Buscar

Petição Separação civil

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE CRICIÚMA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
DISTRIBUIÇÃO DE URGÊNCIA
MARIA CHIQUINHA FLORES DAS COLVES, brasileira, casada, inscrita no registro geral sob o n° XX, com cadastro de pessoa física n° XX, residente e domiciliada na rua XX, N° XX, bairro XX, na Cidade de Criciúma com endereço eletrônico XX, neste ato por si e representando seus filhos, MARIAZINHA LINDINHA, brasileira, menor impúbere, atualmente com dois anos de idade e JOSÉ DAS COLVES JUNIOR, brasileiro, menor impúbere, atualmente com 5 anos, por seu advogado, bastante procurador (anexo), infra assinado, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 226, § 6º, da Constituição Federal, cumulado com art. 583 e 1.694 ambos do código civil propor;
AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO CUMULADO COM ALIMENTOS, GUARDA DOS FILHOS E PARTILHA DE BENS, COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, 
em face de JOSÉ DAS COUVES, brasileiro, casado, inscrito no registro geral sob o n° XX, com cadastro de pessoa física n° XX, residente e domiciliado na rua XX, N° XX, bairro XX, na Cidade de Criciúma com endereço eletrônico XX, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
1 – DOS FATOS
Requerente e requerido casaram-se, sob o regime da comunhão parcial de bens, em quinze de março de 2013 (certidão em anexo).
Na constância do matrimônio os consortes adquiriram onerosamente um apartamento localizado na rua do paraíso, n° 101, apto 302, centro, Criciúma-SC, avaliado em R$ 300.00,00 (trezentos mil reais), uma apartamento no Mar Grosso na cidade de laguna, Ed. Solar da Manhã, n° 444, apto 203, avaliado em R$ 400.00,00 (quatrocentos mil reais) e Dois veículos, Ford Focus, ano e modelo 2016, avaliados em R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil cada.
Ainda enquanto perdurava a união o casal teve dois filhos, MARIAZINHA LINDINHA, nascida em primeiro de setembro de 2015 e JOSÉ DAS COLVES JUNIOR, nascido em quatorze de abril de 2013, e que atualmente encontra-se sob a guarda fática da requerente.
Ocorre que desde o começo de 2017, requerente e requerido encontram-se separados de fato. Desde o rompimento o requerido não paga pensão alimentícia e quiçá provem algum auxílio a requente no sustento dos menores.
Dado a negativa do requerido em conceder o divórcio consensual, não restou à requerente outra alternativa senão socorrer-se ao Judiciário para conseguir o divórcio litigioso.
2 – DO DIREITO
2.1 – Do Divórcio
A questão ora em debate não comporta maiores digressões, pois desde que a EC 66/2010 alterou § 6º, do artigo 226, da Constituição Federal, o divórcio passou a ser um direito potestativo, condicionando-se tão-somente ao requerimento de uma das partes.
Com efeito, antigos requisitos para a possibilidade do divórcio, tais como culpa lapso temporal, prévia separação, dentre outros, deixaram de ser exigidos, de modo que atualmente para que haja o divórcio é necessária apenas a existência de um casamento válido e a vontade de um dos cônjuges em dissolver a sociedade conjugal.
Destarte, sendo requerido e requerente casados, e uma vez que esta demonstra sua vontade em divorciar-se daquele, e com fundamento no artigo 226, § 6º, da Constituição Federal cumulado com artigo 1.571, IV, do Código Civil, o deferimento do pedido de divórcio é medida se impõe, uma vez que não há nada que obste o exercício do direito potestativo da autora.
2.2 – Da Partilha de Bens
Pelo fato de o Requerido e a Requerida serem casados pelo regime de Comunhão Parcial preceitua o
 Art. 1658 do CC, No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento...
Na constância do matrimônio os consortes adquiriram onerosamente; 
Apartamento localizado na rua do paraíso, n° 101, apto 302, centro, Criciúma-SC, avaliado em R$ 300.00,00 (trezentos mil reais).
Meação relativa ao valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).
 Apartamento no Mar Grosso na cidade de laguna, Ed. Solar da Manhã, n° 444, apto 203, avaliado em R$ 400.00,00 (quatrocentos mil reais).
Meação relativa ao valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
Dois veículos, Ford Focus, ano e modelo 2016, avaliados em R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais) cada.
Meação relativa ao valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais).
Desta forma, a Requerente tem direito a 50% do valor dos bens (cinquenta por cento) na partilha, na importância de R$ 395.000,00 (trezentos e noventa e cinco mil reais).
Fundamentos Jurídicos estes os quais a Requerente pleiteia para que seja observado seu direito a meação dos bens.
2.3 – Da Guarda
Tendo em vista que na guarda o interesse do menor é priorizado – interpretação do artigo 6º do ECA – e em consonância com o artigo 28, § 3º, do mesmo diploma legal, viceja o melhor juízo no sentido da menor permanecer residindo com sua genitora.
Nesta seara, a guarda compartilhada descrita no artigo 1.583, § 1º, parte final, do Código Civil, é, a princípio, a que melhor atende os interesses da menor no caso em comento.
Saliente-se que durante a semana as crianças permanecerão com a requerente no período matutino, e na parte da tarde poderá desfrutar do conforto, lazer e educação em uma creche a qual já frequentam.
Igualmente, desde a separação de fato a requerente manteve a guarda fática da menor, razão pela qual a manutenção desta com sua genitora é medida que melhor atenderá os interesses dos menores, haja vista que eles permanecerão na mesma residência e convivendo diariamente com sua mãe, num ambiente em que já estão acostumados.
Por fim, de salutar importância delinear o direito de visita do requerido. E aqui, embora não seja errado dizer que o pai visitará os filhos por ser um direito dele, há de se ressaltar que muito maior que o direito de visita é o direito da criança em conviver harmoniosamente com seu pai.
Assim, com o escopo de atender o interesse dos menores, deverá eles permanecer durante a semana com a requerente, ficando reservado ao requerido o direito de ficar com os filhos em finais de semana alternados, bem como em quaisquer outros dias do ano, desde que previamente acordado com a requerente.
Deste modo, com fulcro no artigo 1.584, I, do Código Civil, requer a Autora que os filhos do casal fiquem sob sua guarda, na modalidade compartilhada, podendo o requerente manter convívio com a menor.
2.4 – Dos Alimentos
Primeiramente, faz-se necessário elucidar que nada obstante a Ação de Alimentos ter rito especial diverso da Ação de Divórcio, e a titularidade dos alimentos que ora se pleiteia seja dos filhos da requerente, visando atender aos princípios processuais da economia e da celeridade, a cumulação desses dois pedidos não pode ser obstada.
Corroborando com os princípios processuais supracitados, o § 2º, do artigo 327, do Código de Processo Civil, permite a cumulação de pedidos mesmo nos casos em que cada um deles siga um procedimento diferente, desde que se adote o rito ordinário, que é o que ocorre na presente Ação.
Neste sentido, digno de nota a lição de Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho[1] no sentido de que “seja qual for a modalidade do divórcio judicial, os alimentos devidos aos filhos é cláusula fundamental, de natureza cogente e matiz de ordem pública”.
Portanto, a cumulação de divórcio cumulado com alimentos em favor dos filhos da requerente se afigura perfeitamente possível no caso em comento, quer seja com base no artigo 327, § 2º, CPC, ou para respeitar o princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, CF) bem como a economia e a celeridade processual.
Não obstante, a obrigação alimentar do requerido decorre do fato dele ser pai dos menores (certidões em anexo) que atualmente encontra-se sob a guarda fática da requerente.
Com efeito, o dever alimentar dos pais para com os filhos está expressamente previsto no artigo 229 Carta Magna, bem como nos artigos 1.694 e 1.696 do Código Civil.
Neste diapasão, uma vez reconhecida a obrigação alimentar,faz-se necessário determinar o quantum a ser pago. E aqui nos deparamos com o famoso binômio, necessidade do alimentado e possibilidade do alimentando.
Pois bem. Conforme qualificação apresentada no preâmbulo, o requerido não possui uma profissão específica, e recebe, em média, uma remuneração pouco maior que o salário mínimo vigente. De outro lado temos os alimentados, que atualmente tem 5 e 2 anos de idade, demandando gastos com alimentação, vestuário, educação, saúde e lazer.
Confrontando este binômio e não havendo dúvida quanto à obrigação alimentar do requerido, aparenta ser plenamente razoável a fixação de pensão alimentícia em favor dos menores no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais), obrigando aquele a depositar o valor até o dia 10 de cada mês na conta corrente da requerente, a saber: XXXXXXXXXX; bem como para que pague os valores vencidos referentes aos meses pendentes. 
2.4.1 – Da tutela de urgência
Para evitar qualquer discussão sobre a possibilidade ou não de concessão de alimentos provisórios no rito ordinário, far-se-á o pedido de antecipação dos efeitos da tutela (art. 300, caput, CPC) para fins de sustento dos filhos dos ex-consortes, em analogia ao que dispõe o artigo 20 da Lei 6.515/77.
Neste contexto, temos que o artigo 300, caput, CPC, permite ao magistrado antecipar os efeitos da tutela “quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
O requisito exigido pela primeira parte do artigo 300 do códex processual, que costumeiramente é denominado fumus boni iuris, pode ser cristalinamente vislumbrado na certidão de nascimento em anexo.
De outro lado, o artigo 300, in fine, do CPC, estabelece que além da verossimilhança é preciso que exista aquilo que a práxis forense denomina como periculum in mora, que no caso em testilha independe de prova (art. 375, CPC), uma vez que é inequívoco que o filho menor e absolutamente incapaz necessita do amparo de ambos os pais para sobreviver.
Por fim, não há qualquer risco de irreversibilidade, uma vez que a obrigação alimentar do requerido é inequívoca, e prover o sustento dos filhos cabe primordialmente aos pais.
Portanto, uma vez demonstrados os requisitos necessários, deve ser concedido a antecipação dos efeitos da tutela para o fim de condenar o requerido a pagar pensão alimentícia em favor dos Menores MARIAZINHA LINDINHA e JOSÉ DAS COLVES JUNIOR. 
3 – DO PEDIDO
Ante todo o exposto requer a Vossa Excelência:
a) A concessão da tutela antecipada, inaudita altera parte, para o fim de condenar o requerido a pagar pensão alimentícia à sua filha, no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais), até o dia 10 (dez) de cada mês, mediante depósito na conta corrente da requerente descrita no subtópico 2.4;
b) A citação do requerido para, caso queira, apresentar resposta dentro do prazo legal;
c) A intimação do representante do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, nos termos do artigo 178, II, do Código de Processo Civil;
d) Ao final, seja a presente ação julgada totalmente procedente, para:
d.1) declarar a extinção do vínculo conjugal entre requerente e requerido, mediante divórcio, determinando-se a expedição do competente ofício para averbação junto ao Cartório de Registro Civil onde fora firmado o matrimônio;
d.2) expedir, ainda, o competente mandado de averbação para que a requerente retome o nome de solteira, qual seja, MARIA CHIQUINHA FLORES;
d.3) regulamentar a guarda dos menores MARIAZINHA LINDINHA e JOSÉ DAS COLVES JUNIOR, permanecendo estes morando com a requerente, e estabelecendo-se a guarda compartilhada, nos termos apostos no subtópico 2.3; 
d.3) confirmando a tutela antecipada, condenar o requerido na prestação de alimentos definitivos aos seus filhos, na quantia de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, a serem depositados sempre até o dia 10 (dez) de cada mês na conta corrente mencionada no subtópico 2.4, bem como para que efetue o pagamento da pensão alimentar vencida e não paga referente aos meses anteriores, no valor de R$ XXXXXXXXX;
e) A concessão à requerente dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, por ser pessoa pobre, não podendo arcar com as custas do processo sem prejuízo do sustento seu e de sua família, conforme declaração em anexo;
f) A condenação do requerido nas custas processual e honorário advocatícios.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental, testemunhal e depoimento pessoal do requerido.
Dá-se à causa o valor de R$ XXXXXXXXX, nos termos do artigo 292, III e VI, do Código de Processo Civil.
Termos em que,
Pede deferimento.
Criciúma, abril de 2018
ADVOGADO
OAB

Continue navegando