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Análise Gramatical para Concursos

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DISCURSIVAS PARA AUDITOR SEAP/DF 
CARGOS 101 E 102 
Profa. Júnia Andrade 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
Aula 2 
 
Hoje vamos abordar, conforme nossa programação, os itens de 
análise gramatical. Na Funiversa, esse quesito é responsável pela 
análise da aplicabilidade da linguagem formal e correta. 
É uma aula, geralmente, considerada pouco interessante, 
porque seria “rever” português e não há como produzir mudanças 
radicais na aula, porque raramente as regras do português mudam, 
raramente a banca aparece com análise de falhas gramaticais novas. 
Eu quero dizer o seguinte: os examinadores estão habituados a 
corrigir certas falhas gramaticais – seria o trabalho de sempre, por 
assim dizer. 
 Por conseguinte, com isso, é normal que muitas provas, 
mesmo depois da correção, apresentem ainda erros não vistos pelos 
examinadores. Acrescente-se a esse caso a falta de tempo deles 
também, já que a correção é feita em minutos, contados e 
fiscalizados. Então, alguns erros passam mesmo. 
Mas existem falhas a que o olho do examinador está habituado. 
Essas falhas não podem aparecer no nosso texto e nós temos que, 
desde já, aprender a fazer a autocorreção do texto para que evitemos 
o cometimento de erros que, certamente, serão apontados. Assim, 
recomendo que, logo depois de produzirem a primeira redação, leiam 
esta aula para que vocês possam aprender a eliminar erros – seria a 
treinar a autocorreção mesmo. 
Ademais, os erros de português na Funiversa são penalizados 
pela quantidade e são abatidos do total macroestrutural obtido pela 
discursiva. São erros de menor valia, mas, se podemos evitar a 
perda de décimos, é sempre bom fazê-lo em concurso público. 
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Vamos, então, conhecer ou rever os erros que realmente 
devemos evitar: 
 
 Grafia: já falei com vocês que o texto precisa ser legível. 
Deixar maiúsculas bem diferenciadas de minúsculas (basta 
apenas aumentar o tamanho da letra), mas não façam uma 
letra minúscula grande. Isso não basta. 
� Inicial maiúscula 
Deve ser empregada quando se começa um período 
(após ponto final ou ponto de interrogação ou 
exclamação). 
Não deve ser empregada após o sinal de dois pontos ou o 
de ponto e vírgula. 
Deve ser empregada também em nomes próprios ou 
específicos (leis especificadas, por exemplo). Exemplos: 
Tribunal de Contas do Distrito Federal, Lei 8.112, 
Constituição Federal, Lei de Responsabilidade Fiscal etc. 
� Inicial minúscula 
É empregada em substantivos comuns, sem qualquer 
especificação. Exemplos: 
Obedecer à lei é deve de todos. 
Os ministros estão reunidos agora. 
� Numerais 
Sendo cardinais, são grafados na forma extensiva, quando 
sua expressão requer apenas uma palavra para expressá-los 
e devem ser grafados como algarismos, se precisarmos de 
duas ou mais palavras para redigi-los. Exemplos: 
Duas ideias foram apresentadas. 
Tenho quinze motivos para sair daqui. 
Contou com 25 pessoas para ajudá-lo. 
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O documento conta com 1600 páginas. 
Qualquer numeral seguido de símbolos (%, $, º, ª, kg etc.) 
deve ser grafado na forma de algarismo: Exemplo: ano 
2012, R$ 20 mil, 10% etc. 
� Uso do hífen 
Por força de um novo decreto, os concursos terão que 
esperar até 2016 para exigir a grafia correta das palavras 
que sofreram alteração recentemente. Então, 
teoricamente não teríamos problemas em empregar ou 
não o hífen. Na prática, porém, muitos candidatos 
resolvem arriscar grafias para tentar se aproximar da 
nova forma ortográfica de algumas palavras e acabam 
cometendo erros nessa seara, porque não usam nem a 
regra anterior nem a nova. Sendo assim, preferi anotar a 
grafia correta de algumas palavras que sempre vejo mal 
redigidas em provas: autocorreção, autorregulação, 
matéria-prima, mão de obra, infraconstitucional, 
subumano, desumano, reeducar, reeleger, coobrigar, 
socioeconômico, antissocial, subemprego, antieconômico, 
bem-vindo, “causa-mortis”, contrassenso, decreto-lei, ex-
presidente, extraoficial, “habeas-corpus”, pré-requisito, 
plurianual, semiaberto, vice-presidente. 
 Acentos, til e vírgula: devem ser bem nítidos. Havendo 
dúvida sobre a grafia de um acento, os examinadores não 
costumam tolerar a dúvida e o prejuízo vem na nota. Portanto, 
quem tem dificuldades com acentuação deve buscar 
informações básicas em qualquer site de português para evitar 
perdas. 
É natural que a gente fique sem estudar português um tempo, 
que a gente leia pouco, mas não podemos deixar de acentuar, 
principalmente, as palavras com as quais lidamos muito nos 
concursos. Eis algumas que quero muito ver devidamente 
acentuadas no material de vocês: público, consequência, 
distância, vínculo, ímprobo, difícil, pôr (verbo), têm (plural de 
ter), vêm (plural de vir), prática. 
 Aspas (“ “) 
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Se empregarem latinismos, termos estrangeiros, coloquiais 
(=populares) ou conotativos (=figurados), usem aspas sobre 
estes termos. 
As aspas serão dispensadas, se quaisquer dos termos 
começarem por inicial maiúscula. 
Exemplo: “mensalação”, Mensalão, Habeas-data, “habeas- 
-data” (repeti o hífen, porque a palavra já tinha hífen e isso 
deve ser feito desse modo na divisão silábica). 
obs: não se descuidem das ASPAS! 
 
FALHAS GRAMATICAIS 
 Como vocês sabem a gramática é extensa, mas os 
examinadores se concentram principalmente sobre as falhas que 
ocorrem nos seguintes campos e exatamente na maioria dos 
seguintes exemplos: 
 Concordância Verbal 
Devemos ter cuidado em escrever os verbos das seguintes formas: 
a. Houve decisões favoráveis às minorais (Haver = existir: o haver 
fica no singular). 
b. Pode haver decisões favoráveis às minorias (o auxiliar é 
contaminado pela impessoalidade do verbo haver e fica no 
singular por isso). 
c. Trata-se de novos projetos de lei. (o verbo TRATAR-SE é 
impessoal e deve, por isso, não ser precedido de nenhuma 
palavra que pareça sujeito e deve ser empregado apenas no 
singular). 
d. Mantiveram-se os artigos polêmicos (=os artigos polêmicos 
foram mantidos – portanto, há plural). 
e. Precisa-se de revisões constantes. (como não é possível 
reescrever a frase, o verbo ficou no singular). 
f. A revisão da lei e do decreto ocorreu em meio à polêmica. (há 
uma revisão para os dois). 
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g. A revisão da lei e a do decreto ocorreram em meio à polêmica. 
(notem que há dois artigos, o que indica sujeito composto que 
leva o verbo para o plural). 
 Emprego de pronomes relativos 
� só empregue ONDE, como relativo, se este pronome fizer 
menção a lugar físico. 
Exemplos: 
Foi em Brasília onde o grupo se reuniu. 
Foi na década de 80 onde [em que, quando] o Brasil 
conheceu seu rock urbano. 
É em Brasília aonde o grupo irá para fazer o protesto. [se 
há verbo de movimento e ideia de lugar físico, 
empregamos AONDE]. 
 Regência Verbal 
� VISAR (= objetivar) pede preposição A, quando vier 
seguido de SUBSTANTIVO. 
Exemplos: 
As pessoas visam a um país melhor. 
As pessoas visam ter um país melhor. (seguido de 
verbo, não há preposição A). 
� IMPLICAR e ACARRETAR (=gerar) não vem seguido de 
preposição. 
Exemplo: 
A reforma implicou descontentamento. 
� OBEDECER pede preposição A. 
Exemplo: 
Motoristas não obedecem às Leis de Trânsito. 
 Emprego da Crase 
� Não há crase antes de verbo. 
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Exemplo: a partir desta ideia, definiremos os termos. 
� Não há crase antes de masculino. 
Exemplo: tudo será divulgado a prazo. 
� Não há crase antes de artigo ou de pronome indefinido 
(atenção para “cada”, “toda”, “uma” etc.). 
Exemplo: a cada ano, diminuem os recursos naturais. 
� Não há crase antes dos seguintes pronomes femininos: 
esta, essa, ela. 
� Não há crase entre palavras repetidas. 
Exemplo: dia a dia, face a face etc. 
� Não há crase antes de palavra feminina flexionada no 
plural, se não houver artigo definido feminino também 
flexionado no plural. 
Exemplos: 
Não vou a festas./Não vou às festas. 
� Há crase, antes de adjuntos adverbiais femininos: à 
espera, à toa, à mercê de, à medida que, às vezes, à 
vista, à proporção que, à direita, à luz de etc. 
 Uso da vírgula e de outras pontuações 
� É recomendável empregar vírgula para separar adjunto 
adverbial descolado (início ou meio da frase). 
Exemplos: 
No Brasil, ainda há muita tolerância em relação à 
corrupção. 
Não sabemos, no Brasil, fazer uso do voto. 
� É obrigatório empregar vírgula antes de gerúndio, 
particípio e infinitivo, quando estes forem oração 
subordinadas adverbiais reduzidas. 
Exemplos: 
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O MP entrará com uma ação, objetivando corrigir o 
desvio legal. 
O MP entrará com uma ação. Objetivando corrigir o 
desvio legal. [erro] 
 
� Não se usa ponto final antes de POIS ou de outra 
conjunção explicativa. 
Exemplo: 
É preciso conciliar a manutenção da justiça social com os 
direitos humanos, pois um implica a construção do outro. 
[correto]. 
 
� Não se vírgula ou ponto final antes do E, quando este 
trouxer ideia de soma. 
Exemplos: 
Na política há um conflito que envolve o interesse dos 
defensores das minores, a questão agrária, e a 
contrapartida dos evangélicos. [errado] 
Na política há um conflito que envolve o interesse dos 
defensores das minores, a questão agrária e a 
contrapartida dos evangélicos. [correto] 
 
� Use POR EXEMPLO entre vírgulas sempre ou entre vírgula 
e dois pontos. 
Exemplo: 
Há diversos atores que fiscalizam o uso dos recursos 
naturais, como, por exemplo, o Ibama. 
� Não use dois pontos após conjunção ou verbo. 
Exemplos: 
Há diversos atores que fiscalizam o uso dos recursos 
naturais, como: o Ibama. [errado] 
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Há diversos atores que fiscalizam o uso dos recursos 
naturais, como os seguintes: o Ibama e a Polícia 
Federal.[correto] 
� Prefira usar o ponto final para confeccionar períodos 
menores e mais claros. 
 
� Prefira usar parênteses a travessões. 
Exemplo: Tribunal de Contas da União (TCU). 
 
FALHAS TEXTUAIS 
 Emprego de pronomes demonstrativos 
� Isso, essa e esse são pronomes que resgatam ideia anterior. 
Portanto, são estes os mais empregados numa dissertação. 
� Este e Esta também podem resgatar o que já se passou, 
mas devem se referir pontualmente a substantivos, não a 
ideias. 
Exemplos: 
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é guardião dos 
recursos naturais brasileiros. Isso está consagrado em nossa 
Constituição. 
Isso = resume a ideia de o MMA ser o guardião do dos 
recursos naturais brasileiros. 
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o guardião dos 
recursos naturais brasileiros. Estes não podem ser 
usurpados por interesses privados. 
Estes = os recursos naturais brasileiros.. 
 Uso de conjunções 
� POSTO QUE = embora (posto que – não é conjunção 
causal!!!) 
� Na medida em que = porque e é diferente de à 
medida que. 
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� obs: em prova, é melhor trabalhar com conectores 
simples do que correr riscos de errar o uso de uma 
conjunção e perder pontos até mesmo na coerência entre 
as ideais. 
 Vocabulário 
� DENTRE = deve ser empregado somente quando se quer 
destacar, diferenciar algo. Em provas, é melhor empregá-
lo apenas quando houver uso do verbo DESTACAR. Em 
outros casos, melhor será o uso de ENTRE. 
� O MESMO = não existe! É coloquial. 
� TRATAR-SE = como é de uso muito restrito, deve-se 
investir em outro verbo para evitar complicações. 
� UM OUTRO (um certo) = não usamos dois indefinidos 
juntos. 
� ATRAVÉS= é melhor empregar “por meio de”, já que 
“através” tem o sentido de atravessar meio físico. No 
entanto, ele pode ser empregado livremente, quando já 
se usou “por meio de” na redação. 
� ONDE = para evitar problemas, melhor usar sempre “em 
que”. 
� VERBO NO GERÚNDIO = melhor não empregar, porque o 
uso é muito restrito. 
� COISA = mesmo se referindo à “coisa pública”, é melhor 
empregar aspas sobre coisa. De preferência, não é 
recomendável trabalhar com isso. 
� CONCLUI-SE, PORTANTO,... = ou se usa a conjunção 
conclusiva ou o verbo concluir. 
� CARTA MAGNA = melhor não empregar apelidos para a 
Constituição. 
� HODIERNO, MISTER = são arcaísmos e devem ser 
evitados. 
� VEZ QUE = não existe. 
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� CONOTAÇÕES = as figuras de linguagem ou qualquer 
outro sentido figurado deve ficar em segundo plano. É 
bom dar preferência ao sentido real, objetivo e claro do 
que se escreve. Portanto, o emprego de vocabulário 
simples é a melhor resposta ao tecnicismo vazio. 
 Uso de siglas 
Muitos examinadores punem os candidatos que não empregam 
o nome extensivo ao lado do primeiro uso da sigla. 
Também não é recomendável empregar muitas siglas no texto. 
Devemos usá-las somente quando for estritamente necessário. 
Exemplo: Tribunal de Contas do Estado (TCE) ou TCE (Tribunal 
de Contas do Estado). 
Dadas as informações gramaticais, já podemos seguir para a 
aula 3. 
Grande abraço, Júnia

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