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3 1 INTRODUÇÃO A palavra petróleo, origina-se do latim pedra (pedra) e oleum (óleo), no estado líquido é uma substância oleosa, com cheiro característico, sua cor varia entre o negro e o castanho-claro, com densidade menor que a da água e é inflamável. É uma mistura complexa de compostos formados em sua maioria por átomos de carbono e hidrogênio, conhecidos como hidrocarbonetos e outros átomos como oxigênio, enxofre, nitrogênio e metais (vanádio, níquel, ferro e cobre). Os hidrocarbonetos vão desde moléculas bem simples, com poucos átomos, até moléculas complexas de alto peso molecular (GUIMARÃES e PINTO, 2007). Os hidrocarbonetos presentes no petróleo, de acordo com a sua estrutura, são classificados em saturados, insaturados e aromáticos. Os hidrocarbonetos saturados (alcanos ou parafínicos) apresentam átomos de carbono que são unidos por ligações simples ao maior número possível de átomos de hidrogênio, constituído de cadeias lineares parafínicos normais, podem ser ramificados (iso-parafínicos) ou cíclicos (naftênicos). Os hidrocarbonetos insaturados (olefinas) apresentam pelo menos uma dupla ou tripla ligação carbono-carbono, enquanto que os hidrocarbonetos aromáticos (arenos) apresentam um anel de benzeno em sua estrutura (THOMAS, 2004). No petróleo existe uma quantidade de constituintes que são denominados como não hidrocarbonetos. Estes constituintes, chamados de impurezas, possuem elementos como enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais que podem estar presentes em toda faixa de destilação do petróleo, porém tendem a se concentrar nas frações mais pesadas. No petróleo ocorrem também os compostos sulfurados, os compostos nitrogenados e os compostos nitrogenados. Existem compostos sulfurados como mercaptans, sulfetos, polissulfetos, benzotiofenos e derivados. Eles são indesejáveis, pois aumentam a polaridade dos óleos contribuindo para estabilização das emulsões, são responsáveis pela corrosividade dos produtos, contaminam catalisadores, conferem cor e cheiro nos produtos finais, são tóxicos e produzem SO2 e SO3 por 4 combustão, os quais formam ácido sulfuroso (H2SO3) e ácido sulfúrico (H2SO4) em meio aquoso. Os compostos nitrogenados aparecem nas formas de piridinas, quinolinas, pirróis, indóis, porfirinas e compostos policíclicos com enxofre, oxigênio e metais. Apresentam-se na forma orgânica e são termicamente estáveis. Eles aumentam a capacidade do petróleo de reter água na forma de emulsão, dificultam o processo de separação da água e são responsáveis pela contaminação dos catalisadores. Além disso, durante o refino tornam instáveis os produtos finais, propiciando a formação de gomas e alterando a coloração. Os compostos oxigenados aparecem como ácidos carboxílicos, fenóis, cresóis, ésteres, amidas, cetonas e benzofuranos e se concentram nas frações mais pesadas. São responsáveis pela acidez, coloração (ácidos naftênicos), odor (fenóis), formação de gomas e corrosividade. Na indústria do petróleo, grande parte dos ácidos orgânicos são chamados de ácidos naftênicos (NA). Os NA mais comuns são os ácidos monocarboxílicos com a carboxila ligada uma cadeia alicíclica contendo um ou mais cicloalcanos geminados. A carboxila pode estar ligada diretamente à estrutura naftênica, ou estar separada por um determinado número de unidades -CH2-. Os compostos metálicos aparecem na forma de sais orgânicos dissolvidos na água emulsionada ao petróleo que são removidos pelo processo de dessalgação, na forma de compostos organometálicos complexos, que concentram-se nas frações mais pesadas e contaminam os catalisadores. Os metais mais comuns são: ferro, zinco, cobre, chumbo, molibidênio, cobalto, arsênio, manganês, cromo, sódio, níquel e vanádio. As resinas e os asfaltenos são moléculas grandes, com alta relação carbono/hidrogênio e presença de enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais. Cada molécula constitui-se de 3 ou mais anéis aromáticos com cadeia lateral alifática que formam agregados micelares. As estruturas básicas das resinas e asfaltenos são semelhantes, porém existem importantes diferenças. Os asfaltenos puros são sólidos escuros e não-voláteis, insolúveis em alcanos e solúveis em 5 tolueno. Enquanto, as resinas puras são líquidos pesados ou sólidos pastosos, as de alto peso molecular são avermelhadas, e as mais leves são menos coloridas. São mais polares e apresentam volatilidade semelhante à de um hidrocarboneto do mesmo tamanho (THOMAS, 2004; GUIMARÃES e PINTO, 2007; AL-SAHHAF, 2002). Os asfaltenos não encontram-se dissolvidos no petróleo e sim dispersos na forma coloidal estabilizada por resinas, elas são facilmente solúveis. Mudanças e variações de pressão, temperatura e composição provocam a precipitação dos asfaltenos na superfície dos equipamentos de produção, nas tubulações do poço e em áreas próximas ao poço. Assim, os asfaltenos acabam causando problemas durante a produção, o transporte e o refino do petróleo, reduzem a produtividade do poço e aumentam a estabilidade da emulsão. O petróleo é caracterizado por suas propriedades físico-químicas. No entanto, devido à complexidade tanto em relação à sua composição quanto em relação ao elevado peso molecular dos compostos orgânicos que o compõem, a análise do petróleo apresenta algumas dificuldades principalmente no que diz respeito à separação e a dificuldade de identificação de seus componentes (BUENO, 2004; PANTOJA, 2006). Quando o petróleo passa pelo processo de refino, esse gera muitos produtos, conhecidos como derivados de petróleo. Por exemplo, gasolina automotiva, querosene de aviação (QAV), óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP) entre outros, cada derivado apresenta diferentes aplicações, especificações e requisitos de qualidade. Devido a variedade de derivados de petróleo serão especificadas as principais análises e técnicas analíticas utilizadas no petróleo cru, gasolina automotiva e óleo diesel. 6 2 ANÁLISES DO PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS 2.1 ANÁLISES DE CARACTERIZAÇÃO DO PETRÓLEO As frações do petróleo ou do petróleo cru são caracterizadas por uma técnica que utiliza os dados de laboratório disponíveis, e através desses dados calculam-se os parâmetros básicos necessários para determinar as propriedades do fluido e a qualidade. Existem diversos métodos que caracterizam o petróleo, porém cada método origina diferentes parâmetros de caracterização e fornecem resultados diferentes das propriedades físicas finais estimadas, o que acaba interferindo no desenho e operação das unidades relacionadas (RIAZI, 2005). Uma das principais características do petróleo é a sua densidade relativa, pois serve de parâmetro para prever o comportamento do petróleo durante o processo de produção. Além da densidade ºAPI, uma análise preliminar do petróleo pode fornecer cerca de 20 propriedades físicas-químicas. Existem propriedades específicas que são acompanhadas durante a fase exploratória, fase de produção e/ou fase de refino. Além das propriedades ºAPI, BSW (Basic Sediments and Water em inglês – expressa a quantidade de água e sedimentos contidos em 100mL de amostra), teor de sal, viscosidade, ponto de fluidez, teor de enxofre, teor de nitrogênio, número de acidez total (NAT), quantidade de saturados, aromáticos, resinas e asfaltenos (SARA), a curva de ponto de ebulição verdadeiro (PEV/TBP), a destilação simulada (SimDis) entre outras, têm grande importância nacaracterização da carga de petróleo a ser processada na unidade de destilação de uma refinaria (FARAH, 2002; BUENO, 2004; GUIMARÃES E PINTO, 2007). A caracterização físico-química do petróleo é feita por métodos convencionais que demandam tempo e conhecimento em diferentes técnicas analíticas, no entanto as metodologias analíticas já existentes sofrem mudanças ou novas metodologias precisam ser desenvolvidas para atender a demanda de acompanhamento dos petróleos pesados e extrapesados. Então, acaba sendo um desafio conhecer as principais propriedades do petróleo durante o processo, com uma análise rápida, pouca quantidade de amostra e sem tratamento prévio. Assim, o conhecimento 7 das principais propriedades do petróleo viabiliza a tomada de decisão de forma rápida durante o processamento que visa o aumento da produção. Serão citadas abaixo algumas das principais propriedades fisíco-químicas que são analisadas não só no petróleo cru mas também em seus derivados. 2.1.1 Densidade (Grau API) A densidade do petróleo é expressa através de um índice adimensional, denominado grau API. É dado pela equação abaixo: onde dr(60/60) é a densidade da amostra a 60ºF(~ 15,26 ºC), em relação à densidade da água a 60ºF (densidade relativa). O conhecinhento do grau API de um determinado petróleo é de extrema importância, pois ele está relacionado com a obtenção de maior quantidade de derivados nobres, de elevado valor comercial, como a gasolina, o diesel e o GLP, relativamente a outro tipo de óleo, logo quanto menor a densidade do petróleo (petróleos leves), maior o grau API e maior densidade do petróleo (petróleo pesados), menor o grau API (SKLO, 2005). De acordo com o valor do grau API é possivel classificar um tipo de petróleo. A classificação mais utilizada é a adotada pelo American Petroleum Institute – API, que classifica os óleos de acordo com a sua densidade volumétrica ou com seu grau API. Tipo do petróleo Densidade (kg/m³) API Leve Inferior a 870 > 31,1 Médio Entre 920 e 870 Entre 22,3 e 31,1 Pesado Entre 1000 e 920 Entre 10 e 22,3 Extrapesado Superior a 1000 < 10,0 Tabela 1 - Classificação do petróleo de acordo com a densidade e grau API 8 2.1.2 Número de Acidez Total (NAT) O número de acidez total (NAT) é um índice que mede a acidez naftênica do petróleo. Os ácidos naftênicos podem atacar as unidades da refinaria causando corrosão em equipamentos e tubulações de unidades de destilação de cru com temperaturas mais elevadas. É considerado alto quando o valor presente no petróleo é superior a 0,5mg KOH/g. 2.1.3 Temperatura Inicial de Aparecimento de Cristais (TIAC) Consiste na descoberta da temperatura na qual os primeiros cristais de parafina saem de solução, e acabam provocando mudanças no comportamento reológico do petróleo. Também pode ser determinada por medidas de densidade ou por calorimetria exploratória diferencial (DSC), sendo extremamente útil na previsão do processo de deposição orgânica. Através da descoberta do TIAC é possivel afirmar com segurança se um petróleo apresenta, ou não, tendência à formação de depósitos orgânicos (RIBEIRO, 2009). 2.1.4 Viscosidade Consiste na medida das forças internas de atrito (cisalhamento) do fluido em movimento, ou na medida da perda de carga do fluido nas tubulações. Quanto mais viscoso for o petróleo, mais energia será demandada para sua movimentação (RIBEIRO, 2009). 2.1.5 Ponto de fluidez O ponto de fluidez corresponde à temperatura abaixo da qual o petróleo não flui sob a ação gravitacional, e as propriedades reológicas do petróleo mudam drasticamente, e ele passa a apresentar o comportamento de uma substância semi-sólida. Esta mudança de comportamento está associada à formação e ao crescimento dos cristais de parafina no interior do petróleo. É utilizado para determinação da parafinicidade do petróleo, definindo assim as condições de transferência do petróleo nas dutos (RIBEIRO, 2009). 9 2.1.6 Fator de caracterização KUOP É um fator importante é utilizado principalmente no refino, indica a parafinicidade do petróleo. Também é conhecido como Fator de Watson, e foi proposto pela Universal Oil Products Company (UOP). O valor do fator de KUOP foi definido para substâncias puras expresso pela equação: onde TB é o ponto de ebulição do produto puro em graus Rankine (F + 460), e d é a densidade 60/60ºF (VALLE, 2007). Os valores iguais ou superiores a 12,0 indicam que o petróleo é predominantemente parafínico; valores iguais ou inferiores a 10,0, indicam que o petróleo é predominantemente aromático; valores inferiores a 11,8, indicam que o petróleo é predominantemente naftênico. 2.1.7 Massa específica A massa específica é fundamental para determinar a qualidade de um combustível. É definida como a massa de uma substância contida em uma unidade de volume, para uma dada temperatura. A análise da massa específica segue a norma da ABNT NBR 7148 - método do densímetro, sendo utilizada no petróleo cru e nos derivados de petróleo também, como óleo diesel, querosene, e principalmente na gasolina, entre outros. 2.1.8 Frações ou “Cortes” de petróleo As frações são definidas como as faixas de hidrocarbonetos cujo ponto de ebulição corresponde a uma determinada faixa de temperatura, denominada de pontos de corte. Na comparação de diferentes petróleos para um mesmo perfil de destilação, ocorre uma mudança no rendimento do produto obtido dentro das faixas pré-determinadas correspondentes, e não no intervalo da temperatura de corte. 10 Fração Temperatura de Ebulição (ºC) Composição química Gás residual < 40 C1 - C2 GLP < 40 C3 - C4 Gasolina 20 - 220 C5 - C10 Querosene 150 -300 C11 - C12 Gasóleo Leve 235 - 305 C13 - C17 Gasóleo Pesado 305 - 400 C18 - C25 Lubrificantes 400 - 510 C26 - C38 Resíduos > 510 C38+ Tabela 2 - Faixas de Corte dos derivados de petróleo. 2.1.9 Ponto de Ebulição Verdadeiro (TrueBoiling Point - TBP) A metodologia para a determinação das curvas de destilação TBP consiste em 2 (dois) procedimentos, que são usados para análises de condensados de petróleo, frações de petróleo, misturas de hidrocarbonetos e petróleo cru. Os procedimentos seguem a norma ASTM D2892 (sob pressão atmosférica), refere-se a componentes que entram em ebulição a temperaturas menores que 400ºC e a norma ASTM D5236 (sob pressão reduzida), refere-se a componentes que entram em ebulição a temperaturas maiores que 400ºC. As análises TBP são realizadas pela destilação de uma amostra de petróleo cru ou da fração em uma coluna de fracionamento padronizada submetida a condições específicas de operação. A curva TBP representa a percentagem em volume de cru destilado para diferentes temperaturas. Então, a partir dela é possível prever o rendimento em termos de produtos daquele petróleo analisado (FALLA, 2006). O tipo e a quantidade de hidrocarbonetos que compõem a mistura a ser analisada, serão responsáveis pela forma da curva TBP. Descrevendo assim, uma curva única de petróleo bruto de acordo com a composição química da amostra a ser analisada (BEHRENBRUCH, 2007). Este método de caracterização exige mão de obra especializada, os equipamentos necessários têm custo elevado, as análises exigem tempo, porém é considerado um método 11 confiável. 2.1.10 Destilação Simulada (SimDis) Consiste em uma técnica de separação cujos componentes da amostra a ser analisada são eluídos na coluna cromatográfica em ordem dos seus pontos de ebulição. Utiliza o cromatográfo a gás, que éo equipamento que gera as curvas de destilação e determina a composição dos hidrocarbonetos gasosos ou líquidos da mistura. Nas análises da mistura, por cromatografia gasosa, a separação de seus compostos individuais se dá de acordo com a atração relativa de seus componentes pela fase estacionária e pela fase móvel (PANTOJA, 2006; RIAZI, 2005). A introdução do conceito de destilação simulada (SimDis) ocorreu na década de 60, por fornecer informações confiáveis para indústria do petróleo em um intervalo menor de tempo em comparação ao método TrueBoiling Point (TBP). A técnica segue os padrões da ASTM, sendo apresentados vários métodos de eluição com diferentes pontos finais de ebulição (ASTM D2887, ASTM D5307, ASTM D7169). 2.1.11 Pressão de vapor Reid A pressão de vapor Reid (RVP) é a pressão absoluta exercida por uma mistura a 100ºF (37,8ºC) e com uma taxa de volume de vapor/ líquido de 4/1. É utilizado para caracterizar a volatilidade de óleos crus e gasolinas (TAKESHITA, 2006). A pressão de vapor é a pressão cuja fase vapor de uma substância está em equilíbrio termodinâmico com sua fase líquida, com pressão e temperatura específica. Para substâncias puras, a pressão do ponto de bolha normalmente coincide com a pressão do ponto de orvalho, denominando esta pressão como pressão de vapor. Para misturas, em relação a pressão de vapor, além da pressão e temperatura, deverão ser especificadas a composição das fases vapor e líquido, é a porcentagem volumétrica de líquido em relação à de gás, no equilíbrio de fases. A determinação e limitação da pressão de vapor Reid evita problemas de tamponamento, 12 que é formação de vapores nas linhas de transporte de combustível, no carburador e na bomba, e interrompe o escoamento. Sendo importantes para o desempenho e segurança de combustíveis e solventes, já que estes têm tendência de formação de vapores explosivos. 2.2 ANÁLISES DE CARACTERIZAÇÃO DA GASOLINA A gasolina é um hidrocarboneto alifático, ou seja é composta por moléculas de hidrogênio e carbono dispostos em cadeias. Normalmente, suas moléculas apresenta 4 a 12 átomos de carbonos em cada cadeia, cuja faixa de destilação varia de 30 a 220ºC sob pressão atmosférica. É constituída quimicamente por uma mistura complexa de mais de 400 hidrocarbonetos, contaminantes naturais em baixas concentrações como enxofre, oxigênio, metais e nitrogênio, é inflamável, líquida e volátil. As características e especificações dos seus componentes são regulamentadas pelos órgãos governamentais. Os hidrocarbonetos que estão presentes na gasolina são divididos em 4 classes, de acordo com a estrutura molecular: • Aromáticos: esses compostos conferem uma boa resistência à detonação à gasolina. Porém, geram grande quantidade de fumaça e depósitos de carbono durante a queima no motor, quando comparado com os compostos saturados e olefínicos. • Cicloparafinas ou naftênicos: são hidrocarbonetos saturados de cadeia ciclíca; • Parafinas normais e ramificadas: são hidrocarbonetos saturados de cadeia linear; • Olefinas: quando apresentam altos teores instabilizam a gasolina quimicamente, pois reagem entre si e com outros hidrocarbonetos na presença de oxigênio, luz ou calor, gerando polímeros (goma). São hidrocarbonetos com dupla ligação carbono-carbono (SOUZA, 2004). 13 Constituintes Processo de obtenção Faixa de Ebulição (ºC) Índice de Octano (motor) Butano Destilação e processos de transformação. zero 101 Isopentano Destilação, processos de transformação, isomerização. 27 75 Nafta Alquilada Alquilação: processo que combina olefinas e parafinas. 40 - 150 90 - 100 Nafta leve de destilação Destilação 30 - 120 50 - 65 Nafta pesada de destilação Destilação 90 - 220 40 - 50 Nafta hidrocraqueada Hidrocraqueamento: processo que produz compostos saturados e reduz o teor de enxofre e nitrogênio 40 - 220 80 - 85 Nafta craqueada cataliticamente Craqueamento catalítico: produz uma gasolina com melhores características antidetonantes do que a nafta leve. 40 - 220 78 - 80 Nafta polímera Polimerização de olefinas gasosas em moléculas maiores. 60 - 220 80 - 100 Nafta craqueada termicamente Craqueamento térmico 30 - 150 70 - 76 Nafta reformada Reforma catalítica, processo usado para melhorar as propriedades antidetonantes das gasolinas obtidas do craqueamento e da destilação direta através da formação de hidrocarbonetos aromáticos. 40 - 220 80 - 85 Tabela 3 – Composição da gasolina conforme o processo de obtenção. A composição da gasolina sofre mudanças de acordo com o processo de obtenção, seguindo a demonstração dos componentes da tabela acima. 2.2.1 Octanagem Representa a capacidade de resistência do combustível à compressão sem entrar em auto- ignição. A octanagem do combustivel é importante, principalmente no projeto dos motores, para determinação a taxa de compressão, curvas de avanço de ignição (representação gráfica do avanço da ignição ao longo da faixa de operação do motor) e tempo de injeção. O combustível com alta octanagem apresenta melhor resistência a altas pressões no interior dos cilindros sem sofrer 14 detonação e poder de combustão. Ao iso-octano que é o 2,2,4-trimetil-pentano, que proporciona melhor desempenho ao motor a explosão, é atribuído um índice de octanos correspondente a 100 e ao n-heptano, que proporciona pior desempenho ao motor, é atribuído um índice de octanos igual a zero. Por exemplo, uma gasolina que tem o índice de octanos igual a 80, significa que ela tem desempenho idêntico a uma mistura de 80% de iso-octanos e 20% de n-heptanos (FELTRE, 2004). São adicionados antidetonantes para aumentar a octanagem. O chumbo tetraetila Pb (C2H5)4 foi bastante utilizado, mas tem o uso proibido, pois o chumbo é um poluidor altamente nocivo. Atualmente, o antidetonante mais utilizado é o éter metil-terciobutílico (MTBE) (FELTRE, 2004). 2.2.2 Tipos de gasolina São oferecidos aos consumidores conforme as principais características do projeto do motor, por exemplo taxa de compressão do motor, tempo de ignição, curvas de avanço de ignição e outros fatores que afetam a temperatura e pressão dentro do motor, além do tipo de sistema de injeção de combustível. Os tipos de gasolina são definidos como: • Gasolina tipo A: é a gasolina pura sem a adição de álcool etílico anidro combustível (AEAC), que é um aditivo antidetonante muito utilizado. A mistura da gasolina A com AEAC é realizada nas distribuidoras antes de chegar aos postos combustíveis. Este tipo não está a venda nos postos. • Gasolina tipo C Comum: consiste namistura da gasolina A com o álcool anidro, não tem presença de corante ou aditivo e apresenta coloração amarela. É utilizada em veículos que fazem uso de gasolina e não necessitam de dispersantes de depósitos ou alta octanagem. • Gasolina tipo C Aditivada: apresenta um aditivo de tipo “detergente dispersante”, que têm a função de manter o sistema de alimentação de combustível limpo, na gasolina tipo C comum. Apresenta coloração verde ou vermelha para 15 diferenciá-la da gasolina comum e tem a mesma octanagem da gasolina comum tipo C. É utilizada em veículo que não necessitam de alta octanagem, sendo indicada para carros à injeção eletrônica. • Gasolina tipo C de alta octanagem: possui octanagem maior que a gasolina comum e menor teor de enxofre, reduzindo as emissões de poluentes no meio ambiente, por exemplo gasolina Premium e Podium. É utilizada em veículos que exigem melhordesempenho do motor, e normalmente são veículos importados e sofisticados com alta taxa de compressão (maior que 10:1). • Gasolinas especiais: são utilizadas por montadoras e laboratórios para desenvolvimento de motores, em testes de emissões de poluentes, testes de performance e também como a primeira gasolina a ser inserida no automóvel quando finalizada sua montagem. São elas: gasolinas para competições automotivas, gasolina de 1º enchimento, gasolinas para testes de desempenho (feitas sob medida e com especificação requerida pelo cliente) e gasolina padrão (é especificada pela Agência Nacional de Petróleo destinada à homologação de veículos em ensaios de emissão de poluentes). 2.2.3 Adulteração da gasolina Consiste na modificação da composição original da gasolina devido a adição de álcool etílico anidro em porcentagens superiores ao estabelecido pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e solventes diversos, como rafinados petroquímicos e diesel. É uma das mais importantes análises de controle de qualidade realizada na gasolina, principalmente na gasolina comum tipo C, pois está a venda dos postos combustíveis, tem uso em larga escala no Brasil e sua adulteração causa prejuízo aos consumidores e a empresa. A adição de solventes causa mudanças nas propriedades físico-químicas da gasolina, por exemplo, a curva de destilação, a pressão de vapor e a taxa de equilíbrio vapor-líquido. Estas propriedades apresentam enorme influência no controle da ignição, no aquecimento e aceleração do 16 motor e no consumo de combustível (TAKESHITA, 2006). A adição de etanol também provoca intensas mudanças levando a um aumento do número de octanagem, variação na massa específica e pressão de vapor, além de transformações da curva de destilação (OLIVEIRA et al., 2004). Dentre os solventes mais utilizados na adulteração estão o óleo diesel, querosene, rafinados petroquímicos, solvente de borracha e excesso de álcool anidro. Porém, os rafinados têm utilização frequente devido ao baixo valor no mercado (TEIXEIRA et al., 2001). 2.2.4 Especificações da gasolina As propriedades físico-químicas para controle da qualidade da gasolina comum, tipo C, são especificadas através da Portaria ANP nº309 de 27/12/2001, e estão descritas na Tabela 4. São estas propriedades que serão análisadas, cujo resultados deverão está de acordo com a especificação da Agência Nacional de Petróleo. O percentual de álcool etílico anidro combustível (AEAC) adicionado a gasolina é definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento através da Portaria MAPA nº 554, de 27/05/2003, que entrou em vigor a partir de 01/06/2003, e que fixa em 25% com variação de 1% o percentual obrigatório de adição de álcool etílico anidro combustível à gasolina. Pode ocorrer uma oscilação do valor entre 20 a 25%, dependendo da disponibilidade da matéria-prima para a sua produção e oscilações do preço do álcool nos mercados interno e externo. 17 Característica Especificação Importância do controle Normas Cor e aspecto (se isento de corantes) De incolor a amarelada, límpido e isento de impurezas. Indica presença de contaminantes ou à oxidação de compostos instáveis. Materiais em suspensão reduzem a vida útil dos flitros de combustível e prejudicam o funcionamento do motor. NBR 71,48, ASTM D1298 % AEAC (%Vol.) 25% + ou - 1% A adição de álcool altera a octanagem da gasolina e a emissão de poluentes. NBR 13992 Massa específica (kg/m³, 20ºC) Faixa típica – 740 e 776 Indica possíveis adulterações, com produtos mais leves ou mais pesados. NBR 7148, NBR 14065, D1298, D4052 Destilação (ºC) 10% evaporado, máx. 65,0 50% evaporado, máx. 80,0 90% evaporado 190,0 -145,0 PFE, máx. 220,0 Resíduo, % vol máx. 2,0 Mede as características de volatilidade da gasolina, de acordo com as curvas de destilação. NBR 9619, D86 MON, mín 82,0 Indica a capacidade do combustível de resistir á detonação. MB 457, D2700 IAD 87,0 Mede o desempenho real da gasolina, pois é a média entre o MON (octanagem em condições severas e o RON (octanagem em condições suaves). MB 457, D2700, D2699 Hidrocarbonetos, %: Aromáticos, máx. 45 Olefínicos, máx. 30 Controlar emissões atmosféricas e inibir adições de solventes. MB 424, D1319 Benzeno, % vol máx. 1,0 Composto cancerígeno. D3606, D6277, D5443, D3237 Chumbo, g/L máx. 0,005 Possui elevada toxicidez e é um envenenador dos catalisadores utilizados nos conversores catalíticos. - Enxofre, % massa máx. 0,10 Ação corrosiva no motor, deteriorização do óleo lubrificante, formação e emissão de gases tóxicos. NBR6563, NBR14533, D1266, D54, D4294, D3120, D2622 Período de indução a 100ºC, minutos 360 Indica o período de vida útil durante a estocagem. NBR14478, D525 Corrosividade ao Cobre a 50ºC, 3h, máx. 1 Verifica a tendência à corrosão nas partes metálicas do motor. NBR14359, D130 18 Goma, mg/100ml max. 5 Indica a formação de goma em função da reação natural entre olefinas, ar e calor. Pode provocar depósitos e obstruções. NBR 14525, D381 Pressão de vapor a 37,8 ºC, kPa máx. 69,0 Avalia a tendência da gasolina de evaporar-se. Deve ser adequada para garantir a partida fácil do motor e não interromper a passagem do combustível ao sistema de alimentação. NBR4149, NBR14156, D4953, D519, D5191, D5482 Tabela 4 – Especificações da gasolina comum tipo C. Portaria ANP nº 309. 2.2.5 Massa específica A gasolina comum tipo C apresenta uma massa específica entre 740 e 776 kg/m³, enquanto a gasolina adulterada apresenta uma massa específica menor, pois a adulteração se dá com a adição de compostos orgânicos menos densos. Segundo a legislação brasileira a gasolina não poderá apresentar água, porém, recebe a adição de álcool não anidro e a presença de água pode ser detectada pela determinação da massa específica (TAKESHITA, 2006). Na gasolina, são feitas tipicamente as análises descritas na especificação da ANP, além das análises citadas na caracterização do petróleo como massa específica, pressão de vapor Reid, número de acidez total (NAT), ponto de ebulição verdadeiro etc, e outras análises específicas como octanagem, tipo de gasolina e adulteração da gasolina descritos acima. 2.3 ANÁLISES DE CARACTERIZAÇÃO DO ÓLEO DIESEL O óleo diesel é um combustível inflamável, volátil, tóxico, não apresenta material em suspensão, tem odor característico e forte, e baixos teores de enxofre, oxigênio e nitrogênio.É utilizado como combustível industrial e também como automotivo, seu valor comercial é menor que o da querosene (ANP, 2009). É constituído por uma mistura de diversas correntes obtidas nas unidades de destilação. As seguintes frações podem estar presentes nesta mistura: nafta pesada, querosene, diesel leve, nafta pesada produzida na unidade de coqueamento retardado, diesel pesado, gasóleos leve e médio 19 produzidos na unidade de coqueamento retardado, depois do hidrotratamento, gasóleo leve de vácuo e óleo leve de reciclo produzido na unidade de craqueamento catalítico fluido. Assim como, no petróleo cru, na gasolina e outros derivados de petróleo, o óleo diesel sofre análises para identificação de seu parâmetros, como as seguintes análises: pressão de vapor Reid, massa específica, teor de enxofre, ponto de ebulição verdadeiro (TrueBoiling Point – TBP), número de acidez total, viscosidade, algumas análises descritas na caracterização do petróleo e outras como o teor de biodiesel que não será citada neste trabalho. Os diversos tiposde diesel (A e B) são equivalentes, exceto quanto aos teores de enxofre, pois as emissões atmosféricas de SO serão diferentes e são importantes para as indústrias devido o compromisso com os órgãos ambientais governamentais e/ou municipais. As especificações do óleo diesel, também seguem a Agência Nacional do Petróleo (ANP), são dadas na tabela 5. 2.3.1 Especificações do Óleo Diesel As propriedades físico-químicas para controle da qualidade do óleo diesel S50, tipo A e B, são especificadas através da Portaria ANP nº42 de 16/12/2009, e estão descritas na Tabela 5. São estas propriedades que serão analisadas, cujo resultados deverão está de acordo com a especificação da Agência Nacional de Petróleo. Esta resolução também determina a classificação dos óleos diesel de uso rodoviário. São classificados em: • Óleo diesel A: destina-se a veículos com motores do ciclo Diesel, para uso rodoviário, produzidos através de processos de refino de petróleo e processamento de gás natural, não há adição de biodiesel. • Óleo diesel B: destina-se a veículos com motores do ciclo Diesel, para uso rodoviário, produzidos através de processos de refino de petróleo e processamento de gás natural, com adição de biodiesel seguindo as normas da legislação vigente. 20 Os óleos diesel A e B podem ser diferenciaados, de acordo com o teor máximo de enxofre: • Óleo diesel A S50 e B S50: quando o combustível apresentar teor teor de enxofre, máximo, de 50 mg/kg. • Óleo diesel A S500 e B S500: quando o combustível apresentar teor de enxofre, máximo, de 500 mg/kg. • Óleo diesel A S1800 e B S1800: quando o combustível apresentar teor teor de enxofre, máximo, de 1800 mg/kg. Característica Especificação Normas Cor e aspecto Límpido (isento de impurezas) NBR 71,48, ASTM D1298 Teor de enxofre total, máx. (Mg/kg) 500 a 1800 NBR 14875, NBR 14533, D 1552, D 2622, D 4294, D 5453 Destilação (ºC) 10% vol., recuperados anotar 50% vol., recuperados, máx. 245,0 a 310,0 85% vol., recuperados, máx. 360,0 a 370,0 90% vol., recuperados, máx. 360,0 (máx.) NBR 9619, D 86 Massa específica a 20ºC (kg/m³) 820,0 a 850,0 NBR 7148, NBR 14065, D 1298, D 4052 Ponto de fulgor, mín. (ºC) 38,0 NBR 7974, NBR 14598, D 56, D 93, D 3828 Viscosidade a 40ºC (mm²/s) 2,0 a 5,0 NBR 10441, D 445 Cinzas, máx. (% massa) 0,010 NBR 9842, D 482 Número de cetano, mín. 46 D 613, D 6890, D 7170 Corrosividade, 3h a 50ºC, máx. (mg/kg) 1 NBR 14356, D 130 Resíduo de carbono Ramsbottom no resíduo 10% finais da destilação, máx. (%massa) 0,25 NBR 14318, D 524 Água e sedimentos, máx. (% vol.) 0,05 D 2709 Teor de biodiesel (%vol.) + ou - 0,5 NBR 15568 Tabela 5 - Especificações do óleo diesel S50, tipo A e B. Portaria ANP nº 42. 21 3 TÉCNICAS ANALÍTICAS Para a realização da metodologia experimental é fundamental obter a procedência das amostras de petróleo, os equipamentos utilizados nas análises de laboratório e a metodologia empregada na técnica analítica. Existem diversas técnicas analíticas para obtenção de resultados em análises de petróleo e derivados, neste trabalho serão citadas algumas das principais técnicas utilizadas como espectroscopia NIR, espectroscopia de fluorescência, espectrometria de massas, potenciometria, método do densímetro, método da octanegem, cromatografia gasosa e cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). 3.1 ESPECTROSCOPIA DO INFRAVERMELHO PRÓXIMO - NIR Os espectros no infravermelho têm a capacidade de armazenar um grande número de informações sobre a amostra, logo podem ser empregados nos mais diversos tipos de análises químicas e/ou físicas. A espectroscopia no infravermelho restringiu-se a aplicações qualitativas ou para reforçar hipóteses propostas sobre a estrutura química das espécies, porque até duas décadas atrás era quase impossível extrair informações quantitativas a partir dos espectros no infravermelho. Porém esta história mudou com a utilização do algoritmo da transformada de Fourier aplicando-o na espectroscopia no infravermelho, juntamente com o desenvolvimento de equipamentos (espectrofotômetros e computadores) modernos e métodos matemáticos que permitem calibrações multivariadas de elevada complexidade, possibilitando a geração de dados efetivos para o fornecimento de metodologias de análises em misturas complexa descartando a necessidade da separação prévia de seus componentes. Durante a Segunda Guerra Mundial, a espectroscopia no infravermelho foi utilizada para acompanhar o controle de qualidade de algumas indústrias alemãs, essa foi um das primeiras aplicações. Atualmente, sua aplicação abrange diferentes áreas de conhecimento, como ciências agrícolas, biotecnologia, mineralogia, ciências ambientais, medicina, indústria 22 têxtil, indústria do petróleo e seus derivados, dentre outras. Algumas de suas vantagens são: possibilidade de ensaio sem preparação de amostra (ou com mínima preparação de amostra); utilização de pouca amostra; possibilidade de aplicações para líquidos, sólidos ou pastas; capacidade de detectar alterações ou impurezas no produto, não percebidas por métodos analíticos convencionais; rapidez, exatidão e simplicidade na aquisição do espectro. A faixa de comprimento de radiação do infravermelho próximo (NIR) situa-se entre 780 e 2500 nm (14000 – 4000 cm-¹), a interação provém principalmente de sobretons e combinações de transições fundamentais associadas à níveis energéticos vibracionais de grupos de átomos. A interpretação das características dos espectros NIR, no petróleo e derivados, é baseada nas vibrações das ligações C-H devido aos diferentes grupos funcionais e ambientes moleculares originando diferentes transições de absorção e resultando em contribuições únicas de picos de absorção no infravermelho próximo dos hidrocarbonetos. Portanto, as propriedades de misturas de hidrocarbonetos são estimadas pelo relacionamento entre a estrutura química e as suas propriedades. A espectroscopia NIR é utilizada para quantificação do teor de asfaltenos e determinação da composição de hidrocarbonetos saturados e aromáticos como resinas e asfaltenos. E a NIR aliada a técnicas de calibração multivariada, são utilizadas para previsão de propriedade de petróleo, tais como: pressão no início da agregação do asfalteno, densidade ºAPI , curvas de TBP, curvas de SimDis, estimativa do tamanho de agregados de asfaltenos e absorção de resinas em petróleo (PANTOJA, 2006; PANTOJA, 2010). 23 Figura 1 - Exemplo de um espectro NIR típico de petróleo e suas principais bandas 3.2 ESPECTROSCOPIA DE FLUORESCÊNCIA A fluorescência é um fenômeno que apresenta complexidade maior que a absorção infravermelha. É a propriedade de uma substância, denominada fluoróforo, que emite luz quando é exposto a radiações (ultravioleta, raios catódicos ou raios X). O processo consiste na absorção de energia por um elétron, passando do estado fundamental (S0) para o estado excitado (S1). Então, o elétron ao retornar ao estado fundamental libera energia em excesso através da emissão de radiação. O processo total envolvido tem curta duração (milionésimas de segundo, 10-8 seg) sendo este o tempo principal da fosforescência (PANTOJA, 2010). O Diagrama de Jablonski demonstra graficamente o fenômeno, que explica o processo entre a luz de absorção e emissão. 24 Figura 2 - Esquema do Diagrama de Jablonski O diagrama ilustra os estados energéticos de uma molécula e as transições entre eles. Os estados são arranjadosverticalmente por energia e agrupados horizontalmente por multiplicidade de spin. Os estados fundamentais vibracionais de cada estado eletrônico são indicados por linhas grossas e os estados vibracionais mais altos por linhas mais finas. A molécula em estado fundamental (S0) é a que absorve a radiação eletromagnética visível ao infravermelho e é promovida a um estado excitado (S1). A estabilidade do estado excitado depende do entorno em que a molécula esteja (PANTOJA, 2010). O fluoróforo tem diferentes tempos de vida e máximos da emissão no espectro de fluorescência dependendo do solvente. O “quenching” é o processo de desativação (decréscimo da intensidade) do fluoróforo em estado excitado que pode ocorrer por diferentes mecanismos de colisão. No processo de “quenching” as moléculas não há alteração química. A consequência do “quenching” é uma diminuição da intensidade de emissão e do tempo de vida. O espectro típico de fluorescência (espectro de emissão, Em) é mantido fixo pelo comprimento de onda de excitação (λexc) enquanto o comprimento de onda de emissão (λem) é 25 verificado ao longo de um determinado intervalo. Quando este processo é repetido para vários comprimentos de onda de excitação se obtém o mapa em três dimensões, denominado espectro de fluorescência total (EFT). Quando a emissão é mantida de forma constante, e o comprimento de onda de excitação é variado em um determinado intervalo, obtemos o espectro de excitação de fluorescência (EEx). Que gera um espectro que tem informação similar a um espectro de absorção. Quando os 2 (dois) comprimentos de onda (λem e λexc) são verificados simultaneamente variando a diferença Δλ = λem - λexc entre ambas em um intervalo determinado, obtemos o chamado espectro de fluorescência sincronizada (EFS). No caso da Fluorescência Resolvida no Tempo (EFRT) as medidas de fluorescência são realizadas através de fontes de excitação por pulso. A espectroscopia de fluorescência está sendo muito utilizada na indústria do petróleo para as análises e classificação de diferentes amostras. Os parâmetros de fluorescência típica são comprimento de onda de emissão, intensidade e tempo de vida, têm sido relacionados com as características físicas do petróleo, como por exemplo densidade (ºAPI), identificação da composição química e viscosidade. Algumas desvantagens da espectroscopia de fluorescência são a falta de normas técnicas internacionais com parâmetros de análise específicos para cada técnica de fluorescência e a técnica precisa de mais parâmetros quando comparado com o NIR. A contribuição dos processos na emissão do espectro de fluorescência proporciona uma impressão digital da amostra, que pode ser utilizado para sua caracterização. Algumas vantagens da espectroscopia de fluorescência são a técnica fornece sinais de três dimensões, com mais informação do que as espectroscopias com sinais bi-dimensional e a precisão da fluorescência é muito menor que a do infravermelho, principalmente na análise de derramamento de óleo e controle da qualidade da água (PANTOJA, 2010). 26 3.2.1 Espectroscopia de Fluorescência Total (EFT) Na Espectroscopia de Fluorescência Total (EFT), um comprimento de onda de excitação é selecionado e a emissão é registrada na faixa do comprimento de onda de interesse. Então, um novo comprimento de onda de excitação é escolhido e a faixa de emissão é verificada novamente. Seus dados apresentam-se como um mapa tridimensional, cujo o “eixo z” representa a intensidade de fluorescência, o eixo “x” representa a função de excitação e o eixo “y” representa o comprimento de onda de emissão. As amostras complexas como o petróleo cru possuem um espectro de fluorescência muito complexo, devido a variedade de espécies absorvendo e emitindo. Deste modo, com a mudança do comprimento de onda de excitação, diferentes espécies podem ser excitadas seletivamente mudando assim o espectro. Por ser um procedimento relativamente demorado, limita sua aplicação no processo industrial, porém tem sido utilizado para as análises de petróleo cru, produtos de petróleo e determinação de poluição da água por petróleo (PANTOJA, 2010). 3.2.2 Espectroscopia de Fluorescência Sincronizada (EFS) Na Espectroscopia de Fluorescência Sincronizada (EFS), o comprimento de onda de emissão e a excitação são digitalizados simultaneamente durante a aquisição do espectro. No início das análises, selecionam-se: um comprimento de onda de excitação (λexc), um comprimento de onda de emissão (λem) onde a diferença entre ambas será Δλ (Δλ = λem - λexc) . Depois de todas as leituras, Δλ é acrescentado e todo o processo iniciado novamente. Seus dados fornecem superfícies de resposta de três dimensões para a intensidade de fluorescência. As características dos espectros são mais acentuadas que os espectros convencionais de fluorescência devido à compreensão da largura de banda espectral. Apresenta algumas vantagens sobre a espectroscopia de fluorescência padrão para as análises de amostras complexas como o petróleo e derivados. É usado nas análises de petróleo 27 cru, derivados do petróleo e aromáticos, assim como na identificação de derramamento de óleo, controle na adulteração de gasolina, classificação de petróleo cru e estudos de fotodegradação de petróleo (PANTOJA, 2010). Figura 3 - Exemplo de um mapa tridimensional de uma amostra de petróleo pela EFS 3.2.3 Espectroscopia de Fluorescência Resolvida no Tempo (EFRT) A Espectroscopia de Fluorescência Resolvida no Tempo (EFRT) é a técnica de fluorescência mais recente aplicada à indústria petroquímica. O método utiliza uma fonte de excitação por impulsos, e mede o decaimento da intensidade da fluorescência em função do tempo após o pulso. É o ajuste do perfil de decaimento que dará o tempo de vida de fluorescência ou o tempo médio que a molécula permanece no estado excitado antes de decair para o estado fundamental eletrônico de emissão. Podem surgir sobrepostas espécies com espectros de emissão na mesma região visível nas medidas de fluorescência do estado estacionário (EEm, EEx, EFT, EFS), mas são discriminadas através de suas diferenças de tempos de vida. Os dados EFRT são representados na forma de um mapa tridimensional da intensidade 28 de fluorescência em função do comprimento de onda de emissão e o tempo de cada comprimento de excitação. Para petróleo cru, o tempo de vida da fluorescência mostra-se dependente da densidade ºAPI. É utilizada para caracterização e classificação de vários grupos de compostos de petróleo e os mapas tridimensionais são aplicados na identificação de produtos de petróleo como querosene, gasolina e diesel (PANTOJA, 2010). 3.3 ESPECTOMETRIA DE MASSAS A espectrometria de massas (MS) é aplicada na identificação de compostos desconhecidos, determinação da composição isotópica, determinação estrutural, quantificação de compostos. É uma técnica analítica que faz a medição de massas moleculares de átomos e compostos individualmente, convertendo-as em íons carregados. Essa técnica permite um estudo de reações dinâmicas e químicas dos íons para fornecer dados de propriedades físicas como afinidades de prótons e íons, energia de ionização e entalpia da reação; fornece uma informação quantitativa de um analito (parte da amostra); faz a dedução da estrutura de uma molécula; além de verificarcálculos de orbitais moleculares baseados em teorias (DASS, 2007). As medições realizam-se através de íons, pois ao contrário das espécies neutras, a detecção experimental, a manipulação do movimento e da direção dos íons são mais fáceis. A análise por espectrometria em análise consiste em três passos básicos: • Ionização: é responsável pela conversão das moléculas ou átomos do analito em espécies iônicas em fase gasosa. Requer a remoção ou adição de elétron (s) ou próton (s). O excesso de energia transferida durante a ionização deve quebrar a molécula em fragmentos característicos; • Analisador de massa: é responsável pela separação e análise dos íons das moléculas e seus fragmentos carregados de acordo com se sinal m/z (massa/carga); • Detecção: a corrente iônica gerada pelos aos íons separados por massa é medida, amplificada e mostrada em forma de um espectro de massas. 29 Os passos de ionização e do analisador de massa acontecem sob alto vácuo, permitindo que os íons se movimentem livremente no espaço sem colidirem ou interagirem com outras espécies. Já que colisões poderiam fragmentar os íons moleculares e produzir diferentes espécies através de reações íon-molécula. Esses processos reduzem a sensibilidade e aumentam a ambiguidade da análise, reduzindo a resolução (RIBEIRO, 2009; DASS, 2007). Esses são os principais componentes de um espectrômetros de massas: • Analisador de massa: é responsável pela separação e análise das massas das espécies iônicas. São utilizados campos elétricos e/ou magnéticos em analisadores de massa, eles controlam o movimento dos íons. Existem vários tipos de analisadores, os mais conhecidos e utilizados são: Magnetic sector, Quadrupole, Quadrupole ion trap (QIT), Quadrupole linaer ion trap (LIT), Orbitrap, Time-of-light (TOF) e Íon cyclotron resonance (ICR); • Detector: é responsável pela medição e amplificação da corrente dos íons analisados, o tipo de detector mais utilizado é o tipo Faraday; • Fonte iônica: é responsável pela conversão das moléculas neutras da amostra em íons na fase gasosa, e existem várias técnicas de ionização para realizar esse propósito; • Sistema de dados: é responsável por receber, processar, armazenar e mostrar dados; • Sistema eletrônico: é responsável pelo controle da operação; • Sistema de entrada: é responsável pela transferência da amostra para a fonte iônica. Devendo ser mantida a integridade das moléculas das amostras durante sua transferência da pressão atmosférica para o vácuo na fonte iônica; • Sistema de vácuo: é responsável por manter uma pressão muito baixa no espectrômetros. A região da fonte iônica é normalmente mantida em pressões de 10-4 a 10-8 torr. A maioria dos instrumentos utilizam um sistema de bombeio diferencial para 30 manter um vácuo ótimo (RIBEIRO, 2009). A espectometria de massas assim como outras técnicas analíticas tem sido utilizada para fazer caracterização e determinação de propriedades físico-químicas do petróleo e de seus compostos. Os métodos de análise utilizados na espectrometria de massas (MS) são o scan Analog, Scan Bargraph e o Multiple Ion Detection (MID). Figura 4 - Exemplo de visualização de um espectro de petróleo 3.4 CROMATOGRAFIA Consiste em um método físico de separação, os componentes que serão separados distribuem-se entre duas fases, chamadas de fase estacionária e fase móvel. É fundamentada pelo deslocamento diferencial dos analitos entre as fases estacionária e móvel. Ocorrem diferentes interações (distribuição, exclusão, partição ou adsorção seletiva) entre as duas fases dos componentes. É um processo de equilíbrio dinâmico, no qual os analitos normalmente ficam retidos em uma das fases, de forma a proporcionar a separação (AQUINO NETO, 2003). 31 3.4.1 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) Essa técnica possibilita a separação de misturas com compostos similares e tem uma excelente capacidade analítica, pois permite separação de até 100 componentes similares em uma amostra. A HPLC utiliza uma coluna recheada com material especialmente preparado e uma fase móvel eluída sob altas pressões, mas necessita que a amostra seja solúvel na fase móvel (COLLINS, 2006). Alguns métodos de separação têm utilização e aplicação frequente, destacando os método SARA (Saturados, Aromáticos, Resinas e Asfaltenos) e o método SESC (Cromatografia por Eluição Sequencial de Solventes) (LUZ, 1998). Suas vantagens são: alta velocidade, pressão, desempenho, resolução, eficiência e detectabilidade. Por exemplo, sua utilização para separação de amostras de oléo cru é bem eficaz e simples. 3.4.2 Cromatografia Gasosa (GC) Consiste em um método físico-químico de separação dos componentes da mistura através de uma fase gasosa móvel por uma fase estacionária sorvente, que pode ser líquida ou sólida. É utilizada na separação de compostos que se volatizam, ou seja, os componentes da mistura devem ter pontos de ebulição de aproximadamente até 300ºC e precisam ser termicamente estáveis nesta condição (AQUINO NETO, 2006). Existem dois tipos de cromatografia gasosa: a cromatografia gás-sólido, cuja separação ocorre devido ao mecanismo de adsorção dos componentes e a cromatografia gás-líquido cuja separação ocorre devido ao mecanismos de partição dos componentes entre a fase líquida e a estacionária, esta corresponde aproximadamente a 95% do total das aplicações (COLLINS, 2006). É uma das técnicas analíticas mais importantes, ela pode ser aplicada à pesquisa e análises de rotina, e sua disponibilidade no mercado é mais antiga comparada ao do HPLC. 32 Normalmente, é utilizada para caracterização de petróleo para um conhecimento detalhado da sua composição, já que cada tipo de petróleo e derivado apresenta uma diferente distribuição de componentes. (BRAITHWAITE, 1999; SANTESTEVAN, 2008). 3.5 POTENCIOMETRIA Consiste em métodos baseados na medida da diferença de potencial (ddp) de uma célula eletroquímica na ausência de corrente, é conhecido também como método de tituluação potenciométrica. É utilizada para a determinação direta de um determinado constituinte em uma amostra ou para detecção do ponto final de titulações específicas, por meio da medida do potencial de um eletrodo íon-seletivo, sendo este sensível ao íon em análise. É constituído por um eletrodo de referência e um potencímetro, que é o dispositivo que fará a leitura do potencial, dispensa a utilização de indicadores já que que há a possibilidade de não ocorrer a alteração de cor detectável. Permite a determinação direta de determinadas e específicas substâncias, dispensando as vidrarias e reagentes usados normalmente nas volumetrias clássicas. Logo, é um método confiável e difundido devido o aumento do desenvolvimento e baixo custo da eletrônica, além do equipamento ser simples e barato. Na indústria do petróleo, esse método é utilizado para determinação do índice de acidez no petróleo cru e também nos seus derivados como a gasolina e o diesel, seguindo a ABNT NBR 14448. 3.6 MÉTODO DO DENSÍMETRO O método do densímetro segue a norma ABNT NBR 7148, sendo utilizada na indústria do petróleo para determinar a massa específica, densidade relativa, ºAPI de líquidos transparentes, não viscosos e óleos viscosos, e inferir propriedades dos líquidos através da inspeção de sua massa específica, principalmente quando oslíquidos são misturas de substâncias. O densímetro, que é um um tubo de vidro longo, mais largo em sua parte inferior, 33 apresenta uma gradação na parte estreita e fechado em ambas as extremidades, é mergulhado na amostra o tempo suficiente para atingir o equilíbrio, e no caso dos óleos opacos, é necessário utilizar a correção adequada do menisco. Devendo ser imerso em um recipiente cheio do líquido do qual se deseja conhecer a massa específica até que ele possa flutuar livremente. A leitura se dá pela observação do local onde a marca da gradação ficou posicionada na superfície do líquido. No caso de medidas de óleo a granel, a leitura do densímetro deve ser realizada com temperatura próxima a temperatura do óleo, sendo esta um maneira de diminuir os erros decorrentes da correção de volume. Figura 5 – Exemplo da leitura da escala do densímetro para líquido transparentes viscosos e não viscosos, exceto para líquido opacos. 34 3.7 MÉTODO DA OCTANAGEM A octanagem da gasolina é determinada pelos metódos MON, RON e IAD (ANP, 2011). O método MON (Motor Octane Number) é responsável pela avaliação da resistência à detonação da gasolina quando o motor estiver em alta rotação e plena carga. O método RON (Research Octane Number) é responsável pela avaliação da resistência à detonação da gasolina quando o motor estiver com baixa rotação (até 3000 rpm) e carregado. O método IAD (Indice Antidetonante) consiste na média aritmética dos métodos MON e RON, logo IAD = (MON + RON)/2. No Brasil, utiliza-se o método MON como referência, porém alguns países utilizam a octanagem RON, e outros o IAD. E isso requer atenção, pois o RON apresenta um valor típico superior ao MON de até 10 octanas para uma mesma gasolina. Quando é feita a comparação com gasolinas de diferentes países, a especificação do método que será utilizado (MON, RON ou IAD) é fundamental. De acordo com determinação dos compostos presentes na gasolina é possível obter a octanagem. Pois, as parafinas têm baixa octanagem, apresentando as piores propriedades antidetonantes, que pioram conforme o aumento do peso molecular; as isoparafinas têm uma octanagem um pouco maior em comparação com as parafinas normais, e aumentam conforme o aumento do grau de ramificação; as olefinas têm maior octanagem em comparação com as parafinas e por fim, os aromáticos que possuem os maiores índices antidetonantes (ANP, 2011). 35 4 CONCLUSÃO As análises realizadas no petróleo e em seus derivados, principalmente na gasolina automotiva e óleo diesel citados neste trabalho, consistem basicamente na determinação e caracterização de suas principais propriedades físico-químicas como: massa específica, pressão de vapor Reid, ponto de fluidez, viscosidade, grau API, fator de caracterização KUOP, destilação simulada (SimDis), ponto de ebulição verdadeiro entre outros, que são fundamentais pois contribuem para a previsão do comportamento do petróleo durante o processo de produção, determinação das propriedades do fluido e para atender aos requisitos de qualidade. O processo de refino transforma o petróleo cru em diversos produtos, denominados derivados, por exemplo, gasolina automotiva, óleo diesel, óleo combustível, GLP, querosene de aviação e demais produtos, e esses produtos sofrem análises específicas além das análises de caracterização e determinação de suas propriedades físico-químicas. No Brasil, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) é responsável pela específicação do petróleo e de seus derivados, e a própria indica as normas que deverão ser usadas para realização das técnicas analíticas, dadas pela ANBT NBR e ASTM. A diversidade de propriedades físico-químicas e as diferentes especificações exigidas como requisito de qualidade, confere uma vasta possibilidade de técnicas analíticas, como cromatografia, espectometria de massas, espectroscopia de fluorescência entre outros citados neste trabalho. Logo, a metodologia experimental dependerá da procedência das amostras de petróleo, os equipamentos utilizados nas análises de laboratório e a técnica analítica, podendo esta ser única ou em conjunto, como é o caso da cromatografia gasosa aplicada juntamente com a espectometria de massas, que está sendo utilizada por muitos pesquisadores pois confere resultados mais precisos. 36 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AL-SAHHAF, T. A.; FAHIM, M. A.; ELKILANI, A. S. Retardation of Asphaltene Precipitation by Addition of Toluene, Resins, e Asphalted Oil and Surfactants - Fluid Phase Equilibra. Kuwait: n. 194-197, p.1045-1057, 2002. ANP, Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natutal. Disponível em: <www.anp.gov.br >. Acesso em: 01 de Jul. 2011 AQUINO NETO, F. R.; NUNES, D. S. S. Cromatografia: princípios básicos e técnicas afins. Rio de Janeiro: Interciência, 2003. ANDRADE, G. H. 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