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Introdução à Ciência PolíticaTarefa Avaliativa

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Universidade Federal do Amapá – UNIFAP 
Departamento de Educação à Distância 
Curso de Graduação de Licenciatura em Sociologia 
 
UNIDADE I - Tarefa Avaliativa 
Componente Curricular: Introdução à Ciência Política 
Docente: Prof. Miquéias Serrão Marques 
Discente: José Raimundo Araújo da Silva 
Data de envio: 18 de maio de 2018 
 
“Discussão sobre a atualidade do pensamento de Hobbes, Locke e Roussaeu” 
 
Thomas Hobbes, um dos filósofos considerados contratualistas, entre o século 
XVI e XVIII afirmou que a origem do Estado ou da sociedade está associado a um 
contrato e que o poder e a organização, naturalmente inexistentes, surgiriam através 
de um pacto firmado pelos homens que estabeleceria as regras de convívio social e 
subordinação política, este pensamento refere-se ao “estado de natureza”. 
De acordo com Hobbes, os homens são iguais o bastante para que um possa 
triunfar sobre o outro, e dessa igualdade deriva a igualdade sobre a esperança de 
atingir os fins, quando dois homens almejam uma coisa impossível de ser partilhada 
por ambos, logo tornam-se inimigos e enquanto viverem sem um poder comum capaz 
de mantê-los em harmonia, os mesmos encontram-se na condição de guerra. O 
homem almeja honra e imagina ter poder, porém o homem se põe a fantasiar o que é 
irreal. Então, o estado de natureza refere-se a uma condição de guerra pois, cada 
indivíduo se imagina poderoso, perseguido ou traído (com razão ou sem). 
Buscando por um termo a esse conflito, Hobbes apresenta a lei da natureza, 
uma regra geral que proíbe alguém de fazer tudo que possa destruir sua vida ou omitir 
aquilo que possa preservá-la. Enquanto o homem viver em condição de guerra onde 
todos tem direito a todas as coisas, não haverá segurança. Assim, é um dever de todo 
homem esforçar-se pela paz e, caso não seja possível, usar todas as ajudas e 
vantagens da guerra. Da Lei fundamental da natureza deriva a segunda, que define 
que o homem concorde em renunciar a seus direitos a todas as coisas, sendo isso 
necessário para a paz. Para que este pacto tenha êxito é necessário que haja um poder 
capaz de fazer com que sejam respeitadas, o Estado seria esse poder, sendo este a 
condição para existir a própria sociedade, surgindo quando todos designam um homem 
como representante transferindo a ele o direito de governar de um grupo. 
Para haver o poder absoluto, Hobbes concebe um contrato que seria assinado 
apenas pelos que irão se tornar súditos, como o soberano passa a existir só depois do 
contrato, não pode assiná-lo, sendo isento a qualquer obrigação relacionada ao 
contrato. Para o filosofo, existe o que entende ser a verdadeira liberdade do súdito, que 
ocorre quando o indivíduo assina o contrato social e dá poderes ao soberano, abrindo 
mão do direito da natureza para proteger a própria vida, se o soberano não atende a 
este fim, o súdito não lhe deve mais obediência. No Estado absoluto de Hobbes, o 
direito a vida é garantido de maneira que não encontre paralelo na teoria política 
moderna, mas, o medo é sua característica principal. O soberano governa pelo temor 
que inflige a seus súditos com o intuito de evitar a ira contra o governante. 
Por romper a imagem do bom governante que se assemelha a um pai e do 
indivíduo que é naturalmente bom, bem como por negar o direito natural do indivíduo 
a propriedade, Hobbes é considerado um dos pensadores mais “malditos” da filosofia 
política. A burguesia considera a propriedade privada um direito anterior e superior ao 
Estado, assim, o pensamento de Hobbes não se aplica em seu próprio país, o que foi 
frustrante para o filósofo que elaborou sua filosofia política enquanto seu país vivia uma 
guerra civil, e considerava que sua obra seria a única base capaz de fundar um estado 
que oferecesse aos homens paz e conforto. Para o mesmo, se existe Estado é porque 
o homem o criou e só vivemos em sociedade devido a esse contrato. 
O filósofo Jean-Jacques Rousseau, também desenvolveu estudos sobre o 
estado de natureza e propriedade através de várias obras, como: O pacto social, 
Discurso sobre a origem da desigualdade e o Contrato social. A primeira obra retrata a 
trajetória do homem, sua condição de liberdade no estado de natureza, até o 
surgimento da propriedade, com todos os inconvenientes que surgiram, ponto de 
partida da segunda obra, onde o objetivo era construir a história hipotética da 
humanidade e demonstrá-la através de argumentos racionais, semelhante ao que 
outros filósofos já haviam feito no século XVII, e a última obra apresenta o dever de 
toda ação política, onde pretende estabelecer as condições de possibilidade de um 
pacto através do qual os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural 
ganham a liberdade civil. Para Rousseau, no processo de legitimação do pacto social, 
o fundamental é a condição de igualdade das partes contratantes. 
Em conjunto com Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau, John Locke foi 
um dos principais representantes do jusnaturalismo, ou a teoria dos direitos naturais. 
O modelo jusnaturalista de Locke é semelhante ao de Hobbes pois, ambos partem do 
estado de natureza que, pela mediação do contrato social, realiza a passagem para o 
estado civil, porém divergem em como concebem cada um dos termos do estado 
natural, contrato social, e estado civil. Locke afirma ser a existência do indivíduo 
anterior ao surgimento da sociedade e do Estado, onde os homens viviam em liberdade 
e igualdade, denominado estado de natureza, que para ele era uma situação real. 
Sendo um estado de paz e harmonia em que os homens desfrutavam da propriedade, 
noção que designava vida, liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano. 
Locke acredita que a propriedade já existe no estado de natureza e, sendo 
anterior à sociedade, é um direito natural do indivíduo, que não pode ser violado pelo 
Estado. Apesar de pacífico, não está isento de inconvenientes e é a necessidade de 
supera-los que leva os homens a estabelecerem entre si o contrato social, que realiza 
a passagem do estado de natureza para a sociedade civil com o intuito de preservar a 
propriedade e a proteger a comunidade dos perigos internos e contra invasões 
estrangeiras. Segundo Locke, o contrato social é um pacto de consentimento em que 
os homens concordam livremente em formar a sociedade civil para preservar e 
consolidar os direitos que possuíam no estado de natureza, protegidos, sob o amparo 
da lei, do arbítrio e da força comum e um corpo político unitário. 
A passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil ocorre 
através do contrato social, onde os indivíduos singulares dão seu consentimento 
unânime para a entrada no estado civil. Depois escolhe-se uma determinada forma de 
governo pela comunidade, qualquer que seja a forma de governo escolhida, sua 
finalidade será a mesma: a conservação da propriedade. De acordo com Locke, os 
principais fundamentos do estado civil são: o livre consentimento dos indivíduos para 
o estabelecimento da sociedade, o livre consentimento da comunidade para a formação 
do governo, a proteção dos direitos de propriedade pelo governo, o controle do 
executivo pelo legislativo e o controle do governo pela sociedade. 
Quando o executivo ou o legislativo violam a lei estabelecida o governo torna-se 
ilegal. A violação deliberada da propriedade e o uso continuo da força sem amparo 
legal colocam o governo em estado de guerra contra a sociedade, conferindo ao povo 
o legítimo direito de resistência à opressão e à tirania. Sendo assim, o estado de guerra 
configura a dissolução do estado civil e o retorno ao estado de natureza, onde, por falta 
de um arbítrio comum, o impasse só pode ser decidido pela força, a fim dedepor o 
governo rebelde. 
 
Referência bibliográfica 
1. WEFFORT, Francisco C. Ciência política. I. 14.ed. – São Paulo: Ática, 2011.

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