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Desenvolvimento Infância e Adolescência: Teoria de Vygotsky

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Desenvolvimento da Infância e Adolescência
Resumo para a AV2
Lev Vygotsky
O indivíduo se constitui na sua relação com o outro social. A cultura e uma espécie de “segunda natureza” humana, em que ao longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo, molda seu desenvolvimento psicológico.
Por isso sua teoria e chamada com frequência de sociointeracionista ou cultural-histórica.
Enquanto Piaget privilegia a relação sujeito-objeto, Vigotsky da ênfase, em seus estudos, a dimensão cultural e interação com o outro.
Tripé biológico, Social e Psicológico
O indivíduo humano, dotado de aparato biológico que estabelece limites e possibilidades para seu funcionamento psicológico, interage simultaneamente com o mundo real em que vive e com as formas de organização desse mundo real dadas pela cultura. 
(Ex.: E inútil tratar um cachorro como um ser humano pois ele não tem aparato biológico para agir como tal).
Essas formas culturalmente dadas serão ao longo do desenvolvimento internalizadas pelo indivíduo e serão o material simbólico que fará a mediação entre sujeito e objeto do conhecimento.
Sistema Funcional
Privilegiando a importância da cultura e das interações, Vigotsky recusa a ideia de que existem funções mentais fixas e imutáveis.
Para ele, o cérebro é um sistema aberto, de grande plasticidade, cuja estrutura e funcionamento são moldados ao longo da história do desenvolvimento da espécie e individual.
Devido a plasticidade cerebral, Vigotsky formula o conceito de sistema funcional: as funções mentais não são localizadas em pontos específicos do cérebro ou em grupos isolados de células, mas são organizados a partir da ação de diversos elementos que funcionam de forma articulada.
Os sistemas funcionais, além de complexos, permitem diversas combinações possíveis para a realização de uma mesma atividade. Hipótese confirmada pela neurociência contemporânea. 
SISTEMA FUNCIONAL: Uma pessoa pode responder corretamente quanto e 15-7, por exemplo, contando nos dedos, fazendo um cálculo mental, usando uma máquina de calcula, fazendo uma operação com lápis e papel ou simplesmente lembrando-se de uma informação já armazenada anteriormente em sua memória. E fácil imaginar como cada uma dessas rotas para a solução de um problema mobilizará diferentes partes de seu aparato cognitivo e, portanto, de seu funcionamento cerebral.
Mediação
Um dos conceitos centrais de Vigotsky é o da meditação. 
Enquanto sujeito do conhecimento, o ser humano não tem acesso direto aos objetos, mas um acesso mediado, ou seja, um acesso à realidade através dos recortes da realidade operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe.
É a mediação, enquanto recursos desenvolvidos culturalmente, que primordialmente distingue o ser humano dos outros animais.
A relação com os objetos é sempre mediada, seja por instrumentos, seja por símbolos (linguagem) desenvolvidos culturalmente.
Mediação pressupõe o processo de representação mental: nós criamos um conteúdo mental de natureza simbólica, ou seja, que representa a realidade.
Essa representação nos permite operar mentalmente os objetos em sua ausência, permitindo imaginar, planejar, fazer previsões ou criar hipóteses sobre a realidade.
E a operação dos sistemas simbólicos – e o desenvolvimento da abstração e generalização – nos permite formas complexas de pensamento. A linguagem e o principal sistema simbólico, representando um salto evolutivo em relação aos outros animais. 
Os sistemas e a mediação têm uma origem social. E a cultura que fornece aos indivíduos os sistemas simbólicos que permitem a representação e a ação no mundo real. Ao longo do desenvolvimento o indivíduo internaliza formas culturalmente construídas de comportamento.
Internalização
Nessa internalização dos sistemas simbólicos culturalmente construídos, atividades externas, interpessoais, se transformam em atividades internas, intrapsicológicas.
As operações mentais superiores são, portanto, construídas de fora para dentro.
Um bom exemplo de como se dá a internalização em Vigotsky é o processo de aquisição da linguagem.
Aquisição da Linguagem
Em Piaget, a fala começa egocêntrica e progressivamente se torna social. Em Vigotsky o percurso e inverso.
Fala social, e tem a função primordial de comunicação e contato social.
Em um segundo momento, surge a fala egocêntrica. E quando a criança narra para si mesma, em voz alta, o que está fazendo. Isso ajuda a planejar suas atividades.
Discurso interior, última etapa da aquisição da linguagem, em que as palavras passam a estruturar o pensamento, e a fala está definitivamente internalizada. 
Zona de Desenvolvimento Proximal
Um dos conceitos centrais do desenvolvimento em Vigotsky é o de Zona do Desenvolvimento Proximal (ZDP).
ZDP é “a distância entre o nível de desenvolvimento real (a capacidade que a criança tem de solução independente dos problemas) e o nível de desenvolvimento potencial determinado através da solução de problemas sob a (orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes) ”
O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal permite pensar não apenas o estado atual de desenvolvimento da criança, mas delinear seu futuro imediato e seu estado dinâmico de desenvolvimento.
O conceito de ZDP também mostra a importância da interação social para o desenvolvimento da criança.
O conceito de ZDP também estabelece uma relação diferente entre desenvolvimento e aprendizagem.
Em linhas gerais, pode-se dizer que em Piaget, é o estágio de desenvolvimento em que a criança se encontra que define o que ela é ou não capaz de realizar, e portanto, aprender.
Em Vigotsky, existe uma tensão constante entre o que a criança é capaz de realizar sozinha ou com a ajuda.
Isso tem consequências diretas para com se pensa o processo ensino-aprendizagem.
Em Piaget, a aprendizagem deve estar submetida ao estágio do desenvolvimento em que a criança se encontra.
Uma pedagogia inspirada em Piaget dividiria os alunos de acordo com seus estágios de desenvolvimento e suas capacidades de aprendizado.
Psicanalise
SIGMUND FREUD (1856 – 1939)
Estuda com Charcot no Hospital Salpêtrière (1885), onde tem contato com o tratamento da histeria e a técnica de hipnose.
Inicialmente acreditava, como Charcot, na origem anatômico-fisiológica da histeria.
Joseph Breuer e o método catártico – revivência das experiências traumáticas através da hipnose.
Abandono do método hipnótico e descoberta da defesa. Formação da teoria do recalque.
Defesa como uma censura por parte do ego do paciente à ideia ameaçadora, forçando-a a manter-se fora da consciência.
Teoria do Recalque
A teoria do recalque é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanalise. E parte mais essencial dela e, todavia, nada mais e senão a formulação teórica de um fenômeno que ser observado quantas vezes se desejar se empreende a análise de um neurótico sem recorrer a hipnose. Em tais casos encontra-se uma resistência que se opõe ao trabalho de análise e, a fim de frustra-lo, alega falha de memória. O uso da hipnose ocultava essa resistência; por conseguinte, a história da psicanalise propriamente dita só começa com a nova técnica que dispensa a hipnose.
Intepretação dos sonhos (1900) – Livro publicado em 1899 com a data de 1900 (segundo Freud por ser inovador, este era um livro do Século XX).
Abandono da etiologia fisiológica.
Sonho como via privilegiada de acesso ao inconsciente.
Deformação Onírica: censura sobre o conteúdo do sonho
Elaboração Onírica (conteúdo recalcado + vontades inconscientes)
Elaboração Onírica (o que é mais estranho é mais pleno de sentido)
Conteúdo latente (conteúdo recalcado) X Conteúdo Manifesto
Interpretação: Acesso ao conteúdo latente através do conteúdo manifesto, ou seja, acesso ao conteúdo recalcado através das informações que foram manifestadas através do sonho. (LIVRE ASSOCIAÇÃO)
Logica ou “Sintaxe” inconsciente
Condensação – Podemos unir dois objetos, ou seja, um objeto pode ser duas coisas ao mesmo tempo.
Deslocamento – Ideia de substituição,ou seja, um elemento substitui o outro.
Sobredeterminação – idéia de que os sonhos têm várias determinações, ou seja, ocorrem por diversos motivos (experiências, dia a dia, desejos conscientes).
Inconsciente Psicanalítico
Inconsciente descritivo X Inconsciente Sistemático
Clivagem da subjetividade
Razão como efeito de superfície na Cs – Ics
Ruptura com a noção moderna de sujeito – Descentramento do sujeito
3 feridas narcísicas:
Copérnico – A terra não é o centro do universo
Darwin – Não somos superiores, somos apenas animais superdesenvolvidos.
Freud – O “eu” que nem sequer é mestre em sua própria casa.
Desejos Inconscientes
Indestrutibilidade dos desejos inconscientes e conservação do passado: todo desejo inconsciente é um desejo infantil.
Sonho como manifestação de desejos.
A lógica Ics não obedece às distinções de tempo e espaço da Consciencia – Persistência da “infância”.
ID – É o único componente da personalidade que está presente desde o nascimento, o ID e muito importante no início da vida, porque assegura que as necessidades da criança sejam atendidas.
Fonte das energias psíquicas – pulsões
Regido pelo princípio do prazer – busca de satisfação imediata de toda pulsão
O ID não faz juízos de valor, não distingue certo e errado, busca apenas a descarga pulsional imediata.
Id e a Pulsão
Pulsão (trieb) – Energia psíquica “na fronteira entre o mental e o somático”. E o representante psíquico das excitações corporais.
Não se acessa diretamente, mas por suas representações – as ideias ou os afetos.
Pulsão X Instinto – a pulsão não possui comportamento fixo ou objeto especifico (a pulsão nunca cessará, pois, a satisfação completa nunca será atingida).
A pulsão surge do apoio em uma das “funções somáticas vitais” - do instinto, digamos - ao mesmo tempo representando sua superação.
Exemplo paradigmático: o lactente, ao satisfazer sua necessidade de sobrevivência ingerindo o leite, encontra um outro tipo de satisfação pela excitação do encontro dos lábios e língua com o seio materno.
A pulsão é, portanto, de certa forma, a “desnaturalização do instinto”, o desvio de seu percurso definido e de seu objeto especifico.
A pulsão tem como objetivo sua exigência de satisfação – a redução da tensão psíquica. O objeto, no entanto, pode variar.
O objeto é o que há de mais variável na pulsão.	
EGO – O EGO é o responsável por lidar com a realidade e satisfazer os desejos do ID de forma realista e socialmente aceitável, adiando a satisfação e buscando benefícios a longo prazo.
Age como um mediador entre o ID e a realidade. Possui as funções defensivas, cognitivas, perceptivas.
Derivado do ID, surge a partir das demandas da realidade.
A consciência pertence ao EGO, mas não se confunde com ele.
Função adaptativa com a realidade, está o tempo todo buscando atender aos imperativos do ID e do Superego.
O desenvolvimento é um lento processo de aprender a adiar a satisfação pulsional.
O Ego serve a três severos senhores e faz o que pode para harmonizar entre si seus reclamos e exigências. Esses reclamos são sempre divergentes e frequentemente parecem incompatíveis. Não é para admirar se o ego tantas vezes falha em sua tarefa. Seus tirânicos senhores são o mundo externo, o superego e o id.
SUPEREGO – E o aspecto da personalidade que mantem todos os nossos padrões morais internalizados e ideais que adiquirimos dos nossos pais e sociedade.
Internalização das regras culturais e de identificação com os pais.
Composto pelos ideais do Eu, é a instancia crítica da personalidade.
Opera em oposição às exigências do Id.
Sentimento de culpa – punição
Surge durante a resolução do Complexo de Édipo.
Ao perceber que seu pai é o impeditivo para que ele (menino) tenha sua mãe, ele internaliza o “desejo” surgindo assim o Superego.
O impeditivo não será necessariamente o pai, pode ser uma pessoa próxima a quem sua mãe tenha que dar assistência ou qualquer outro motivo pelo qual a mãe não possa estar todo o tempo com ele (trabalho e etc).
Identificação e internalização da figura paterna e recusa da mãe como objeto de amor.
Eu ideal X Ideal do Eu
Mecanismos de defesa
Processos psíquicos inconscientes que o Ego utiliza contra as investidas do ID, buscando concilia-las com a crítica do Superego e as exigências da realidade. 
Mecanismos de defesa são Soluções de Compromisso – o Ego distorce os desejos inconscientes, para que eles possam acessar a consciência e obter uma satisfação substitutiva.
Recalcamento – Retirada de ideias, afetos ou desejos perturbadores da consciência, pressionando-os para o inconsciente.
Formação Reativa – Fixação de uma ideia, afeto ou desejos opostos ao impulso inconsciente temido. 
Projeção – Atribuição a outrem de ideias ou desejos conflitivos.
Regressão - Retorno a formas de gratificação de fases anteriores, devido aos conflitos que surgem em estágios posteriores do desenvolvimento.
Racionalização – Substituição do verdadeiro motivo por uma explicação razoável e segura.
Denegação – Recusa consciente de perceber fatos perturbadores.
Introjeção – Estreitamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma dificuldade emocional tomando para a própria personalidade certas características de outras pessoas.
Sublimação – Parte da energia investida nos impulsos sexuais é direcionada a consecução de realizações socialmente aceitáveis.
Ex.: artísticas ou cientificas
Deslocamento – Redirecionamento de um impulso para um alvo substituto.

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