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Civil(Contrato de Seguro)

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Contrato de Seguro 
Definição 
Segundo Maria Helena Diniz: “O contrato de seguro é aquele pelo qual uma das partes (segurador) se obriga para com a outra (segurado), mediante pagamento de um prêmio, a garantir-lhe interesse legítimo relativo a pessoa ou a coisa e a indenizá-la de prejuízo decorrente de riscos futuros previstos no contrato”.
O conceito de contrato de seguro no Código Civil está disciplinado no Art.757, com a seguinte redação:
“Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados”.
Características
1) contrato de natureza bilateral ou sinalagmático: contrato de seguro é bilateral devido aos efeitos por ele gerados que, exatamente, a constituição de obrigações para ambos os contraentes, ou seja, há reciprocidade de obrigações (sinalagma). As partes, segurado e segurador, são sujeitos de direitos e deveres: um tem como uma de suas prestações a de pagar o prêmio e o outro tem como contraprestação pagar a indenização em se concretizando o risco.
2) contrato oneroso: pois traz prestações e contraprestações, uma vez que cada um dos contraentes visa obter vantagem patrimonial.
3) contrato aleatório: por não haver equivalência entre as prestações, o segurado não poderá antever, de imediato, o que receberá em troca da sua prestação, pois o segurador assume o risco, elemento essencial desse contrato, devendo ressarcir o dano sofrido pelo segurado, se o evento incerto e previsto no contrato ocorreu. O ganho ou a perda dos contraentes dependerá de fatos futuros e incertos, previstos no contrato, que constituem o risco.
4) contrato formal: segundo entendimento de Maria Helena Diniz, o contrato de seguro seria formal, visto ser obrigatório a forma escrita, já que não obriga antes de reduzido a escrito, considerando-se perfeito o contrato desde o momento em que o segurador remete a apólice ao segurado, ou faz nos livros  o lançamento usual da operação ( CC,arts.758 e 759).A forma escrita é exigida para a substância do contrato. Porém, grande parte da doutrina afirma que o contrato de seguro está perfeito e acabado quando se der o acordo de vontades (consenso das partes). Numa primeira análise do art.758, CC, pode-se concluir que o seguro seria formal devido à necessidade do documento. Todavia percebe-se facilmente que o documento exigido não faz parte da substância do ato, possuindo apenas caráter probatório.
5) contrato de execução sucessiva ou continuada: destinando a subsistir durante um período de tempo, por menos que seja, pois, visa proteger o bem ou a pessoa. Sua execução se realiza escalonadamente, sendo necessário que a obrigação do segurado seja satisfeita dentro dos termos convencionados, sob pena de rescindir-se por tratar-se de obrigação de trato sucessivo. Os efeitos passados serão mantidos, cessando-se os que decorrerem dali para frente.
6) contrato por adesão: formando-se com a aceitação pelo segurado, sem qualquer discussão, das cláusulas impostas ou previamente estabelecidas pelo segurador na apólice impressa, e as modificações especiais que se lhe introduzem são ressalvadas que o segurador insere por carimbo ou justaposição.
7) contrato de boa-fé: (CC,arts.765,766 e parágrafo único),pois o contrato de seguro, por exigir uma conclusão rápida, requer que o segurado tenha uma conduta sincera e leal em suas declarações a respeito do seu conteúdo e dos riscos, sob pena de receber sanções se proceder de má-fé, em circunstâncias em que o segurador não pode fazer as diligências recomendáveis à sua aferição, como vistorias, inspeções ou exames médicos, fiando-se apenas nas afirmações do segurado, que por isso deverão ser verdadeiras e completas, não omitindo fatos que possam influir na aceitação do seguro. A boa-fé é exigida também do segurador.
1.3 Requisitos
De acordo com Caio Mário, podemos classificar os requisitos do contrato de seguro em:
     Subjetivos: Relacionado às partes integrantes do contrato. Para ser segurador, não poderá ser pessoa física, já para ser segurado são admitidas quaisquer pessoas, contanto que possuam os requisitos necessários a qualquer contrato, segundo previsão do artigo 104, CC.
    Objetivos: Relacionado ao objeto do contrato. As partes convencionarão a espécie ou a combinação das espécies.
    Formais: Refere-se aos documentos gerados por este contrato. Como, e. g., sua comprovação através do pagamento, o instrumento do contrato ser a apólice que o torna perfeito. Existem quatro tipos de apólices:
  Simples: determina com precisão o objeto do seguro; Ex. Seguro de Vida.
  Flutuante: estipulam-se condições gerais, e admite-se a faculdade de efetuar substituições; Ex. Seguros de acidente de trabalho, que exoneram trabalhadores demitidos e os substituem pelos novos trabalhadores;
   Portador: transferível por tradição simples, salvo no caso de seguro de pessoas;
   Nominativa: quando menciona o nome do segurado, e neste caso poderá ou não ser transferível por endosso (cláusula à ordem).
extinção do contrato de seguro
 
O contrato de seguro extingue-se pelas seguintes formas:
1: Pelo transcorrer do prazo acordado; 2: Pelo distrato, se ambos os contraentes concordarem em dissolver os vínculos que os sujeitavam; 3: Pela resolução por inadimplemento de obrigação legal ou de clausula contratual que, por ter efeito ex nunc, não afetará situações já consumadas e os riscos verificados; 4: Pela superveniência do risco, porque, o contrato deixará de ter objeto e a seguradora pagará o valor segurado. Entretanto, se tal indenização for parcial, o contrato vigerá apenas pelo saldo da indenização; 5: Pela cessação do risco, em seguro de vida, se o contrato se configurar sob a forma de seguro de sobrevivência; 6: Pela nulidade, que não é causa que extingue o contrato, mas apenas torna-o ineficaz por força legal
 
Existem algumas formas de extinção dos contratos, tais como:
“A revogação, que, é a possibilidade de se extinguir o contrato por simples emissão de vontade nesse sentido. A resolução e a resilição, a contrário sensu da revogação são formas em que se requer a vontade associada a um acontecimento corporificado pelo inadimplemento. A rescisão, corresponde a casos em que há indevida utilização do contrato, ou seja, um dos polos constitui o negócio para fins espúrios via de regra produzindo lesão ao outro. O distrato é o acordo bilateral de extinção do contrato, aplicável ao seguro desde que, não se trate de seguro obrigatório”. (Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado).

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