Constituição quem prevalece é a Constituição. É exatamente aonde vamos trabalhar, é o mecanismo que trabalha nesse meio, compatibilização entre o sistema infraconstitucional (normas) e a Constituição. A jurisdição constitucional que nós vamos estudar é o estudo desse mecanismo que faz essa compatibilização entre o sistema constitucional e o infraconstitucional. Ou seja, a garantia da supremacia constitucional.
Tem um caso que muito interessante que é bom para ver a compatibilização de sistema com Constituição, é a Marcha da Maconha, que era uma passeata onde se defendia a legalização do uso da maconha. Varias entidades, religiosas e outras civis, foram ao STF pedir a proibição, de outra parte outras foram pedir uma interpretação conforme o texto penal. O que era isso? Tem um dispositivo no Código Penal que trata de apologia ao crime, então o debate era: a chamada Marcha da Maconha era uma apologia ao crime? 1. Se a resposta fosse positiva ela era algo legal? Legítimo? Poderia acontecer independentemente do direito de liberdade de reunião, de expressão, mas se constituiria crime, pois não existe direito de reunião pra ato criminoso. 2. Se não, ela poderia acontecer normalmente. O Supremo tinha que exercer jurisdição constitucional, ou seja, compatibilização do sistema com o texto constitucional. Alguém lembra qual foi a decisão do STF? O Supremo deu uma interpretação conforme, sem redução de texto, do artigo do Código Penal. Ele disse assim “apologia às drogas continua sendo crime, o artigo do CP não foi tornado inconstitucional pela liberdade de expressão; agora, não se constitui crime, nesse caso específico, porque aqui não se trata de apologia à droga, mas se trata de uma manifestação que requer uma medida legítima, que é a legalização da maconha”, ora, legalizar algo não é uma coisa ilícita, ninguém está dizendo para usar as drogas ilegais, o quese que é tornar aquilo legal para determinados fins.
Quer dizer que o Supremo exerceu jurisdição constitucional, compatibilizou o sistema com a Constituição, garantindo a supremacia constitucional, essas técnicas é que nos interessam, qual a ação é possível mover, qual a técnica que temos que usar, e o Brasil inventou muito isso. Porque a gente tem o sistema americano e o austríaco, o Brasil juntou os dois e hoje em dia já temos um que não é nem a junção dos dois, já é toda um desenvolvimento pátrio específico diferente das características originais do sistema americano e do austríaco.
- Supremacia formal da Constituição – Constituição rígida 
- SUPREMACIA EXPRESSA – Supremacy clause
- SUPREMACIA IMPLÍCITA – decorrendo de:
Rigidez constitucional;
Previsão da posição hierárquica inferior, ou igual, de tratados internacionais;
Previsão de mecanismos de controle de conformidade das demais normas ao texto constitucional;
Estabelecimento de competências normativas pelo texto constitucional;
CANOTILHO: auto primazia normativa
Supremacia da Constituição e jurisdição constitucional: GARANTIA JURISDICIONAL DA CONSTITUIÇÃO – Kelsen. 
A Supremacia formal é justamente a que diz que a Constituição está num plano superior e formalmente ela define a existência do resto do sistema. Quando a gente falar de supremacia material vamos discutir o conteúdo. Quando eu falo que a constituição tem supremacia material eu estou dizendo que ela trata das matérias mais importantes, que são os direitos fundamentais na maior parte dos casos.
Existe diferença hierárquica formal entre as normas constitucionais? Não, a norma constitucional do artigo 1º que traz os princípios e o dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias que diz “que vai se rever o benefício previdenciário do 58 no prazo de 5 anos...”, são normas formalmente constitucionais. O processo de formação foi o mesmo, a decisão política foi a mesma, o ato de instituição foi o mesmo – poder constituinte originário ou derivado. No Brasil não há distinção de hierarquia formal entre normas oriundas de poder constituinte originário e derivado, se eu tiver uma norma oriundo do poder constituinte derivado ou reformador e uma norma originária da CF qual a que vai valer? O poder de reforma tem setenta e tantas emendas, o poder reformador baixa uma Emenda Constitucional, essa EC contraria uma norma originária da CF, qual a que vai valer? Depende que norma originária é essa, por exemplo, o §4 do artigo 60 (cláusula pétrea) a EC será inconstitucional; agora, se não é uma cláusula pétrea haverá uma revogação do texto anterior pelo posterior, isso é uma norma de mesma hierarquia.
Vocês já estudaram conflito de normas constitucionais? Como é que resolve? Ponderação. Essa já é uma técnica que resolve conflito aparente entre normas constitucionais que não se contradizem, na ponderação você vai exatamente mostrar que elas não se contradizem, principalmente nas normas mais abertas, como os princípios. A ponderação é uma técnica de decisão em que você encontra um resultado de compatibilização com o texto constitucional, mas eu não tenho uma relação de contrariedade, por exemplo, direito de intimidade não é contrário ao direito de liberdade de expressão, e são dois que vivem em conflito (colisão de direitos fundamentais) em um caso concreto, não está no plano abstrato da norma, é no caso concreto, e aí você entra com a ponderação para achar uma solução de aplicação. A ideia da ponderação é extrair das normas naquele conflito aparente de colisão o máximo de efetividade possível, então a ideia é aplicar o máximo todas. Depois vamos estudar mais detalhadamente essa questão da ponderação, exatamente porque não se preocupa com a racionalidade delas, o próprio Supremo não faz isso, ele só dia “não é razoável”. Quando eu quero resolver uma coisa digo logo assim “utilizando-se do princípio da razoabilidade aplica-se isso”. O Brasil chegou muito tarde nessa onda da jurisprudência de valores, aí não tivemos como trabalhar isso, de onde as pessoas estão saindo nós ainda estamos presos na armadilha.
A jurisdição constitucional tem validação direta com a supremacia constitucional, só se pode falar em jurisdição constitucional se você considerar uma supremacia constitucional. Kelsen tem um livro chamado “Jurisdição Constitucional”, e ele trata da justiça constitucional exatamente como a garantia jurisdicional da constituição.
Todo mundo tem clareza quando eu falo “jurisdicional”? Existe uma diferença simples quanto ao Estado, executivo, legislativo e jurisdicional. O executivo aplica a constituição? O executivo controla a constitucionalidade das normas em face da Constituição? O administrador público sabendo que uma norma é flagrantemente inconstitucional ele não anula... (não entendi) O legislativo faz controle de constitucionalidade? Sim, inclusive nas Comissões de Constituição e Justiça, quando faz uma norma revogando - a famosa capacidade do Senado Federal de atribuir efeito erga omnes nas decisões do Supremo em sede de recurso extraordinário. Mas aqui nos está interessando aquela parcela de controle da supremacia constitucional que está feita à uma atividade específica do estado, a jurisdicional – atividade secundária, substitutiva, imperativa, de atuação da vontade da lei, no nosso caso a CF, de maneira imparcial pelos órgãos do poder judiciário.
Agora, não 100% dos órgãos do PJ, pois há alguns que não exercer jurisdição, por exemplo, para os que aceitam que a arbitragem é jurisdição, os órgãos da justiça arbitral. Mas o principal exemplo ocorreu recentemente na história do Brasil, o Senado Federal quando julga o presidente pelos crimes de responsabilidade, é uma atividade jurisdicional. Ps.: A justiça militar integra a atividade jurisdicional brasileira, é uma justiça especializada juntamente com a do trabalho e a eleitoral.
Neoconstitucionalismo e normatividade dos princípios: ESTADO CONSTITUCIONAL DO DIREITO NO PÓS GUERRA.
Todo mundo aqui já ouviu falar em neo e transconstitucionalismo. Até agora foi falado num constitucionalismo numa problemática do Direito Constitucional que é a supremacia e força normativa da constituição – um dos grandes problemas do constitucionalismo no início do século passado na transição do estado liberal pro estado social. O que aconteceu nessa passagem? O Estado Liberal era aquele estado que não se intrometia, aquele que servia de garantidor das relações sociais então era um estado com poucas atribuições. Só que esse estado foi vítima do próprio desequilíbrio das relações sociais. O capital, a força capitalista, achatou todas as condições relativas ao trabalho e aí tivemos todo um desenvolvimento de movimentos sociais, que deram origem ao chamado estado de bem-estar social. Qual é a tônica do estado de bem-estar social, em termos constitucionais? Qual foi a grande consequência pro texto constitucional da transição do estado liberal pro estado social? Uma mudança no espectro dos direitos fundamentais garantidos na Constituição. Então, nós tínhamos uma constituição que garantia determinado catálogo de direitos fundamentais e que o Estado respeitava simplesmente se omitindo.
 Com o surgimento dos estados sociais o papel constitucional do Estado mudou. O Estado -organização estatal- tinha um papel de mero garantidor das relações sociais e passou a ter um papel implementador de políticas de qualidade, de políticas sociais. Então, nós trouxemos para dentro da Constituição, educação, trabalho, lazer, os direitos sociais. Hoje em dia os direitos sociais da nossa CF é opressor, não é nem libertador, porque é tanto direito social resguardado na nossa CF que quando você vai pensar na efetividade e na forma de dar efetividade a esses dispositivos, você fica num drama tremendo.
Falando da judicialização do direito à saúde por exemplo. Qual o limite do protagonismo judicial na implementação de políticas públicas sociais? A questão do financiamento, a questão da própria proteção da atividade jurisdicional e os mecanismos econômicos novos para isso.São vários problemas. 
Então, assim, a constituição ganhou um capítulo que mudou o figurino da jurisdição constitucional e dos direitos sociais. Avançamos mais um pouco: I Guerra Mundial > II Guerra Mundial > Declaração dos Direito do Homem e do Cidadão > Constituições do pós-guerra. Ora, qual foi a grande característica das constituições pós II Guerra Mundial? O que aconteceu no neoconstitucionalismo? 3 pontos fundamentais:
1. A Constituição se tornou o centro do sistema jurídico: o neoconstitucionalismo tirou a constituição da periferia e trouxe pro centro do sistema normativo. Todo esse movimento que começou no início do século em declínio ganhou mais força no pós-guerra e serviu pra trazer a Constituição pro centro do sistema normativo. Então a constituição se tornou o elemento legitimador do sistema jurídico. No positivismo pré-guerra o elemento positivador do sistema jurídico era a lei. Qual é a ideia de qualquer positivismo normativo? A legitimação do direito vem da própria norma, agora não é mais só assim, agora a legitimidade do sistema normativo vem de uma lei específica, a Constituição, e essa legitimidade não é mais uma legitimidade meramente formal, mas é uma legitimidade formal e material. O primeiro ponto do neoconstitucionalismo: com a introdução da Constituição dos novos direitos fundamentais, das novas garantias, direitos sociais, transindividuais, a Constituição veio para o centro do sistema jurídico. Existem até alguns doutrinadores que dizem que “nós passamos do estado legislativo de direito no pré-guerra pro estado constitucional de direitos”. Antes das guerras, final do séc. XIX e início do séc. XX, nós vivíamos um estado legislativo de direito, era a lei que dava legitimidade ao direito. Agora, o direito ainda era a lei, mas ele tinha que buscar sua legitimidade em uma lei específica, a Constituição.
2. A normatividade dos princípios: no pós-guerra nós costumamos dividir as regras constitucionais em dois tipos – normas e princípios. Numa primeira ideia você tinha normas jurídicas e princípios, que não eram propriamente normas jurídicas, depois esses princípios passaram a ser chamados de normas programáticas, por exemplo. O que significavam esses princípios? Os princípios eram meras decisões, meros vetores de interpretação, de entendimento, mas não eram propriamente normas jurídicas. Ora, esse tipo de ideia tirava qualquer substância da concepção de Constituição do pós-guerra. Por quê? Nós vimos que as normas que estabelecem direitos fundamentais são normas que adotam a estrutura de princípios. Qual a diferença entre a norma e princípio? Primeiro densidade normativa, os princípios tem menos densidade normativa, as regras tem uma densidade normativa maior; segundo, a função, os princípios não tem a função de reger uma situação em concreto, apesar de fazê-lo, as regras já tem aquela presunção de reger uma situação em concreto, os princípios tem mais a função de estabelecer valores, um valor que vai condicionar a aplicação e interpretação do sistema jurídico. Então, o neoconstitucionalismo trouxe para esses princípios uma normatividade. Como era que Canotilho e Miranda passaram a classificar as normas constitucionais? Normas-regra e normas-princípio. Isso pra deixar bem claro que tanto as regras são normas quanto os princípio também são normas. Então, uma das consequências dessa normatização fundado no direito originário da dignidade é exatamente o conhecimento da natureza de norma jurídica aos princípios. A Constituição diz que é garantido o direito à saúde, isso é uma norma programática, porque quando a constituição diz isso ela diz tudo e não diz nada, o que é típico de uma norma programática. Uma norma programática é uma norma que estabelece um programa. Então ela diz que a saúde é um direito de todos e dever do estado, ela tem que estabelecer um programa pra saúde, como uma política de estado. Agora, como é que esse direito à saúde será implementado? A própria CF tem várias regras para tanto, porem só a CF não é suficiente, precisamos fazer algo extra, como portarias, regulamentos, orientações, enunciados. Aí você precisa de um remédio. Você pode ir ao Judiciário e dizer assim: “senhor juiz me dê um remédio porque que CF me garante direito à saúde”, pode? Pode. Quando a norma estabelece o direito à saúde, ela estabelece o direito que pode ser ativado perante o Poder Judiciário, independente das normas.
Eficácia imediata: o poder judiciário pode aplicar as normas constitucionais direto no texto, então eu pato do texto constitucional para a situação em concreto.
Eficácia mediata: eu não parto do texto constitucional para a situação em concreto. Eu preciso de uma intermediação.
3. Mudança do movimento de interpretação da Constituição: consequência advinda também com o neoconstitucionalismo.
AULA 3 - Letícia
 (O professor ficou revisando a aula passada)
A jurisdição constitucional é todo arcabouço de atividade que controla a compatibilidade de todo o sistema normativo infraconstitucional com sistema normativo constitucional, se a norma pode mudar a constituição não tem compatibilidade.
Qual a pergunta que a gente faz para saber se uma norma é materialmente constitucional? Se aquela matéria deveria ser tratada no âmbito constitucional. Aí você tem que definir aqueles conceitos materiais de constituição, que é saber o que é a constituição pelo seu conteúdo, tem umas matérias que são obvias como o direito fundamental. Dentro do rol de direitos fundamentais a gente sabe o que deveria estar dentro dele ou não, por exemplo: direitos sociais, algumas constituições não tem, como a Portuguesa. A constituição é um documento superior todos tem que ser feitos com base nela, a concordância com a constituição tem quer tanto formal quanto material, se a CF regula uma determinaria matéria dizendo A e a lei infraconstitucional regula dizendo -A, essa lei é inconstitucional materialmente.
A supremacia constitucional é reconhecida nos sistemas rígidos, existe uma clausula chamada supreme clausula (acho que foi isso), as vezes a constituição já vem dizendo que é a norma suprema e tal. Mas, em geral nem precisa dizer isso, primeiro porque tendo uma rigidez constitucional se tem uma supremacia constitucional, segundo por causa da posição hierárquica igual dos tratados internacionais, acontece na nossa. Vocês estudaram o ingresso de tratados internacionais no sistema constitucional brasileiro? Existem três hipóteses:
Ingressa como lei
Ingressa como constituição, na medida que trata de direitos humanos.
Ingressa como norma supralegal, criação jurisprudencial do supremo
Auto primazia da constituição é que a supremacia da constituição decorre da própria constituição. Qual é o fundamento de validade da constituição? A teoria de Kelsen é a norma hipotética fundamental que seria uma norma metafisica, para ele o direito vai até aqui.
No plano da jurisdição constitucional a existência de um núcleo imutável tem uma consequência importantíssima que é estabelecer o controle também inclusive em face de normas constitucionais. Todas as normas constitucionais têm a mesma hierarquia, norma de menor hierarquia não pode alterar norma constitucional que é de maior hierarquia.
O que autoriza existir uma constituição? É a própria CF que lhe dar primazia, não existe uma norma antes. O que autorizou em 1988 a assembleia, na verdade um ano e meio antes você criar uma assembleia nacional constituinte para criar uma constituição no Brasil? Isso é um debate de natureza política, não confundir fundamento de validade com supremacia da CF, a norma hipotética fundamental é o fundamento de validade. Uma lei é válida porque a CF diz como ela deve ser feita, agora uma constituição é válida por que? Uma pergunta que pode ser respondida pela norma hipotética fundamental. Quando Canotilho fala em auto primazia, significa que a supremacia da constituição decorre da própria constituição, porque ela tem uma clausula de supremacia ou porque ela estabelece as coisas de acordo com parâmetros constitucionais. É tanto queKelsen diz que enquanto jurista só interessa até a constituição.
Quem é o titular do poder político? O povo, é esse poder que cria os estados, que estabelece as funções do estado. Só que o poder político é exercido diretamente pelo povo? Depende. Porque tem o plebiscito, reverendo, mas em regra ele é exercido de forma representativa, a CF que diz que ele é exercido de forma representativa, quem autorizou a constituição dizer isso? Aí quem vem por exemplo a teoria contratualista, dizendo que é uma espécie de contrato social onde eu abro mão de exercer diretamente esse poder em favor do estado, poderia ser outra teoria também.
Quando eu falo de justiça constitucional eu estou falando exatamente do sistema criado pela própria constituição para controlar a compatibilidade das normas infraconstitucionais com o texto constitucional, com o objetivo de resguardar a supremacia constitucional.
Vocês vão encontrar nos livros falando sobre justiça constitucional, jurisdição constitucional e de processo constitucional, muitas vezes até fazendo uma confusão, mas não há confusão entre eles cada um deles tem um conteúdo. Jurisdição vocês já estudaram em teoria geral, é uma das funções do estado, este exerce precipuamente três funções, quais são elas? Executiva, Legislativa e Jurisdicional. Então quando a gente fala em jurisdição constitucional nós estamos tratando da função, da atividade que constitui objeto da justiça constitucional, a jurisdição constitucional é a atividade de controle de compatibilidade das normas infraconstitucionais com o texto constitucional garantindo a supremacia constitucional. Já a justiça é mais ampla, quando eu falo em justiça eu falo não só da atividade, mas eu estou falando do conjunto de instituições e técnicas, na justiça constitucional falo de tudo, dos órgãos, das ações, dos mecanismos, da técnica, tudo. Quando falo de jurisdição constitucional aí eu estou falando da atividade propriamente dita, o que nos interessa aqui é sair de justiça para jurisdição.
A jurisdição passou de mera aplicadora da lei para realizar uma atividade criativa, se aproximando da atividade legislativa, isso é muito claro na jurisdição constitucional. Hoje em dia todo juiz entende eu a aplicação da norma ao caso concreto é uma atividade criativa.
Processo constitucional, a atividade jurisdicional é exercida por meio de um processo, o processo é desde o arquivo até a relação jurídica, mas aqui o que nos interessa é a relação de atos praticados com uma finalidade que é a concepção de processo como mecanismo de atuação jurisdicional. O conjunto de atos jurisdicionais que tem por finalidade o exercício da jurisdição constitucional, esse é o processo constitucional que nos interessa, ou seja, que tem por finalidade o controle da constitucionalidade. A constituição tem diversas posições sobre processo, ampla defesa, contraditório, tudo isso são disposições de processo constitucional (parece que o professor mostrou um quadro sobre isso).
No âmbito mais restrito você tem o processo de controle de constitucionalidade, a CF tem várias regras sobre processo, regras gerais que tratam de processo como um todo, tem especificações de ações constitucionais que não se referem ao controle de constitucionalidade e regras sobre a jurisdição constitucional do controle de constitucionalidade. Quais que vamos estudar? As regras de controle de constitucionalidade.
Quem é o guardião da supremacia constitucional? A resposta dela em alguns momentos é relativamente simples, mas é uma resposta que nos leva a muitos questionamentos. Primeiro o seguinte, o próprio surgimento do controle de constitucionalidade propriamente, nós já vimos que a existência de uma justiça constitucional é uma consequência lógica da supremacia constitucional no âmbito formal.
O controle de constitucionalidade na Inglaterra era feito pela corte constitucional que integra o parlamento, comitê da câmara dos lordes, era o próprio legislativo que controlava a constitucionalidade das normas do sistema inglês. Em 2005 houve uma reforma iniciada pelo primeiro ministro Tony Blaier que desligou a corte suprema do parlamento. Já as colônias americanas queriam se desvincular inclusive da noção de supremacia do parlamento, quando a constituição da Filadélfia foi feita baseou-se nas teorias contratualistas para dizer que a supremacia decorre do povo. 
Quem tem legitimidade para exercer esse controle da constituição? Vamos falar da legitimidade do poder Judiciário de exercer esse controle, ou seja, legitimidade da existência de uma justiça constitucional. É possível que essa legitimidade seja política, a França não tinha controle de constitucionalidade do tribunal constitucional até 15 anos atrás, era feito pelo poder legislativo, depois que foi criada a corte constitucional francesa. Hoje em dia a quase totalidade dos países tem controle de constitucionalidade. Qual a legitimidade dessa existência da justiça constitucional, uma vez que não compete ao judiciário a atividade legislativa? O desenvolvimento da justiça constitucional se deu principalmente no começo do século XX, lembrando que no século XIX surgiu o controle de constitucionalidade nos EUA, mas o incremento na Europa continental da noção de controle judicial de constitucionalidade começou a partir do tribunal constitucional Austríaco em 1920. A grande maioria dos países adotou o controle de constitucionalidade no modelo austríaco. O problema do controle difuso é em relação a uniformização dos precedentes, na medida que, cada juiz diz uma coisa, isso não acontece nos EUA por causa do sistema de precedentes americano, tanto nos EUA quanto na Inglaterra esse problema não atinge por causa do sistema de precedentes que eles têm. O código de 2015 quer criar no Brasil o sistema de precedentes, mas nós nunca nem teorizamos sobre o sistema de antecedentes. 
As críticas que ocorrem a respeito de uma justiça constitucional advêm da separação de poderes, países onde a separação de poderes é mais rígida a tendência é ter uma justiça constitucional mais fraca ou mesmo não ter. Kelsen dizia que o juiz do tribunal constitucional é o famoso legislador negativo, como por exemplo, na anulação de uma lei.
Controle de constitucionalidade é você controlar compatibilidade das normas infraconstitucionais com as normas constitucionais, já a justiça constitucional é todo o complexo de órgãos, procedimentos, técnicas, utilizadas na pelo judiciário para fazer o controle de constitucionalidade. Mas o controle de constitucionalidade não necessariamente é judicial, o Presidente da República pode exercer o controle de constitucionalidade, quando o congresso manda uma lei, ele pode não sancionar por questão de inconstitucionalidade. Na época que eu estudava teoria do ato administrativo, conceito do ato discricionário, é o ato o qual sua pratica depende de conveniência e oportunidade da administração e o poder judiciário não pode exercer o controle , só que atualmente você faz o controle, isso foi mudando não tem muito tempo com a teoria do abuso de poder, excesso de poder e agora a proporcionalidade.
Aula 4- Marina
Nós estamos estudando qual a legitimidade de uma justiça constitucional, isso suscita logo de imediato uma pergunta: quem deve ser o guardião da Supremacia da Constituição. Basta eu dizer pra vocês o seguinte: que apesar de a gente já estar acostumado, principalmente no brasil, com a tutela judicial da constituição, vendo o STF tratando da justiça constitucional, em primeira instancia, em grau de apelação, tribunais superiores tratarem de justiça constitucional. Não há nenhum espanto para nós quando falamos de justiça constitucional. Às vezes as decisões nos dão um grande susto, nos assustamos muito mais quando questionamos sobre até onde essa justiça pode ir do que propriamente a existência dessa justiça, a existência de um controle de constitucionalidade de uma tutela da Constituição pelo poder judiciário. Mas isso é uma pergunta que se é uma resposta tranquila para nós hoje, não é tão tranquila em outros países,pois depende de pressupostos ideológicos. Historicamente é muito recente essa resposta, sendo que a primeira resposta positiva que tivemos quanto a isso foi dado nos EUA, com a criação do famoso controle difuso de constitucionalidade no século 19, no caso Marbury x Madison. A segunda grande resposta, em 1920, decisão da Áustria, criação do controle concentrado no Tribunal Constitucional. Desde sempre teve a pergunta de: quem deverá tutelar a Constituição? 
A noção de separação de poderes é essencial para essa resposta. Por que eu admito ou não uma atividade do judiciário de controle da atividade pelo poder, vai depender da minha concepção de separação de poderes a “largura” do controle, o famoso “checks and balance”. Contextualização: Vamos tomar 2 paralelos: França e EUA. Quem foi que instituiu primeiro o controle de constitucionalidade? EUA, o difuso. A França sempre foi um pais atrasado em relação as questões de constitucionalidade por que é herdeira da cultura revolucionária burguesa, da revolução francesa, que foi justamente um dos pontos a desconfiança que a França tinha em relação aos magistrados, como um poder franco, cuja única finalidade era executar a lei, dizer o que a lei já diz, atividade meramente de aplicação neutra da lei. Esse tipo de concepção não permitiu na Europa Continental (França, Itália, etc) um controle de constitucionalidade (era um monarca). 
A revolução gloriosa estabeleceu na Inglaterra uma doutrina chamada da “superioridade do parlamento”, que na verdade era a ultima instância, estabelecendo o enfraquecimento o poder executivo, principalmente o monarca. Pra França enfraquecer e estabelecer isso também teve que fazer a revolução. A Inglaterra fez uma revolução mais “tranquila”, a ultima palavra que antes era do monarca, agora era do parlamento. Então tínhamos um poder judiciário fraco também. Nos EUA, depois da independência, as 13 colônias formaram uma federação, no documento da Constituição, que está vigente até hoje. Nessa Constituição, trouxe uma cláusula “supremacy clause”, uma cláusula de supremacia da Constituição, esse artigo dizia: “a Constituição é a lei suprema”, fixava as bases de um verdadeiro Estado constitucional de Direito. Estavam formadas todas as bases do sistema de hegemonia constitucional: Constituição escrita, supremacia dessa Constituição (poder normativo da Constituição), delegação de poder. E disso surgiu o primeiro grande sistema de controle de constitucionalidade. Vou dar um pulo, vamos tratar desses temas de controle de constitucionalidade.
*slide * Justiça constitucional – modelo americano. 
The federalist papers (1787 -1788)
“Surgiram algumas dúvidas sobre o direito dos tribunais de declarar nulos atos legislativos por serem contrários à Constituição (...)
Não há afirmação baseada em princípios mais claros que a de declarar nulos os atos de uma autoridade delegada que contrariam o conteúdo da delegação dada. Assim sendo nenhum ato legislativo pode ser válido se contrariar a Constituição. (art. 78, Alexander Hamilton, 1788)
SINTESE: (a) a Constituição estatui limitações à atividade legislativa, não sendo adequado que o Legislativo seja “juiz” de suas próprias limitações; (b) a interpretação das leis é função específica dos juízes, razão pela qual é natural que lhes seja atribuída a função de interpretar a Constituição; (c) o Judiciário, pela própria natureza de suas funções, por não dispor nem da “espada” nem do “tesouro”, é o ramo menos perigoso (“the least dangerous branch”) do poder para proteger os direitos previstos na Constituição. (Marmelstein)
CF EUA criou a Suprema Corte (art. III, 1), mas não previu expressamente, entre suas competências, à possibilidade de declarar uma lei inconstitucional. *slide*
O leading caso do sistema de constitucionalidade foi o Marbury vs Madison. Antes, em outros casos da justiça americana, já vinham “acenando” pro controle difuso. Este controle criado neste caso é uma resposta pragmática a uma questão prática-pragmática, o texto da decisão não se recorre sequer a teoria dos direitos fundamentais, não se precisou de uma teorização muito grande. Contextualização do caso Marbury vs Madison: Nesse caso (acompanhando com o slide). O Marshall era secretário de Estado do presidente Adams, que no final de seu governo, mudaram os membros do supremo tribunal e criaram vários cargos na magistratura. Com que objetivo? Indicar vários membros, e para que o presidente depois (que era do partido contrário) não tivesse a chance de indicar membros para o supremo tribunal federal americano. Vários foram nomeados, inclusive o Marbury, que ficou como juiz de paz , só que no final do governo o Marshall não teve tempo suficiente para entregar os diplomas de nomeação aos cargos, entre ele o de juiz de paz. Então não se considerava, segundo a lei americana, a nomeação, que se aperfeiçoa na entrega do diploma. O Marshall foi indicado ao supremo tribunal federal (cargo vitalício), e ai houve a mudança de governo entrou o Jefferson, e o secretário era o Madison. O Jefferson indicou a Madison que “brecasse” as nomeações feitas no final do governo Adams, que entre eles estava Marbury (que ainda não tinha recebido o diploma). O Marbury vai ao Supremo com o writ of mandamus, que seria equilavalente pra gente ao mandado de segurança, pedindo ordem ao tribunal que determinasse ao Madison a sua nomeação como juiz de Paz. O próprio Marshall, presidente da corte capitaneou e decidiu o julgamento frente a omissão de um ato que ele mesmo fora responsável. 
* slide * Na eleição presidencial dos EUA de 1800, Thomas Jefferson derrotou John Adams. Após a derrota, John Adams resolveu nomear vários juízes em cargos federais, para manter certo controle sobre o Estado. Entre eles se encontrava William Marbury, nomeado Juiz de Paz. O secretário de justiça de John Adams, John Marshall, devido ao curto espaço de tempo, não entregou o diploma de nomeação a Marbury. Nota-se que Adams nomeou seu secretário de Justiça como futuro Presidente da Suprema Corte.
Já com Jefferson presidente, o novo secretário de justiça - James Madison- se negou, a pedido de Jefferson, a intitular Marbury. Marbury apresentou um writ of mandamus perante a Suprema Corte Norte-Americana exigindo a entrega do diploma. O processo foi relatado pelo Presidente da Suprema Corte, Juiz John Marshall, em 1803 e concluiu que a lei federal que dava competência originária à Suprema Corte para emitir mandamus em tais casos contrariava a Constituição Federal que só lhe reconhecia competência de apelação nos casos não indicados por ela mesma como de competência originária. Como a lei que dava competência a Suprema Corte era inconstitucional, não cabia à Suprema Corte decidir o pedido do mandamus. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Marbury_contra_Madison) *slide*
Se concluiu que a corte decidiu que era possível o mandado de segurança (writ of mandamus), a via mandamental. Segundo, decidiram que havia o direito de nomeação, e terceiro, decidiram que a corte não podia determinar a condução ao cargo. Por que? Aí que a tá a questão da inconstitucionaliade: segundo a corte, as competências do supremo tribunal federal dos EUA estavam enumerados na Constituição da república. A competência que dava ao supremo a capacidade de determinar uma ordem dessa não tava na Constituição, tava numa lei, e essa lei era contraria a Constituição. Então o supremo não poderia exprimir a ordem por que essa lei que fundamentava a lei era inconstitucional. Reconheceu a inconstitucionalidade da lei naquele caso concreto e o supremo deixou de determinar a condução do Marbury ao cargo de juiz de paz. Foi uma decisão inteligente do Marshall pra nem retirar a autoridade da corte do supremo, e muito menos privilegiar a decisão do novo governo. Botei uma parte da decisão que achei importante (o professor foi tecendo comentários- negrito): 
slide * “A questão de saber se um ato contrário à Constituição pode se tornar lei do país é de grande interesse para os Estados Unidos, mas felizmente sua dificuldadenão é proporcional ao seu interesse. Para decidir parece ser suficiente reconhecer alguns princípios firmemente estabelecidos há muito tempo. Ficou mais fácil para os americanos pensar num controle de constitucionalidade, o que seria dificílimo no Brasil, já que a primeira Constituição do império foi em 1824 e não tinha controle de constitucionalidade. Não tinha nem poder moderador. O debate é no dia a dia sobre a constitucionalidade. Só tem 88 se estabeleceu o sistema de controle que temos hoje. Essa afirmativa do Marshall é algo que me preocupa por que parece que não é a visão de muitos doutrinadores constitucionais, por que olhem “o problema é de grande interesse” só que isso é inversamente proporcional a dificuldade (a solução é fácil). 
O fato que o povo possui um direito originário de estabelecer para seu futuro governo os princípios que, em sua opinião, são os mais propícios para sua felicidade é base sobre a qual foi edificado todo o empreendimento americano. Reconhecendo que o titular do poder politico é o povo, e o titular da forma de exercício desse poder é o próprio povo.
 O exercício desse direito originário demanda grandes esforços e não pode, nem deve, repetir-se frequentemente. Estamos na emenda noventa e pouco no Brasil. A percepção do constitucionalismo americano nessa época é totalmente diferente da nossa vivencia constitucional. “O exercício desse poder pelo povo é de grande esforço e não pode ser desrespeitado”. No brasil, já tivemos várias Constituições. Os princípios estabelecidos dessa forma são considerados fundamentais. E como procedem de uma autoridade que é suprema e atua raramente são destinados a ser permanentes. 
Essa vontade, originária e suprema organiza o governo e atribui a cada ramo de poder seus respectivos poderes. Pode parar aqui ou estabelecer certos limites que esses ramos não podem ultrapassar. Existe uma ideia da Constituição (documento escrito), de supremacia e titularidade do poder politico e de DELEGAÇÃO desse poder. Esses três parâmetros são essenciais pro controle de constitucionalidade. Você vai controlar se a ação dos diversos poderes esta no limite da delegação contida no texto constitucional. São as bases teóricas do controle. Se há uma delegação, temos que ver quem vai controlar. 
O governo dos Estado Unidos segue o segundo caminho. Os poderes do Legislativo são definidos e limitados; para que esses limites não sejam mal compreendidos ou esquecidos, a Constituição é escrita. Por que limitar os poderes e ficar por escrito a limitação, se os limites podem a qualquer instante ser ignorados por aqueles que deveriam sofrer a restrição? A distinção entre governos com poderes limitados e ilimitados seria abolida se tais limites não vinculassem as pessoas às quais se endereçam e se fossem igualmente permitidos os atos proibidos e os permitidos. É óbvio e incontestável que a Constituição censura qualquer ato legislativo contrário a ela. Se não, o Legislativo pode alterar a Constituição mediante a lei ordinária.
Não há meio caminho entre essas alternativas. Ou a Constituição é uma lei superior, direito supremo, imodificável com meios ordinários, ou se situa no nível dos atos legislativos ordinários e, tal como os demais atos, pode ser modificada se o Legislativo assim desejar. Ou seja, a supremacia constitucional está ligada ao seu caráter rígido. Ou a Constituição é suprema/rígida ou é flexível (e aí tudo se resolve na via legislativa), que não é o caso do Brasil. 
Se for correta a primeira resposta, então um ato legislativo que contraria a Constituição não é direito; se a segunda for verdadeira, então as Constituições escritas são tentativas absurdas do povo para limitar um poder por natureza ilimitado. Resumiu tudo que eu venho falando pra vocês nas aulas anteriores. Aquele ato que for contra a Constituição, é ato fora da delegação. Da mesma forma que no direito administrativo, quando se age fora dos limites delegados, aquele ato é abusivo e invalidado. Quando ele fala que é uma tentativa absurda de limitar um poder ilimitado, se refere ao legislativo.
Certamente todos aqueles que elaboraram Constituições escritas consideravam-nas lei fundamental e suprema da nação. Consequentemente, a teoria de todos os governos desse tipo deve ser que um ato do Legislativo contrário à Constituição é nulo. Essa teoria está fundamentalmente relacionada à Constituição escrita. Por isso, deve ser considerada por essa Corte um dos princípios fundamentais de nossa sociedade. Não devemos, portanto, perdê-la de vista na continuação de nossa pesquisa. Essa parte de um ato do legislativo nulo. Qual é aspecto funcional do controle de constitucionalidade ou qual é um efeito de uma inconstitucionalidade? Invalidação da norma, mas como? (vocês vão ver que existem teorias que diferenciam ato nulo de anulável). A nulidade absoluta é simplesmente declarada (sentença declaratória) e retroage –ex tunc- (só a declaratória retroage) e esse é o sistema americano. No sistema austríaco, a ideia de Kelsen era anulabilidade, a eficácia sentencial é constitutiva negativa, ela cria, extingue ou modifica uma relação jurídica material e tem efeitos prospectivos (pra frente). Aqui no brasil o supremo que decide os efeitos, ele vai modular os efeitos, podem ser pra frente e pra trás, e limitado no que se refere a retroação dos efeitos. Se ele decide uma questão (de tributos, por ex) e diz que “tem efeito a partir de hoje” ele não ta vendo as questões jurídicas, e sim outras questões, não propriamente jurídicas. 
Se um ato do Legislativo contrário à Constituição é nulo, podemos considerar que vincula as Cortes que são obrigadas a implementá-lo, apesar de sua invalidade? (papel do judiciário) Em outras palavras, será que, apesar de não ser direito, é uma regra que opera como se fosse direito? Para dirimir isso devemos ignorar, na prática tudo aquilo que foi estabelecido na teoria. Isso parece tão absurdo que não é necessário discutir mais. Devemos, porém, fazer uma análise mais cuidadosa. 
Constitui enfaticamente tarefa e dever do Poder Judiciário dizer que é o direito. Aqueles que aplicam a norma aos casos concretos devem necessariamente expor e interpretar a norma. A grande característica do sistema americano: tomou em consideração o caso em concreto. O sistema de precedentes trabalha com os precedentes em concreto. Não pressupõe exame logico, abstrato de normas. Você discute a constitucionalidade de uma norma para verificar a existência de um direito em concreto. Por via de exceção. Não move uma ação direta de constitucionalidade que nem no brasil. No controle difuso você busca a tutela de um direito subjetivo e um dos seus fundamentos é a (in) constitucionalidade da norma, diferente do controle concentrado, que a constitucionalidade é o próprio pedido. Você pressupõe o caso em concreto. 
Quando a gente fala em controle objetivo: ele não tem partes propriamente (quem são partes no direito processual? Como se verifica legitimidade pra integrar a relação jurídica processual/ pra ser autor e réu? Tem que se verificar a natureza da relação material. Quando se fala de uma ADI, vocês tem legitimados constitucionalmente. O que vai se discutir é se aquela norma é compatível com a Constituição, e não se discute um direito. Ate se discute direito numa ADPF, mas numa ADI, numa interventiva, não. Mas isso nos EUA era inconcebível na época, por que o sistema deles é o de precedentes. 
Se duas leis entram em conflito entre si, as Cortes devem decidir sobre a aplicabilidade de cada uma. Se uma lei contraria a Constituição, e tanto a lei como a Constituição forem aplicáveis no caso concreto, então, a Corte deve decidir o caso conforme a lei, desconsiderando a Constituição, ou conforme a Constituição, desconsiderando a lei. A Corte deve determinar qual entre as normas conflitantes regula o caso. Essa é a verdadeira essência do ofício do juiz. O juiz tem 2 opções: ou aplica a lei ou a Constituição (quando elas se contradizem). O juiz tem a Constituição e a lei, oque ele faz? 
Se as Cortes devemrespeitar a Constituição, e a Constituição é superior a qualquer ato ordinário do Legislativo, é a Constituição, e não o ato ordinário, que deve regular o caso no qual ambos se aplicam. Nunca conseguiram, depois de 3 tentativas de desmerecer essa decisão, por que ela simplesmente diz o obvio a partir dos pressupostos fixados na Constituição. Se eu tenho uma Constituição escrita, rígida, normativa, suprema, e tenho um p. judiciário que tem que aplicar a Constituição e a lei, um momento o judiciário vai tá na seguinte situação: ou a Constituição ou a lei. Isso foi possível nos EUA por que lá é o sistema do common law, por que a atividade do juiz era criadora, nunca foi diferente.”
Questões do professor na apresentação: Qual a visão exposta por Marshall sobre o princípio da separação dos poderes? Que argumentos Marshall elenca para fazer a defesa do controle judicial de constitucionalidade? Ele é convincente? Para ele, de onde vem a “vontade suprema” que organiza o governo e estabelece os poderes e seus limites? Qual o significado e a relevância da Constituição ser escrita? Qual a essência da obrigação do poder judiciário? (SUGESTÃO de texto acerca dos antecedentes jurisprudenciais ao caso 	Marbury	vs 	Madison: http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/520000/001063213.pdf?sequence=1)
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO MODELO AMERICANO:
- ASPECTOS:
•	SUBJETIVO: todos os juízes
•	MODAL (forma); via incidental
•	FUNCIONAL (efeitos): decisão declaratória/ NULIDADE/ ex tunc
Concluindo sobre o sistema, resumindo as características do sistema americano: subjetivo; todos os juízes são juízes constitucionais (delegado a todos); pelo aspecto modal ou forma é pela via incidental (ou via de exceção ou defesa) e não pela principal (dentro de um processo em que está se discutindo direito, aquela questão de constitucionalidade vira um incidente daquele processo, e ali é desistido, no direito do caso concreto). Ex: eu entro com uma de procedimento comum cujo objetivo é anular um lançamento tributário. Eu alego como causa de pedir a inconstitucionalidade da norma criadora do tributo. O dispositivo dessa sentença cai declarar a cobrança do tributo legítima ou não. A questão da constitucionalidade da norma é um fundamento da ação, uma questão prévia. O objeto da ação é legitimidade ou não do lançamento tributário/da relação jurídica tributária. Imaginem, tem um recurso dessa ação e o Tribunal precisa decidir sobre a constitucionalidade ou não dessa norma, ai você tem o incidente onde o pleno do tribunal vai decidir sobre essa norma pra depois decidir o tributo. Quando chegar no STF, é a mesma coisa. 
O que diferencia o modelo austríaco do americano? A essência é basicamente a mesma: a existência de um Constituição normativa, rígida, escrita e necessidade de um controle de constitucionalidade. Nem todos os países, como os EUA, tinha essa condição de common law pra atribuir isso para todos os juízes. O controle de precedentes controla a uniformização. Mas quando você tem a possibilidade de aplicar a todos os juízes a tendência surgir decisões das mais variadas possíveis. Então você precisa de um elemento que uniformize as decisões. Daí surge um órgão de controle de constitucionalidade específico, que Kelsen chamou de tribunal constitucional. A teoria de Kelsen já vem com algo mais rígido, por que ele não poderia naquele momento estabelecer uma teoria que diria que os juízes poderiam pura e simplesmente desconsiderar atos legislativos (por causa da separação de poderes), então "vamos criar um órgão que tenha essa competência". A ideia, de Kelsen essa superar as limitações que nos EUA não houve (permitiu que seus juízes, pela atividade jurisdicional, decidissem sobre a lei). Só agora que a França, em 2008, estabeleceu um controle repressivo de constitucionalidade, posterior a lei. A Inglaterra não tem controle propriamente um controle, antes tinha da Câmara dos Lordes, e não um órgão legislativo. Então era difícil ver os juízes controlando os atos do poder legislativo.
PRINCIPAIS ASPECTOS DO MODELO AUSTRÍACO:
- SUBJETIVO: Tribunal Constitucional
- MODAL (forma); via principal
- FUNCIONAL (efeitos): decisão constitutiva/ ANULABILIDADE/ ex nunc
Na ideia originária de Kelsen, esse tribunal constitucional exercia o poder de legislador negativo, com função limitada (Kelsen não lidou para que esse tribunal exercesse função constitucional, no livro ele fala “o tribunal não age para solucionar um conflito concreto, então ele não exerce propriamente atividade jurisdicional”, por que naquela época, a atividade jurisdicional se limitava a solução de litígio no caso concreto (lide). Lidava com uma atividade particular: exame da contabilidade lógica entre a lei a Constituição. Ou seja, exame OBJETIVO, e não subjetivo. Eu não examino a norma em face de sujeito. Eu examino a norma em abstrato em face do padrão constitucional em abstrato (que é o que se faz numa ADI, ADC).Então o tribunal constitucional exerceria função de legislador negativo. 
Só teria uma finalidade: reconhecer a inconstitucionalidade da norma. Seriam decisões constitutivas negativas, e não decisões declaratórias. Portanto, com efeitos ex nunc. Esse era um sistema que atendia melhor a Europa Continental, tanto que se espalhou por toda Europa Continental, tanto que a maioria adotou o sistema de controle de constitucionalidade no modelo austríaco, com a criação de um tribunal. Uma inspiração pro nosso controle. A Alemanha, por exemplo, fez várias modificações em relação ao modelo austríaco. As decisões da corte alemã eram decisões declaratórias, ex tunc, e não como a austríaca. 
Traçando um paralelo: no aspecto subjetivo, nosso modelo concentrado, é exercido por um único órgão, o Tribunal Constitucional. Quanto a forma: via principal (não é mais uma via incidental). EX: quando eu entro com uma ADI, qual meu pedido? Reconhecimento da inconstitucionalidade da norma. 
Alguém fala: Quando eu falo do controle difuso, aquela decisão só pode se aplicar ao meu caso, no caso poderia entrar com outras ações (não entendi o resto). Lino: quanto a essa questão, nessa época dos modelos ainda não eram muito estudadas. Só que quando formos examinar as decisões dos controles, vamos ver que as decisões do controle difuso são tomada entre partes especificas, elas produzem eficácia inter partes, e no concentrado se tem eficácia erga omnes, mas hoje temos vários mecanismos para dar eficácia erga omnes para as decisões do controle difuso (que vamos estudar também), como repercussão geral, suspensão da lei declarada inconstitucional pelo Senado Federal, etc. Mas você ta certinha!! Originalmente as decisões do controle difuso só produzem eficácia inter partes. Por que eu não botei isso no modelo americano? Isso é um dos grandes problemas do difuso, não pros EUA, mas é nosso grande problema, por que ele só produz eficácia inter partes. Então vc ficava com um bando de decisão sobre inconstitucionalidade e a lei continuando a ser aplicada de qualquer forma, que alias acontece muito aqui, enquanto você não consegue dar efeito vinculante a essa decisão. Mas nos EUA isso se resolve pelo sistema de precedentes de lá. “Ah, uma decisão no caso em concreto nos EUA tecnicamente produziria efeitos inter partes”, mas lá no sistema de precedentes não, por que quando um precedente é firmado na Corte, todos os atendem ao sistema de precedentes. Então é por isso que os EUA nunca teve necessidade especifica, eles já tem hoje em dia alguns incidentes que leva a questão direta pra Corte Suprema, mas isso não foi um problema tremendo no início, mas que foi um problema pro Brasil. Tanto que o Brasil teve que resolver esse problema fazendo um sistema híbrido. Por que no Brasil a decisão do controle difuso só produz efeitos inter partes mesmo! Claro, se ela vai numa repercussão geral, produz efeitos erga omnes, se suspende a execução da lei pelo Senado, a decisão do Senado que produz efeitos erga omnes. Decisão meramente constitutiva, anulabilidade e, portanto, com efeitos ex

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