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Temática Direito Constitucional Seção 2

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE FORTALEZA-CE
MAGNÓLIA, portador do RG nº..., CPF nº..., residente e domiciliado à rua..., nº..., na cidade de ............./....., por seu advogado que esta subscreve devidamente inscrito na OAB/... nº, com escritório profissional sito na Rua..., nº..., vem, perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXIX, da Constituição da República Federativa do Brasil e na Lei 12.016 de 2009, impetrar o presente
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL REPRESSIVO COM PEDIDO DE LIMINAR
Visando proteger direito líquido e certo seu, indicando como coatora a Secretaria de
Saúde do Estado do Ceará, situada à rua..., nº..., na cidade de ............./....., por meio de seu representante legal, pelos motivos que passará a expor:
DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos do artigo 23 da Lei 12016/09, o prazo para propositura do Mandato de Segurança é 120 dias contador da ciência do ato coator.
No presente caso, a impetrante tomou ciência da resposta formal da Secretaria, informando que a compra de todos os medicamentos estava suspensa por tempo indeterminado.
Cumpre ressaltar que o presente mandato de segurança foi tempestivamente impetrado dentro do prazo decadencial de 120 dias, contados da ciência pelo interessado, do ato impugnado, na forma do artigo 23 da Lei 12016/09, bem como a sumula 632 do STF.
DOS FATOS
Magnólia, uma jovem moça que foi diagnosticada com uma grave doença denominada lúpus, juntamente com o defensor público responsável pelo caso, ao tomar conhecimento das informações constantes em seu prontuário médico, as quais lhe foram fornecidas pelo habeas data elaborado pela Defensoria Pública do Estado para garantir o direito à informação pessoal da assistida, verificaram que lhe foi receitado o uso contínuo de um medicamento específico para a sua doença, o que, dada a pouca freqüência de diagnósticos semelhantes e a custosa confecção da droga, por si só, já demonstravam que a realidade seria outra vez dura com ela. 
Ocorre que, como já dito, ela é uma jovem humilde e de escassos recursos financeiros, não tendo como arcar com o pagamento dos medicamentos, os quais custam um valor elevado para a realidade financeira da sua família. 
O medicamento receitado para o tratamento da jovem moça compõe a lista de remédios a serem gratuitamente fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também constando na relação de medicamentos excepcionais elaborada pelo próprio Estado do Ceará. 
No dia 10/10/2017, Magnólia compareceu a central de distribuição estadual de medicamentos mais próxima de sua casa, no município de Caicó, para solicitar o medicamento. 
Entretanto, lá chegando, foi informada de que o fornecimento de medicamentos de alto custo, mesmo aqueles constantes nas listas do SUS e do Governo Estadual, estava suspenso por tempo indeterminado por ordem da Secretaria Estadual de Saúde. 
Magnólia então retornou no mesmo dia à Defensoria com a nova informação, procurando assistência jurídica para resolver o problema e garantir o fornecimento do medicamento imprescindível para o seu tratamento. 
No dia 11/10/2017, Magnólia protocolou um requerimento formal junto à Secretaria de Saúde do Estado, solicitando a compra do medicamento e a disponibilização gratuita do mesmo.
No dia 15/10/2017 obteve a resposta formal da Secretaria, informando que a compra de todos os medicamentos estava suspensa por tempo indeterminado. 
DO DIREITO
DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA
Conforme o Artigo 5º, LXIX, da Constituição da República Federativa do Brasil, 
“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.” 
Nesse mesmo sentido é a redação do artigo 1º da Lei 12.016 de 2009 ao assegurar que 
“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.” 
Registre-se que, para fins de Mandado de Segurança, equiparam-se às autoridades os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.
DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO
Quando se diz que o mandado de segurança exige a comprovação de direito líquido e certo, diante dos fatos alegados pela Impetrante estejam, desde já, comprovados, devendo a petição inicial vir acompanhada dos documentos indispensáveis a essa comprovação. Daí a exigência de a prova, no mandado de segurança, ser pré-constituída. 
É o que ocorre no presente caso, em que a Impetrante necessitando de medicamentos imprescindíveis ao tratamento médico, teve seu direito negado por ato do poder público.
O direito líquido e certo da Impetrante decorre do artigo 196 e do próprio art. 6º, “caput”, da Constituição Federal, que dispõem claramente sobre o dever do Estado, no que diz respeito aos serviços de saúde pública:
“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas leis nº 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8142/90, o SUS tem como finalidade alterar a situação de desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, especialmente ao hipossuficiente.
É incontestável a necessidade do medicamento e o tratamento adequado, conforme prescrição do médico da Impetrante, sendo o profissional habilitado para tanto.
Segue entendimento adotado, pelos Tribunais:
Agravo de Instrumento . Direito Público não especificado.Fornecimento de Medicamento . MUNICÍPIO DE SÃO MARCOS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS. PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DOS PODERES. INOCORRÊNCIA. PROVA DO RISCO DE VIDA. DESNECESSIDADE.ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA . POSSIBILIDADE. 1. A responsabilidade pelo fornecimento de medicamentos é solidária entre União, Estados e Municípios. Eventual deliberação a respeito da repartição de responsabilidade compete unicamente aos entes federativos, a ser realizada em momento oportuno, tendo em vista a solidariedade existente entre todos, não podendo o particular ter limitado seu direito à saúde, garantido constitucionalmente, por ato da Administração Pública. 2. Não calha a tese de inexistência de direito subjetivo à saúde, e de impossibilidade de atendimento, por parte do Município, de casos individualizados, na medida em que a pretensão da recorrida está devidamente fundamentada no art. 196 da Constituição Federal. 3. Eventuais limitações ou dificuldades orçamentárias não podem servir de pretexto para negar o direito à saúde e à vida garantido nos dispositivos constitucionais, não havendo que se cogitar, desse modo, da incidência do princípio da reserva do possível, dada a prevalência do direito em questão. 4. Não há que se falar em violação ao princípio da separação dos poderes, porquanto ao Judiciário compete fazer cumprir as leis. 5. A ausência de risco efetivo de morte não é justificativa para que o ente municipal não forneça os medicamentos pleiteados, tendo em vista a garantia constitucional ao direito à saúde . O atestado médico juntado aos autos é prova suficiente para comprovar a necessidade, pois o médicoque acompanha o caso tem melhores condições de indicar o procedimento adequado. 6. Presentes os requisitos do artigo 273do Código de Processo Civil, deve ser concedida a tutela antecipada postulada. 7. É possível concessão de liminar contra a Fazenda Pública em hipóteses em que o seu indeferimento pode resultar à parte demandante dano de difícil reparação, tal como é o caso dos autos, de fornecimento de medicamentos. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70030854681, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 23/09/2009) (Grifei).
O direito à saúde é direito social fundamental, previsto no art. 6º, da Constituição Federal que integra o próprio direito à vida em seu art. 5º. Neste sentido, saúde e vida são direitos indissociáveis e indivisíveis, de modo que a ausência de um implica à não garantia do outro.
Portanto, é direito líquido e certo daquele que não tem recursos financeiros de obter junto aos órgãos públicos medicamentos e tratamentos para se garantir à existência digna, respeitando-se assim, o valor supremo da dignidade da pessoa humana.
Diante disso, conclui-se que o município tem responsabilidade no que tange ao fornecimento de medicamento para garantir o direito a saúde dos cidadãos, assim, espera-se que V. Exa. entenda dessa forma e defira os pedidos existentes na presente ação. 
DO PEDIDO LIMINAR
Conforme o art. 7º, III da Lei 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida. 
Diante do exposto, vê-se que o fundamento da presente impetração é relevante e que encontra amparo no texto da Constituição e na jurisprudência atual sinal de bom direito.
De igual modo, há risco de morte na demora da prestação jurisdicional. Observa-se que a impetrante é detentora de Lupus, e por essa razão necessita urgentemente de medicamentos específicos para tratamento de saúde. 
Nos termos do art. 7º, III da Lei n. 12.016/2009, os requisitos para a concessão de liminares que antecipam os efeitos de sentenças concessivas de Mandados de Segurança são singelamente dois: relevância dos motivos que se assenta o pedido na inicial e a possibilidade de ocorrência de lesão irreparável ao direito da Impetrante se vier ser reconhecido somente quando da decisão de mérito (fumus boni juris e periculum in mora).
Em relação ao perigo na demora, como destacado na fundamentação, o tratamento inadequado ou falta de tratamento pode levar a um estado de progressão da doença, agravando ainda mais a saúde do impetrante, podendo o mesmo chegar ao óbito. 
Desta feita, configurado está o perigo de dano, caso não sejam fornecidas, ou sejam fornecidas tardiamente as medicações prescritas.
Sendo certo que o não tratamento e a continuidade deste ocasionará complicações em sua saúde podendo chegar a óbito. Por esse motivo necessita em caráter de urgência dos medicamentos.
Assim, presentes os requisitos, pede a V. Exa. que, LIMINARMENTE, assegure à Impetrante o direito de obter do Município que forneça os medicamentos receitados. 
Importante frisar que o Lupus precisa de cuidados contínuos, logo se requer que o fornecimento de medicamentos seja permanente, até que se conclua o tratamento ou sane a doença, podendo para tanto trocar de medicamentos conforme orientação médica. 
REQUERIMENTOS E PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a:
Requer seja notificada a autoridade coatora do conteúdo da presente petição inicial.
Requer seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada.
Requer seja ouvido o representante do Ministério Público.
Pede a concessão do fornecimento de medicamento especifico para o tratamento do impetrante, até que se sane a doença, ou havendo a necessidade de tratamento que a Administração Pública municipal arque com essa despesa fornecendo os medicamentos necessários durante tempo indeterminado.
Prioridade processual nos termos do artigo 20 da lei 12106.
Concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, em conformidade com art. 5º, LXXIV, CF, e artigos 2º e seguintes, da Lei nº 1.060/50.
Atribui à causa o valor de R$ 1.000,00 para fins de alçada
Termos em que pede e espera deferimento.
Fortaleza, ...... de ......................... de .........
....................................................
OAB/.... ............

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