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Universidade Estadual do Piauí Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA Curso de Direito Disciplina: Economia Política Professor: Marcius Medson C. de Sousa Monitor: João Pedro M. de Sousa Resumo esquemático do livro História das Doutrinas Econômicas, de Paul Hugon (1980) Referência: HUGON, Paul. História das Doutrinas Econômicas. 14.ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 1980. PARTE 2 1. Mercantilismo (AULA 05/04/2018) Contexto: ▪ Renascimento cultural e intensificação das relações comerciais entre Ocidente e Oriente ▪ Imposição do progresso: melhorias nas estradas, surgimento da imprensa, emerge o espírito de empreender do indivíduo ▪ Desenvolvimento do ideal de bem-estar, de consumo, de luxo → prenúncio do progresso econômico sob várias óticas ▪ A necessidade de viver melhor e de desenvolver implicou um poderoso esforço de produção ▪ Reformas religiosas: calvinistas e puritanos anglo-saxões → valorização do trabalho e aproximação do espírito capitalista ▪ Centralização monárquica tomando lugar dos pequenos núcleos familiares- feudais → fenômeno generalizado pela Europa (exceções: Alemanha e Itália) ▪ Ascensão da burguesia como força política e econômica ▪ Grandes Navegações: descoberta da América Desenvolvimento de ideias notáveis sobre a moeda Século XVI: considerável afluxo de metais preciosos para a Europa em decorrência da descoberta de minas auríferas na América Consequência: INFLAÇÃO → rápida e alta nos preços Inflação no padrão-ouro: ↑ ouro; ↓ valor do ouro; ↑ inflação; ↑ preços O MERCANTILISMO NÃO CONFIGUROU UMA ESCOLA ECONÔMICA!! François Quesnay enxergou a NAÇÃO como um “ORGANISMO ECONÔMICO” 1.1. A ideia metalista Tal ideia defendia que a prosperidade nacional estava diretamente relacionada à quantidade de metais preciosos que as nações possuíam. Acumulá-los, portanto, as levaria à prosperidade Riqueza = quantidade de ouro 3 fundamentos da ideia metalista: 1°) associa à ideia de moeda a riqueza; 2°) durabilidade da riqueza metálica; 3°) oriundo da necessidade de dinheiro para a guerra 1.2. Os sistemas mercantilistas 1.2.1. Forma Espanhola/Bulionista/Metalista Mais rudimentar/1° forma de metalismo/Intervencionista Impediam que o metal saísse do país “Balança de contratos”: controle sobre contratos comerciais assinados entre nacionais e estrangeiros 1.2.2. Forma Francesa/Industrialista/Colbertismo (oriundo de Jean-Baptiste Colbert) Objetivo: aumentar os estoques monetários Empecilho: falta de fontes diretas de metais preciosos (COLÔNIAS) Solução: Fomento à indústria (em sentido específico; leia-se, portanto, agricultura) Adoção de uma política demográfica populacionista → numerosa população seria favorável à produção (criticado doravante por Thomas Malthus) Acentuada ingerência do Estado na produção e, consequentemente, no consumo 1.2.3. Forma Inglesa/Comercialista Inglaterra: grande potência marítima Revogação da proibição da saída de metais precioso do país Expansão mercantilista inicial irrisória devido ao estado de guerra constante na Inglaterra no início da Idade Moderna (Exemplo: guerra das duas rosas) 1.2.4. Forma Alemã/Cameralismo Alemanha: existência de vários pequenos principados, não havendo unificação até 1870 Paternalismo político Pufendorf: autoridade direta e inalienável do Estado sobre o povo. Subordinação dos interesses individuais aos da coletividade Defesa da centralização industrial 1.2.5. Forma Fiduciária (Fidúcia: s.f. confiante, ousado) Representantes: Dulot, Melon e John Law John Law: Defesa do papel-moeda em detrimento do padrão-ouro/padrão-prata Causa: indiferença quanto à principal função da moeda: a de reserva de valor Consequência: atração de atenções quanto a substituição da moeda-metal para o papel-moeda O sistema causou inflação e o valor das notas bancárias volatilizou-se 1.3. O Pacto Colonial Buscava manter a balança comercial favorável Também chamado de exclusivismo colonial, devido aos seguintes fatores: COLÔNIA METRÓPOLE EXPORTA (manda para fora) SOMENTE PARA A METRÓPOLE/IMPORTA (recebe de fora) SOMENTE DA METRÓPOLE DETÉM O MONOPÓLIO DOS TRANSPORTES NÃO POSSUI NENHUM MEIO DE DEFESA QUANTO ÀS IMPOSIÇÕES ARBITRÁRIAS DE PREÇOS POR PARTE DA METRÓPOLE FIXA OS PREÇOS DAS IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES NÃO PODE NEGOCIAR DIRETAMENTE COM OUTROS ESTADOS ESCOA/VENDE O AUFERIDO NAS COLÔNIAS PARA OUTROS ESTADOS DOS FINS DO PACTO COLONIAL: busca por elementos valiosos, que aumentassem a riqueza da metrópole, em muito se valendo da ideia metalista DOS MEIOS DO PACTO COLONIAL: a Metrópole como dona absoluta da colônia, de modo a obter produtos coloniais em condições suficientemente vantajosas para o Estado colonizador DAS CONSEQUÊNCIAS DO PACTO COLONIAL: Para a Europa: constituição de economias nacionais fortalecidas (houve exceções: Hugon (1980) cita Portugal) Para as colônias: oposição à formação de economias nacionais fortalecidas; desigualdades sociais acentuadas; imposição de injustas concorrências internacionais 1.4. Influência do mercantilismo FALHAS MÉRITOS Demasiado valor ao metal precioso Elaboração de economias nacionais Economia dirigida: entrave ao desenvolvimento da vida econômica privada Função histórica: deslocamento do eixo regional para o âmbito NACIONAL Considerar a produção apenas em função da propriedade do Estado, em detrimento do bem-estar individual Difusão e evolução do capitalismo enquanto sistema subjetivo, ainda pouco sistematizado 2. Doutrina liberal e individualista Reação ao mercantilismo Liberal, contra o intervencionismo excessivo e abusivo Individualista, contra a sujeição do indivíduo ao Estado Necessidade de se buscar a explicação dos fenômenos econômicos RESULTADO: LIBERALISMO ECONÔMICO → QUE SE SUBDIVIDE EM ESCOLA FISIOCRÁTICA (FRANÇA), OBJETO DESTE RESUMO, E EM ESCOLA CLÁSSICA (INGLATERRA), A SER ESTUDADA POSTERIORMENTE 3. A Escola Fisiocrática ATENÇÃO: PRIMEIRA ESCOLA ECONÔMICA, TRABALHA NA ELABORAÇÃO DE UMA EXPLICAÇÃO GERAL DA VIDA ECONÔMICA SURGE EM RESPOSTA AO ACENTUADO INTERVENCIONISMO MERCANTILISTA Representante de mais destaque: QUESNAY (OBRA: “QUADRO ECONÔMICO”). FOCO NA PRODUÇÃO, com ênfase nas atividades agrícolas Contexto: periclitação da antiga ordem social e política → invenções científicas, barco a vapor, locomotiva, etc. Busca, em meio a inquietude, encontrar na explanação fisiocrática uma ORDEM NATURAL E PROVIDENCIAL, DE CARÁTER OTIMISTA (PAUTA-SE NA DIVINA PROVIDÊNCIA) Para esta escola, “OS FENÔMENOS ECONÔMICOS SE PROCESSAM INDEPENDENTES DE INFLUÊNCIA EXTERNA, REGIDOS APENAS PELA NATUREZA E PELAS LEIS NATURAIS” PARA QUESNAY, NA ECONOMIA, EXISTIAM TRÊS CLASSES: 1 – PRODUTIVA (AGRICULTORES); 2 – PROPRIETÁRIOS IMOBILIÁRIOS; 3 – ESTÉRIL (COMERCIANTES/INDUSTRIAIS/PROFISSÕES LIBERAIS). IMPORTANTE!!!: A ECONOMIA SEGUNDO A VISÃO FISIOCRÁTICA DE QUESNAY: Para a doutrina fisiocrática, existiriam 3 classes (a produtora/agrícola, a dos proprietários imobiliários e a estéril, a qual inclui os prestadores de serviços/profissionais liberais). Agora, vamos supor que a classe produtora produza 5 créditos (cada crédito equivalendo a um milhão de reais, para fins didáticos). Destes 5, 2 serão repassados aos proprietários imobiliários (que são donos das terras) como forma de pagar o aluguel. Agora, destes mesmos 2 créditos, 1 será repassado aos representantes da classe estérilcomo forma de pagamento por serviços e o outro crédito retornará à classe produtora como forma de aquisição de gêneros agrícolas/alimentícios pelos proprietários. O único crédito da classe estéril, por fim, irá para a produtora, tendo em vista a compra de alimentos. Percebe-se, portanto, que a classe produtora/agrícola, no fim do ciclo, encontra-se com os mesmos 5 créditos iniciais. Com isso, Quesnay, um fisiocrata, buscou demonstrar a importância da classe agrícola para a sociedade no âmbito da fisiocracia, a primeira escola econômica. Estabelecimento das bases acerca do direito de propriedade com base na sua utilidade social. O campo seria a base da organização de toda sociedade A noção de ordem natural é aplicada como verdade evidente Defesa do absolutismo como melhor sistema de governo
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