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Contabilidade de Custos Autor: Dirceu Carneiro de Araujo Tema 01 Introdução à Contabilidade de Custos seç ões Tema 01 Introdução à Contabilidade de Custos ARAUJO, Dirceu Carneiro de. Contabilidade de Custos: Introdução à Contabilidade de Custos. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2017. SeçõesSeções LEITURAOBRIGATÓRIA FINALIZANDO REFERÊNCIAS GABARITO CONTEÚDOSEHABILIDADES AGORAÉASUAVEZ GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES 4 Tema 01 Introdução à Contabilidade de Custos 5 Neste tema você vai tomar conhecimento dos passos iniciais que um contador ou um administrador deve seguir para traçar o plano de controle de custos numa organização. Sendo que o controle de custos é fundamental para o sucesso financeiro da empresa, dessa forma as administrações estão cada vez mais preocupadas com a gestão dos recursos disponíveis para a geração do resultado da empresa. Estudar a origem da Contabilidade de Custos, seu desenvolvimento, a diferenciação entre a Contabilidade Geral e Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial em confronto com a Contabilidade Geral e Contabilidade de Custos, saber identificar as terminologias utilizadas pela área de custos, separando os gastos em despesas, custos, investimentos ou perdas. Ao final desta aula você terá a noção clara de como se classificam os diversos fatos contábeis, identificar os custos, as despesas, os investimentos e perdas, se houve desembolso ou não e, por fim, terá uma visão de como se deve gerenciar os custos de uma empresa. CONTEÚDOSEHABILIDADES 6 1. Introdução Antes de se iniciar um estudo de qualquer disciplina é essencial que você entenda que cada ramo do conhecimento possui uma linguagem própria e que, por muitas vezes, os termos utilizados são socializados ou vieram de outros ramos do conhecimento. Dessa forma, existem muitas palavras usadas no dia a dia das pessoas que, no estudo da Contabilidade de Custos, vão assumir significados próprios e diferentes dos usuais, é a chamada terminologia contábil, e é essencial que você fique atento às nuances dos significados. 2. Origem da Contabilidade de Custos Como e quando surgiu a Contabilidade de Custos? Possivelmente, a Contabilidade de Custos tenha surgido com o advento da passagem da produção dos ofícios artesanais, na Idade Média, para o surgimento das indústrias no período chamado de Revolução Industrial, que se deu por volta do século XVIII. Temos notícias de que até o surgimento da Contabilidade de Custos a apuração dos custos se dava com base no valor dos estoques, pela aplicação da famosa fórmula: EI + C – EF = Custo, como se dá isso? A Contabilidade Financeira ou Geral não se preocupava com o controle dos estoques, item por item, mantinha um controle das compras (C), contava-se e valorava os estoques finais, no famoso período, “fechado para balanço ou inventário”, que servia como o valor do estoque inicial do próximo período, porque no primeiro período não existia o estoque. Com o advento da fabricação de produtos em larga escala, houve a necessidade de maiores informações a respeito de outros valores agregados aos produtos, que se denomina de “custos de produção”, daí surge a Contabilidade de Custos, um ramo dentro da Contabilidade Financeira, criada inicialmente para avaliar estoques, passando na sequência para um importante instrumento de controle e geração de informações para a tomada de decisão empresarial. Segundo Ribeiro (2013, p. 13), na década de 1950, surge a Contabilidade Gerencial, como LEITURAOBRIGATÓRIA 7 LEITURAOBRIGATÓRIA um aprimoramento da Contabilidade de Custos, para auxiliar os gestores nas tomadas de decisões e planejamento e controle. Decorrem dessa pequena introdução para seu estudo a Contabilidade Financeira ou Geral, a Contabilidade de Custo e a Contabilidade Gerencial, suas conceituações e diferenças. 3. Diferença entre Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial A Contabilidade Geral ou Financeira nasceu para o registro dos fatos contábeis relativos a qualquer patrimônio, notadamente para o ramo comercial, de compra e venda de mercadorias. Com o passar dos anos e evolução dos negócios, sofreu especializações em seus ramos. Decorre disso o surgimento da Contabilidade de Custos, que, partindo dos registros contábeis costumeiros, se preocupou com a correta valoração dos custos de produção, estando muito vinculada à fabricação ou à indústria. Modernamente, a Contabilidade de Custos, ou simplesmente a demonstração do Custo, é aplicada a qualquer ramo de atividade: à indústria, aos serviços, ao comércio, ao setor público e até aos setores sem fins lucrativos. E seu perfil não é somente a preocupação da valoração dos estoques, mas prover os gestores de informações a respeito dos custos envolvidos nas diversas áreas de qualquer atividade humana. Para Martins (2010), a Contabilidade de Custos possui duas funções relevantes: o auxílio ao controle e a ajuda às tomadas de decisões. Você pode conceituar a Contabilidade de Custos como o ramo especializado da Contabilidade Geral, que identifica os gastos em uma atividade específica (na indústria, os custos de produção, transformação dos produtos), apropriando aos produtos ou serviços, utilizando-se de critérios próprios. Por fim, a Contabilidade Gerencial, que parte dos trabalhos dos diversos ramos da contabilidade, partindo da Contabilidade Geral ou Financeira, depois do resultado da Contabilidade de Custos, com o objetivo principal de auxiliar os administradores/gestores em suas tomadas de decisões. E é bom que se diga: aplicando todas as ferramentas da moderna administração, para a maximização dos lucros e minimizações dos custos, melhorando a eficiência empresarial. Enquanto a Contabilidade Geral ou Financeira e a Contabilidade de Custos estão sujeitas às Normas Brasileiras de Contabilidade e regulamentos fiscais, a Contabilidade Gerencial é mais flexível, partindo da Contabilidade Geral, decompõe os dados em relatórios mais analíticos e com viés mais administrativo, dando maiores subsídios para a tomada de 8 LEITURAOBRIGATÓRIA decisão. Por exemplo: incluindo o custo do capital/custo financeiro, na formação do custo do produto, para apresentar resultados, o que não seria permitido na Contabilidade Geral, que só pode classificar custo financeiro como despesas financeiras. Para que você integre corretamente os conceitos das diversas contabilidades em seus estudos, cabe destacar que não existe hierarquia em contabilidade e nem uma é melhor do que a outra, são ferramentas distintas, que se bem aplicadas ajudam os gestores no controle e tomada de decisão em qualquer setor empresarial ou da gestão financeira de qualquer pessoa. Você pode notar que, levando em consideração o tamanho da organização, o grau de controle necessário para cada empreendimento, o(s) gestor(es) fará(ão) sua opção gerencial por utilizar somente a Contabilidade Financeira, ou a Contabilidade de Custos para melhor detalhamento dos custos, ou, ainda, num nível bem mais sofisticado, necessitando do uso de técnicas especiais que levem ao uso da Contabilidade Gerencial. O uso de outras especializações da Ciência da Contabilidade (Custos, Gerencial, Tributária, Auditoria, Análises Financeiras), com combinações de técnicas da Administração, Economia, Qualidade, Orçamento, etc., colabora com a produção de melhores informações para a tomada de decisões. É fato que hoje não tratamos mais a Contabilidade de Custos somente vinculada à indústria ou somente aos custos de produção. Aplica-se a Contabilidade de Custos a todos os segmentos empresariais, ao comércio, à indústria, aos serviços, entidades sem fins lucrativos ou mesmo ao setor público, com o forte apoio das ferramentas da tecnologia da informação, notadamente planilhas eletrônicas ou softwaresespecíficos para a correta acumulação de custos. 4. Definições e Conceitos Antes de iniciarmos propriamente o estudo da Contabilidade de custos, faz-se necessário entendermos as terminologias próprias aplicadas a custos. 4.1 Gasto (s) Para Martins (2010, p. 24), gastos representam a “compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega de ativos”. Esse é o conceito genérico de tudo que uma entidade (jurídica ou física) compra, utiliza em 9 LEITURAOBRIGATÓRIA suas operações, não sendo necessário saber sua destinação, área da empresa. O seu destino final será classificado como custos, despesas, investimentos ou perdas, dependendo da destinação que se dá aos produtos ou serviços adquiridos. Você já notou que dentro do conceito de gastos existe a divisão em: custo, despesa, investimento ou perdas. 4.2 Custo(s) Martins (2010, p. 24) refere-se a custos como: “gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. O custo, você já viu, é um gasto, mas que é reconhecido como custo no momento de sua utilização, ou seja, sua aplicação na fabricação, transformações de bens ou na prestação de serviços. Por exemplo: a matéria-prima, no momento de sua aquisição a Contabilidade Financeira classifica como Ativo, Estoques de Matéria-Prima, logo, enquanto não for consumida é um investimento. No momento em que ela for utilizada na fabricação de outro bem, passa a ser um custo de fabricação ou transformação. O produto ficando pronto para a venda, volta para Estoque, classificado como: Produtos acabados, portanto, novamente volta para investimentos, até sua venda e entrega. Na saída, pela venda, promessa de venda, passa a ser classificado como custo de produtos vendidos, na Demonstração de Resultados (DRE). 4.3 Despesa(s) Segundo Martins (2010, p. 25), as despesas são: “Bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas”. Você compreende que estes gastos não estão relacionados à produção de bens ou nas prestações de serviços, ou seja, são gastos nas áreas administrativas ou comercial. Por exemplo: Os honorários da diretoria, o pagamento dos salários dos vendedores, secretárias, propagandas, etc., são os gastos que não são utilizados para fabricar produtos ou prestar serviços. Fique atento que despesas (conceito clássico) é o sacrifício financeiro na obtenção de receitas e não na produção de bens ou prestações de serviços. 10 LEITURAOBRIGATÓRIA 4.4 Investimento(s) Tem-se o conceito de investimento como: “gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). ” (MARTINS, 2010). Para seu entendimento, vamos usar as contas do Ativo como exemplos de investimentos, todas as contas do Ativo são investimentos. Por exemplo: A compra de matéria-prima para produção é um investimento; o resultado da produção de bens são investimentos, que, além das matérias-primas, agregam outros custos, como mão de obra, e outros custos indiretos; os bens utilizados para a realização das atividades da empresa (imóveis, móveis, veículos, equipamentos, marcas, etc.). 4.5 Perda(s) São bens ou serviços consumidos pela empresa de forma involuntária e anormal (MARTINS, 2010). Você deve identificar que a geração de valores classificados como perda(s) é decorrente de atos involuntários e anormais, não pode ser confundida com despesas (que são gastos para geração de receita/vendas) ou custos (que são gastos para produzir bens ou prestar serviços) de forma intencional e normal. Por exemplo: As horas paradas dos funcionários no período de greve; pequenos acidentes na produção ou na prestação de serviços; despesas com incêndios não ressarcidas pelo seguro; roubos e furtos; estragos com intempéries da natureza (vendavais, inundações, terremotos, etc.). 4.6 Desembolso(s) São os pagamentos dos gastos que resultaram da aquisição dos bens ou dos serviços adquiridos pela empresa (MARTINS, 2010). Você sabe que o pagamento pode ocorrer antes, durante ou após a aquisição dos bens ou dos serviços contratados. Dessa forma, você pode visualizar que este é a saída do dinheiro da empresa na troca pelos bens utilizados ou pela remuneração dos serviços prestados para a empresa. Não é necessário o pagamento formal dos gastos para termos os desembolsos, podemos pensar como exemplo na troca de produtos e serviços entre empresas, onde a empresa 11 LEITURAOBRIGATÓRIA compra produtos de alguém e ao mesmo tempo vende produtos para a outra empresa ou pessoa. 4.7 Problemas da Classificação Contábil entre Custos e Despesas Quando se inicia o estudo de “Custos”, a grande dificuldade é visualizar a distinção entre os diferentes gastos. Para o estudo de Contabilidade de Custos, é primordial que se distinga com precisão custos e despesas. Pode-se entender como custos os gastos ocorridos na produção de bens e na prestação de serviços. Já as despesas são os gastos decorrentes dos esforços para gerar a receita, normalmente, são os gastos administrativos, comerciais, financeiros. Os custos são ativados (estocados, vão para a prateleira), somente deduzindo da receita quando de sua venda, pelo confronto da receita com o custo do produto ou serviços prestados. Por fim, é de grande importância que você entenda que a classificação de custo ou despesa vai depender da opção gerencial de cada gestor, pois sua correta classificação depende de um sistema de informação gerencial bem organizado e definido, pois alguns gastos de valores insignificantes não têm a chamada “materialidade do gasto”, e seria mais caro controlar o gasto do que contabilizar diretamente em um ou outro. Lógico que você está aprendendo, e deve primar pela classificação correta: custos é utilizado na produção e despesas na parte administrativa, comercial e financeira da empresa. 4.8 A Importância dos Gastos Financeiros (Custos ou Despesas) Esta é uma grande discussão e não vamos aprofundar este tema, mas para seu conhecimento é ideal que você se familiarize com o assunto. No Brasil, os encargos financeiros não são custos de produção, mesmo que se tenha conhecimento de juros pagos sobre matérias-primas ou outros fatores de produção. E o porquê deste entendimento? Alguns estudiosos acreditam que estes gastos não decorrem exatamente da atividade produtiva da empresa e sim da falta de capital de giro da empresa. Exceção: Admite-se, para a produção de bens de longo prazo, que se incorpore o custo financeiro ao custo do produto. Exemplo: Grandes navios, aeronaves, construção de hidrelétrica, etc. 12 LEITURAOBRIGATÓRIA Uma opção para retratar os custos financeiros aos resultados, para o Controller/gestor da empresa, é utilizar as ferramentas da Contabilidade Gerencial, ou seja, depois de apurados os custos e resultados da empresa da forma normal e legal, poderá agregar os valores financeiros aos estoques, custos ou as despesas e refazer os relatórios analíticos, que servirá para análise gerencial. 4.9 Onde Começam e Onde Terminam os Custos de Produção? Teoricamente, toda vez que os gastos forem realizados para a produção e para a prestação de serviços serão classificados como custos, mas nem sempre isso ocorre de maneira fácil, pode ocorrer uma série de fatores neste processo, que dificultam a separação de forma clara e objetiva dos custos e das despesas (MARTINS, 2010). De maneira geral, deixamos de agregar valores a título de custos aos produtos quando eles estão prontos e disponíveis para venda e os serviços concluídos. A partir do momento em que os produtos estão no estoque para venda, os valores serão agregados nas contas de despesas diretamente. Mas outros problemas podem surgir, tais como: E os gastos com pesquisas e desenvolvimento de novos produtos ou aperfeiçoamentodos produtos existentes? Estes gastos são: investimentos, custos, despesas ou perdas? Pode- se dar vários tratamentos, mas vamos utilizar o entendimento mais aceito por uma ampla maioria dos auditores e até de alguns países que já regulamentaram o assunto, dentre eles o EUA, os gastos vão para despesas diretamente, independentemente do resultado da pesquisa. Mas o bom senso deve prevalecer, se o valor for substancialmente relevante e o grau de certeza de geração de fluxo de caixa futuro for positivo, o contador, juntamente com os gestores, poderão lavrar uma ata para justificar a sua contabilização no ativo. Ou, ainda, pode-se lançar mão novamente da Contabilidade Gerencial, apurar os resultados como despesas e ter relatórios gerenciais sem os valores das despesas envolvidas, distribuindo num fluxo de caixa futuro. Outro problema são os gastos do departamento de produção que não são custos, o que fazer? Esses problemas são mais gerenciais, derivam da utilização de recursos do departamento de produção em outras áreas da empresa, por exemplo, o mecânico que presta serviços nos veículos da administração, nas instalações do refeitório, ou o inverso, auxiliar da administração que é requisitado para apontamentos de produção e qualidade 13 LEITURAOBRIGATÓRIA realizando serviços na produção. Isto deve ser evitado, mas você pode perceber que isso ocorre de forma comum. 4.10 Como e Quando Separar os Gastos? Você já deve ter percebido que a atividade dos gestores, contadores e todos os envolvidos no processo produtivo e administrativo da empresa, dia a dia, é comprar, transformar, produzir, vender, entregar produtos, e isso traz o volume de documentos para as compras, os consumos e vendas. É normal o uso de planos de contas, que é a relação das contas utilizadas para classificar os fatos administrativos ou contábeis das empresas. No plano de contas você já sabe que vêm, na ordem, o ativo, o passivo, com o patrimônio líquido, receitas e despesas. Imagine o seguinte fluxo: Figura 1 – Fluxo de recursos pela empresa 1º: o recurso está no Caixa. Ativo. 2º Compra estoque de matéria-prima ou outro insumo. Ativo. 5º Venda dos produtos. Obtém-se receitas e volta para o caixa. Ativo. 4º Produto pronto retorna para o Ativo, Estoques Produtos acabados. 3º Consumo das matérias-primas e insumos. Contas de Custos. Transitórias. Fonte: elaborada pelo autor. Este motor girando é que gera os resultados da empresa e dele espera-se lucro. Compra→ transforma, produz, vende → Lucro. 14 LEITURAOBRIGATÓRIA Item Descrição D I C P Desembolso S N 1 Compra de matéria-prima, a prazo X X 2 Pagamento de salários da secretária X X 3 Compra à vista de combustível para veículo da diretoria X X 4 Consumo da matéria-prima na produção X X 5 Pagamento do Fornecedor da matéria-prima X 6 Compra à vista de um veículo X X 7 Parte da matéria-prima estragou porque inundou o depósito X 8 Depreciação do veículo da administração X 9 Material de escritório para a produção pago à vista X X 10 Provisionamento da conta de telefone do depto de vendas X X Tabela 1 – Matriz de separação de Gastos Fonte: Adaptada de Neto (2009, p. 15) Para a Contabilidade de Custos é necessário um grupo especial de contas, no Plano de Contas, para acumular os custos. Este grupo de contas é chamado de transitório ou contas acumuladoras, porque em todo período, que geralmente é um mês, estas contas são encerradas e transferidas para estoques. Por que separar os custos das despesas? Você responderia a esta questão com a seguinte afirmação: Os custos são acumulados em contas transitórias, à medida que vão sendo consumidos na produção, encerra-se o período, zerando as contas transitórias de custos e transferindo para estoques de produtos acabados ou produtos em elaboração. Enquanto as despesas são contabilizadas contra as contas de resultado na (DRE) Demonstração de Resultados “do Exercício”. Vamos exemplificar para ficar claro para você, utilizando uma matriz para que você possa visualizar: (D) despesas, (I) investimentos, (C) custos, (P) perdas, e vamos classificar pelo momento de pagamento, se houve desembolso: 15 LEITURAOBRIGATÓRIA Você já pode concluir que existem vários exemplos, ou seja, todos os fatos contábeis deverão ser classificados e separados, entre as várias formas de gastos. Você pode se perguntar como isto se realiza na prática, temos outro exemplo, agora com valor. Você recebe um balancete de um período com os seguintes dados: Fonte: Adaptado de Martins (2010, p. 53) Tabela 2 – Balancete de Gastos A ideia é separar os gastos em: custos e despesas, com as devidas valorações, note que já não se fala em desembolso, este fica no departamento financeiro: Gastos atribuíveis a custos: 16 LEITURAOBRIGATÓRIA Tabela 3 – Separação de custos Tabela 4 – Separação de despesas Fonte: Adaptado de Martins (2010, p. 53) Fonte: Adaptado de Martins (2010, p. 53) Gastos atribuíveis a despesas: Os custos vão ser agregados aos produtos produzidos ou serviços prestados e vão ser ativados, ou seja, vão para o estoque até a sua venda. Os custos e as despesas vão diretamente para o resultado do período (DRE). 17 A importância dos custos. Juliana Fachi Vieira. 30/07/2014. Disponível em: <http://www. administradores.com.br/artigos/academico/a-importancia-dos-custos/79380>. Acesso em: 13 set. 2017. Neste artigo a autora busca trazer uma visão mercadológica da importância dos Custos para as organizações, sua leitura vai desenvolver um olhar mais otimista para o valor da profissão de analista de custo. Gastos, custos, despesas e investimentos: você sabe como diferenciar? Cezinha Anjos. Disponível em: <http://www.asseinfo.com.br/blog/gastos-custos-despesas-investimentos>. Acesso em: 17 ago. 2017. O autor analisa as diferenças entre as terminologias que a Contabilidade de Custo apresenta ao iniciante nos seus estudos. Uma leitura fácil e bem resumida. Patrícia Melo, Contabilidade de Custo. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ ABAAAAkp4AD/contabilidade-custo>. Acesso em: 23 ago. 217. A autora faz um bom resumo da introdução ao estudo da Contabilidade Custo, separando com coerência os conceitos que todo iniciante deve aprender. Traz exercícios de exemplos. Assista a este vídeo em que Fabiola Barrella, no canal Gestão que funciona, traz um bom exemplo de classificação de custos e despesas aplicadas a um produto simples. Custos e despesas. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=J0SwnVgvP7c>. Acesso em: 17 ago. 2017. O contador Vicente Sevilha Junior produz vários vídeos instrutivos para os iniciantes do estudo de Contabilidade e para a comunidade em geral, no canal Sevilha Contabilidade, no tema Gastos, Custos e Despesas ele nos apresenta em detalhes como funciona a classificação destes gastos. LINKSIMPORTANTES 18 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cfUx3br_8Fk>. Acesso em: 17 ago. 2017. No canal Fabricando resultados, Naiara Facarolli contribui com boas explicações a respeito de Gastos, Custos e Despesas, vale a pena assistir. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=7_U4FNJRaIo>. Acesso em: 17 ago. 2017. No canal Café Contabilidade, o prof. Me. Antônio Ricardo Catânio e Me. Eric Ferreira dos Santos trazem uma abordagem interessante a respeito de nosso tema. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KwQc2HSpg88>. Acesso em: 17 ago. 2017. LINKSIMPORTANTES 19 Instruções: Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. Bom estudo! AGORAÉASUAVEZ Questão 1: A RevoluçãoIndustrial ocorreu na Inglaterra, em meados do século XVIII, dando início à era chamada de Revolução Industrial. Houve uma transição do artesanato, da manufatura para as máquinas e indústrias, acelerando a produção e retirando pessoalidade do arte- são. Qual o impacto desta transformação na Contabilidade Geral? Questão 2: Como parte de seu trabalho na empresa está a correta classificação de gastos ocor- ridos. Em determinado período lhe é apre- sentada a seguinte relação de contas: Relação de contas Valor (Mil) Compra de matéria-prima 300 Salários de vendedores 100 Matéria-prima consumida 150 Salários da produção 95 Depreciação da fábrica 70 Seguros da administração 15 Despesas financeiras 14 Honorários da diretoria 40 Materiais diversos – fábrica 20 Energia elétrica – fábrica 78 Manutenção – fábrica 65 Fretes para entrega 36 Correios, telefone e internet 8 Material de escritório 9 Total dos Gastos 1.000 20 AGORAÉASUAVEZ Questão 5: Cite três tipos de gastos que ocorrem dentro de uma empresa, com sua definição, e des- taque qual a importância do conhecimento das terminologias da Contabilidade de Cus- tos. Questão 3: A classificação dos gastos é de fundamen- tal importância para o Contador de Custos. Sabe-se que os gastos são divididos em: custo, despesa, investimento e perdas. Qual a alternativa que define custo? a) Os gastos destinados aos esforços de vendas da empresa, para geração de receita. b) Os gastos anormais e involuntários que podem decorrer de intempéries climáticas. c) Todos os gastos que são ativados para gerarem benefícios futuros para empresa. Questão 4: Quais diferenças pode-se elencar entre a Contabilidade Geral e a Contabilidade de Custos? Com base nestes dados pode-se afirmar que: a) Os custos totalizam R$ 222 e os investimentos R$ 300. b) As despesas totalizam R$ 478. c) Os custos totalizam R$ 222. d) Os custos e as despesas totalizam R$ 1.000. e) Os custos totalizam R$ 478 e as despesas R$ 222. d) Os gastos utilizados na produção de produtos, na prestação de serviços e até na comercialização de bens adquiridos de terceiros. e) Os gastos financeiros que a empresa tem para gerar a sua produção ou sua prestação de serviços. 21 FINALIZANDO Neste tema você tomou conhecimento da evolução da Contabilidade Geral para atender aos modernos processos de produção, surgindo a Contabilidade de Custos. Pôde tomar conhecimento de diferenças entre a Contabilidade Geral e a Contabilidade de Custos e dessas duas com a Contabilidade Gerencial. Tomou conhecimento das terminologias utilizadas para classificação dos gastos, que se dividem em custos, despesas, investimentos e perdas, que podem ter desembolsos pelo pagamento ou lançamentos no passivo para posterior pagamento. Por fim, aprendeu como classificar corretamente os gastos dentro de uma empresa, em custos e despesas. 22 GLOSSÁRIO Controller/gestor da empresa: Profissional com larga vivência em finanças empresariais e uma particular habilidade no relacionamento com os responsáveis pela gestão das diversas áreas funcionais da organização que conduz o setor de controladoria ou a empresa. (MORANTE; JORGE, 2008). Entidades sem fins lucrativos: é uma entidade de direito privado, dotada de personalidade jurídica e caracterizada pelo agrupamento de pessoas para a realização e consecução de objetivos e ideais comuns, sem finalidade lucrativa. Fabricação de produtos: É o ato de industrializar. Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo. Pode ser transformando, modificando, aperfeiçoando, embalando, classificando. Inventário: É um documento contabilístico que consiste na relação de bens de uma entidade (pessoa jurídica ou pessoa física). No Dicionário Aurélio encontramos a seguinte definição: “sm, 1 - Relação dos bens, móveis e imóveis, de alguém. 2 - Descrição minuciosa. 3 - Menção ou enumeração de coisas. 4 - Descrição dos bens ativos e passivos de uma empresa ou sociedade comercial.”. (AURÉLIO, 2017, n.p.). Matéria-prima: A principal substância que é utilizada na fabricação de alguma coisa; o que é essencial para o desenvolvimento ou produção de algo. Para o Dicionário Aurélio é: sf, 1 – Substância essencial à fabricação de um produto. (AURÉLIO, 2017). 23 Questão 1 Resposta: A Contabilidade Geral que estava preparada para controlar uma empresa comercial, própria do Mercantilismo vigente até aquele momento, teve que evoluir dividindo-se em diversos ramos, dentre eles, teve o surgimento da Contabilidade de Custos, que veio atender a uma nova necessidade, que foi a de atribuir custos aos estoques de produtos fabricados em larga escala pelas empresas industriais em surgimento. Questão 2 Resposta: Neste exercício você deve separar os custos, despesas e investimentos da seguinte forma: GABARITO Tudo que está ligado à produção de produtos. Despesas: Tudo que está ligado à área administrativa, de vendas e financeira da empresa. Custos VLR Matéria-prima consumida 150 Salários da produção 95 Depreciação da fábrica 70 Materiais diversos – fábrica 20 Energia elétrica – fábrica 78 Manutenção – fábrica 65 Total 478 24 GABARITO Despesas VLR Salários de vendedores 100 Seguros da administração 15 Despesas financeiras 14 Honorários da diretoria 40 Fretes para entrega 36 Correios, telefone e internet 8 Material de escritório 9 Total 222 E, por fim, o investimento Compra de matéria-prima R$ 300. Logo, a alternativa correta será a: letra E. Custos 478 e despesas 222. Questão 3 Resposta: Logo, a alternativa correta será a: letra D. Usando os conceitos do item 4.2 – Custo(s). Martins (2010, p. 24) refere-se a custos como: “gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Questão 4 Resposta: As diferenças podem ser elencadas em colunas ou num texto explicativo, da seguinte forma: A Contabilidade Geral atribui valor aos estoques somente pelos documentos de compra; para a Contabilidade de Custos, além do preço pago pela matéria-prima, agrega-se os custos de mão de obra, custos indiretos; A Contabilidade Geral está preocupada com o resultado econômico, enquanto a Contabilidade de Custos está preocupada em destacar a formação dos valores envolvidos na produção ou na prestação de serviços. Questão 5 Resposta: Temos as despesas, que são os gastos relacionados com os esforços de vendas e geração de receita; os custos, que são os gastos atribuídos à produção dos produtos e à prestação de serviços; e as perdas, que são os gastos anormais e involuntários ocorridos na empresa. É de fundamental importância, porque assim a distribuição dos valores aos setores responsáveis pela empresa ocorre de forma correta e auxilia os gestores na tomada de decisão. 25 REFERÊNCIAS ANJOS, C. Gastos, custos, despesas e investimentos: você sabe como diferenciar?. AS- SEINFO, 23 ago. 2017. Disponível em: <http://www.asseinfo.com.br/blog/gastos-custos- -despesas-investimentos/>. Acesso em: 23 ago. 2017. AURÉLIO, D. Dicionário do Aurélio Online. Dicionário do Aurélio Online, 23 ago. 2017. Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/>. Acesso em: 23 ago. 2017. BARRELLA, F. Gestão que Funciona: custos e despesas. Youtube, 23 ago. 2017. Dispo- nível em: <https://www.youtube.com/watch?v=J0SwnVgvP7c>. Acesso em: 23 ago. 2017. CATÂNIO, A. R.; SANTOS, E. F. D. Youtube. Contabilidade de Custos: #1 - Conceitos, 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KwQc2HSpg88>. Acesso em: 23 ago. 2017. FACAROLLI, N. Youtube. Gastos, Custos e Despesas, 2015. 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