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As Psicologias do século XX: Behaviorismo, Psicanálise e Psicologia da Gestalt
John Luiz B. B. de Castro
Na aula anterior, exploramos o contexto sócio, filosófico e econômico no qual a Psicologia 
tornou-se científica, discorrendo acerca do Positivismo de Comte – o Zeitgeist – e o Materialismo 
Histórico de Marx. Num segundo momento, retomamos alguns dos pesquisadores que contribuíram 
diretamente para a fundação da Psicologia como ciência, destacam-se o trabalho de Fechner, Weber 
e Helmholtz. Contemporâneo desses, Wilhelm Wundt criou o primeiro laboratório de Psicologia 
experimental, em 1879, em Leipzig (Alemanha), além de uma revista e um instituto de Psicologia. 
Devido à expansão de sua obra, tornou-se conhecido internacionalmente conquistando alguns 
adeptos das suas teorias. Nos EUA, paralelamente a Wundt, William James também centrava seu 
trabalho em observações acerca da mente humana tornando-se o pioneiro da Psicologia americana e 
fundador da primeira escola de Psicologia, o chamado Funcionalismo. Edward Titchener, aluno de 
Wundt, foi para os EUA onde fundou a segunda escola de Psicologia, o Estruturalismo, propondo-
se a transmitir a Psicologia de Wundt. Edward Thorndike, aluno de James em Harvard, resolveu 
fundar uma terceira escola de Psicologia, o Associacionismo.
Na presente aula, exploraremos as Psicologias do século XX: Behariorismo, Psicanálise e 
Psicologia da Gestalt, que surgiram na História da Psicologia destacando-se das três primeiras 
escolas da Psicologia abordadas na aula anterior. 
O Behaviorismo
John Watson
(1878 –1958)
Fundador do Behaviorismo
O Behaviorismo não teria existido como uma escola de Psicologia se não fosse o acurado 
trabalho do psicólogo americano John B. Watson, que publicou no início do século XX, em 1913, o 
artigo intitulado: Psicologia: como os behavioristas a veem. 
 O termo behavior empregado pelos adeptos dessa corrente da Psicologia é uma 
terminologia utilizada para designar o que em nossa língua chamamos de comportamento;
 Incluem-se nessa abordagem as expressões Behaviorismo – Comportamentalismo – Teoria 
comportamental – Análise experimental do comportamento entre outras;
 Em termos de pesquisa, essa abordagem dedica-se ao estudo das interações entre o 
indivíduo e o ambiente, tendo o comportamento como objeto de estudo da Psicologia 
(comportamento como objeto observável, mensurável etc);
Com sua pesquisa, Watson tentou construir um método experimental próprio baseado no 
condicionamento. Com ele, questionou os conceitos mentalistas da Psicologia e os métodos 
subjetivos empregados comumente para a investigação mental nesse âmbito. Na verdade, com o 
behaviorismo metodológico, a perspectiva de Watson é a de se enquadrar na busca de uma 
sociedade administrativa e estritamente funcional, onde o Behaviorismo não seria um projeto da 
Psicologia científica, mas um de uma nova ciência; a ciência do comportamento que viria ocupar o 
lugar da Psicologia. Esta deveria ser, segundo Watson, uma ciência natural, um ramo da Biologia, 
onde o individuo era caracterizado como não algo que não sente, não pensa, não decide, não deseja 
e não é responsável pelos seus atos, seria então, apenas um organismo e, enquanto tal, o ser humano 
se assemelharia a qualquer outro animal.
O behaviorismo metodológico refere o ambiente apenas às condições externas, neste 
sentido, considerada importante o critério de verdade via consenso público, ou seja, só pode ser 
alcançado para eventos externos e público (visto igualmente por mais pessoas além do 
experimentador). Na medida em que os aspectos do ambiente interno não são, e não podem ser 
observados por observadores independentes, eles não poderiam, segundo essa abordagem 
metodológica, tornarem-se objeto de um estudo científico. Assim, o objeto de estudo da Psicologia 
só poderia ser o comportamento observável, mesmo que não ignorasse os sentimentos ou emoções. 
Watson (1913) acreditava que esses não deveriam ser unidades de análise sobre o homem, enquanto 
objeto de estudo. 
Ivan Petrovich Pavlov
(1849-1936)
Ivan Pavlov foi um fisiólogo de origem Russa que viveu entre dois séculos (XIX e XX) 
desenvolvendo diversos experimentos que o levaram a ser agraciado com o prêmio Nobel de 
Fisiologia ou Medicina, no ano de 1904, justamente por suas descobertas sobre os processos 
digestivos de animais que se tornaram uma das fundamentações no campo da Psicologia do 
comportamento.
 Pavlov aprofundou sua pesquisa passando a estudar a produção de saliva em cães expostos 
a diversos tipos de estímulos palatares. Com efeito, percebeu que com o tempo a salivação passava 
a ocorrer diante de situações e estímulos que anteriormente não causavam tal comportamento (como 
o som dos passos de seu assistente ou a apresentação da tigela de alimento). Realizou experimentos 
em situações controladas de laboratório e, com base nessas observações, teorizou e enunciou o 
mecanismo do condicionamento clássico.
No que consiste tal condicionamento?
A resposta de Pavlov é que algumas respostas comportamentais são reflexos 
incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquanto que outras são reflexos 
condicionados, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou aversivas 
simultâneas ou imediatamente posteriores à exposição. Segundo Pavlov, através de exposições 
como essas, ou seja, da repetição consistente desses emparelhamentos, que se torna possível criar 
ou remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais. Essa descoberta abriu 
notório caminho para o desenvolvimento da “Psicologia comportamental” fundada por Watson, 
mostrando-se um método promissor na remoção de fobias, por exemplo.
Ilustração dos quatro tempos do experimento do condicionamento clássico
Edward Lee Thorndike
(1874-1949)
Como estudamos na aula anterior, Thorndike foi um psicólogo americano que iniciou seus 
estudos de Psicologia na Universidade de Harvard, onde foi discípulo de Willian James, vindo, 
desde essa época, a interessar-se pelo estudo do aprendizado dos animais.
Foi o primeiro a formular uma teoria da aprendizagem na Psicologia, entendida como 
processo de associação de ideias – das mais simples às mais complexas. Nesse sentido, para 
aprender um conteúdo complexo, o indivíduo precisaria primeiro aprender as ideias mais simples, 
que estariam associadas àquele conteúdo complexo.
Formulou a lei do Efeito, que se tornou de grande utilidade para o Comportamentalismo. De 
acordo com essa Lei, todo comportamento de um organismo vivo tende a se repetir caso seja 
recompensado positivamente (efeito) após o comportamento ou ser inibido caso castigado (efeito) 
após sua ocorrência. É com base nessa Lei que podemos entender que o organismo vivo associará 
as ideias. 
Burrhus Frederic Skinner
(1904-1990)
Skinner foi um psicólogo americano que conduziu suas pesquisas no âmbito da psicologia 
experimental propondo uma espécie de Behaviorismo radical; trata-se de uma abordagem 
experimental voltada para o entendimento do comportamento em função das inter-relações entre a 
filogenética, a ontogênese a cultura.
 Como leitor de Watson e Pavlov, Skinner interessou-se particularmente pelo domínio 
científico, inscrevendo-se, em 1928, na pós-graduação de Psicologia em Harvard, vindo a doutorar-
se nos três seguintes. Durante esse período, argumentava que o reflexo não é senão a correlação 
entre um estímulo e uma resposta. 
 A base da pesquisa de Skinner fundamenta-se na compreensão do comportamento humano 
através do condicionamento operante realizado através de experimentos derivados do campo da 
Física sobretudo, bem como de outras ciências.
A principal contribuição de Skinner para a Psicologia foi o conceito de condicionamento 
operante utilizado para descrever um tipo de relação entre as respostas dos organismos e o 
ambiente. Diferente da relação descritano comportamento respondente, o comportamento operante 
descreve uma relação onde uma resposta que gera uma consequência tem a sua probabilidade de 
ocorrer novamente em um contexto semelhante modificada pelo efeito desta consequência sobre a 
interação. Consequências que têm valor de sobrevivência para os organismos têm as respostas que 
as geraram reforçadas, aumentando a probabilidade de que a mesma volte a ocorrer em um contexto 
semelhante, ao passo que consequências que trazem prejuízos aos organismos têm as respostas que 
as geraram punidas, reduzindo a probabilidade de que a mesma volte a ocorrer em um contexto 
semelhante.
O Behaviorismo radical de Skinner propõe que o comportamento do ser humano e dos 
outros organismos é efeito de uma interação entre estímulos do ambiente e respostas do organismo, 
sendo determinado pela inter-relação entre filogenética, ontogenética e cultura. 
A filogenética se refere aos repertórios compartilhados por uma mesma espécie, o qual é 
determinado pela história evolutiva da mesma. 
 A ontogenética se refere ao repertório particular de cada indivíduo ou organismo, o qual é 
determinado por sua história de vida ou histórico de reforçamento. 
 A seleção cultural se refere ao repertório compartilhado por indivíduos de uma mesma 
cultura, sendo esse de maior importância para compreender o comportamento humano e de outros 
animais que apresentam algum tipo de comportamento social.
Ainda através de seus experimentos com animais, Skinner desenvolveu uma pesquisa 
visando explicar a superstição humana, um fenômeno que, a despeito da complexidade que ele 
carrega, pode ser investigado cientificamente através da psicologia comparada. Skinner estudou o 
efeito da liberação de alimento em intervalos de tempo fixo e variável com pombos. Independente 
do que os pombos fizessem em uma caixa, um alimento era liberado e o pombo podia então 
consumi-lo. Assim, pôde observar que os pombos, durante algum tempo, passavam a se comportar 
como se a comida estivesse associada ao que eles estavam fazendo. Um dos pombos passou a 
mover a cabeça para um lado e para o outro enquanto outro dava voltas na gaiola. Skinner chamou 
esse padrão de comportamento supersticioso. Seus trabalhos foram pioneiros nesta área e 
impactantes para toda uma geração de pesquisas sobre superstição na psicologia experimental.
Qual a proposta do Behaviorismo radical?
Que o objeto de estudo da Psicologia deve ser o comportamento dos seres vivos, 
especialmente, o do homem. O aspecto radical concerne em negar ao psiquismo a função de 
explicar o comportamento, embora não negue a possibilidade de estudar os pensamentos e as 
emoções, só acessíveis ao próprio sujeito. 
O grande passo dado por Skinner (que superou os buracos do behaviorismo metodológico de 
Watson) foi considerar o comportamento como algo que está sempre em reconstrução. Ele 
acreditava em um modelo de seleção por consequências, não apenas frente às características 
anatômicas e fisiológicas, mas também às comportamentais, que passam por sucessivos crivos de 
uma seleção baseada nos contatos dos organismos vivos com seu ambiente. Neste crivo, alguns 
comportamentos são eliminados por inadequação enquanto outros se mantêm, por serem eficazes 
em garantir a adaptação e a sobrevivência dos organismos. Em outras palavras, o comportamento 
humano passou a ser compreendido, considerando que o homem sofre influências de contingências 
filogenéticas (atuando no nível do banco genético das espécies), contingências ontogenéticas 
(atuando no nível do repertório comportamental dos indivíduos) e de contingências culturais 
(atuando no nível das práticas grupais de uma cultura ou sociedade). Para Skinner, a integração 
desses três níveis possibilitará aos observadores do comportamento terem a ferramenta para avaliar 
o indivíduo como um todo, incluindo seus aspectos subjetivos como a consciência.
Condicionamento clássico
Foi estabelecido por Pavlov quando o mesmo estudou os reflexos biologicamente 
estabelecidos, assim como os processos pelos quais novos estímulos se associam a esses reflexos. 
Também chamado de condicionamento reflexo ou respondente, o tipo de aprendizado que Pavlov 
descobriu afeta quase todos os reflexos, incluindo salivação, piscar, resposta sexual, respostas 
emocionais e sintomas psicossomáticos. Resumindo, o condicionamento pavloviano acontece 
quando um estímulo neutro é emparelhado com um reflexo e eventualmente se torna capaz de 
eliciar respostas reflexas.
Condicionamento operante 
É uma forma de condicionamento instrumental no qual não se está em foco fazer a 
associação entre um estímulo e outro, mas sim de fazer a associação entre um estímulo e a 
consequência do mesmo. O condicionamento operante foi desenvolvido por Skinner para sustentar 
sua tese segundo a qual todo comportamento é influenciado por seus resultados, havendo um 
estímulo reforçador que pode ser positivo, que fortalecerá o tipo de comportamento, mediado por 
recompensa ou negativo, quando tende a inibir um comportamento por meio de punição. 
Há três possíveis áreas para a utilização dessa abordagem:
 Aprendizagem
Ensino programado; controle e organização das situações de aprendizagem; elaboração de 
uma tecnologia de ensino; trabalho educativo de crianças com necessidades especiais (dificuldades 
de aprendizagem).
 Empresarial
Treinamento de pessoal; motivacional; aumento da produtividade; controle, disciplina, 
automatização.
 Clínica
Ajuda o indivíduo a desenvolver novos comportamentos; aumentar a capacidade de agir da 
forma que o indivíduo quer agir; estratégias de comportamentos que poderão produzir mudanças na 
vida dos pacientes; tratamentos de: transtornos do humor, depressão (depressão), transtornos de 
ansiedade (síndrome do pânico, TOC, alimentares etc.). 
A Psicanálise
Sigmund Freud
(1856 –1939)
Fundador da Psicanálise
A Psicanálise contempla três níveis apresentados em Dois verbetes de Enciclopédia, 
publicado em 1922. Nesse artigo, a Psicanálise é o nome:
1. De um procedimento para a investigação de processos psíquicos que, de outra forma, 
são praticamente inacessíveis (pesquisa);
2. De um método baseado nessa investigação para tratamento de distúrbios neuróticos 
(prática);
3. De uma série de concepções psicológicas adquiridas por esse meio e que se somam 
umas às outras para formarem progressivamente uma nova disciplina científica (metapsicologia).
Em seu texto de 1917, Uma dificuldade no caminho da psicanálise, Freud escreve que o 
narcisismo universal dos homens (seu amor próprio), sofreu três grandes golpes devido à pesquisa 
científica:
1º Golpe (cosmológico) – efetuado por Nicolau Copérnico, no século XVI, fazendo com que 
os homens se dessem conta de que a Terra não era o centro do universo;
2º Golpe (biológico) – efetuado pelas descobertas de Charles Darwin, que evidenciaram que 
o homem não é o centro do reino animal. 
3º Golpe (psicológico) – efetuado por Freud, ao demonstrar clinicamente que o Eu não é o 
centro da subjetividade porque as pulsões que fervilham no inconsciente o descentraliza com suas 
exigências. 
Breve história 
Fundada no início do século XX, com a publicação, em 1900, de A interpretação dos 
sonhos, a Psicanálise tornou-se progressivamente um campo de saber próprio.
Freud formou-se em Medicina pela Escola de Medicina da Universidade de Viena, onde 
especializou-se em neurologia. Dedicou-se inicialmente a desenvolver pesquisas sobre a paralisia 
cerebral com vistas ao esclarecimento das afasias (perda da capacidade e das habilidades de 
linguagem) até interessar-se pelos distúrbios neuróticos.
Joseph Breuer
Médico vienense a quem Freud (1910) atribuiu o nascimento da Psicanálise. Isso se deve ao 
fato de tê-la praticado com sua paciente Anna O’, que apresentava diversos distúrbios histéricos e 
que atribuía a dissolução de seu quadroclínico mediante a conversação (talking cure). O 
procedimento catártico, realizado com essa paciente, exigia previamente o seu profundo hipnotismo 
a fim de que as ligações patogênicas que em condições normais lhe escapavam pudessem ser 
evidenciadas. 
Jean-Martin Charcot
Médico parisiense a quem Freud tornou-se discípulo em 1885 e 1886. Quase ao mesmo 
tempo em que Breuer praticava a talking cure, começava em Paris, com as histéricas da Salpêtrière, 
as investigações de onde havia de surgir nova concepção da enfermidade. Entretanto, foi Pierre 
Janet quem tentou penetrar mais intimamente nos processos psíquicos particulares da histeria, ao 
tomar a divisão do psiquismo e a dissociação da personalidade como ponto central da teoria acerca 
desse distúrbio.
Pierre Janet
Fortemente influenciado pelas idéias dominantes na França sobre o papel da hereditariedade 
e da degeneração, o que o levara a partir de experiências de laboratório, o psicólogo e médico 
parisiense Janet pensou que a histeria fosse uma forma de alteração degenerativa do sistema 
nervoso, que se manifestava pela fraqueza congênita do poder de síntese psíquica. A divisão 
psíquica era atribuída à incapacidade inata e os pacientes histéricos seriam, desde o princípio, 
incapazes de manter como um todo a multiplicidade dos processos psíquicos, e daí decorria a 
dissociação psíquica (FREUD, 1910).
Sigmund Freud
Diferentemente de Janet, era o trabalho terapêutico, a necessidade prática, que impelia 
Freud. O que o fez descrever o aparelho psíquico dinamicamente pelo conflito de forças mentais 
contrárias, reconhecendo nele o resultado de uma luta ativa da parte dos dois agrupamentos 
psíquicos entre si (FREUD, 1910). Para chegar a essa concepção dinâmica do aparelho psíquico, 
precisou prescindir do hipnotismo, o que tornou possível reconhecer não apenas o mecanismo 
patogênico da histeria – recalque –, mas o papel da resistência no trabalho clínico com a neurose 
(FREUD, 1910).
A histeria foi elevada à condição de neurose, ganhando estatuto clínico preciso fora da 
dimensão médica, uma vez que a anatomia, a fisiologia e a patologia não integram o saber capaz de 
compreendê-la.
Através da “observação” da histeria e, posteriormente, da sua “escuta”, Freud edificou os 
fundamentos da Psicanálise cujas pedras angulares suportam-se na pressuposição da existência de 
processos psíquicos inconscientes, do reconhecimento da teoria da resistência e do recalque, da 
apreciação da importância da sexualidade e do complexo de Édipo. Esses constituem o principal 
tema da Psicanálise e os fundamentos de sua teoria. Aquele que não possa aceitá-los a todos não 
deve considerar-se a si mesmo como psicanalista (FREUD, 1910).
Foi ouvindo as histéricas (as pacientes) que Freud construiu a maior parte do edifício 
psicanalítico. A primeira grande descoberta deu-se a partir da constatação de que os sintomas 
conversivos eram as expressões de representações [Vorstellungen] que estariam em estado latente 
(inconsciente) enquanto o sujeito estivesse orientado segundo a lógica do consciente. 
Essas representações latentes que se expressam sob a forma sintomática o levaram a postular 
um nível do aparelho psíquico ao qual dera o nome de inconsciente. Nele se articulam as 
representações recalcadas do consciente e que mesmo latentes trabalham visando a satisfação. O 
sintoma histérico seria uma satisfação pulsional substituta que se forma (formação de compromisso) 
mediante uma articulação entre os processos psíquicos consciente e inconsciente.
Principais contribuições: 
 É considerado o pai da prática psicoterápica.
 Formulou uma consistente teoria do aparelho psíquico apresentada em 1900, no 
capítulo VII de A interpretação dos sonhos. Nesse capítulo Freud apresenta esse aparelho dividido 
entre os sistemas: consciente, pré-consciente e inconsciente.
 Descobriu a sexualidade infantil e formulou uma teoria acerca da sexualidade 
humana, que se inicia na infância. Para fundamentá-la, concebeu sua teoria da pulsão, que reaparece 
no conjunto dos artigos metapsicológicos, de 1915, entre os quais postula que o recalque 
(recalcamento) é a pedra angular da Psicanálise, edifício sobre o qual esse método e teoria se 
assenta.
 Formulou a teoria do complexo de Édipo para transmitir as distintas modalidades de 
constituição subjetiva: neurose, psicose e perversão;
 Formulou, em 1914, uma teoria do eu, o chamado narcisismo para diferenciá-lo do 
autoerotismo que caracteriza a sexualidade infantil.
 Através da invenção da regra fundamental da psicanálise – associação livre – e do 
seu correlato – a atenção flutuante – concebeu a teoria do recalque e da resistência.
 Formulou os dois princípios que regulam o aparelho psíquico: princípio do prazer e 
princípio da realidade.
 Concebeu diversos artigos sobre a técnica psicanalítica, nos quais destaca-se o lugar 
da transferência e da repetição no tratamento psicanalítico.
 Concebeu na década de 1920, a partir novamente da clínica, dos sonhos de repetição 
contendo experiências traumáticas, dos ganhos secundários dos sintomas, o além do princípio do 
prazer governado pelas silenciosas pulsões de morte. Com efeito, acrescentou ao aparelho psíquico 
às três instâncias: Es (isso), Ich (eu) e Überich (supereu);
O Eu (EGO) é a instância psíquica que Freud concebeu na década de 20 através de sua 2ª 
tópica do aparelho psíquico. Uma de suas funções é intermediar as pressões que provém, por um 
lado, do Isso (Id), com suas exigências de satisfação, e, por outro, do Supereu (Superego), que exige 
a não satisfação das pulsões para estar em conformidade à moral, aos costumes e ao bom senso.
Freud, depois de construir grande parte de sua teoria, tornou-se alvo de uma série de críticas, 
que, ao longo da história da Psicanálise, foram se enfraquecendo. 
A primeira grande crítica, feita por Carl Gustav Jung, surgiu em relação ao conceito de 
libido como energia exclusivamente sexual. Essa crítica o levou a afastar-se da Psicanálise e a 
fundar sua própria teoria, hoje conhecida como “Psicologia Analítica”. 
Outra crítica foi levantada pelas mulheres, principalmente Karen Horney, em relação ao 
lugar que Freud reservou a elas em sua teoria; o de menos prestígio em decorrência da primazia do 
falo, o que faz com que as mulheres padeçam de uma “inveja ao pênis”.
Psicologia da Gestalt
A Psicologia da Gestalt, como se tornou internacionalmente conhecida, foi concebida no 
início do século XX, tendo três grandes representantes, nomeadamente: Max Wertheimer (1880-
1847), Kurt Koffka (1886-41) e Wolfgang Köhler (1887-67). 
Fundada na Alemanha, entre 1910 e 1912, a Psicologia da Gestalt tomou fundamentalmente 
a PERCEPÇÃO como objeto de pesquisa da Psicologia demarcando, com seus esboços teóricos, 
a divergência que posteriormente se evidenciou em relação ao modo como a Psicologia 
desenvolveu-se inicialmente (Alemanha e EUA). 
Por um lado, divergiu enfaticamente em relação à concepção “elementarista” de Wundt, que 
se estendeu à escola de Titchener (Estruturalismo). Por outro, ao Behaviorismo, cujos antecedentes 
(Associacionismo de Thorndike e o Condicionamento clássico de Pavlov) já eram conhecidos no 
início do século XX.
Em História da Psicologia Moderna, Schultz & Schultz (2001) consideram alguns nomes 
importantes antecedentes que tiveram influências notáveis sobre a Psicologia da Gestalt. 
 Primeiramente, Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão que operou o que ele próprio 
considerou ser uma “revolução copernicana” na Filosofia, propondo-se a resolver um debate (entre 
Empirismo e Racionalismo) de pelo menos dois séculos acerca da Teoria do Conhecimento. Para 
Kant (1781), o objeto que se coloca como estímulo para as experiências sensoriais é formalizado 
pelas intuições puras e pelas categorias do entendimento que, segundo ele, são a priori, isto é, 
independem dasexperiências sensíveis.
 Outro filósofo alemão, Franz Brentano (1838-1917), considerou que ao invés de o 
psicólogo perscrutar os elementos ou o conteúdo da experiência consciente, tal como fazia Wilhelm 
Wundt, ele deveria ater-se ao processo ou ato da experiência.
Ernst Mach (1839-1916), que foi um filósofo austríaco e professor de Física na 
Universidade de Praga, também exerceu forte influência sobre a Psicologia da Gestalt. Em Análise 
das sensações, o autor desenvolve um estudo acerca da forma do tempo e do espaço chegando a 
conclusão de que um determinado objeto permanecerá o mesmo ainda que a orientação no tempo e 
no espaço sejam modificadas. Isto é, ainda que olhemos de lado, por cima ou por baixo, uma mesa, 
a mesma não deixará de ser o que ela é porque mudamos o campo de observação.
 O filósofo austríaco, Christian von Ehrenfels (1859-1932), ampliou de modo expressivo os 
estudos de Ernst Mach e contribuiu de forma direta para a Psicologia da Gestalt, na medida em que 
um dos fundadores (Max Wertheimer), foi seu aluno. Ehrenfles partiu do princípio de que “há 
qualidades da experiência que não podem ser explicadas em termos de combinações de sensações” 
(SCHULTZ & SCHULTZ, 2001, p. 297). Esse autor chamou de Gestalt qualität (qualidades 
configuracionais) as percepções baseadas em algo que vai além das sensações.
Outro importante antecedente foi a Fenomenologia, introduzida pelo filósofo alemão 
Edmund Husserl (1798-1857). Em termos metodológicos, a partir desse enfoque filosófico (redução 
fenomenológica), é possível realizar uma descrição imparcial da experiência imediata tal como ela 
ocorre. Trata-se de descrever uma observação não corrigida em que a experiência não é analisada 
em elementos. 
 Por fim, não se pode deixar de lado o Zeitgeist operado da Física, passando-se de uma 
concepção atomista (de forte influência na Psicologia de Wundt) para a de campo de força, 
acentuando-se o magnetismo, uma propriedade que não seria possível de definir considerando a 
Física de Galileu e Newton. Nas palavras de Köhler (1969, p. 77), “a Psicologia da Gestalt se 
tornou uma espécie de aplicação da Física dos campos a partes essenciais da psicologia”.
Max Wertheimer, como dito anteriormente, foi aluno de Ehrenfels e reconheceu nesse o 
impulso mais importante para o movimento da Gestalt. É considerado o fundador dessa Psicologia 
no sentido formal considerando sua pesquisa feita em 1910, pesquisa essa impulsionada por sua 
experiência. Posteriormente, já em Frankfurt, utilizando outros instrumentos, como um 
taquistoscópio, Wertheimer conheceu Kurt Koffka e Wolfgang Köhler, dois jovens psicólogos 
formados em Berlim, e que se tornaram conhecidos também como fundadores da Gestalt.
O problema de pesquisa de Wertheimer, em que Koffka e Köhler serviram de sujeitos, 
envolvia a percepção do movimento aparente; a percepção do movimento quando nenhum 
movimento físico real tinha acontecido, o que foi chamado de “impressão de movimento”. Os 
resultados de sua pesquisa inicial foram publicados em 1912 em Estudos Experimentais da 
Percepção do Movimento, artigo considerado o marco da escola de pensamento da Psicologia da 
Gestalt (SCHULTZ & SCHULTZ, 2001).
Kurt Koffka, que nasceu em Berlim, é considerado o mais inventivo entre os fundadores da 
Psicologia da Gestalt (SCHULTZ & SCHULTZ, 2001). Ocupou um lugar notável no movimento 
vindo a divulgar nos EUA os conceitos básicos da Gestalt, os resultados e as implicações de suas 
acuradas pesquisas, por meio da revista americana Psychological Bulletin, onde foi publicado, em 
1922, seu artigo A percepção: uma introdução à teoria da Gestalt (SCHULTZ & SCHULTZ, 
2001). 
Wolfgang Köhler, o mais jovem dos três, foi considerado o porta voz do movimento da 
Psicologia da Gestalt. Seu treinamento em física o persuadiu de que a psicologia devia aliar-se 
àquela ciência. Além do campo da física, foi convidado a estudar Chimpanzés na costa noroeste da 
África e, ao regressar, no momento em que eclodiu a 1ª Grande Guerra Mundial, continuou por sete 
anos essa pesquisa cujo produto é o compêndio A mentalidade dos macacos, publicado em 1917.
A divergência da Psicologia da Gestalt em relação ao estudo da percepção empreendido por 
Wundt é um caminho para a compreensão dessa vertente da Psicologia. Na teoria de Wundt, os 
elementos sensoriais conduzem à percepção, de modo que se realizarmos, através do método 
introspectivo, o caminho inverso, isto é, se partirmos da percepção, podemos chegar aos elementos 
sensoriais que a ela estão ligados. Nessa perspectiva, a ligação entres diversos elementos sensoriais 
dão formas à percepção. É contra essa tese que se situam os psicólogos da Gestalt, por acreditarem 
“que há mais coisas na percepção do que vêem os nossos olhos, que a nossa percepção vai além dos 
elementos sensoriais, dos dados físicos fornecidos pelos órgãos dos sentidos” (SCHULTZ & 
SCHULTZ, 2001, p. 296).
A palavra alemã, Gestalt, não possui – segundo os adeptos dessa Psicologia e da Gestalt-
terapia, que falam a Língua Portuguesa – uma tradução que sustente a conceituação exigida pelo 
termo. No entanto, concepções como forma ou configuração são as que se aproximariam do 
sentido empregado pelos autores essa Psicologia.
 Tendo a percepção como objeto de estudo, embora essa Psicologia não se restrinja a tal 
objeto, os adeptos da Gestalt partiram do estudo da percepção do movimento aparente encontrando 
na experiência da constância perceptiva uma ampla corroboração. Essa constância é a experiência 
de ter a mesma percepção ainda que o anglo utilizado para a observação do objeto da percepção se 
modifique. Isso quer dizer, contradizendo a escola de Wundt, que os elementos sensoriais podem 
mudar, mas a percepção permanece a mesma. Nesses casos a experiência perceptiva tem uma 
qualidade de integrabilidade ou de completude não encontrada em nenhuma de suas partes. A 
percepção não pode ser explicada simplesmente como uma reunião de elementos sensoriais.
Sem desconsiderar os estudos no âmbito da psicofísica, os fundadores da Psicologia da 
gestalt chegaram a um princípio fundamental dessa teoria segundo o qual “o todo é mais que a 
soma das partes”. A percepção é uma totalidade, uma Gestalt, e toda a tentativas de analisá-la ou 
de reduzi-la a elementos provoca a sua destruição:
Começar com elementos é começar pelo lado errado; porque os elementos são produtos da 
reflexão e da abstração remotamente derivados da experiência imediata que são chamados a 
explicar. A Psicologia da Gestalt tenta voltar à percepção ingênua, à experiência imediata... E 
insiste que aí não encontra montagem de elementos, mas todos unificados; não são massas de 
sensações, mas árvores, nuvens ou céu. E ela convida a todos a verificar essa asserção com o 
simples ato de abrir os olhos e olhar para o mundo ao redor em seu modo cotidiano comum 
(SCHULTZ & SCHULTZ, 2001, apud HEIDBREDER, 1933).
Princípios da organização da percepção 
Os princípios da organização da percepção foram apresentados por Wertheimer num artigo 
publicado em 1923. Nele argumenta que percebemos os objetos da mesma forma como percebemos 
o movimento aparente, isto é, como totalidades unificadas, e não como aglomerado de sensações 
individuais. Esses princípios são considerados regras ou leis a partir das quais organizamos o 
mundo perceptivo.
Uma premissa básica é a de que na percepção a organização é espontânea sempre que 
ouvimos ou vemos diferentes formas ou padrões. A combinação ou união que formam estruturas 
distintas do fundo não são reguladas pelo associacionismo, mas por leis específicas.
Proximidade: garante que as partes que estão próximas no tempo ou no espaço formam 
uma simples unidade e tendem a ser percebidas juntas. Na figura acima podemos ver os círculos em 
três colunas duplas e não como um grande conjunto.
Continuidade: garante que há uma tendência na nossa percepçãode seguir uma direção, de 
vincular os elementos de uma maneira que os faça parecer contínuos ou fluindo numa direção 
particular. Na figura acima tendemos a seguir as colunas de pequenos círculos de cima para baixo.
Semelhança: postula que partes semelhantes tendem a ser vistas juntas como se formassem 
um grupo. Na figura acima os círculos parecem formar uma classe e os pontos, outra, e tendemos a 
perceber fileiras de círculos e fileiras de pontos em vez de colunas.
Complementação: postula que há uma tendência em nossa percepção de completar figuras 
incompletas, preencher lacunas, como nas figuras acima.
Simplicidade: postula que tendemos a ver uma figura tão boa quanto possível sob as 
condições do estímulo; que os psicólogos da Gestalt chamaram de boa forma. Uma boa forma 
gestáltica é simétrica, simples e estável, não podendo ser tornada mais simples ou mais ordenada. 
Os quadrados acima são percebidos como boas formas porque são claramente percebidos como 
completos.
Figura e fundo: preconiza que tendemos a organizar percepções no objeto observado 
(figura) e o segundo plano contra o qual ele se destaca (o fundo). A figura parece mais substancial e 
destaca-se do fundo. Na figura cima figura e fundo são reversíveis, podemos ver dois perfis 
humanos ou uma taça, a depender da maneira como organiza sua percepção.
Ainda considerando a tese central da Psicologia da Gestalt de que “o todo é mais que a soma 
das partes”, e, que, portanto, a percepção é uma totalidade organizada pelas supracitadas leis, os 
adeptos dessa Psicologia postularam o princípio do Isomorfismo para compreenderem os 
mecanismos cerebrais envolvidos na percepção. Para tal, supuseram que existia uma 
correspondência entre a experiência psicológica consciente e a experiência cerebral subjacente 
(ideia do paralelismo psicofísico). Essa suposição os levaram a adotar o Isoformismo, concepção 
aceita na época pela biologia e pela química. Para ilustrar a aplicabilidade desse princípio 
compararam a percepção a um mapa, que é idêntico (iso) em forma (mórfico) àquilo que representa, 
embora não seja uma cópia literal território. O mapa, no entanto, serve de guia confiável para o 
mundo real percebido (SCHULTZ & SCHULTZ, 2001). 
Com todo o trabalho de pesquisa experimental realizado pelos psicólogos da Gestalt, essa 
tornou-se, na metade dos anos 20, um movimento coeso, vigoroso e dominante, na Alemanha, 
centrada no Instituto de Psicologia da Universidade de Berlim, atraindo alunos de diversos países 
para os mais equipados laboratórios do mundo. Entretanto, com a potência do discurso nazista e sua 
ascensão ao poder, em 1933, muitos alunos e inclusive os líderes da Gestalt precisaram deixar o 
país. Com efeito, foi nos EUA que a Gestalt pôde se disseminar considerando as traduções para o 
inglês das obras de Koffka e Köhler, bem como os artigos produzidos pelos próprios americanos 
como Harry Helson, que os publicou na American Journal of Psychology. Ainda vivos, Koffka e 
Köhler deram diversas aulas e conferências sobre Psicologia da Gestalt sendo o último considerado 
um dos principais oradores do IX Congresso Internacional de Psicologia, realizado na Universidade 
de Yale, em 1929 (SCHULTZ & SCHULTZ, 2001).
Kurt Lewin foi um psicólogo alemão que estudou nas Universidades de Friburgo, Munique e 
Berlim, mas de resolver viver nos EUA, a partir de 1933, antes da 2ª Grande Guerra Mundial, onde 
veio a falecer.
Na Psicologia, o termo teoria de campo refere-se ao trabalho de Lewin, que é, segundo 
Schultz & Schultz (2001), bastante gestaltista no tocante à orientação, mas que foram além da 
posição gestaltista ortodoxa. Enquanto os psicólogos da Gestalt enfatizavam a percepção, a 
aprendizagem e propunham construções fisiológicas para explicar o comportamento, o trabalho de 
Lewin centrava-se nas necessidades e na personalidade ocupando-se das influências sociais sobre o 
comportamento (SCHULTZ & SCHULTZ, 2001).
A teoria de campo na física levou Lewin a considerar que as atividades psicológicas da 
pessoa ocorrem numa espécie de campo psicológico, denominado por ele de espaço vital.
O que vem a ser o espaço vital?
Para Lewin, o campo total compreende todos os eventos do passado, presentes e futuros que 
possam influenciar uma pessoa. Do ponto de vista psicológico, cada um desses eventos pode 
determinar o comportamento numa dada situação. Assim, o espaço vital consiste na interação das 
necessidades do indivíduo com o ambiente psicológico. Ele pode revelar graus variáveis de 
diferenciação, a depender da quantidade e do tipo de experiência que a pessoa acumulou.

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