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Rondonópolis 2017 DÉBORA DE SOUSA GOMES EVENTUAL PENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA Rondonópolis 2017 EVENTUAL PENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Direito. Orientador: DÉBORA DE SOUSA GOMES SOUSA GOMES, Débora. Eventual Penhorabilidade do Bem de Família. 2017. Número total de folhas, 23. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Direito - Anhanguera, Rondonópolis, 2017. RESUMO No trabalho sub examine, tem-se como foco principal analisar as hipóteses de penhorabilidade do bem de família à luz da Lei 8009/90. Além disso, por intermédio dos objetivos específicos, busca-se demonstrar as controvérsias acerca da impenhorabilidade do bem de família; avaliar as jurisprudências e doutrinas relacionadas ao tema, bem como os parâmetros adotados quando da delimitação do que é essencial ou supérfluo em penhora de bens do devedor, assim como delinear os parâmetros utilizados por tribunais no momento da análise quanto à eventual admissão de penhorabilidade do bem de família. Nesse introito, a pesquisa apresenta o seguinte questionamento: O bem de família poderá ser eventualmente objeto de penhora? Busca-se compreender e/ou esclarecer as hipóteses de penhorabilidade do bem de família, bem como analisar os institutos, jurisprudências e doutrinas divergentes que regem o tema em questão. A esse propósito, faz-se mister a regulamentação de eventual lei que regule a matéria com maior clareza, já que o tema ainda sugere debates e discussões doutrinárias acerca da constitucionalidade das possíveis hipóteses de penhora do bem de família. Destarte, a pesquisa revelou que com a eventual regulamentação de lei específica que trate do tema de forma mais clara, ter-se-ia uma redução considerável da problemática em torno da hipótese de penhorabilidade do bem de família. Palavras-chave: Penhorabilidade; Bem de Família; Constituição Federal. SOUSA GOMES, Débora. Eventual Penhorabilidade do Bem de Família. 2017. Número total de folhas, 23. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Direito - Anhanguera, Rondonópolis, 2017. ABSTRACT In the sub examine work, it has been the main focus analyze the hypotheses family and the penhorabilidade the light of the Law 8009/90. In addition, through specific objectives, we seek to demonstrate the controversies about the family and the unseizability; assess the jurisprudence and doctrines related to the theme, as well as the parameters adopted when the definition of what is essential or superfluous in the debtor's assets from seizure, as well as outline the parameters used by courts in the analysis as to whether penhorabilidade intake of good family's. In this introito, the research presents the following question: A good family may possibly attachment object? We seek to understand and / or clarify the chances of family and the penhorabilidade and analyze the institutions, case law and divergent doctrines governing the issue at hand. In this regard, it is mister regulation of any law governing the matter more clearly, as the theme suggests further debates and doctrinal discussions about the constitutionality of possible family and the attachment of hypotheses. Thus, the survey revealed that with the possible regulation of specific law that addresses the issue more clearly, would have a considerable reduction of the problems surrounding the hypothesis of family and the penhorabilidade. Key-words: Unseizability; and family; federal constitution. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 2. O BEM DE FAMÍLIA BRASILEIRO ..................................................................... 7 2.1 BEM DE FAMÍLIA CONVENCIONAL ........................................................................... 9 2.2 BEM DE FAMÍLIA LEGAL ....................................................................................... 10 3. APREENSÃO JUDICIAL DE BENS .................................................................. 12 4. BENS DE FAMÍLIA IMPENHORÁVEIS ............................................................. 14 5. DEBATES ACERCA DE EVENTUAL INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI Nº 8009/90 ..................................................................................................................... 19 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 23 6 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho vem demonstrar que a Lei 8.009/90 tem como finalidade o bem-estar da família e não proteger o devedor, o qual será esclarecido através do entendimento de doutrinadores e jurisprudências relacionas ao assunto. Tendo por objetivo identificar as possíveis hipóteses de penhorabilidade do bem de família, demonstrando as controvérsias acerca da impenhorabilidade do bem de família, com o fito de avaliar as jurisprudências e doutrinas relacionadas ao tema, bem como os parâmetros adotados quando da delimitação do que é essencial ou supérfluo na penhora de bens do devedor, bem como delinear os parâmetros utilizados por tribunais no momento da análise quanto à eventual admissão de penhorabilidade do bem de família. A construção deste Trabalho de Conclusão de Curso se deu por meio de pesquisa documental. Já o método de abordagem, foi o dedutivo. A técnica de pesquisa foi por intermédio de documentação indireta, com levantamento bibliográfico, análises doutrinárias e normativas. No vertente trabalho, será tratado o bem de família no direito brasileiro, esclarecendo a distinção entre bem de família voluntário e não voluntário, além de fazer um breve relato da evolução histórica. Ademais, serão abordadas jurisprudências acerca do tema, dando ênfase aos apontamentos sobre a eventual inconstitucionalidade da Lei nº 8.009/90, e a imprescindibilidade de regulamentação de legislação clara que ponha fim a esta discussão, tendo em vista que ela auxiliará na resolução de litígios que por via judicial tradicional se arrastariam durante anos. Por fim, manifesta se faz a necessidade de informar que o assunto aqui tratado não será exaurido, devido a sua extensão e complexidade, sendo imprescindível a continuidade da discussão acerca do assunto por eventuais estudos acadêmicos, buscando soluções efetivas aos conflitos gerados por omissão legal. 7 2. BEM DE FAMÍLIA BRASILEIRO Inicialmente o Código Civil tratava do bem de família no Livro das Pessoas. Nos anos de 1915 houve uma alteração, passando a ser tratado no Livro dos Bens. Nesse sentido, necessário se faz mencionar o discurso do então Senador Justiniano Serpa transcrito pelo ilustre Coelho (1924, p. 594), “in verbis”: Esta figura jurídica, introduzida, por emenda do Senado, no corpo do projeto do Código Civil, está evidentemente, mal colocada no capítulo das pessoas jurídicas, terminando por evidenciar que não há, realmente, um terceiro caminho. Ou o instituto entra no direito de família, como o direito de alimentos, como a tutela e todas as instituiçõesgarantidoras e protetoras da família, ou será uma forma do direito das coisas. Na parte geral, entre as pessoas jurídicas, será, no meu sentir, um desvio de classificação tão manifesto quanto o que, na gramática denominasse sujeito a um predicado, ou, em história natural, pusesse a borboleta na classe dos pássaros. Nesse diapasão, impende destacar o entendimento do ínclito Clóvis Beviláqua (1956, p. 248), que aduz, “verbis”: A colocação do instituto na parte geral foi, com boas razões, censurada por Justiniano de Serpa. Atendendo à sua crítica, foram os artigos referentes ao bem de família deslocados, do Livro I (Das Pessoas) para o Livro II (Dos Bens). Era, realmente, absurdo tratar dessa espécie jurídica no livro consagrado às pessoas e fez bem a Comissão em corrigir o defeito apontado. Mas, para obedecer em tudo aos reclamos da classificação jurídica, segundo o plano adotado pelo código, por cuja pureza se batia o egrépio deputado pelo Pará, deverá ter a Comissão transposto os arts. 70 a 73 para a Parte Especial, pois se trata de uma relação jurídica de caráter particular e não de um elemento de direito, nem de um preceito de caráter geral. Na Parte Especial, o seu posto mais conveniente seria no Direito de Família aplicado. Todavia, não estaria mal no Direito das Coisas. Não obstante, vale ressaltar que o Direito de Família oferece melhor condições para tratar do bem de família, já que referido instituto merece tratamento e proteção especial. Isto porque este instituto guarda relação com a existência do ser humano, ao menos uma existência digna. Além disso, é dever do Estado proteger juridicamente o bem de família. A esse propósito, faz-se mister trazer à colação o entendimento do eminente Azevedo (1999, p 94) que assevera, “ipsis litteris”: o bem de família é um meio de garantir um asilo à família, tornando-se o imóvel onde a mesma se instala domicílio impenhorável e inalienável, enquanto forem vivos os cônjuges e até que os filhos completem maioridade. 8 A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento do renomado Antônio Chaves (2008, p.34), que preleciona, “ad litteram”: Um patrimônio separado, constituído por bem imóvel isento de execução, por dívida posterior à sua situação pelos cônjuges, por um deles ou por terceiros, vedada a sua alienação ou alteração de seu destino, que é o de garantir, obedecidos os requisitos, limites e formalidades da lei, a estabilidade e o centro do lar, durante a vida de cada um daqueles e dos seus filhos, enquanto menores. Nos respeitáveis dizeres da eminente Maria Helena Diniz (2012, p. 220), bem de família “é um prédio ou parcela do patrimônio que os cônjuges, ou entidade familiar, destinam para abrigo e domicílio desta, com a cláusula de ficar isento da execução por dívidas futuras”. Ainda, ao tecer comentários sobre artigo 1.711 do Código Civil, a autora preleciona que: Somente pessoas casadas conviventes ou integrante-chefe da família monoparental poderão constituir bem de família. A sua instituição competirá, por exemplo, ao marido e à mulher, tendo-se em vista que, em certas hipóteses, um deles poderá estar na chefia, se for viúvo ou se assumiu a direção da família sozinho, ante o fato de o outro estar preso, ter sido declarado ausente ou ter sofrido processo de interdição. Logo, pessoa solteira, sem prole, mesmo que viva em concubinato, tutor ou curador ou avô não poderão instituir bem de família. Mas há decisão entendendo que solteiro ou dois irmãos solteiros que residam no mesmo imóvel têm direito de instituir bem de família, pois o solteiro pode constituir família e os irmãos podem ser tidos como entidade familiar. ( DINIZ, 2012, p. 222). Nos respeitáveis dizeres do eminente Caio Mario da Silva (2009, p.595), bem de família é “uma forma da afetação de bens a um destino especial que é ser a residência da família, e, enquanto for, é impenhorável por dívidas posteriores à sua constituição, salvo as provenientes de impostos devidos pelo próprio prédio”. Por fim, da leitura da Lei 8.009/90, tem-se que o bem de família é todo imóvel residencial, urbano ou rural, próprio do casal ou da entidade familiar, bem como os móveis da residência que sejam impenhoráveis por lei. No que diz respeito ao objeto do bem de família, tem-se como este o imóvel, urbano ou rural, utilizado para moradia da família, pouco importando a forma de constituição. 9 2.1 Bem de Família Convencional Trata-se de instituto disciplinado por Código Civil, decorrente da vontade dos cônjuges, companheiros ou terceiros. Consoante a inteligência do artigo 1.711 do Código Civil, “podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial”. Grifei. “Ex vi” do disposto na literalidade do artigo 1.714 do mesmo diploma legal, “o bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu título no Registro de Imóveis”. Grifei. Ademais, segundo o comando inserto no artigo 1.715, “o bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio”. É de todo oportuno gizar as palavras do ilustre CREDIE (2010, p. 7), ao qual assevera que “a criação do bem de família voluntário ou facultativo, se deu pelas ideias privatistas da época, influenciado pelo pensamento jurídico liberal- individualismo dos séculos XIX e XX”. Por outro lado, Azevedo (2010, p. 94) entende que “o bem de família voluntário, móvel ou imóvel, nasce pela vontade do instituidor, pela própria vontade individual, nos moldes preestabelecidos na lei”. Vale ressaltar que a instituição de bem de família voluntário pressupõe a propriedade do bem, destinação do bem e solvabilidade do instituidor. Por fim, “comprovada a impossibilidade da manutenção do bem de família nas condições em que foi instituído, poderá o juiz, a requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor e o Ministério Público” (artigo 1.722 do CC), bem como com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela. 10 2.2 Bem de Família Legal Trata-se de instituto cuja constituição independe da vontade do proprietário do bem, conforme se depreende do alcance do artigo 1º da Lei 8.009/90. Vejamos: Art. 1° O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. Parágrafo único: A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. Observa-se que a lei buscou proteger o lar e família, com intuito de garantir a existência, protegendo o imóvel e os móveis que guarnecem a casa. Diferentemente do que ocorre com o bem de família voluntário, a validade da instituição do bem de família involuntário não prescinde de registro. Ademais, não há que se falar na limitação de 1/3 estabelecida para o bem de família voluntário no artigo 1.711 do CC. Este aspecto diferencia os dois institutos. A esse propósito, faz-se mister trazer à colação o entendimento da eminente Tatiane Sander (2008, p. 01) queassevera, “ipsis litteris”: “O bem de família involuntário emana da Lei 8009/90 regulamentado em oito artigos. Por isso, o instituidor do bem de família involuntário é o próprio Estado porque resulta de ordem pública”. A ratificar o acima expendido, insta transcreve o art. 5°, parágrafo único da Lei 8.009/90. Vejamos: Art, 5° Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se ouro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil. 11 Com muita propriedade, o douto Santiago (2004, p.01) traça as seguintes explanações sobre o assunto: A Lei 8009/90 não menciona a forma de extinção do bem de família involuntário, como não há efeito da inalienabilidade, entende-se que ele cessa automaticamente quando cessar a moradia permanente no imóvel instituído. Se o caso em questão, à época da penhora não se encontrarem presentes os requisitos exigidos pela lei, o bem será penhorado, do contrário não. Por derradeiro, como visto anteriormente, o instituidor do bem de família involuntário é o próprio Estado, já que a instituição é automática e tem como objeto imóvel, imóveis próprios e quitados da entidade familiar. 12 3. APREENSÃO JUDICIAL DE BENS Nos respeitáveis dizeres do eminente Pontes de Miranda (2002, p. 193), “a penhora não é penhor, nem arresto, nem uma das medidas cautelares. O que nela há é expropriação da eficácia do poder de dispor que não há no arresto”. Sobre tal aspecto, merece ser trazido à baila o excelente magistério de Liebman, que em sua visão “a penhora é o ato pelo qual o órgão judiciário submete a seu poder imediato determinados bens do executado, fixando sobre eles a destinação de servirem à satisfação do direito do exequente”. Segundo o comando inserto no artigo 834 do Novo Código de Processo Civil, “podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis”. Trata-se dos bens relativamente impenhoráveis, hipótese em que se admite a constrição de outros bens eventualmente penhoráveis, apenas diante da ausência de outros bens penhoráveis. A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento do renomado Junior, que preleciona, “ad litteram”: As imagens e os objetos do culto religioso são bens, de ordinário, absolutamente impenhoráveis, em homenagem ao sentimento piedoso da coletividade. Tendo em vista, porém, principalmente as coleções de arte, permite o Código que esses objetos possam ser penhorados, desde que sejam de grande valor e não disponha o devedor de outros bens para garantir a execução (JUNIOR, 1994, P. 196). Conforme se depreende do alcance artigo 847 do Novo Código de Processo Civil, “o executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente”. Não obstante, conforme § 1º do mesmo diploma lega o juiz só autorizará a substituição se o executado: I - Comprovar as respectivas matrículas e os registros por certidão do correspondente ofício, quanto aos bens imóveis; II - descrever os bens móveis, com todas as suas propriedades e características, bem como o estado deles e o lugar onde se encontram; III - descrever os semoventes, com indicação de espécie, de número, de marca ou sinal e do local onde se encontram; 13 IV - identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, qual a origem da dívida, o título que a representa e a data do vencimento; e V - atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à penhora, além de especificar os ônus e os encargos a que estejam sujeitos. Em suma, o que se observa no dia a dia é que há diversas peculiaridades envolvendo o bem de família, dentre os quais se destaca o fato de que na maioria das vezes o devedor age de má fé. Isto porque, por exemplo, há situações em que o devedor adquire um bem de maior valor aquisitivo e elege este com sendo sua residência, consequentemente sendo este impenhorável, já que passa a ser considerado bem de família. Na prática existem várias situações envolvendo a penhora do bem de família. Nota-se que por muitas vezes o devedor age de má fé, pois adquire um bem valioso como uma casa de luxo, por exemplo, para fixar residência e no momento da penhora, alega ser bem de família. 14 4. BENS DE FAMÍLIA IMPENHORÁVEIS O debate em torno da penhorabilidade do bem de família é de certo modo antigo, mas que ainda suscita discussões doutrinárias e jurisprudências acerca de uma solução do tema. Ademais, observa-se uma preocupação de diversos doutrinadores em torno do tema, sobretudo após a reforma do Código Civil em 2002. Dito isto, observa-se que parte minoritária da doutrina que discorre sobre o tema, ainda entende que a impenhorabilidade do bem de família do fiador é matéria inconstitucional, já que violaria o princípio da isonomia e o princípio da dignidade humana. Consoante a dicção do artigo 833 do Novo Código de Processo Civil, são impenhoráveis: I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o; V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. § 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. § 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o. 15 § 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ouquando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. No dizer sempre expressivo do preclaro de João Roberto Parizatto (1998, p. 17) “alienáveis são os bens que, em virtude de restrição imposta ao direito de propriedade, não podem ser vendidos ou cedidos”. Conforme se depreende do alcance da Súmula 364 do STJ, “o conceito de impenhorabilidade do bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas”. É necessário não perder de vista a posição que a jurisprudência pátria vem assumindo diante da matéria, “sub examine”, conforme se depreende da ementa abaixo transcrita: A interpretação teológica do art. 1° (da Lei n. 8.009/90) revela que a norma não se limita ao resguardo da família, seu escopo definitivo é a proteção de um direito fundamental da pessoa humana: o direito à moradia. Se assim, ocorre, não faz sentido proteger quem vive em grupo e abandonar o indivíduo que sofre o mais doloroso dos sentimentos: a solidão. Incluía a moradia como direito social, tem-se como impenhorável o imóvel residencial da pessoa solteira, tal como assegurado na Lei n. 8.009/90. (Resp. 403314 – STJ – Rel. Min. Barros Monteiro – 4ª Turma). Esta ideia traduz uma maior proteção ao bem de família. Sobre os bens impenhoráveis, insta transcrever os artigos 1º, 2º, 3º, 4º e 5º da Lei nº 8.009/90. Vejamos: Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo. Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: 16 II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga. § 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, conforme a hipótese. § 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural. Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil. Conforme o artigo 1º, assegura que o imóvel residencial da entidade familiar não respondera por nenhuma dívida, bem como os móveis em seu interior. Vale ressaltar que a lei tem por objeto o princípio generalizado das habitações familiares, seja da mais simples à mais luxuosa. Quanto maior for evidente a riqueza e a ostensiva for, menos se justifica a necessidade do inadimplemento. Como nos mostra o artigo 2º excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. Já o artigo 3º vem nos falar acerca das sete exceções à impenhorabilidade. No artigo 4º vemos a diferença na intenção ao legislar e o que de fato resultou. Haja visto que são situações distintas. 17 Conforme ressalta o artigo 5º, se o devedor possuir vários imóveis residenciais utilizados pela família, recaí a impenhorabilidade sobre o de menor valor. Nesse raciocínio, o festejado Czajkowski (1998, p.98) preleciona, de modo esclarecedor, no sentido de que: O critério de fazer incidir o benefício da impenhorabilidade sobre o imóvel de menor valor é suscetível de críticas, especialmente se ele levar em conta a circunstância de plena solvência do devedor. A aplicação deste preceito não deverá ser pelo seu rigor textual, mas sim deverá levar em conta as circunstâncias de cada caso evitando, quando possível, a desnecessária mudança de moradia da família quando, por exemplo, pela expropriação de outros imóveis que não aquele que a família ocupa, já seja possível a satisfação dos créditos (CZAJKOWSKI, 1998, p.98). Sobre o cancelamento das penhoras realizadas, o renomado Czajkowski assevera que: Os termos da lei são equivocados e mesmo absurdos, pois, cancelar as execuções em curso, implica atingir o próprio crédito em cobrança e negativa a exercício regular de direito do credor. Quanto menos o texto, assim como está, afronta a garantia do art. 5°, XXXV da CF/88, pela qual a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Afortunadamente, no pormenor, os tribunais desde a primeira hora acharam por bem entender o dispositivo como querendo referir-se ao cancelamento das penhoras, possibilitando ao credor continuar na execução sobre outros bens penhoráveis acaso existentes no patrimônio do devedor (CZAJKOWSKI, 1998, p.98). Em abono dessa disposição doutrinária, a jurisprudência majoritária começou a aplicar o benefício da impenhorabilidade imediatamente nas ações em trâmite. Em outros casos ainda aplicou de modo retroativo referido benefício. Toda e qualquer constrição que incidisse sobre o bem de família previsto no texto legal, fora cancelada. Há dois argumentos que corroboram a tese de não aplicabilidade da Lei 8.009/90 em processos que ainda não foram julgados, mas que já existiam penhoras quando do momento do surgimento da “novatio legis”. Vejamos: a) Trata-se do direito processual adquirido, aquele previsto no artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil. Todavia, o direito adquirido aqui 18 tratado diz respeito ao direito de executar determinado bem para eventual satisfação do crédito, e não sob a penhora já realizada. Isto porque o Estado, por meio do poder judiciário, já teria afetado o pagamento do crédito exequente; b) Por outro lado, não há que se falar em direito adquirido no que concerne à expropriação,já que a expropriação é feita pelo Estado, e não pelo credor. Não obstante, a impenhorabilidade tratada na Lei 8.009/90 se destina ao indivíduo enquanto pessoa física e, respectivamente, à sua família. Isto porque apesar de gozarem de personalidade jurídica e patrimônio próprio, “pessoa jurídica” não fixa residência ou constitui família. Em sentido oposto dessa disposição doutrinária, mister se fazer trazer à colação o entendimento do respeitável Czajkowski: A inaplicabilidade da Lei 8.009/90 às pessoas jurídicas, todavia, precisa ser entendida no sentido prático e não no sentido formalista. Firma individual, por exemplo, só é pessoa jurídica para efeito de imposto de renda; para o direito civil não é. A impenhorabilidade pode incidir, atendidos os requisitos legais (CZAJKOWSKI, 1998, p.60). Em suma, há que se ponderar a aplicação da Lei 8.009/90 até mesmo em microempresas. Isto pelo motivo de haver pequenas empresas em que os sócios são integrantes da família. Nota-se, neste caso, que o lugar das instalações da empresa, em regra, é o mesmo da moradia. Há aqui uma confusão entre o local da empresa e o da moradia, devendo este gozar da impenhorabilidade legal. 19 5. DEBATES ACERCA DE EVENTUAL INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI Nº 8.009/90 É justificável a controvérsia no que diz respeito à constitucionalidade da Lei 8.009/90, já que estamos diante de lei que causou efeitos sociais, bem como considerável impacto nas relações jurídicas negociais. Neste sentido, é de todo oportuno gizar as palavras do ilustre Czajkowski sobre o tema ora analisado: A lei não visou proteger a má-fé. Procurou sim, em última instância proteger a família do devedor e, por esta via, a própria pessoa do devedor, garantindo as condições mínimas de sobrevivência digna, a salvo das execuções por dívidas, avolumadas, em grande porte, não pela voracidade consumista do devedor, mas pelos tormentos e desacertos de uma economia cronicamente conturbada como é a do nosso país (CZAJKOWSKI, 1998, p.23). Em consonância com os dizeres do douto Autor, há que se notar o posicionamento do Jorge Miranda, em total corroboração ao acima expendido, que preconiza: A valor ação ética da Lei 8.009/90 por si só não representa afronta a princípios constitucionais genéricos e de conceitos abertos, como é o caso da proteção à dignidade humana (art°, III), à construção de uma sociedade livre, justa e solidária, e à garantia do desenvolvimento nacional (MIRANDA, 1995, p. 274). Destarte, o debate acerca da inconstitucionalidade da lei 8.009/90 comporta outras avaliações. Com efeito, o art. 789 do Novo Código de Processo Civil preleciona que “o devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei”. Trata-se de relativização. A esse propósito, vale mencionar o venerando acórdão exarado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região de cuja dicção depreende-se a rigidez dos argumentos ora apresentados: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS À PENHORA E À EXECUÇÃO. LEI 8.009/90. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. MP. REQUISITOS DE URGÊNCIA. IMPENHORABILIDADE. 1. Não é inconstitucional a MP 143/90, que foi convertida na Lei 8.009/90, pois o requisito de urgência restou avaliado pelo Presidente da República, confirmado pelo Congresso Nacional, sem impugnação consistente em sede 20 judicial, capaz de elidir a presunção de constitucionalidade do ato (TRF, 3ª R., Ap.259051). . Vale ressaltar que a jurisprudência vem apenas para solidificar o entendimento já estabelecido em lei, no qual o imóvel residencial efetivamente ocupado pela entidade familiar, não pode ser objeto de penhora, mas não o exime o devedor de suas obrigações. Nesse rumo, é de todo oportuno trazer à baila o entendimento do preclaro mestre Czajkowski (1998, p. 27), que obtempera, “verbo ad verbum”: A inconstitucionalidade integral da lei não deve ser a melhor conclusão. Mesmo tendo em conta a técnica deplorável com que foi feita, não é possível afirmar que criou uma impenhorabilidade geral do patrimônio do devedor. Estabeleceu de forma atabalhoada um benefício bastante amplo, mas que, na essência, há o patrimônio do devedor ao pagamento coativo das dívidas. Nesta ótica, a impenhorabilidade instituída pela lei continua sendo exceção, e não regra.[...] [...] há mais uma razão extremamente simples que contraria o argumento da inconstitucionalidade. A impenhorabilidade da Lei 8.009/90 é instituto essencialmente semelhante à impenhorabilidade voluntária do bem de família, regulada nos arts. 70 e 73 do Código Civil Brasileiro. Ora, se lei preexistente, cuja constitucionalidade não é posta em dúvida, permite por convenção das partes a formação de uma situação jurídica, uma nova lei que imponha a mesma situação, independente de manifestação de vontade, em benefício dos que de outro modo teriam condições de emiti-la, não poderá ser inconstitucional (CZAJKOWSKI, 1998, p. 27). A Lei 8.009/90 é só mais uma limitação da responsabilidade patrimonial do devedor referente a um Estatuto Processual já existente, o qual regula a inalienabilidade de bens, onde ela não exclui a obrigação do devedor apenas resguarda certos bens em algumas condições. Mediante o exposto não a razões que caracteriza como inconstitucional integralmente a Lei 8.009/90, embora existam argumentos que recomenda cautela à sua aplicação. À guisa de corroboração, necessário se faz trazer à baila o entendimento dos eminentes professores Gagliano e Pamploma Filho (2003, p. 289) À luz do Direito Civil Constitucional pois não há outra forma de pensar modernamente o Direito Civil, parece-nos forçoso concluir que este dispositivo de lei viola o princípio da isso nomia insculpido no art. 5° da CF, uma vez que trata de forma desigual locatário e fiador, embora as obrigações de ambos tenham a mesma causa jurídica: o contrato de locação (GAGLIANO E PAMPLOMA FILHO, 2003, p. 289). 21 “Ex positis”, desponta cristalina a prova de que não há argumentos sólidos que justifiquem a declaração de inconstitucionalidade da Lei 8.009/90, apesar de que juristas recomendem cautela quando da sua aplicação. 22 6.CONSIDERAÇÕES FINAIS Nota-se que o tema aqui discutido ainda gera muita polêmica, ou seja, não há ainda uma construção doutrinária sólida capaz de direcionar determinados enfrentamentos da matéria; seja no campo acadêmico, seja no campo jurisprudencial. Por outro lado, observa-se que a Lei 8.009/90 é de certo modo falha, já que deixa lacunas para interpretações equivocadas, não obstante, a fraudes. Ademais, observa-se que o Próprio STF e o STJ ainda não adotaram posicionamento uníssono sobre o tema. Isto porque a penhora do bem de família também gera debates acerca a inconstitucionalidade diante de tal possibilidade de relativização do mandamento legal. Não obstante, há duras críticas por parte de alguns doutrinadores no que diz respeito à possibilidade de penhora do bem de família. Diferentemente do que alguns autores entendem, a Lei 8009/90 tem como objetivo a defesa do bem de família, e não a proteção do devedor. Neste sentido, busca garantir o bem-estar da família, diante de sua importância na sociedade. Todavia, a própria lei traz em seu bojo algumas exceções, evitando, ainda que de forma frágil, que o devedor aja de má-fé. É de se concluir, destarte, que o assunto ora apresentado deve ser discutido e estudado de forma muito mais abrangente. É preciso ponderar a possibilidade de penhora de determinados bens; mesmos os de família. Isto porque em muitos casos há uma escusa dolosa do devedor em não pagar a dívida. Desse modo, inexorável a conclusão de que a Lei 8009/90 é constitucional, apesar de que em alguns pontos suavalidade seja questionável. 23 REFERÊNCIAS AZEVEDO, Alvaro Villaça. Bem de família: comentários à lei 8009/90. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. BEVILÁQUA, Clovis. Código Civil Comentado, Francisco Alves. 11ª ed. 1956. BRASIL. Código Civil. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art2044. Acesso em 03/05/2014. BRASIL. Lei n. 8.009/90 de 29 de março de 1990. Dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8009.htm. Acesso em 30/09/2016. 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