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Resumo de Porque estudar RI

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Resumo de Porque estudar RI?	
O termo de Relações Internacionais surgiu no século XVIII, na Era Moderna, quando os primeiros Estados soberanos surgiram. A partir de então, nos séculos seguintes, o sistema estatal ampliou-se, abrangendo todo o território global e o mundo de Estados.
Os Estados têm soberania, portanto são politicamente independentes uns dos outros, mas o isolamento não é uma opção. As uniões e interações políticas e econômicas entre eles influenciam diretamente o modo de vida e o bem-estar de seus cidadãos, portanto, o isolamento estatal geraria o sofrimento da população local. As Relações Internacionais estudam a natureza e as conseqüências das interações sociais entre esses Estados.
Os Estados têm responsabilidades com seus cidadãos, assegurando-lhes valores básicos fundamentais que precisam ser protegidos e garantidos.
O valor da segurança é afetado pela própria existência do Estado, que tanto defendem como ameaçam a segurança das pessoas, pois estamos num mundo de muitos países armados. Para solucionar esse dilema, já que não há um governo mundial para resolver rivalidades, os países constituem de suas Forças Armadas, essenciais para coexistirem e relacionarem-se, sem serem subjugados. Além disso, os países utilizam da formação de alianças para aumentar a segurança nacional. As teorias realistas apontam que os Estados que possuem armas são rivais competidores e podem iniciar guerras estatais.
A liberdade é um valor em que a pessoal depende da nacional. Isso esteve muito claro para os países invadidos durante a Segunda Guerra Mundial, no entanto a recíproca não é verdadeira. Enquanto a guerra ameaça e destrói a liberdade, a paz a promove, tornando possível a mudança internacional progressiva e a criação de um mundo melhor. As teorias liberais apontam que os Estados cooperam entre si, com o objetivo de manter a paz e a liberdade.
Para que os Estados possam coexistir estavelmente, é preciso o interesse comum no estabelecimento e na manutenção dos valores de ordem e justiça internacionais. Portanto é preciso que a maioria dos Estados defendam os direitos humanos e o direito internacional, mantendo compromissos com tratados, convenções e hábitos da ordem legal internacional e aceitem práticas diplomáticas e apóiem as organizações internacionais As teorias da Sociedade Internacional apontam que os Estados são atores socialmente responsáveis e compartilham o interesse de preservar a ordem internacional e promover a justiça internacional.
Para que o Estado possa garantir o bem-estar socioeconômico da população ele deve adotar políticas apropriadas a fim de incentivar a economia nacional e internacional de forma a elevar ou manter o padrão de vida local e a estabilidade da economia global, que possam lidar com o mercado internacional e a política econômica de outros Estados, pois a interdependência econômica é fato do sistema estatal contemporâneo. Esse fato tem um lado positivo, quando a expansão do mercado global pode gerar um aumento da liberdade e da riqueza, o um negativo, pois promove a desigualdade ao permitir que países com vantagem financeira ou tecnológica dominem países em desvantagem. As teorias de economia política internacional (EPI) apontam um mundo fundamentalmente socioeconômico e não simplesmente político e militar.
As pessoas tendem a se conscientizar da importância desses valores quando os Estados individuais perdem o controle da situação de algum deles. Houve momentos significativos de expansão da consciência de tais, como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial e a Grande Depressão, que mostraram a realidade dos perigos da guerra entre grandes poderes e como os meios econômicos poderiam ser afetados por meio de condições específicas de mercado não só internas, mas também internacionais, dentre outros vários acontecimentos que mostraram a importância desses valores.
As teorias tradicionais das Relações Internacionais reconhecem o significado dos valores básicos, apesar de discordarem com relação à hierarquia deles, que um Estado adequadamente organizado e bem administrado oferece. Já um Estado com uma situação divergente, sendo menos benéfica e mais problemática, quando muitos Estados não conseguiram cumprir os padrões mínimos, é a base de teorias de Relações Internacionais mais críticas.
O Estado é uma instituição histórica cuja organização social possui vantagens e desvantagens em constante mudança. Mas antes do século XVI, os Estados não eram soberanos, somente após a Era Moderna. E há evidências de sistemas políticos similares aos Estados há mais de 5 mil anos, quando as pessoas começaram a se estabelecer nas terras e a coexistir com grupos vizinhos e afastados, em interações hostis ou relações pacíficas e amigáveis, no qual se dá o problema clássico das Relações Internacionais: a guerra e a paz, as interações entre tais grupos independentes.
A primeira demonstração histórica foi a Grécia Antiga, um sistema de cidades-Estado, que não eram soberanos e não contavam com uma diplomacia estabelecida, apenas uma linguagem e religião em comum por base. Ela foi destruída e transformada no Império Romano, que conquistou e subordinou as inúmeras comunidades políticas, mas que deu espaço à revolta dessas comunidades, pondo o fim do Império. Seus sucessores foram o império católico medieval e o Império Bizantino ortodoxo, na Europa. Mas haviam outros sistemas como a civilização islâmica da África do Norte e o Oriente Médio, impérios no Irã e na Índia e a dinastia de mais de 4 mil anos na China. Mas eram todas organizações centradas em si mesmas.
Na Europa Ocidental, os impérios não haviam fronteiras nem países distintos, o poder e a autoridade tinham bases religiosas e políticas e o reis não eram independentes. A Era Medieval foi marcada pela falta de controle e organização política territorial, que resultavam em guerras entre civilizações religiosas, reis e feudos, as quais eram raramente pelo controle territorial. Os valores eram administrados por estruturas distintas do Estado que operavam em diversos níveis da vida social.
A mudança política do período medieval na Europa consiste na consolidação da provisão dos valores já mencionados dentro da estrutura única de uma organização social independente e unificada, o Estado soberano. Os governos se emanciparam da cristandade, os reis se tornaram capazes de defender o Estado contra a desordem interna e a ameaça externa, e os camponeses conseguiram sua independência dos feudos para se transformarem no povo. Fronteiras foram estabelecidas, assim como a autoridade suprema do governo, marco da Era Moderna, assim como a Guerra dos Trinta Anos e a Paz de Vestfália.
Assim, com a investida da expansão de territórios foram criadas rivalidades internacionais, que resultaram em guerras provocadas pela mera existência de Estados independentes e na ampliação de alguns países. A guerra se tornou uma instituição internacional para a resolução de desavenças.
Desde a metade do século XVII, os Estados europeus consistiam na legitimidade e independência, o que não se estendeu para o resto do mundo, então organizações afora foram subordinadas ao governo imperial da Europa. A relação entre esses Estados estavam sujeitas ao direito internacional e às práticas diplomáticas, com uma balança de poder entre eles. Várias potências tentaram impor sua hegemonia política ao continente ao longo do tempo, mas o sistema estatal europeu conseguiu resistir até então.
Os Estados europeus iniciaram uma economia global ao controlar comunidades políticas localizadas no resto do mundo, tanto política como economicamente. A rivalidade entre esses Estados estava concentrada onde o poder e as ambições européias pudessem ser projetados, que eram áreas economicamente desejáveis e militarmente uteis que foram subordinados aos Estados europeus por meio da conquista militar, do domínio comercial ou da anexação política. Isso resultou na formação e o funcionamento de uma economia e de uma política globais, contando com a ampliação docomércio entre o ocidente e o não-ocidente, incorporando a América do Norte enquanto sistema ocidental, a América do Sul e Japão enquanto sistema globalizado e a Ásia, África, Caribe e Pacífico enquanto sistema global.
Durante a era do imperialismo político e econômico, os Estados europeus fizeram acordos convenientes com sistemas políticos, conquistaram, colonizaram e subordinaram outros sistemas e controlou extensos territórios por meio da exploração de recursos humanos e naturais, o que desencadeou a transição de um sistema estatal europeu para ocidental, não havendo interesse de incorporar sistemas políticos com base na igualdade de soberania.
Na globalização, houve a incorporação de países que não estavam sujeitos ao controle político de um Estado ocidental imperial. Mas com os movimentos anticolonialista das colônias ligadas aos impérios ocidentais e na independência com base na autodeterminação dos Estados, o sistema estatal se expandiu dramaticamente após a Segunda Guerra Mundial, tornando-se Estados independentes e membros das Nações Unidas.
A difusão do controle político e econômico europeu promoveu a expansão do sistema estatal para efetivamente global, significando que a política mundial deve então conciliar uma variedade de Estados bem mais heterogêneos.
O Estado soberano é um conceito histórico contestado, no qual o Estado é uma entidade complexa podendo ser vista como um governo ou um país. Como governo nacional, ele é a principal autoridade governante do país, pela soberania interna, portanto é uma relação de Estado-sociedade. Visto internacionalmente, o Estado é um território povoado com uma sociedade e um governo nacional, como aspecto externo do Estado, portanto é uma relação interestatal.
O aspecto externo de Estado pode ser divido como: uma instituição formal ou legal em sua relação com outros Estados, portanto é uma entidade reconhecida como soberana ou independente, membro de organizações internacionais e detentora de vários direitos e responsabilidades, pelo reconhecimento, portanto, uma condição jurídica (legal) de Estado; ou uma organização político-econômica importante no desenvolvimento de instituições políticas eficientes, uma base econômica solida e um grau substancial de unidade nacional, isto é, de unidade popular e apoio ao Estado, portanto, uma condição empírica (real) de Estado.
Os governos e instituições dos países subdesenvolvidos economicamente não têm fundação solida o suficiente. A sua instabilidade é reflexo da pobreza e do atraso, o que afeta a natureza do sistema estatal. Os teóricos realistas focam que tais Estados não são capazes de influenciar o sistema de modo significativo. Já os liberais e os teóricos da sociedade internacional acreditam que as condições adversas dos quase-Estados são um problema fundamental para o sistema estatal no que diz respeito às questões de ordem internacional, assim como de justiça e de liberdade internacional. Os pesquisadores de EPI consideram as relações desiguais entre o centro e a periferia da economia global o elemento crucial explicatório de suas teorias do sistema internacional moderno, no qual os Estados capitalistas desenvolvidos do centro avançam à custa dos fracos e subdesenvolvidos da periferia. Mas o fato de que países subdesenvolvidos e desenvolvidos pertencem ao mesmo sistema estatal global suscita indagações, pois é um problema internacional.
A dinâmica do mundo de Estados está em constante transformação. Já influenciou bastante a balança de poder, promoveu o desenvolvimento, uniu mais o mundo e capacitou os governos a aumentar a produção, entre outros. O impacto da mudança social sobre as relações internacionais se dá nas transformações sociais que influenciam os Estados e o sistema estatal.

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