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Unidade II

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FAINOR
2014.2
Engenharia
Elétrica e da Computação
Unidade ll
	Responsabilidade Penal (ou responsabilidade criminal) 
	– é o dever jurídico de responder pela ação delituosa que recai sobre o agente imputável
	– incide em razão da transgressão de um tipo penal, caracterizando um crime ou contravenção. 
	natureza jurídica da norma penal – é de Direito Público, cuida dos ilícitos considerados mais graves e lesivos à sociedade como um todo. 
	observação 01
	– a responsabilidade penal tem caráter punitivo
	– a responsabilidade civil tem caráter reparatório
	observação 01
	não tem reparação material
	terá a aplicação de uma pena pessoal e intransferível ao transgressor, em virtude da gravidade de sua infração
	
	finalidade
	- reparação da ordem social
	- punição
	condições básicas
	- ter praticado o delito
	- ter tido, à época, entendimento do caráter criminoso da ação
	- ter sido livre para escolher entre praticar e não praticar a ação
	pode ser
	total – o agente era capaz de entender o caráter criminoso do seu ato e de determinar-se totalmente de acordo com esse entendimento
	
parcial – se, à época do delito, o agente era parcialmente capaz de entender o caráter criminoso do ato e parcialmente capaz de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
		implica 
		- redução da pena de um a dois terços
		- substituição da pena por medida de segurança.
	
	nula – quando o agente era, à época do delito, totalmente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou totalmente incapaz de determinar-se de acordo com este entendimento
	Responsabilidade administrativa – repercute na restrição dos direitos ou prerrogativas funcionais do servidor, podendo acarretar até mesmo a extinção do vínculo que o liga à Administração Pública 
	requisitos genéricos 
	- conduta (dolosa ou culposa)
	- dano 
	- nexo de causalidade
	requisitos específicos
	- suspensão ou afastamento das funções públicas durante o curso do processo administrativo
	- medida disciplinar prévia à sanção 
	- decisão motivada (art 93, inciso IX e X, da CF/88)
CONSTITUIÇÃO
Constituição (de forma geral) 
processo pelo qual se constitui ou se forma alguma coisa
ato de constituir, de compor ou de estabelecer 
conjunto de normas reguladoras de uma instituição 
Constituição (Carta Constitucional) 
- lei fundamental e suprema de uma nação, onde estão as normas relativas à formação dos poderes públicos, forma de governo, distribuição das competências, direitos e deveres dos cidadãos etc.
observação – a constituição é a “certidão de nascimento” do Estado 
objetivo
regular as normas mantenedoras e organizacionais do Estado
classificação das costituições
a – quanto à forma
	- escrita, dogmática ou codificada - é a codificada na forma de um documento normalmente denominado Constituição 
	- consuetudinária, histórica, dispersa ou não-escrita – não existe como documento formal, tem por base a tradição e o costume legal 
b – quanto à mutabilidade - refere-se à rigidez dos procedimentos legislativos necessários à sua reforma 
	- imutável ou inalterável – não admite alteração no seu conteúdo após a sua promulgação. Totalmente inflexíve.
	- parcialmente imutável - não permite a alteração de uma parte de seus dispositivos, denominados cláusulas pétreas. Estas cláusulas não serão objeto de abolição. A atual Constituição Federal do Brasil, de 1988, em seu art. 60, §4°, relaciona as suas cláusulas pétreas (imutáveis):
	§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
	I - a forma federativa de Estado;
	II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
	III - a separação dos Poderes;
	IV - os direitos e garantias individuais.
	
observação - Há ainda as cláusulas pétreas implícitas; aquelas que não estão expressamente previstas no § 4º do art. 60. Dentre elas encontramos os fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º) e seus objetivos fundamentais (art. 3º).
	Art. 1º: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
	I - a soberania;
	II - a cidadania;
	III - a dignidade da pessoa humana;
	IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
	V - o pluralismo político.
	Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
	Art. 3º: Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
	I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
	II - garantir o desenvolvimento nacional;
	III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
	IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
	- rígida – exige procedimentos legislativos especiais (mais rigorosos) para sua alteração ou reforma. Estas restrições são apresentadas mais detalhadamente em limitações ao poder de reforma
	- super-rígida – são escritas e possuem em seu corpo, ao mesmo tempo, dispositivos que não podem ser alterados, e outros que o podem, porém com regras mais severas que as impostas às normas infraconstitucionais
	- semi-rígida – a rigidez é para uma parcela de seus dispositivos, sendo os demais considerados flexíveis.
	- flexível – o procedimento legislativo a ser seguido para emendá-la é o mesmo aplicado à legislação ordinária
c - quanto à origem
	- promulgada, popular ou democrática – elaborada por uma Assembléia Constituinte formada por representantes do povo:
		. aprovação decorre de convenção
		. são votadas
		. originam de um órgão constituinte:
 			- composto de representantes do povo
			- eleitos para o fim de as elaborar.
	exemplos - Constituição de 1891, 1934, 1946 e 1988
 		- outorgada – é redigida e imposta pelo poder governante, não tem a participação dos cidadãos. 
	ex. as Constituições do “Regime Militar, 1967 e pós 1969, com o AI5.
d - quanto à extensão
	- sintética, sucinta ou concisa – é de menor extensão, normalmente se limita a estabelecer apenas princípios gerais. 
observação - parte da doutrina tem considerado como sintéticas aquelas Constituições com menos de 100 artigos. 
	- analítica ou prolixa - cuida de detalhes que poderiam ser abordados pela legislação ordinária 	. passa a tutelar sobre assuntos que vão além daquelas suscitadas pelo constitucionalismo clássico, tais como os direitos e garantias fundamentais e a organização política-administrativa do Estado
		. toma para si o encargo de analisá-las (analítica) quando, em verdade, essa análise não necessita de ser tratado em bojo constitucional
observação – costumam se dar em cartas políticas que superam mais de 100 (cem) dispositivos.
e - quanto à ideologia
	- eclética – traz mais de uma ideologia. 
	ex. A Constituição do Brasil ao mesmo tempo em que reconhece a propriedade privada exige que ela cumpra uma função social (art. 170, incisos II e III)
	- ortodoxa - segue apenas uma ideologia, seja esta de um grupo organizado, ou simplesmente de um indivíduo.
Constituição de 1988 (atual)
	- é a sétima na história do Brasil
	- foi promulgada em 5 de outubro de 1988
	- foi elaborada pelo Congresso Constituinte, composto por deputados e senadores eleitos democraticamente em 1986 e empossados em fevereiro de 1987. 
	- o trabalho, concluído em um ano e oito meses, permitiu avanços em áreas estratégicas como saúde (com a implementação do Sistema Único de Saúde), direito da criança e do adolescente e novo Código Civil.
 
observação
	- mudanças pontuais no texto da Constituição estão previstas
	- podem ser feitas através de emenda constitucional
	- depois de 26 anos em vigor, a Constituição brasileira recebeu mais de 60 alterações
estrutura da Constituição de 1988:
	Título I - Princípios Fundamentais
	Título II - Direitos e Garantias Fundamentais
	Título III - Organização do Estado
	Título IV - Organização
dos Poderes
	Título V - Defesa do Estado e das Instituições
	Título VI - Tributação e Orçamento
	Título VII - Ordem Econômica e Financeira
	Título VIII - Ordem Social
	Título IX - Disposições Gerais
DIREITOS HUMANOS E
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
	Direitos humanos
	- são os ligados à liberdade e à igualdade que estão positivados (escritos) no plano internacional. 
	- têm conteúdo filosófico, sendo conceituados em uma discussão que antecede o direito. São aqueles direitos reconhecidos ao ser humano, como inerentes a sua humanidade. 
	Ex: direito à vida, direito à integridade física, direito à dignidade
	características mais importantes 
	- fundados sobre o respeito pela dignidade e o valor de cada pessoa
	 - são universais, o que quer dizer que são aplicados de forma igual e sem discriminação a todas as pessoas;
	
	
	- são inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direitos humanos
	- são indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, já que é insuficiente respeitar alguns direitos humanos e outros não. Na prática, a violação de um direito vai afetar o respeito por muitos outros;
	- podem ser limitados em situações específicas. 
	Ex. o direito à liberdade pode ser restringido se uma pessoa é considerada culpada de um crime diante de um tribunal e com o devido processo legal
	- devem ser vistos como de igual importância, sendo igualmente essencial respeitar a dignidade e o valor de cada pessoa.
	Direitos fundamentais 
	- são os direitos humanos positivados na Constituição Federal 
	- são construídos através da história (vão sendo reconhecidos e inseridos no ordenamento jurídico com a evolução histórica
	 observação – necessidade de se dividir em gerações ou dimensões, para fixar momentos históricos específicos.
 	divisões (meramente acadêmica) – têm base nos lemas da Revolução Francesa - 1789 
	- liberdade – de primeira geração
	- igualdade – de segunda geração
	- fraternidade – de terceira geração
	observação – há historiadores que acrescentam ainda uma quarta e quinta gerações
	
	de primeira geração
	- enfatizam a liberdade (configuram direitos civis e políticos
	- surgiram nos finais do século XVIII e representaram uma resposta do Estado Liberal ao Estado Absolutista
	- exigem do ente estatal, predominantemente, uma abstenção e não uma prestação (caráter negativo)
	- tendo como titular o indivíduo
	Ex: direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à liberdade de religião, à participação política, etc.
	de segunda geração
	- surgem a partir do século XIX, têm grande marco na Revolução Industrial 
	- implicando na luta do proletariado, na defesa dos direitos sociais
	- exige uma prestação do Estado, obrigação de fazer (caráter positivo)
	- assegura o princípio da igualdade material entre os homens
	Ex. direitos à saúde, educação, trabalho, habitação, previdência social, assistência social, entre outros
	de terceira geração
	- consagram os princípios da fraternidade
	- são atribuídos genericamente a todas as formações sociais
	- protegem interesses de titularidade coletiva ou difusa (não se destinam a proteção de interesses individuais) 
	- não são concebidos para a proteção do homem isoladamente
	- cuida de direitos transindividuais - o alguns deles coletivos e outros difusos
	- mostram grande preocupação com as gerações humanas, presentes e futuras
	- têm origem na revolução tecnocientífica (terceira revolução industrial) - revolução dos meios de comunicação e de transportes
	Ex. direito ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, direito de comunicação, de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e direito à paz
	direitos de quarta geração
	- há doutrinadores que defendem a existência dos direitos de quarta geração ou dimensão
	- não há consenso na doutrina sobre o conteúdo dessa espécie de direito.
	- para Norberto Bobbio: tratam-se dos direitos relacionados à engenharia genética.
	- para Paulo Bonavides Marcelo Novelino: são o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo
	direitos de quinta geração
	todos que defendem essa geração enfocam a paz, como direito de quinta geração. Entre eles: Paulo Bonavides, Raquel Honesko e José Adércio Sampaio Neves
DIREITO À VIDA, Á LIBERDADE, À IGUALDADE, 
À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE
	- são direitos assegurados no art.5º da CF:
	 “Art. 5º : Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”
	classificação dos direitos expressos na CF
	objeto mediato: liberdade
	objeto imediato (três categorias):
	- liberdade
	- segurança
	- propriedade
	I- Direitos cujo objeto imediato é a “liberdade”:
	1) de locomoção – art. 5º, LXVIII;
	2) de pensamento – art. 5º, IV, VI, VII, VIII, IX;
	3) de reunião – art. 5º, XVI;
	
	
	4) de associação – art. 5º, XVII a XXI;
	5) de profissão – art. 5º, XIII;
	6) de ação – art. 5º, II;
	7) liberdade sindical –art. 8º;
	8) direito de greve – art. 9º.
	II- Direitos cujo objeto imediato é a “segurança”:
	1) dos direitos subjetivos em geral – art. 5º, XXXVI;
	2) em matéria penal – art. 5º, XXXVII a LXVII;
	3) do domicílio – art. 5º, XI.
	III- Direitos cujo objeto imediato é a “propriedade”:
	1) em geral – art. 5º, XXII;
	2) artística, literária e científica – art. 5º, XXVII a XXIX;
	3) hereditária – art. 5º, XXX e XXXI.
	direito à vida
	- direito à integridade física: 
	CF, art. 5º, III- “ninguém será submetido a tortura ou a tratamento desumano ou degradante”.
	CF, art. 5º, XLIX- “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”.
	CF, art. 5º, XLVII, e – a C. não admite a imposição de penas cruéis.
	CF, art. 5º, LXII- comunicação imediata de qualquer prisão ao juiz competente, à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
	CF, art.5º, LXIII – dever de informar o preso de seus direitos, inclusive o de permanecer calado, assegurando-se-lhe assistência à família e advogado.
	CF, art. 5º, LXIV- direito do preso à identificação dos responsáveis pela sua prisão, ou pelo interrogatório policial.
	CF, art. 5º, LXV- relaxamento imediato pelo juiz da prisão feita de forma ilegal.
	- direito à integridade moral: 
	CF, art. 5º, V- indenização por dano material, moral ou à imagem.
	CF, art. 5º, X- direito à intimidade.
	-proibição da pena de morte:
	CF, art. 5º, XLVII-
	- proibição da venda de órgãos:
	CF, art. 199, §4º- veda qualquer tipo de comercialização de órgãos, tecidos, e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento.
	Doação de sangue e doação de órgãos – Lei 9434/97.
	- criminalização da Eutanásia:
	Código Penal, art. 121, §1º.
	- criminalização do aborto:
	
	- criminalização da tortura:
	CF, art. 5º, III- ninguém será submetido a tortura.
	CF, art. 5º, XLIX- assegura aos presos o respeito à integridade física e moral.
	CF, art. 5º, XLIII- considera inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática da tortura. Ver LEI 9455/97.
FIM DA UNIDADE II

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