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APOSTILA PORTUGUÊS JURÍDICO

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DIREITO UNINASSAU CAXANGÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS JURÍDICO 
 
 
PROFESSOR ANDERSON LEÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceitos básicos: 
 
Linguagem: é a capacidade comunicativa dos seres. A linguagem articulada é aquela em que se constrói um 
sistema organizado de signos. 
 
Signo: é uma unidade de representação. O signo representa, no ato da enunciação, um elemento que está 
ausente e é evocado quando da substituição pelo signo. 
 
Signo lingüístico: signo arbitrário que une um conceito a uma imagem acústica, ou seja, faz a ligação entre o 
significado e o significante. 
 
Denotação: uso do signo lingüístico em seu sentido comum, corrente, arbitrário. 
 
Conotação: uso do signo lingüístico em sentido figurado, criativo, não relacionado à arbitrariedade de sua 
significação, mas ao que suscita o conceito por ele evocado. 
 
Língua: conjunto de sinais organizados convencionalmente para servir à comunicação. A língua é uma das 
formas de linguagem, o código que melhor atende às necessidades de expressão humana. 
 
Fala: uso que cada indivíduo faz das combinações possibilitadas pela língua. Enquanto a língua constitui um 
depositório de signos, a fala pressupõe uma postura ativa sobre a língua. 
 
Campo etimológico e campo semântico: 
 
Construir um campo etimológico significa reunir vocábulos que tenham a mesma raiz ou o mesmo radical. O 
campo semântico reúne palavras cognatas, ou seja, palavras “parentes”. 
Exemplo: 
 
 
 
Exercício: 
 
1 – Construa um campo etimológico (8 palavras, no mínimo) para cada um dos vocábulos abaixo. 
 
a) lei 
 
 
 
 
LÍNGUA E VOCABULÁRIO 
 
 
b) pão 
 
 
 
 
 
c) luz 
 
 
 
 
 
d) livre 
 
 
 
 
 
e) juiz 
 
 
 
 
 
Construir um campo semântico significa reunir vocábulos por associação de significados, construindo um universo 
em que, a partir de uma palavra-chave, todas se remetam a ela por diversos critérios de aproximação. Exemplo: 
 
 
Exercício: 
1 – Construa um campo semântico (8 palavras, no mínimo) para cada um dos vocábulos abaixo. 
 
a) boca 
 
 _ 
 
 
 
 
b) pé 
 
 
 
 
 
c) justiça 
 
 _ 
 
 
 
d) prisão 
 
 
 
 
 
e) drogas 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linguagem jurídica é, segundo Cornu1, um ramo de estudo da linguagem que vem se 
desenvolvendo, dedicado ao estudo da linguagem do direito. 
 
A linguagem que é observada é aquela do direito (da norma, da decisão, da convenção, das 
declarações, das negociações, das relações, do ensino). Este estudo é jurídico, porque a linguagem 
jurídica ou comum é sempre objeto de uma regra de direito (quando a lei exige, no uso de uma língua, 
o emprego de certas palavras etc.). Este estudo é jurídico, ainda, por todas as ações jurídicas que se 
exercem sobre a língua: a lei nomeia (os contratos, os delitos), a lei consagra num emprego novo (com 
sentido particular) um termo da língua usual, a jurisprudência2 e a doutrina concorrem para isso. A 
lingüística é aqui jurídica pela impregnação da linguagem pelo direito. Ela tem entre seus objetos as 
interações da linguagem e do direito, quer dizer, tanto a ação do direito sobre a linguagem como a ação 
da linguagem sobre o direito. É essencial compreender que o estudo lingüístico da linguagem do direito 
conduz necessariamente àquele do direito da linguagem. 
 
Vocabulário Jurídico 
 
Parece, à primeira vista, que o vocabulário jurídico não se limita apenas aos termos de pertinência 
jurídica exclusiva. Ele se estende a todas as palavras que o direito emprega numa acepção3 que lhe é 
própria. Ele engloba todos os termos que, tendo ao menos um sentido no uso ordinário4 e ao menos um 
sentido diferente aos olhos do direito, são marcados pela polissemia5. Resumidamente, pode-se dizer 
que o vocabulário jurídico é composto pelos seguintes tipos de termos: 
 
1) termos que possuem o mesmo significado na língua corrente e na linguagem jurídica, por exemplo, hipótese, 
estrutura, confiança, reunião, critério, argumentos, etc.; 
 
2) termos de polissemia externa, isto é, termos que possuem um significado na língua corrente e outro 
significado na linguagem jurídica, por exemplo: 
- sentença – na língua corrente significa uma frase, uma oração; já na linguagem jurídica, significa 
a decisão de um juiz; 
- ação – na linguagem corrente significa qualquer ato praticado por alguém, na linguagem jurídica 
é a manifestação do direito subjetivo de agir, isto é, de solicitar a intervenção do Poder Judiciário 
na soluça de um conflito, podendo, assim, ser sinônimo de processo, demanda; 
 
3) termo de polissemia interna, isto é, termos que possuem mais de um significado no universo do Direito, 
por exemplo: 
- prescrição (prescrever) – pode significar na linguagem jurídica: determinação, orientação, por 
exemplo: A lei prescreve em tais caso que se aplica o art. ..... pode também significar a perda de 
um direito pelo decurso6 do prazo, por exemplo: O direito de agir, em tais casos, prescreve em 
dois anos. 
 
 
 
1 
CORNU, G. Linguistique juridique. Paris: Montchrestien, 1990. 
2 
Jurisprudência: interpretação reiterada que os tribunais dão à lei, nos casos concretos submetidos a seu julgamento. 
3 
Acepção: sentido em que se emprega um termo; significação. 
4 
Ordinário: que está na ordem usual das coisas; habitual, comum. Regular, freqüente. 
5 
Polissemia: é o fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido além de seu sentido original, 
guardando uma relação de sentido entre elas. 
6 
Decurso: ato de decorrer; passagem do tempo. Tempo de duração. Sucessão, seqüência. 
CAPÍTULO 2 
LINGUAGEM JURÍDICA 
 
 
4) termos que só tem significação no âmbito7 do Direito, não têm outro significado a não ser na linguagem 
jurídica, por exemplo, usucapião8, enfiteuse9, anticrese10, acórdão11, etc.; 
 
5) termos latinos de uso jurídico; por exemplo: caput, data venia, ad judicia, etc. 
 
Níveis da Linguagem Jurídica 
 
A linguagem do direito compreende, pois, vários níveis. A suposição global de uma única realidade 
é substituída pela observação de muitos níveis lingüísticos. Não existe uma linguagem jurídica, mas 
uma linguagem legislativa, uma linguagem judiciária, uma linguagem convencional, uma linguagem 
administrativa, uma linguagem doutrinária. O estudo do discurso jurídico não pode ser feito a não ser 
por nível de linguagem. 
Assim, levando-se em consideração que a finalidade é que atribui a juridicidade à linguagem 
jurídica, pode-se detalhar seus níveis em: 
 
1) linguagem legislativa – a linguagem dos códigos, das normas; sua finalidade: criar o direito; 
 
2) linguagem judiciária, forense ou processual – é a linguagem dos processos; sua finalidade é 
aplicar o direito; 
 
3) linguagem convencional ou contratual – é a linguagem dos contratos, por meio dos quais se 
criam direitos e obrigações entre as partes; 
 
4) linguagem doutrinária – é a linguagem dos mestres, dos doutrinadores, cuja finalidade é 
explicar os institutos jurídicos, é ensinar o direito; 
 
5) linguagem cartorária ou notarial – a linguagem jurídica que tem por finalidade registrar os atos 
de direito. 
 
Exercícios 
 
I. Pesquisar no dicionário de termos jurídicos o significado dos termos grifados: 
 
1) “De início cumpre registrar, a respeito do instituto da litispendência, as imprecisões do Código de 
Processo Civil no trato do vocábulo, empregado indiscriminadamente, para duas situações 
totalmente distintas.” 
2) “Em regra, a fungibilidade é própria dos bens móveis, e a infugibilidade, dos imóveis. Entretanto, 
há bens móveis que são infungíveis.” 
3) “Essa restauração de eficácia é categorizável como repristinação, e admitida em nome do 
princípio da segurança e da estabilidade das relações sociais.” 
4) A ab-rogação, expressão raramente usada hodiernamente12, pode ser tácita13 ou expressa.7 
Âmbito: campo. 
8 
Usucapião: modo de adquirir propriedade móvel ou imóvel pela posse pacífica e ininterrupta desta, por certo tempo. 
9 
Enfiteuse: deriva diretamente do arrendamento por prazo longo ou perpétuo de terras públicas a particulares, mediante a 
obrigação, por parte do adquirente (enfiteuta), de manter em bom estado o imóvel e efetuar o pagamento de uma pensão ou foro 
anual (vectigal), certo e invariável, em numerário ou espécie, ao senhorio direto (proprietário). 
10 
Anticrese: é um instituto civil, espécie de direito real de garantia, ao lado do penhor e da hipoteca, no qual o devedor, ou 
representante deste, entrega um bem imóvel ao credor, para que os frutos deste bem compensem a dívida. 
11 
Acórdão: Decisão proferida em grau de recurso por tribunal coletivo. 
12 
Hodiernamente: Atualmente, dos dias de hoje. 
13 
Tácita: Implícita, silenciosa. 
 
 
 
5) “Daí a parecença14 entre a rescisão por vício redibitório e a resolução por inadimplemento, 
conforme a concebeu no art. 1.092, parágrafo único, do Código Civil.” 
6) “Os poderes e as obrigações do curador são fixados pelo juiz, conforme as circunstâncias.” 
7) “O seqüestro e o arresto são medidas cautelares cuja diferença se situa no objeto da medida.” 
8) “É função típica, prevalecente, do Poder Judiciário exercer a jurisdição.” 
9) “Os casos de contrafação são previstos pelo Código Civil.” 
10) “Nada tem a teoria da decadência, ou seja, da temporariedade dos direitos, com a teoria da 
prescrição.” 
11) “Na ementa do acórdão, o relator já dá a conhecer a decisão final.” 
12) “A teoria de Direito Penal distingue os dois tipos de delito: furto e roubo, que o povo tem por 
hábito considerar como sinônimos.” 
13) “A Constituição Federal assegura a isonomia no art. 5º.” 
14) “O Código de Processo Civil de 1973 alterou profundamente o sistema das exceções.” 
15) “A notificação, em regra, é ato dirigido à pessoa que não contende em juízo, no que difere da 
intimação e da citação.” 
 
II. Adjetivos de uso jurídico: 
 
Os adjetivos constituem uma classe de palavras variáveis que dão atributo ao substantivo, concordando com 
ele em gênero e número. Como todo signo lingüístico, apresentam um significante – as letras e/ou som – e 
um significado – o conceito que encerram. Tendo essas noções em vista, buscar o conceito para os adjetivos 
grifados: 
 
1) Documento apócrifo 
2) Pessoa inimputável 
3) Casamento putativo 
4) Tribunal incompetente 
5) Bens fungíveis 
6) Devedor inadimplente 
7) Lei draconiana 
8) Juiz prevaricador 
9) Contrato leonino 
10) Direito imprescritível 
11) Ação reipersecutória 
12) Bens aquestos 
13) Petição inepta 
14) Norma cogente 
15) Herança jacente 
16) Sentença terminativa 
17) Prazo peremptório 
18) Direito (processual) precluso 
19) Depoimento intempestivo 
20) Contrato inominado 
 
 
 
14 
Parecença: semelhança. 
 
 
21) Lei repristinatória 
22) Despacho saneador 
23) Crime preterintencional 
24) Juiz prevento 
 
III. Locuções adjetivas de uso jurídico: 
Locuções adjetivas consistem em duas ou mais palavras, normalmente uma preposição e um adjetivo, que têm 
o mesmo valor dos adjetivos. A importância em conhecer as locuções adjetivas reside no fato de que os 
adjetivos a elas correspondentes vieram para língua portuguesa posteriormente aos substantivos, o que lhes dá 
ma forma, muitas vezes, mais próximas da forma latina. Por exemplo, a locução adjetiva “em dinheiro”, na 
expressão “bens em dinheiro”, pode ser substituída pelo adjetivo “pecuniários”, derivado do latim pecus, pecoris 
– rebanho, grande número de animais da mesma espécie, ovelhas, carneiros, que evoluiu para riqueza em 
gado, dinheiro. Assim, a expressão “bens pecuniários” significa a mesma coisa que “bens em dinheiro”. 
Tendo em vista as considerações acima, substituir as locuções adjetivas grifadas pelos adjetivos 
correspondentes: 
 
1) Imposição da lei 
 
2) Unidade de prisão 
 
3) Decisão de juiz 
 
4) Honorários de advogado 
 
5) Dever de cidadão 
 
6) Outorga de esposa 
 
7) Curso de Direito 
 
8) Ação no Direito Civil 
 
9) Valor da moeda 
 
10) Prisão em casa 
 
11) Idade de casar 
 
12) Direito fundado no costume 
 
13) Cláusula de contrato 
 
14) Interesse de patrão 
 
15) Direito sobre a coisa 
 
16) Vínculo de empregado 
 
17) Pensão de alimentos 
 
18) Nome de empresa 
 
19) Crédito de hipoteca 
 
 
 
IV. Vimos que o vocabulário Jurídico é composto por termos que apresentam pertinência 
exclusiva ao direito, isto é, termos que só têm significado no campo jurídico, além de 
outros tipos de termos. Os exercícios que seguem tratam de termos de pertinência 
exclusiva e consistem em consultar um dicionário jurídico para pesquisar o significado 
dos termos abaixo arrolados. 
 
 
Pesquisar o significado dos termos abaixo: 
 
1) Arras 
2) Acórdão 
3) Arresto 
4) Exegese 
5) Hermenêutica 
6) Juntada 
7) Litispendência 
8) Mora 
9) Peculato 
10) Revelia 
11) Supérstite 
12) Caução 
13) Concussão 
14) Custas 
15) Delito 
16) Enfiteuse 
17) Erário 
18) Inadimplemento 
19) Interpelação 
20) Litisconsorte 
21) Precatória 
22) Quitação 
23) Reconvenção 
24) Rogatória
 
 
 
V. Sabemos que todos os institutos jurídicos contêm dois sujeitos, o ativo e o passivo. 
 
Os sufixos gramaticais nos auxiliam na formação desses sujeitos, a partir do substantivo que nomeia 
tais institutos. Assim, para o sujeito ativo, são comuns os sufixos: -ante, -ente, -inte, -or; por exemplo, 
agravo – agravante. Para o sujeito passivo, são comuns os sufixos: -ado, -ário; por exemplo, 
agravado. 
 
Com base na explicação supra, escrever os sujeitos ativo e passivo dos institutos arrolados abaixo: 
 
INSTITUTO JURÍDICO: SUJEITO ATIVO: SUJEITO PASSIVO: 
Agravo Agravante Agravado 
Alienação alienante Alienatário 
Apelação apelante Apelado 
Comodato comodante Comodatário 
Depósito depositante Depositário 
Deprecação deprecante Deprecado 
Doação doador Donatário 
Embargos embargante Embargado 
Exceção Excedente (excipiente) Excedentário (excepto) 
Execução Executante ou executor Executado 
Notificação notificante Notificado 
Outorga outorgante Outorgado 
Querela querelante Querelado 
Reclamação reclamante Reclamado 
Reconvenção reconvinte Reconvindo 
Requerimento requerente Requerido 
Súplica suplicante Suplicado 
 
 
12 
 
 
 
 
O signo lingüístico, segundo a concepção semiológica de raiz saussuriana15, é constituído de duas 
partes indissolúveis: uma denominada significante, ou plano da expressão, perceptível, formada de sons, 
que podem ser representados por letras; e uma denominada significado, ou plano do conteúdo, inteligível, 
constituída de um conceito. 
Ao ouvirmos ou lermos, por exemplo, a palavra “cavalo”, percebemos a combinação de sons/letras 
– o significante – e o associamos a um conceito – o significado. 
Numa língua natural, é comum a ocorrência de um significante ser suporte de mais de um 
significado, ou seja, o mesmo termo apresenta vários significados. 
A palavra ação, por exemplo, apresenta vários significados registrados nos dicionários: 
 
1) ato ou efeito de atuar; atuação, ato, feito, obra; 
2) maneira como um corpo, um agente, atua sobre o outro; 
3) modo de proceder, comportamento, atitude; 
4) seqüência de gestos, movimentos e atitudes dos atores em cena; 
5) capacidade de invocar o poder jurisdicional para fazer valer um direito que se julga ter; 
6) meio pelo qual se pode movimentar o aparelho jurisdicional. 
 
Quando um significante remete a vários significados, dizemos que ocorre a polissemia. 
A polissemia, própria da maioria dos signos lingüísticos, não chega a constituir problema para a 
clareza e objetividade da comunicação, porque, em geral, fica neutralizada pelo contexto. 
Vamos entender por contexto uma unidade lingüística de âmbito maior, onde se insere outra unidade 
de âmbito menor. Assim, a palavra se insere no contexto da frase que, por sua vez, se insereno contexto 
do período, que por sua vez se insere no contexto do parágrafo e assim por diante. Uma vez inserida no 
contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico, isto é, deixa de admitir vários significados e ganha um 
significado específico no contexto. 
Assim, na frase: “O advogado iniciou uma ação trabalhista”, o significado de ação é específico, é um 
significado dado pelo contexto. 
Para a compreensão de um texto, a depreensão do significado contextual é um dado importante. Num 
texto, tudo deve ser amarrado e coerente; a coerência do texto permite que se capte o sentido que as 
palavras assumem no contexto. 
A relação existente entre o plano da expressão e o plano de conteúdo configura o que chamamos 
de denotação, isto é, a palavra apresenta um significado conhecido por todos, o sentido dicionarizado. 
Por exemplo: “Com quem está a chave da porta?” “No inverno, o chocolate, servido bem quente, 
aquece”. 
Uma palavra, além do seu significado denotativo, pode apresentar outros significados paralelos, por 
vir carregada de impressões, valores afetivos, negativos e positivos. Esses valores sobrepostos ao 
signo constituem o que se denomina conotação, isto é, a palavra empregada em sentido conotativo tem 
a propriedade de apresentar significados diferentes do seu sentido original, mantendo inalterado o 
significante. Por exemplo: Aí está a chave do problema. Esta é a porta do sucesso. No inverno da vida, 
seus pensamentos retornam à juventude. 
 
 
 
 
 
 
15 
Ferdinand de Saussure (26 de novembro, 1857 - 22 de Fevereiro 1913) era um suíço lingüista cujas idéias colocou uma 
fundação para muitos desenvolvimentos significativos na lingüística no século 20. Saussure é amplamente considerado um dos 
pais da lingüística do século 20. 
CAPÍTULO 3 
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS 
 
 
 
Duas palavras podem ter a mesma denotação16, mas conotação17 completamente diversa, e essa 
propriedade pode servir para deixar clara a diferença entre essas duas dimensões do signo lingüístico. 
Por exemplo, as palavras docente, professor e instrutor, que denotam praticamente a mesma coisa: 
alguém que instrui alguém; as três, entretanto, são carregadas de conteúdos conotativos diversos, 
sobretudo no que diz respeito ao prestígio e ao grau de respeitabilidade que cada um desperta. 
A constatação desses fatos leva-nos a outras questões: a primeira é a da sinonímia lexical. Quando 
duas palavras podem ser consideradas sinônimas? Respondendo de forma simples, pode-se dizer que 
serão sinônimas quando houver identidade de significação. Esta resposta, no entanto, não é 
satisfatória, haja vista o exemplo acima. 
Para que duas palavras sejam sinônimas é necessário, além da discutível identidade de significação, 
que a sua contribuição para o significado de uma frase seja igual. A sinonímia lexical, ainda, depende do 
contexto em que as palavras são empregadas. Assim, muitas vezes a procura de uma “palavra certa” 
relaciona-se à busca de precisão; por exemplo, palavras que, num contexto informal, podem ser tomadas 
como sinônimas, num contexto técnico assumem sentidos específicos; é o caso de roubo e furto; e 
separação, desquite e divórcio, no vocabulário jurídico. 
Outra questão diz respeito à antonímia. Segundo as definições tradicionais, são antônimas as 
palavras que apresentam sentidos opostos, contrários, como os pares bom / mau; abrir / fechar; nascer 
/ morrer; feliz / infeliz. 
A despeito de críticas sobre as significações contrárias das palavras, como no par nascer / morrer; 
que exprimem dois momentos extremos do mesmo processo de viver, e não realmente uma oposição, 
lexicalmente, os antônimos se formam de duas maneiras: 
 
1) Com radicais diferentes: 
 
agitação / calma - agravar / atenuar 
altivez / submissão - ânimo / desalento 
análise / síntese - consentir / proibir 
2) Com radical igual, acrescido de prefixo negativo ou de significação contrária: 
feliz / infeliz - agradável / desagradável 
evasão / invasão - importação / exportação 
emergir / imergir - ascendente / descendente 
 
Ainda em relação à significação das palavras, temos as questões da homonímia e da 
paronímia: 
 
1. Homônimas – dizem-se homônimas aquelas palavras que apresentam a mesma 
pronúncia, ou a mesma grafia, porém significados diferentes. Subdividem-se em: 
 
1.1 Homônimas perfeitas – têm a mesma grafia, o mesmo som, mas significados 
diferentes: 
rio (água fluvial) / rio (verbo rir) 
são (sadio) / são (santo) / são (verbo ser) 
espera (substantivo) / espera (verbo) 
vão (substantivo) / vão (adjetivo) / vão (verbo) 
sela (verbo selar = pôr selo) / sela (verbo selar = pôr sela no cavalo) 
 
16 
Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em "estado de dicionário". 
17 
Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades por 
associações que ela provoca. 
 
 
 
1.2 Homônimas imperfeitas – podem ser: 
 
1.2.1 Homófonas – mesma pronúncia, grafia diferente e significado diferente: 
sela / cela (de prisão) 
censo (dados estatísticos) / senso (sentido, discernimento) 
cessão / seção / sessão 
acender (alumiar) / ascender (subir) 
caçar (apanhar animais) / cassar (anular) 
laço (nó) / lasso (frouxo, gasto) 
taxa (imposto, tributo) / tacha (pequeno prego) 
concerto (espetáculo) / conserto (reparo) 
remição (libertação. Resgate) / remissão (perdão, renúncia) 
cheque (ordem de pagamento) / xeque (soberano árabe, risco, perigo) 
 
1.2.2 Homógrafas = mesma grafia, pronúncia diferente e significado também 
diferente: 
tropeço (substantivo “ê”) / tropeço (verbo “é”) 
retorno (substantivo “ô”) / retorno (verbo “ó”) 
almoço (substantivo “ô”) / almoço (verbo “ó”) 
estrela (substantivo “e”) / estrela (verbo “é”) 
 
2. Parônimas – são consideradas parônimas as palavras que têm a pronúncia 
semelhante, a grafia semelhante, mas a significação totalmente diferente: 
 
Deferimento (concessão) / diferimento (adiamento) 
Descrição (ato de descrever) / discrição (ser discreto) 
Descriminar (tirar a culpa) / discriminar (distinguir) 
Eminente (alto, excelente) / iminente (prestes a ocorrer) 
Incerto (duvidoso) / inserto (particípio de inserir) 
Flagrante (evidente) / fragrante (perfumado) 
Destratar (ofender) / distratar (romper o trato) 
Infligir (aplicar pena) / infringir (desobedecer) 
 
Exercícios: 
 
I. Sinônimos – Sabemos que não há sinônimos absolutos; entretanto muitas palavras de nosso 
vocabulário podem ter uma semelhança semântica muito grande com outras, e, dependendo 
do contexto, uma delas será mais adequada ou precisa. Com essas informações, realizar o 
exercício, pesquisando no dicionário sinônimos para os termos arrolados abaixo: 
 
1) Ardil 
2) Anuência 
3) Armistício 
4) Antinomia 
5) Causídico 
6) Conluio 
7) Desídia 
8) Defeso 
9) Demanda 
10) Indenização 
11) Írrito 
 
 
12) Isenção 
13) Jacente 
14) Maquiavélico 
15) Provento 
 
II. Antônimos – Pesquisar no dicionário o antônimo dos termos arrolados abaixo: 
 
1) Agravante 
2) Conciso 
3) Contingente 
4) Dissensão 
5) Dilação 
6) Imanente 
7) Espontâneo 
8) Lesivo 
9) Lato 
10) Oneroso 
11) Perito 
12) Proibição 
13) Suasório 
14) Sintético 
15) Tácito 
 
III. Parônimos – Selecionar, entre os parônimos, aquele que preenche corretamente as 
lacunas das frases: 
 
1) Ele foi punido por as normas. (infligir / infringir) 
2) Ele os privilégios de ser o presidente. (fluir / fruir) 
3) Não convém aquele compromisso. (destratar x distratar) 
4) Ele errou ao não o verdadeiro culpado (delatar / dilatar) 
5) Aquela intenção ainda o deve . (obcecar / obsecrar) 
6) O comportamento do filho causa-lhe grande . (consumação / 
consumição) 
7) As medidas tomadas os efeitos esperados. (sortir / surtir) 
8) O 
tráfico) 
9) O Direito, pelo poder coercitivo, é 
de escravos é uma forma indigna de comércio. (tráfego / 
 
 
da Moral. (destinto / distinto) 
 
10) O advogado permaneceu , por isso perdeu o prazo.(inerme / 
inerte) 
11) O magistrado não quis a audiência. (deferir / diferir) 
12) O juiz pode quando não existirem provas suficientes para a 
condenação. (absolver / absorver) 
13) A do acórdão já contém o suporte legal da decisão da colenda 
câmara. (emenda / ementa) 
14) O criminoso foi autuado em delito. (flagrante / fragrante) 
 
 
15) Devemos nos empenhar para 
(proscrever / prescrever) 
os vícios da burocracia. 
16) Pela nova legislação é crime as pessoas por sua origem. 
(descriminar / discriminar) 
 
17) Ser no estudo do Direito, não justifica ser 
 no conhecimento das normas da língua culta. (incipiente / 
insipiente) 
18) A da dívida, por um dos credores não extingue a obrigação para 
com os outros que só a poderão exigir, uma vez descontada a quota do credor remitente. (remição 
/ remissão) 
19) Em sua sustentação oral, o advogado tudo fez para os 
argumentos de seu aniversário. (elidir / ilidir) 
20) Tendo em vista a situação, os advogados impetraram de 
segurança. (mandado / mandato) 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Correspondência é o ato de se dirigir a outra pessoa por meio de um texto escrito – seja com 
finalidade comercial, oficial ou familiar – e demanda igualmente muito cuidado, pois pode comprometer 
o emissor, caso ele não saiba como se dirigir ao destinatário ou como tratar claramente de um assunto e 
resultar em prejuízos comerciais, sociais ou legais. 
 
É preciso atenção ao endereçar a correspondência, utilizando pronome de tratamento 
correspondente ao cargo que a pessoa ocupa, pois não se pode subestimar nem supervalorizar cargos 
e pessoas; trata-se de um erro imperdoável – evite-o. Veja alguns pronomes de tratamento mais usados 
em correspondência: 
 
 
CAPÍTULO 4 
Cargo / Título: 
Forma vocativa 
(como chamar a pessoa) 
Forma de tratamento 
(forma de se referir à pessoa) 
Presidente da República, 
governadores, prefeitos 
municipais, embaixadores, 
ministros de Estado, senadores, 
deputados (federais e estaduais), 
desembargadores, presidentes de 
tribunais, de empresas e 
autarquias 
Excelentíssimo Senhor, Vossa 
Excelência 
Sua Excelência 
Vereadores, marechais, 
almirantes, brigadeiros e generais 
Vossa Excelência Senhor 
Outros patentes militares Vossa Senhoria Senhor 
Juízes de Direito Meritíssimo Senhor, Vossa 
Excelência 
Sua Excelência 
Papa Vossa Santidade Sua Santidade, Santíssimo 
Reitor de universidade Vossa Magnificência Magnífico Reitor 
Chefe das casas Civil e Militar Vossa Excelência Senhor Chefe da Casa 
Diretores de empresas e de 
autarquias, médicos, chefes de 
setores, professores, etc. 
Vossa Senhoria Senhor 
CORRESPONDÊNCIA 
 
 
 
SUBSTITUIR POR: EXPRESSÕES CONDENADAS PARA INÍCIO DE 
CARTAS: 
SUBSTITUIR POR: EXPRESSÕES CONDENADAS PARA FECHO DE 
CARTAS: 
 
Carta Comercial 
 
 
É enviada de uma pessoa física para uma pessoa jurídica (ou vice-versa) e de uma pessoa jurídica 
a outra ou a um órgão público. 
 
Ao escrever uma carta comercial, use palavras objetivas e sem afetação, de modo a causar boa 
impressão, mas sem dar ao destinatário a sensação de que sua correspondência é muito mais importante 
do que a de outras pessoas. Utilize expressões que revelem sua objetividade, pois se deve partir do 
pressuposto de que ninguém tem, hoje, muito tempo a perder com informações desnecessárias. Limite-
se a escrever essencialmente aquilo que motivou sua escrita, ou seja, desapegue-se de chavões ou de 
pieguismos supérfluos. 
 
EXPRESSÕES QUE, EMBORA MUITO USADAS, DEVEM SER EVITADAS: 
 
 
 
 
 
- Venho por meio desta solicitar... 
- Servimo-nos da presente para... 
- Vimos pela presente... 
- Por intermédio desta, solicitamos... 
- Acusamos o recebimento de seu prezado pedido... 
- Chegou-nos às mãos... 
- Está (ou Encontra-se) em nosso poder... 
- Venho, por intermédio desta, informar... 
 
(Obs.: o advérbio através deve ser usado somente com 
sentido exato de “de um lado para outro” ou “por entre dois 
pontos”. Jamais o use no lugar de “por meio de”). 
 
Inicie a correspondência indicando sinteticamente 
sua finalidade, sem a necessidade de explicar 
que você escreve para tal fim, reduzindo toda a 
expressão a um único verbo. 
 
Ex.: Solicitamos, Recebemos, Encaminhamos, 
Informamos, Convidamos, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Sem mais, para o momento... 
- Na certeza de contarmos com sua preciosa colaboração, 
subscrevemo-nos... 
- Com muito apreço... 
- Nossa mais elevada estima e consideração atenciosa... 
- Nossos protestos de elevada estima e consideração... 
- Subscrevemo-nos com todo apreço... 
 
Encerre a correspondência sem o uso de 
expressões de falsa modéstia e de bajulação, 
reduzindo as expressão ao lado a: 
- Atenciosamente – quando se está oferecendo 
algo e, assim, se declara à disposição do 
destinatário com sua atenção; ou 
- Cordialmente – em outras situações, quando 
não se oferece nada e, simplesmente, se encerra 
a carta. 
 
 
 
 
FORMA FÍSICA DA CARTA COMERCIAL 
 
Quando uma pessoa jurídica destina correspondência a outra, o mais comum é o uso de papel timbrado, 
evitando-se, assim, o excesso de informações a respeito da empresa emissora no corpo da carta. No entanto, 
quando se trata de correspondência emitida por pessoa física (sem logomarca), é necessário que o emissor se 
identifique no fim da correspondência, considerando o tipo de informação necessária ao contexto. Esse tipo de 
correspondência tem uma distribuição espacial muito peculiar: 
 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
Recife, 21 de janeiro de 2020. 
Destinatário (completo) 
Prezados Senhores: 
Inicie a carta com parágrafo 
Fecho 
Assinatura 
Fulano de Tal 
Cargo 
Atenção: nunca faça linha para a 
assinatura, pois se presume que 
o emissor saiba escrever sem
 necessidade de 
demarcação de espaço. Há 
necessidade de centralizar as 
informações sobre o emissor, 
logo abaixo da assinatura. 
Como exposto na 
tabela da página 
anterior. 
Hoje é comum usar também a forma do parágrafo americano, que consiste em dar espaço maior entre 
o fim de um parágrafo e o começo de outro, iniciados à esquerda, sem o espaço destinado à marca do 
parágrafo. Lembre-se de não escrever muitos parágrafos, limitando-se ao essencial. Afinal, não se 
trata de bate-papo com amigos. 
Use, neste local, o vocativo correto, ou seja, o nome do 
destinatário. Recorra à expressão acima somente se não 
souber quem é o destinatário, como no caso de carta 
enviada a uma empresa quando sua hierarquia for 
desconhecida. 
Aqui se coloca 
o nome da 
empresa 
completo, 
inclusive a 
localidade. 
No alto, à esquerda, 
escreva a data. Não se 
esqueça de deixar o 
nome do mês sempre em 
letra minúscula e colocar 
o ponto no fim da data. 
 
 
Requerimento 
 
É um pedido especial endereçado a uma autoridade, com o objetivo de obter algo que se entende 
como direito do emissor. A característica principal é a impessoalidade – o emissor deve se colocar em 3ª 
pessoa e nunca usar “eu” ou “nós”. A formatação obedece rigorosamente a esta ordem: 
 
 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustríssimo Senhor Diretor do Departamento Estadual 
de Trânsito, Dr. Fulano de Tal. 
 
 
 
 
 
 
 
Deixa-se obrigatoriamente espaço correspondente a 
sete linhas duplas, destinadas à repartição 
recebedora, para que seja ali registrada, com o 
carimbo adequado, a entrada do documento, com 
data e assinatura do recebedor, de modo a permitir ao 
interessado obter o comprovante de entrega com 
dados iguais. 
Fulano de Tal, documento de identidade nº 22222- 
22, requer a expedição de segunda via de sua Carteira 
Nacional de Habilitação de nº 88888, por ter sido vítima 
de furto de seus documentos pessoais. 
Localidade, data. 
Assinatura 
Não é necessário colocar dados do emissorabaixo, pois se sabe quem é, pela 
identificação já apresentada no corpo do requerimento. 
A identidade deve fornecer dados suficientes e 
pertinentes à situação requerida: se o requerimento for 
dirigido ao Detran, os dados de interesse são aqueles 
destinados a identificar o condutor ou o veículo; se for 
dirigido a um banco, é preciso especificar o número da 
conta e o nome da agência onde o requerente é 
correntista e assim por diante. 
Esse procedimento é obrigatório, pois o requerente tem o 
direito de obter uma resposta ao que solicitou – ainda que 
seja para comunicar a negativa de seu pedido – no prazo 
de 15 dias úteis, contados a partir da entrega, tal como 
registrado no carimbo do protocolo. 
No alto da página, 
ocupando todo o espaço 
da 1ª linha, vai o 
vocativo, destacando-se 
a função antes do nome 
da autoridade a quem se 
destina. 
 
 
 
Memorando 
 
Como o próprio nome sugere, é uma comunicação interna e de pequena extensão destinada a 
veicular informações para membros de uma empresa ou de uma equipe, com a finalidade de lembrar 
e/ou comunicar fatos. Não se trata de texto que exija formalidades em sua redação, embora esse não 
deva conter erros (pois desvalorizam seu autor) nem ser informal demais. 
A estrutura de um memorando deve ser constituída tal como se vê no modelo a seguir. 
 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
Ofício 
 
Ao contrário das correspondências anteriormente descritas, o ofício é uma correspondência 
cerimoniosa enviada de um órgão público para outro ou para uma empresa. Sua finalidade é solicitar, 
convidar ou oferecer algo oficialmente, ou seja, a mensagem é assinada por uma autoridade desse órgão 
e endereçada a outra pessoa de igual nível hierárquico. 
Pode também, excepcionalmente, ser endereçada a uma pessoa física, embora essa não possa 
responder em forma de ofício; a resposta, nesse caso, será em carta comercial. 
A distribuição de espaços no corpo do texto deve ser rigorosamente observada como a seguir: 
Nº do memorando Data 
De: Departamento de Direito Penal 
Para: Departamento de Direito do Trabalho 
Assunto: Protocolo no Fórum Central 
Em virtude de mudança do local de protocolo de ações 
iniciais, situado no 1º andar do Fórum João Mendes, 
solicito que os estagiários se dirijam a esse local 
somente depois de terem coletado nos diversos setores 
desta empresa todos os documentos a serem 
protocolados. 
Atenciosamente, 
Nome 
Cargo 
Atenção: por ser uma correspondência sem muita formalidade, o memorando deve ser escrito 
como nesse exemplo, sem margens nem parágrafos especiais: tudo é escrito na mesma direção 
e sem destaques. 
Canto esquerdo: Nº do 
memorando. 
 
Canto direito: Data 
(opcional) 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
<LOGOTIPO> 
Data 
 
Ofício nº /07 
 
Interessado: Juiz Presidente do STJ 
Assunto: Convite para posse de novo Juiz Titular 
Excelentíssimo Senhor Presidente, (...) 
Temos o prazer de convidar Vossa Excelência para a 
cerimônia de posso do Desembargador neste Tribunal 
de Justiça, Juiz Deodoro da Costa e Souza, a ser 
realizada no dia 11 de março de 2008, nesta casa, às 16 
horas. 
Antecipadamente nossos agradecimentos pela 
atenção e por sua honrosa presença. 
 
Cordiais saudações, 
Pedro de Alcântara de Castro 
Desembargador Presidente do TJ/SP 
Para: 
Dr. Carlos Castro de Sampaio 
Digníssimo Juiz Presidente do Superior Tribunal 
Brasília - DF 
Vocativo, lembrando de respeitar convenientemente os 
cargos e hierarquias, com seus respectivos pronomes de 
tratamentos – veja a p.17. 
Síntese clara sobre o que será tratado no texto a seguir. 
Os dados desse endereçamento são os mesmos que 
vêm no envelope que contém o ofício. Ao contrário da 
carta comercial, o destinatário virá no fim do texto, à 
esquerda, na mesma direção da assinatura do emissor. 
Corpo do texto, lembrando que autoridades têm pouco 
tempo para ler textos longos – observe a clareza e a 
concisão. 
Nome da 
empresa / órgão a 
quem se destina. 
A numeração 
começa a cada início 
de ano a partir do nº 
I/ano, sem indicação 
do mês, já citada na 
data. 
No alto da 
página, 
geralmente, 
está o 
logotipo do 
órgão. 
 
 
 
Procuração 
 
É o ato legal de designar uma pessoa como sua procuradora e que, como tal, toma a si uma 
incumbência que lhe é destinada, ou seja, um mandante atribui a um mandatário uma incumbência. Pode-
se designar uma pessoa sua procuradora mediante procuração particular – aquela em que se designa 
alguém para realizar atos particulares em nome de outrem. Nesse caso, é necessário qualificar (oferecer 
dados pessoais completos) o mandante e o mandatário, além de ser obrigatório especificar a que 
finalidade ela se destina. Essa procuração deve ter a firma do mandante reconhecida. 
Paralelamente a essa modalidade de procuração, há também a procuração ad juditia, na qual 
um mandante constitui um advogado para mover uma ação em seu nome. Nesse caso, por ser um 
documento da ação, é dispensável o reconhecimento da firma, mas não se pode prescindir dos mesmos 
dados de qualificação das partes, bem como do fim específico a que se destina, nomeando corretamente 
a ação judicial. 
PROCURAÇÃO AD JUDITIA 
 
Karina Pessoa dos Santos, brasileira, separada judicialmente, médica, portadora da cédula de identidade 
RG nº 178.600.090-8 – SSP-SP, inscrita no CPF/MF sob nº 125.376.078-4X, residente e domiciliada na Alameda 
dos Tupis, nº 256, Indianópolis, na Capital do Estado de São Paulo, nomeia e constitui sua bastante procuradora 
Ana Teresa de Santana, brasileira, casada, advogada, inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção 
de São Paulo, sob o nº 178.954 e no CPF/MF sob o nº 288.899.800-87, com escritório na Rua Teresa de Souza, 
nº 446, Jardim das Palmas, CEP 99541-100, em São Paulo, Estado de São Paulo, a quem confere todos os 
poderes da cláusula ad juditia et extra, notadamente no que se refere a sua representação perante autoridades 
estaduais, federais e municipais, judiciais e administrativas, podendo, para tanto, transigir, desistir, reconvir, fazer 
acordos e conciliar, bem como representar a outorgante em audiências, firmar compromissos, assinar 
documentos e substabelecer a outrem com ou sem reserva de poderes, com fim específico para ação judicial de 
Divórcio, a ser interposta perante uma das Varas Cíveis da Cidade de São Paulo. 
 
São Paulo, de de 
Assinatura do(a) mandante 
PROCURAÇÃO PARTICULAR 
 
Por este instrumento particular de procuração, eu, (nome do mandante), 
portador(a) da cédula de identidade RG nº , inscrito(a) no CPF/MF sob o nº _ , 
residente e domiciliado(a) nesta Capital na (endereço), nomeio e constituo 
como meu (minha) bastante procurador(a) o(a) Sr.(a) , portador(a) da 
cédula de identidade RG nº , inscrito(a) no CPF/MF sob o nº , residente e 
domiciliado(a) nesta Capital na (endereço), ao (à) qual confiro os mais amplos e 
gerais poderes para o fim específico de tratar de pendências em meu nome junto à Secretaria da Fazenda do 
Estado de São Paulo, podendo, para tanto, requerer, assinar papéis, pagar valores, receber e emitir documentos, 
concordar ou não com o que se faça necessário, para esse fim e tudo mais que seja necessário para o bom e 
fiel cumprimento do presente mandato. 
 
São Paulo, de de 
Assinatura do(a) mandante 
 
 
 
No alto da página deve constar o 
vocativo (todo em maiúsculas e 
observando atentamente os 
pronomes de tratamento a serem 
usados), que deve atender à 
competência do juízo ao qual se 
destina. Caso a competência seja 
inadequada, a ação será 
considerada inepta. Abaixo do 
vocativo, é necessário deixar 
espaço de sete linhas para o 
protocolo do recebimento. 
Petição 
 
É o ato pelo qual o advogado, previamente constituído pela(s) parte(s), aciona o Poder Judiciário, 
a fim de pedir o que é de direito de seu cliente. 
A petição deveatender aos requisitos legais contidos Código de Processo da área a que se refere 
à ação, seja essa civil, trabalhista, penal comercial, tributária ou de outra natureza. Formalmente, veja 
como fazer uma petição: 
 
AO JUÍZO DA _____ VARA DE FAMÍLIA E REGISTROS PÚBLICOS DA 
CAPITAL – PE. 
 
_ 
_ 
_ 
_ 
_ 
_ 
_ 
 
 
PAULO CANÁRIO, brasileiro, separado judicialmente, bancário, portador da 
cédula de identidade RG nº 12.221.144-6 – SSP-SP, inscrito no CPF/MF sob o 
nº 234.488.598-93, residente e domiciliado na Alameda Campinas, nº 3.221, ap. 
61, Jardim Paulista, São Paulo – SP, e NAIR ROSÁRIO DE OLIVEIRA, brasileira, 
enfermeira, separada judicialmente, portadora da cédula de identidade RG nº 
27.655.322-8 – SSP-SP, inscrita no CPF/MF sob o nº 205.371.578-24, residente 
e domiciliada na Rua Maria Massad, nº 270, Recife – PE, por seu advogado (doc. 
nº 01 e 02) vêm à presença de Vossa Excelência promover a 
 
CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL 
EM DIVÓRCIO CONSENSUAL 
 
Com fundamento nos artigos 24 e 25, parágrafo único, da Lei 6.515/77, 
combinados com o artigo 1.580, caput e parágrafo 1º, do Código Civil Brasileiro, 
pelas razões de fato e de direito adiante articuladas, expondo e, ao final, 
requerendo o quanto segue: 
 
I – DOS FATOS 
 
Os Requerentes se casaram, aos doze de julho de mil novecentos e oitenta 
e oito, na cidade de São Paulo (SP) e adotaram o regime de Comunhão Parcial 
de Bens, no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais do 28º Subdistrito, 
Indianópolis (SP), livro B, às fls. 344, sob o nº 302, conforme a certidão de 
casamento (doc. nº 03). 
Foi averbado, conforme Mandado datado (06/12/1998) do MM.º Juiz de Direito 
da 8ª Vara Cível da Comarca (SP), Processo nº 05.5466-5 e, por sentença desse 
mesmo Juízo, datada de 29/06/1997, que transitou em julgado, foi homologada 
a SEPARAÇÃO CONSENSUAL dos Requerentes, tendo passado a separanda 
a assinar seu nome de solteira, NAIR ROSÁRIO DE OLIVEIRA (doc. nº 04). 
Observe, sobretudo nessa parte, a clareza, a objetividade e a concisão, e 
respeite rigorosamente a cronologia e a progressão do que se expõe. 
com também destacado 
maiúsculas). 
O nome da ação impetrada deve ser 
claramente enunciado, sob pena de 
ser anulada, caso não fique clara ou 
adequada ao que se pleiteia. 
(Observe os espaços antes e 
depois de seu título, 
apenas até o X – dez – é lido dessa 
maneira, sendo os numerais 
maiores lidos como cardinais). Dê 
espaço, antes e depois de iniciar a 
enumeração dos fatos. 
o substantivo e, no 
algarismos romanos, 
quando apenas ordinais 
antecedem 
caso dos 
Atenção: toda a exposição das 
partes a seguir deve ser feita em 
ordem numérica crescente e em 
algarismos romanos (lembre-se de 
que os numerais são lidos como 
fundamentação legal seja bem 
detalhada e específica para o caso. 
indispensável que a É 
A qualificação do interessado deve 
ser claramente enunciada, nesta 
ordem: nacionalidade, estado civil, 
profissão, documento de identidade, 
inscrição no Ministério da Fazenda 
(CPF), endereço e domicílio. 
 
 
II – DO DIREITO 
 
Preceitua o artigo 226, § 6º, da Constituição Federal e artigo 1.580, § 1º, 
do Código Civil Brasileiro, que cumpre transcrever: 
 
“Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver 
decretado a separação judicial ou da decisão concessiva da medida cautelar da 
separação de corpos, qualquer das partes poderá requerer sua conversão em 
divórcio. 
 
§ 1º - A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges será 
decretada por sentença, da qual não constará referência à causa que a 
determinou”. 
 
III – DOS FILHOS 
 
Não houve filhos. 
 
IV – DOS BENS 
 
Durante o casamento, os Requerentes não adquiriram nenhum bem móvel 
ou imóvel. 
 
V – DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, os Requerentes pleiteiam a CONVERSÃO DA 
SEPARAÇÃO CONSENSUAL EM DIVÓRCIO CONSENSUAL, com seus 
conseqüentes efeitos. 
 
Igualmente, requerem a esse DIGNO JUÍZO seja dada ciência da presente 
Ação ao MINISTÉRIO PÚBLICO, requerendo, ao final, se digne esse DOUTOR 
JUÍZO julgar procedente o pedido, decretando o divórcio direto do casal. 
 
Finalmente, requerem que, após o cumprimento das formalidades legais, seja 
expedido o competente mandado de averbação do divórcio, a fim de que seja 
oficiado o Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, para os respectivos 
fins. 
 
Atribui-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), para efeitos fiscais. 
 
Termos em que pede deferimento, 
Recife, 7 de janeiro de 2020. 
Anderson Rodrigo Silva Leão 
OAB/PE nº 29.328 
 
 
Anotações: 
 
 
 
 
cuidadosamente explicitado, para 
que o juiz o acolha, visto que a 
legislação não lhe permite conceder 
algo que não seja claramente 
mencionado nessa parte do texto – 
daí a necessidade de clareza mais 
uma vez e, sobretudo, não presuma 
que está óbvio aquilo que se 
pleiteia. 
ser deve pedido O 
concisão nesta organização, visto 
que o juiz conhece a legislação e 
não precisa de esclarecimentos 
supérfluos sobre ela. 
Observar a IMPORTANTE: 
provas/documentos anexos, à 
medida que são citados no corpo da 
petição, numerando-os em ordem 
crescente. Novamente, observe o 
espaço antes e depois da 
especificação desse item. 
indispensável organizar É 
 
 
 
 
 
 
 
Concordância é o processo pelo qual se relacionam adequadamente dois termos da oração, a 
saber: 
 
01. Verbo + sujeito = concordância verbal; 
02. Substantivo + adjetivo / artigo / numeral / pronome = concordância nominal 
 
A concordância verbal exige atenção do redator para os casos como estes que teremos que 
corrigir. Seja atento: 
 
EXPRESSÃO CONDENADA: FORMA CORRETA: 
CAPÍTULO 5 
Haviam muitas pessoas na sala. 
Devem haver muitas pessoas na sala. 
Existe elementos condenáveis na peça. 
Deve existir pessoas com dificuldade. 
Fazem dez dias que não chove. 
A boiada invadiram a propriedade da 
vizinha. 
A 6ª Turma do Tribunal negaram o recurso. 
Precisam-se de reforços. 
Nota-se alguns sinais de má-fé do réu. 
Foi arquivado vários processos. 
Alunos, mestres e funcionários, ninguém 
faltaram. 
Será divulgado os gabaritos da prova. 
Logo vai começar a aparecer os efeitos... 
Eu, tu e ele farão a petição no prazo. 
* “A multidão de trabalhadores exige...” ou 
“A multidão de trabalhadores exigem...” (?) 
Foram eles que prometeu cumprir o prazo. 
Fui eu que escreveu aquele artigo. 
São atitudes cuja as conseqüências... 
CONCORDÂNCIA 
 
 
 
 
A concordância nominal precisa ser observada em casos como os seguintes. Vamos 
identificar o que há de incorreto, de acordo com a norma culta da língua. 
 
EXPRESSÃO CONDENADA: FORMA CORRETA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
O réu cujo a mãe o visitou. 
Algum de nós falhamos? 
Vossa Excelência fostes rigoroso na 
condenação. 
Garanto a vocês que vosso problema será 
resolvido. 
A questão será resolvida haja visto o 
resultado obtido. 
Segue os arquivos. 
Fez tudo com entusiasmo e paixão 
arrebatadora. 
Bebida natural é boa para a saúde. 
 
A bebida natural é bom para a saúde. 
É proibida entrada. 
É proibido a entrada. 
Há bastante razões... 
Os carros ficaram bastantes danificados... 
Segue anexo as listas... 
Os soldados se mantinham alertas. 
Menas pessoas apresentam este perfil. 
 
 
 
UM POUCO MAIS... 
CONCORDÂNCIA VERBAL: 
 
O estudo da concordância verbal é importantíssimo para uma boa redação. Nós, no semestre passado, 
durante as primeiras aulas de Nivelamento de Língua Portuguesa, já tivemos um primeiro contato com algumas 
regras de concordância, que relembraremos agora, antes de entrarmos em alguns casos especiais. 
Vimos que, em regra geral, o verbo sempre concorda com o sujeito em número e pessoa: 
O pássaro voa. Os pássaros voam. 
Eu estou feliz. Nós estamos felizes. 
O menino brinca. Os meninos brincam.O livro é bom. Os livros são bons. 
As crianças e os idosos foram liberados pelos traficantes. 
O NÚCLEO DO SUJEITO é a palavra mais significativa e importante do SUJEITO; é o “centro” do termo, 
ao redor do qual podem existir outras palavras. 
 
VERBO 
(Singular) 
 
 
Aprofundando um pouco mais, verificamos que na verdade o VERBO sempre concorda com o NÚCLEO 
DO SUJEITO, e devemos ter muito cuidado para não cometermos desvios ao padrão culto da língua devido às 
palavras que acompanham o núcleo. 
Vejamos: 
 
A equipe de segurança das instituições bancárias de diversos estados brasileiros 
deverão fazer um treinamento de reciclagem até o final do próximo mês. 
 
 
“A equipe de segurança das instituições bancárias de diversos estados brasileiros” = Sujeito 
“Equipe” = núcleo do sujeito (singular) 
“Deverão fazer” = Locução Verbal (plural) 
➢ Isso ocorre devido à contaminação do verbo pelos termos pluralizados que o antecedem: 
instituições – bancárias – diversos – estados – brasileiros 
 
NUNCA DEVEMOS NOS ESQUECER DA REGRA GERAL PARA 
ENCONTRARMOS O SUJEITO DE UMA ORAÇÃO: 
 
deverá manifestar-se 
NÚCLEO DO SUJEITO 
(SINGULAR) 
REGRA: O QUE / QUEM + VERBO ? = 
SUJEITO 
A assessoria de imprensa dos canais Fox 
em breve. 
SUJEITO 
 
 
 
 
VERBOS IMPESSOAIS: 
 
Os verbos impessoais são aqueles que não possuem sujeito (oração sem sujeito ou sujeito inexistente). 
Todo verbo impessoal fica no singular, visto que não possui sujeito para concordar. Vejamos alguns casos: 
 
a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza: 
 
Anoiteceu docemente sobre a cidadezinha. 
Está amanhecendo. 
Choveu pouco no último mês de março 
 
 
b) O verbo HAVER no sentido de EXISTIR e ACONTECER: 
 
Existem crianças na cidade. Há crianças na cidade. 
Aconteceram festas na região. Houve festas na região. 
Devem existir políticos honestos. Deve haver políticos honestos. 
 
Podemos perceber que os verbos EXISTIR e ACONTECER possuem SUJEITO; 
porém, o verbo HAVER (quando nesses sentidos) não possui. 
 
c) Verbo HAVER indicando tempo decorrido: 
 
Há dois dias cheguei a Machado. Há duas semanas venho estudando. 
Obs.: Temos que tomar cuidado para não sermos redundante (pleonasmo): 
Há dois dias atrás cheguei a Machado. 
 
O verbo “Há” e o advérbio 
“atrás” indicam tempo 
decorrido. 
Logo, o correto seria eliminar um dos dois termos que causam o pleonasmo: 
 
Há dois dias cheguei a Machado. Dois dias atrás cheguei a Machado. 
 
 
d) Verbo FAZER indicando tempo e temperatura: 
 
 
 
Faz três meses que Teresa faleceu. Fazem três meses que Teresa faleceu. 
Fez nove anos que estou casado. Fizeram nove meses que estou casado. 
Faz quarenta graus à sombra. Fazem quarenta graus à sombra. 
 
e) Verbo SER indicando tempo ou distância: 
 
• O verbo SER se diferencia dos demais verbos impessoais porque ele se flexiona para o plural 
concordando com o numeral: 
 
É uma hora da manhã. São duas horas da tarde. 
É 1º de abril. São dezenove de fevereiro de 2009. 
Daqui a sua casa é um quilômetro. Daqui a Carvalhópolis são 12 quilômetros. 
 
 
 
f) Com verbos BASTAR e CHEGAR, seguidos de preposição DE: 
 
Chega de confusão. Chega de confusões. 
Basta de correria. Basta de correrias. 
 
 
OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA VERBAL: 
 
 
I. CONCORDÂNCIA DO VERBO COM O SUJEITO COMPOSTO: 
 
1º Caso: Quando o sujeito composto vier anteposto ao verbo, o verbo irá para o plural: 
Ex.: O milho e a soja subiram de preço. / Helena e Ricardo caminhavam na praia. 
 
Observações: 
- Quando os núcleos do sujeito forem sinônimos, o verbo poderá ficar no singular ou no plural: 
Ex.: Medo e terror nos acompanha (acompanham) sempre. 
 
- Quando os núcleos do sujeito vierem resumidos por ‘tudo’, ‘nada’, ‘alguém’ ou ‘ninguém’, o verbo 
ficará no singular: 
Ex.: Dinheiro, mulheres, bebida, nada o atraía. 
 
- Quando o sujeito for formado por núcleos dispostos em gradação (ascendente ou descendente) o 
verbo ficará no singular ou plural: 
Ex.: Um briga, um vento, o maior furacão não os inquietava (inquietavam). 
 
2º Caso: Quando o sujeito composto vier posposto ao verbo, o verbo irá para o plural ou concordará 
apenas com o núcleo do sujeito que estiver mais próximo. 
Ex.: Chegou o pai e a filha. / Chegaram o pai e a filha. 
 
3º Caso: Quando o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo irá para o 
plural na pessoa que tiver prevalência - (1ª pessoa, 2ª pessoa, 3ª pessoa) / (2ª pessoa / 3ª pessoa): 
Ex.: Eu, tu e ele fizemos o exercício. / Tu e ele fizestes (fizeram) o exercício. 
 
4º Caso: Quando os núcleos do sujeito vierem ligados pela conjunção “ou”, o verbo ficará no singular se 
houver ideia de exclusão. Se houver ideia de inclusão o verbo irá para o plural. 
Ex.:Pedro ou Antônio será o presidente do clube. (exclusão) 
Laranja ou mamão fazem bem a saúde. (inclusão) 
 
II. CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL: 
 
1º Caso: Com a expressão “um dos que” o verbo ficará no singular ou no plural. O plural é construção 
dominante. Ex.: Você é um dos que mais estudam (estuda). 
 
2º Caso: Quando o sujeito for constituído das expressões “mais de”, “menos de”, “cerca de” ou verbo 
concordará com o numeral que segue as expressões. 
Ex.: Mais de uma pessoa protestou contra a lei. / Mais de vinte pessoas protestaram contra a decisão. 
 
3º Caso: Quando o sujeito for um coletivo, o verbo ficará no singular. 
Ex.: A multidão gritava desesperadamente. 
 
Obs.: Quando o coletivo vier seguido de adjunto no plural, o verbo ficará no singular ou poderá ir para o 
plural. Ex.: A multidão de torcedores gritava (gritavam) desesperadamente. 
 
 
 
4º Caso: Quando o sujeito for formado por nome próprio que só tem plural, não antecipado de artigo (o, a, um, 
uma e plurais), o verbo ficará no singular; se o nome próprio vier antecipado de artigo, o verbo irá para o 
plural. 
 
Ex.:Minas Gerais possui grandes fazendas. Os Estados Unidos são uma nação poderosa. 
 
5º Caso: Quando o sujeito for formado por um pronome de tratamento, o verbo irá sempre para a 3ª pessoa. 
Ex.: Vossa Excelência leu meus relatórios? 
 
6º Caso: O verbo parecer, seguido de infinitivo, admite duas construções: 
- Flexiona-se o verbo parecer e não se flexiona o infinitivo: 
Os prédios parecem cair. 
- Flexiona-se o infinitivo e não se flexiona o verbo parecer: 
Os prédios parece caírem. 
 
 
 
Atividades práticas: 
 
 
Faça a concordância do verbo nas frases que se seguem: 
 
a) Uma alcatéia de lobos o sítio. (invadir) 
 
b) Mais de um soldado diante do capitão. (morrer) 
 
c) Os Estados Unidos o campeonato. (vencer) 
 
d) O soldado foi justamente um dos que a vítima. (ver) 
 
e) Calmantes, massagem, nada a noiva. (acalmar) 
 
f) A constelação os navegadores. (orientar) 
 
g) Mais de cem estudantes seus diplomas. (buscar) 
 
h) Encontramos a menina que nos muito bem. (receber) 
 
i) Campinas uma das melhores bibliotecas do país. (possuir) 
 
j) Calmantes e massagens não a noiva. (acalmar) 
 
k) Um grupo de empregados conversar com o presidente. (ir) 
 
l) A maioria dos doentes as ordens médicas. (cumprir) 
 
m) Mais de uma oportunidade durante todos esses anos. (surgir) 
 
n) Foram os hóspedes que esta pousada. (indicar) 
 
o) “Os Maias” uma belíssima obra de Eça de Queiroz. (ser) 
Obs.: Existem outras regras de 
concordância verbal que podem 
ser encontradas em gramáticas. 
Aqui constam apenas as 
principais delas. 
 
 
 
 
p) Um bando de alunos as escadas correndo. (descer) 
 
q) Uma corja diante do guichê. (reunir-se) 
 
r) Grande parte dos candidatos revisão da prova. (exigir) 
 
s) Mais de uma criança naqueles lugares (perder-se) 
 
t) Mais de dez dias até que eu pudesse encontrá-la novamente. 
(passar) 
u) No final, foram os estudantes que o impasse. (decidir) 
 
v) Santos uma recordação feliz para mim. (ser) 
 
w) muitas festas ano passado. (haver) 
 
 
x) Daqui aAlfenas trinta e três quilômetros. (ser) 
 
 
y) muitos segredos entre nós. (existir) 
 
z) A presidente das associações femininas das cidades mineiras na capital. (estar) 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É a relação entre o verbo e seus complementos. Não confundir complementos – elementos indispensáveis 
ao sentido do verbo – com acessórios – palavras ou expressões dispensáveis, que especificam apenas 
circunstâncias em relação ao verbo. Antes de verificarmos alguns casos especiais, vamos nos atentar à 
transitividade dos verbos: 
 
VERBOS (CLASSIFICAÇÃO) 
 
Sintaticamente, os verbos podem ser classificados como verbos de ligação ou verbos 
significativos (ou nocionais): 
 
Aquelas cidades são maravilhosas. 
aquelas cidades = sujeito / maravilhosas = característica do sujeito (Predicativo do Sujeito) / são = VL 
Maria é bonita. Camila parece nervosa João continua pensativo. 
 
VERBOS SIGNIFICATIVOS (OU NOCIONAIS): são aqueles que trazem um valor semântico, significativo 
explícito e que são classificados, de acordo com a sua transitividade, em: intransitivos, transitivos diretos, 
transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos. 
Transitivo Direto (VTD) Exige um complemento verbal, sem preposição obrigatória. Esse 
complemento recebe o nome de objeto direto (OD) 
Transitivo Indireto (VTI) Exige um complemento verbal, com preposição obrigatória. Esse 
complemento recebe o nome de objeto indireto (OI). 
Transitivo Direto e 
Indireto (VTDI) 
Exige dois complementos verbais: um sem preposição (OD) e 
outro 
com preposição (OI). 
Intransitivo (VI) Não exige complemento verbal. 
 
 
Pessoas trocam mercadorias. O verbo exige complemento, pois “quem troca”, “troca alguma 
coisa”, “troca o quê?”. O complemento “mercadorias” completa o 
sentido do verbo “trocar” sem a presença obrigatória de preposição. 
 
Pessoas precisam de amor. 
 
O verbo exige complemento, pois “quem precisa”, “precisa de 
alguma coisa”, “precisa de quê?”. O complemento “de amor” 
completa o sentido do verbo “precisar” com a presença obrigatória de 
preposição. 
 
Pessoas dão vida às cidades. 
 
O verbo exige dois complementos: “quem dá”, “dá alguma coisa, a 
(para) alguém”, “deu o quê” e “a (para) quem?”. Os 
complementos “vida” e “às cidades” completam o sentido do verbo 
“dar” sem e com preposição, respectivamente. 
CAPÍTULO 6 
REGÊNCIA VERBAL 
 
 
 
 
Pessoas trabalham e transitam. 
 
Os verbos não exigem complemento, pois a sua significação já é 
completa sozinha. O sentido do verbo não transita do verbo para um 
complemento. 
 
 
 
REGÊNCIA VERBAL: 
 
1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em. 
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte. 
 
2- Morar / residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição em. 
Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa Catarina. 
 
3- Namorar - não se usa com preposição. 
Ex.: Joana namora Antônio. 
 
4- Obedecer / Desobedecer - exigem a preposição a. 
Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O aluno desobedeceu ao professor. 
 
5- Simpatizar / antipatizar – exigem a preposição com. 
Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor de História. 
 
Dica: Esses verbos não são pronominais, portanto, são considerados construções erradas quando 
aparecem acompanhados de pronome oblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-me com meu professor 
de História. 
 
6- Preferir - este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposição e o outro com a 
preposição a. 
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica. 
 
Dica: Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: 
antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc. Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica. 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V I 
 
 
V TD OD 
 
 
V TDI OD OI 
 
 
 
 
Verbos que apresentam mais de uma regência 
 
1 – Aspirar: 
 
a) no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.: Aspirou o ar puro da manhã. 
 
b) no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava. 
 
2 – Assistir: 
 
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição. Ex.: O técnico 
assistia os jogadores novatos. 
 
b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a. Ex.: Não assistimos ao show. 
 
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a. Ex.: Assiste ao homem tal direito. 
 
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em. Ex.: Assistiu em Maceió por 
muito tempo. 
 
3 – Esquecer / lembrar: 
 
a) Quando não forem pronominais: são usados sem preposição. Ex.: Esqueci o nome dela. 
 
b) Quando forem pronominais: são regidos pela preposição de. Ex.: Lembrei-me do nome de todos. 
 
4 – Visar: 
 
a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.: Disparou o tiro visando o alvo. 
 
b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Ex.: Visaram os documentos. 
 
c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição a. Ex.: Viso a uma situação melhor. 
 
5 – Querer: 
 
a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição. Ex.: Quero viajar hoje. 
 
b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição a. Ex.: Quero muito aos meus amigos. 
 
6 – Proceder: 
 
a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição. Ex.: Suas queixas não procedem. 
 
b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição de. Ex.: Muitos males da 
humanidade procedem da falta de respeito ao próximo. 
 
c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a. Ex.: Os detetives procederam a uma 
investigação criteriosa. 
 
 
 
7 - Pagar/ perdoar: 
 
a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não exigem preposição. Ex.: Ela pagou a conta 
do restaurante. 
 
b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: são regidos pela preposição a. Ex.: Perdoou a 
todos. 
 
8 – Informar: 
 
No sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções: 
 
1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições de ou sobre). Ex.: 
Informou todos do ocorrido. 
 
 
 
2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto de coisa. Ex.: Informou a 
todos o ocorrido. 
 
9 – Implicar: 
 
a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição. Ex.: Esta decisão implicará sérias 
conseqüências. 
 
b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com 
a preposição em. Ex.: Implicou o negociante no crime. 
 
c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com. Ex.: Implica com ela todo o tempo. 
 
10- Custar: 
 
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o 
problema. 
 
b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição. Ex.: O carro custou- 
me todas as economias. 
 
c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição. Ex.: Imóveis custam caro. 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios: 
 
01. Explique a diferença de sentido entre as frases seguintes: 
 
a) Chegou à noite. / Chegou a noite. 
 
 
b) Saiu à francesa. / Saiu a francesa. 
 
 
c) Parecia agradável à primeira vista. / Parecia agradável a primeira vista. 
 
 
d) Às vencedoras enviaram felicitações. / As vencedoras enviaram felicitações. 
 
 
e) À indústria nacional prejudicou o acordo. / A indústria nacional prejudicou o acordo. 
 
 
f) Fez seu trabalho à maquina. / Fez seu trabalho a maquina. 
 
 
02. Em cada item você encontrará uma frase típica da linguagem coloquial de várias regiões do 
Brasil. Adapte cada uma dessas frases à regência verbal da língua culta: 
a) Fique tranqüila, querida: eu lhe amo muito. 
 
b) Desde que lhe vi, minha vida não é mais a mesma. 
 
c) Não me simpatizo muito com essa tese. 
 
d) O marginal urbano nãoobedece sinal vermelho. 
 
e) Não pude responder o bilhete que você me mandou. 
 
f) Que Deus lhe proteja! 
 
g) Se Deus lhe amparar, tudo vai dar certo. 
 
h) Ela já parou de lhe amolar? 
 
i) Fali questão de lhe abraçar. 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É necessária “combinação” do substantivo e/ou do adjetivo com seus acompanhantes, mediante 
o uso de uma preposição que os ligue. Abaixo, selecionamos o uso condenado de alguns termos. Indique 
qual é o uso recomendado, de acordo com a norma culta da língua. 
 
USO CONDENADO: USO RECOMENDADO: 
Adequado com (ou outras preposições) 
Análogo com (ou outras preposições) 
Bacharel de 
Benéfico (sem preposição) 
Capacidade em (ou outras preposições) 
Circunvizinho a (ou outras preposições) 
Condizente a (ou outras preposições) 
Desfavorável (sozinho ou com outras 
preposições) 
 
Domiciliado a (ou outras preposições) 
Dúvida com (ou outras preposições) 
Equivalente com (ou outras preposições) 
Gravoso com (ou outras preposições) 
Hostil com (ou outras preposições) 
Idêntico com (ou outras preposições) 
Incompatível a (ou outras preposições) 
Intolerante por (ou outras preposições) 
De menor 
Negligente com (ou outras preposições) 
Obediente (sem preposição) 
Passível a, com (ou outras preposições) 
CAPÍTULO 7 
REGÊNCIA NOMINAL 
 
 
39 
Preferível que (ou outras preposições) 
Próximo com (ou outras preposições) 
Residente a (ou outras preposições) 
Semelhante com (ou outras preposições) 
Sito a (ou outras preposições) 
Situado (sozinho ou com outras 
preposições) 
 
Tachado em (ou sem preposição) 
Taxado a (ou outras preposições) 
Vacine de (ou com outras preposições) 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
Origem da crase: 
 
De acordo com a Gramática Histórica, crase é um metaplasmo por subtração, ou seja, ocorre quando se 
tiram ou diminuem fonemas à palavra. A crase consiste na fusão de dois sons vocálicos contíguos. Exemplos: 
 
pede > pee > pé 
aviolu > avoo > avô 
dolore > door > dor 
 
Atualmente, ocorre a crase apenas com dois aa: preposição + artigo definido (à, às) ou preposição + 
pronome demonstrativo (àquele, àquela, àquilo, etc). 
 
 
Emprego atual da crase: 
 
É o nome que se dá à fusão, à contração de dois aa. 
 
Simplificaremos este assunto em dois casos, apenas, tirante os casos facultativos do uso do acento 
grave indicativo de crase: 
 
 
1º CASO: Ocorre a crase quando o termo regente (subordinante) exigir a preposição “a” e o termo regido 
(subordinado) admitir o artigo definido “a”, ou quanto este último foi representado por um pronome demonstrativo 
iniciado por “a”. Exemplos: 
 
 
 
a) Vou à praça 
 
O termo regente vou exige a preposição a: quem vai, vai a algum lugar; o termo regido praça admite o artigo 
definido a (a praça é bonita). Neste caso, ocorreu a crase, e este a recebe acento grave. 
 
b) Chegamos a Fortaleza 
 
O termo regente Chegamos exige a preposição a: quem chega, chega a algum lugar; o termo regido 
Fortaleza não admite o artigo definido a (Fortaleza é capital do Ceará). Portanto, não ocorreu a crase, sendo 
este a preposição essencial. 
 
c) Entendi a questão 
 
O termo regente Entendi não exige preposição a: quem entende, entende alguma coisa; o termo regido questão 
admite o artigo definido a (a questão está correta). Logo, não ocorreu a crase, e este a é simplesmente um artigo 
definido. 
CAPÍTULO 8 
CRASE 
Ø+a 
a+Ø 
a+a 
 
 
41 
O mesmo ocorre quando o termo regido for pronome demonstrativo. Exemplos: 
 
a) Ainda não assisti àquele filme. ou 
Ainda não assisti a esse filme. 
 
b) Não encontrei aquela resposta. 
ou Não encontrei essa reposta. 
 
 
Não há necessidade de o aluno decorar todos os casos de “crase proibida”, conforme as gramáticas 
tradicionais apresentam, pois caímos sempre no 1º caso (b), em que o termo regido não aceita o artigo definido 
a. Exemplos: 
 
Sua roupa está cheirando a suor. (suor = substantivo masculino) 
“Tudo cheirava-me a asneiras.” (asneiras = substantivo em sentido genérico) 
Está começando a esfrias. (esfriar = verbo) 
Irei a uma festa. (uma = artigo indefinido) 
 
 
NOTA: Ocorrerá a crase antes das palavras casa (lar), terra (antônima de bordo) e distância se 
aparecerem com modificador ou forem delimitadas. Exemplos: 
 
Cheguei a casa de madrugada. / Voltei à casa de minha namorada cedo. 
Retornamos a terra à noitinha. / Retornarei à terra de meus avós. 
No zoológico, os animais ficam a distância. / Os guardas ficaram à distância de vinte metros. 
 
 
2º CASO: Ocorre a crase em locuções (prepositivas, adverbiais ou conjuntivas) com palavras femininas. 
Exemplos: 
 
Às vezes, não a encontro à noite. (locuções adverbiais) 
Os policiais estão à procura do ladrão. (locução prepositiva) 
À proporção que chove, mais preocupados ficamos. (locução conjuntiva) 
Fazer uma redação à Rui Barbosa. (está subentendido a locução à semelhança de). 
 
 
CASOS FACULTATIVOS DO USO DO ACENTRO GRAVE, INDICADOR DE CRASE: 
 
Nestes casos, o uso do acento grave é facultativo desde que o termo regente exija preposição a. Caso 
contrário, não podemos pensar nas ocorrências da crase. 
 
- Antes de pronome possessivo feminino. 
Escrevi a minha professora. 
Escrevi à minha professora. (quem escreve, escreve a alguém) 
 
- Antes de nome próprio de pessoa (íntima, familiar). 
Não fiz referência a Teresa. 
Não fiz referência à Teresa. (quem faz referência, faz referência a alguém) 
 
 
- Com a locução até a, antes de palavra feminina. 
Fui até a esquina, mas não o encontrei. 
Fui até à esquina, mas não o encontrei. (quem vai, vai a algum lugar) 
 
Ø+aquele 
a+aquele 
 
 
42 
Atividades práticas: 
 
01) Coloque o acento indicador de crase quando for necessário: 
 
a) Comunique nossos preços as empresas interessadas. 
 
b) Envie dinheiro a estas instituições beneficentes. 
 
c) Nunca disse nada a respeito disso. 
 
d) Sempre evitei comprar a crédito. 
 
e) Não nego minha contribuição a cultura brasileira. 
 
f) Não há mais nada a fazer. 
 
g) Transmita a cada um dos presentes as instruções necessárias a continuidade da sessão. 
 
h) Não vou a festas, não assisto a novelas e não aspiro a grandes posses. Estou fora de moda. 
 
i) Vamos a Bahia ou a Santa Carina nas próximas férias? 
 
j) Cheguei a casa tarde da noite. 
 
k) Fui a velha casa onde passei a infância. 
 
m) Tente se manter a tona. 
 
n) Traga um belo filé a parmiggiana. 
 
o) Não é fácil jogar a moda da seleção holandesa de 1974. 
 
p) Prefiro isto aquilo. 
 
q) Entreguei tudo aquele homem. 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
1) Emprego de A – HÁ – À 
 
I. Há (verbo haver) 
a) quando indicar passado 
b) quando puder ser substituído pelo verbo “fazer” 
Exemplo: 
Há muitos anos não o vejo. 
 
Observação: Constitui redundância o uso: “Há dois anos atrás”. Como há e atrás indicam 
passado, não se deve usar os dois juntos. 
 
II. A (preposição) 
a) quando indicar uma ação que ainda vai ser realizada 
b) indicando distância 
Exemplos: 
Daqui a duas horas iremos ao teatro. 
Ele está situado a 10 metros do prédio. 
 
III. A (artigo) 
a) diante de substantivo feminino singular. 
Exemplo: 
A arte é imitação da vida. 
IV. A (pronome pessoal de 3ª pessoa, feminino singular) (correspondente a ela) 
Exemplo: 
Não a vejo desde ontem. 
 
V. A (pronome demonstrativo) (corresponde a aquela) 
Exemplo: 
A de azul é minha prima. 
 
VI. À (preposição + artigo definido feminino singular) 
Exemplo: 
Irei à cidade. 
 
VII. Expressão: Haja vista / Hajam vista 
Esta expressão pode ser construída de três modos diferentes: 
 
1. Hajam vista os livros desse autor. (= tenham vista, vejam-se) 
2. Haja vista os livros desse autor. (= por exemplo) 
3. Haja vista aos livros desse autor. (olhe-se) 
 
2) ABAIXO-ASSINADO – ABAIXO ASSINADO– para indicar o documento, usa-se o hífen ligando os 
dois termos, ficando invariável o advérbio abaixo. 
 
Exemplo: Não foi feito apenas um abaixo-assinado; foram feitos vários abaixo-assinados. 
 
Como locução adjetiva, para indicar quem subscreve um abaixo-assinado, não se usa o hífen. Ex.: O 
abaixo assinado, os abaixo assinados, a abaixo assinada, as abaixo assinadas. 
CAPÍTULO 9 
EXPRESSÕES QUE APRESENTAM DIFICULDADES: 
 
 
44 
 
3) ACERCA DE – A CERCA DE – HÁ CERCA DE 
 
ACERCA DE significa a respeito de, sobre 
Exemplo: 
O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo 
assistente (CPP, art. 271, § 1º) 
 
A CERCA DE significa uma distancia (espacial ou temporal) aproximada de 
Exemplos: 
Montevidéu fica a cerca de 900 km de Porto Alegre. 
Os alunos entraram em greve a cerca de duas semanas do término das aulas. 
 
HÁ CERCA DE tem o sentido de: 
o faz aproximadamente, faz perto de 
Exemplo: 
A sessão teve início há cerca de vinte minutos. 
o Existe(m) aproximadamente, existe(m) perto de 
Exemplo: 
Há cerca de sessenta pacientes à espera de doadores de órgãos. 
 
4) À CUSTA – é essa a expressão correta em frases como: Vive à custa do governo. 
 
É erro, pois, dizer: Vive às custas do governo. 
Custas são as despesas judiciais. 
 
5) AFIM – A FIM DE (QUE) 
 
AFIM – significa parente por afinidade (vínculo que liga cada um dos cônjuges aos parentes do outro) 
Exemplo: 
Não podem casar [...]; II – os afins em linha reta, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo (CC, art. 
183, II). 
 
Por extensão, é sinônimo de semelhante, análogo. 
Exemplo: 
Objetivos afins, termos afins, etc. 
 
A FIM DE (QUE) é sinônimo de para (que) 
Exemplos: 
Citação é o ato pela qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender (CPC, 
art. 213). 
O advogado poderá, a qualquer momento, renunciar ao mandato, notificando o mandante, a fim 
de que lhe nomeie sucessor [...] (CPC, art. 45). 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
6) À MEDIDA (PROPORÇÃO) QUE – NA MEDIDA (PROPORÇÃO) EM QUE 
À MEDIDA QUE indica tempo proporcional, concomitância: conforme, quando, enquanto. 
Exemplos: 
Vamos ficando mais tolerantes à medida que melhor conhecemos a natureza humana. 
À medida que passa o tempo, a reforma tributária é uma necessidade cada vez mais 
premente. 
 
NA MEDIDA EM QUE é locução causal, sinônimo de pelo fato de que, uma vez que (eventualmente 
com significação de tempo: quando). 
 
Exemplo: 
Na medida em que se esgotaram as possibilidades de negociação, o projeto foi integralmente 
vetado. 
 
7) AO ENCONTRO DE – DE ENCONTRO A 
 
AO ENCONTRO DE traduz idéia favorável, valendo por no sentido de, para junto de, em favor de, 
em benefício de. 
Exemplos: 
O deputado, assim que desceu do avião, foi ao encontro de seus eleitores. 
Essas medidas vêm ao encontro das aspirações do povo (favorecem, satisfazem) 
 
DE ENCONTRO A significa contra, contrariamente a, em desfavor de, em prejuízo de. 
Exemplos: 
O automóvel foi de encontro a um poste. (chocou-se com) 
Essas medidas vêm de encontro às aspirações do povo. (contrariam). 
 
8) AO INVÉS DE – EM VEZ DE 
 
AO INVÉS DE significa ao contrário de. Exprime, pois, oposição, antítese. 
Exemplos: 
O mau professor, ao invés de estimular os alunos, desencoraja-os. 
Ao invés de punir o infrator, recompensou-o. 
 
EM VEZ DE significa em lugar de; indica, pois, escolha, opção. 
Exemplo: 
É preferível aperfeiçoar em vez de reformar o ensino. 
 
Observação: 
É errônea a forma ao em vez de, deturpação decorrente de cruzamento equivocado das 
locuções acima descritas. 
 
9) A PAR – AO PAR 
 
A PAR significa ciente, informado; ao lado, junto, lado a lado; além de, ao mesmo tempo, 
simultaneamente; igual em quantidade, em merecimento. 
Exemplos: 
Como lê jornais e revistas, está a par do que ocorre no mundo. 
O corpo docente deverá, a par da indispensável preparação pedagógica, ter boa experiência 
profissional. 
 
AO PAR – diz-se das ações ou quaisquer outros papéis de crédito quando seu valor nominal é o mesmo 
da sua cotação pelo câmbio do dia; diz-se também do câmbio, quando é igual entre dois ou mais países. 
 
 
46 
 
10) À PARTE – APARTE 
 
À PARTE é locução preposicional, com função adjetiva ou adverbial. 
Função adjetiva: conversas à parte; encontros à parte, modéstia à parte. 
Função adverbial: discutir à parte; trabalhar à parte; conversar à parte. 
 
APARTE é substantivo masculino. 
Exemplo: 
O orador avisou que não concederia apartes. 
 
11) A PARTIR DE – deve usar-se, preferencialmente, em sentido temporal. 
 
Exemplos: 
A partir de hoje, considero-me desvinculado da associação. 
A cobrança do imposto entrará em vigor a partir do início do próximo ano. 
 
Observação: 
Evite-se o uso da expressão a partir de com o sentido de com base em, preferindo-se, para esse 
sentido, além da expressão com base em, expressões equivalentes, como: considerando, 
baseando-se em, tomando-se por base, etc. 
 
12) A PRINCÍPIO – EM PRINCÍPIO 
A PRINCÍPIO significa no começo, no início. 
Exemplo: 
A princípio ninguém esperava muito de sua ação como político, mas ele revelou-se um chefe 
excepcional. 
 
EM PRINCÍPIO significa antes de qualquer consideração, antes de tudo, em tese, sem entrar em 
pormenores. 
 
Exemplos: 
Em princípio, a solução parece adequada ao caso. 
Os grevistas aceitaram, em princípio, a proposta que lhes fez a direção da empresa. 
 
13) A RESPEITO DE – não é recomendável (por constituir anglicismo) o emprego de a respeito sem 
complemento, como locução adverbial, tais como: Ele não disse nada a respeito. Nada sei a respeito. 
 
Prefira-se, portanto, a expressão acompanhada de adjunto adnominal (tal, esse) ou seguida de 
complemento regido pela preposição de. 
 
Exemplos: 
O que sei a respeito desse assunto é o que está nos jornais de hoje. 
Nada nos dizem os velhos documentos a esse respeito. 
 
É correta também a expressão variante: com respeito a. 
 
Anotações: 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
14) À(S) – DA(S) – NA(S) FOLHA(S) – PÁGINA(S) – quando se trata de folha(s) determinada(s), numerada(s), 
a preposição deve ser acompanhada de artigo definido a(s), no singular ou no plural, de acordo com o 
número de folhas. 
 
Exemplos: 
Conforme se lê à fl. 12. 
Conforme se lê às fls. 12 a 18 dos autos. 
Segundo consta da/na fl. 32 do relatório. 
Segundo consta nas fls. 42-52 do processo. 
Veja-se o documento da fl. 18. 
Conforme depoimento das fls. 85-93. 
 
Observação: Não cabem as formas conforme consta à fl. 44, segundo consta às fls. 52 e 53, pois o 
verbo constar, no sentido de estar registrado, estar escrito, exige a preposição de ou em. 
 
15) AS VEZES – ÀS VEZES 
 
AS VEZES, sem o sinal indicativo de crase, entra na expressão “fazer as vezes de”: desempenhar as 
funções que competem a:servir para o mesmo fim que; substituir. No caso, “vezes” é objeto direito do verbo 
fazer. 
 
Exemplo: 
Dormia ao relento, e um frio banco de pedra lhe fazia as vezes de cama. 
 
ÀS VEZES, sempre com o sinal indicativo de crase, é locução adverbial, com a significação de: 
algumas vezes, por vezes. 
 
Exemplo: 
Às vezes, diante de certas ocorrências, somos levados a crer que determinadas pessoas não 
são dotadas de sentimentos. 
 
16) ATRAVÉS DE significa: 
 
- De um para outro lado, de lado a lado: 
Exemplo: 
Para atingir sua meta, deveria passar através de rios e montanhas. 
 
- Por entre: 
Exemplo: 
Conserva-se sempre o bom humor, através das vicissitudes da vida. 
 
- No decurso de: 
Exemplo: 
Foi sempre o mesmo homem honesto, através de anos e anos. Através dos tempos, os 
vocábulos sofrem modificações de forma e significação. 
 
Observação: 
Deve-se evitar o emprego da locução através de com o sentido de por, por meio de. Nesse 
caso, deve-se empregar por intermédio de, por, por meio de, mediante, etc. 
 
Exemplos: 
O assunto deve ser regulado por

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