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O curta “Le Portefeuille” do diretor francês Vincent Bierrewaerts retrata os diversos destinos que a personagem principal pode ter dependendo, exclusivamente, das suas escolhas ao longo da narrativa. Dessa forma, a história começa mostrando um homem abatido cuja proposta de emprego é recusada e que, ao retornar para casa, depara-se com uma carteira perdida no meio da rua. Nesse contexto, ele tem duas opções: pegar ou não o objeto, decisões essas que irão dividi-lo em várias personagens durante o filme. Diante disso, a personagem azul que, de acordo com a moral ética, age da forma mais correta, pois não só pega a carteira, como também tenta, de todas as formas possíveis, contatar o seu dono, sobressai-se na história. Isso ocorre porque fica claro no final que nem sempre quem toma uma atitude certa e coerente com valores naturais é recompensado da mesma forma uma vez que a personagem azul foi assassinada, tirando-se daí tal lição. 
	A persistência e a disposição da personagem azul em devolver a carteira ao dono marcam um traço forte de honestidade no seu caráter. Essa é uma questão de princípios morais cujos homens seguem e que consiste na concepção aristotélica de virtude: “a felicidade consiste em ações perfeitamente conformes à virtude, e entendemos por virtude não a virtude relativa, mas a virtude absoluta. Entendemos por virtude relativa a que diz respeito às coisas necessárias e por virtude absoluta a que tem por finalidade a beleza e a honestidade”. Além disso, essa situação mostra que o homem também agiu de acordo com a lei haja vista que, de acordo com o Código Civil, na norma do artigo 1233, “quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente”. 
Todavia, a atitude da personagem azul em abrir a porta sem autorização prévia do dono do imóvel pode ser, talvez, interpretada erroneamente já que foi precipitada. Contudo, deve-se colocar em cheque o contexto no qual o homem se encontrava: não só desempregado, mas também faminto. Ademais, essa ação é defendida pelo “Princípio da Moral do Imperativo Categórico” de Kant, pois o filósofo nessa tese corrobora a ideia de que é o ser humano, usando sua própria racionalidade, que cria e aplica as leis a si mesmo de acordo com os princípios que espera do próximo. Portanto, ao partir do pressuposto de que era sua obrigação devolver a carteira ao dono e levando em conta a sua pouca disponibilidade de tempo, uma vez que precisava procurar emprego, o ato impulsivo da personagem é legitimo e não pode ser julgado como imoral, pelo contrário, deve ser considerado um exemplo de moralidade para a sociedade. 
Diante disso, apesar do desfecho trágico da história da personagem azul, que surpreende o dono da carteira praticando atividades suspeitas e, por isso, acaba sendo assassinada, pode-se tirar interessantes lições dele. Assim, sua postura ética e honesta serve como bom exemplo para as pessoas e reflete no modelo moral que a sociedade deveria seguir. Há, ainda, no curta uma violação do Direito Natural do homem e na sua concepção de liberdade uma vez que a vida do indivíduo é tomada em troca de silêncio. Esse tipo de comportamento carece de meios eficazes de punição aos seus praticantes, esbarrando, dessa forma, no Direito Positivo e nas sanções aplicadas a esse tipo de crime.

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