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Estudo dos Gases: Gases Reais FÍSICO-QUÍMICA I – EQ (4311S-04) Prof. Allan Morcelli Gases Reais • Gases reais não obedecem à lei dos gases ideais, exceto no limite de p 0. • Desvios desta lei são particularmente importantes a altas pressões e baixas temperaturas, e sobretudo quando um gás está a ponto de condensar. Interações Moleculares • Gases reais mostram desvios em relação à lei gos gases ideais porque as moléculas interagem umas com as outras. • Forças de repulsão entre moléculas assistem na expansão, enquanto forças de atração assistem na compressão. Interações Moleculares • Forças repulsivas são significantes somente quando as moléculas estão quase em contato entre si: são interações de baixo alcance, mesmo quando se mede a distância entre as moléculas em termos de diâmetro molecular. • Por isso, pode-se esperar que forças de repulsão tenham influência significativa somente quando a separação média entre as moléculas for pequena. Interações Moleculares • Forças de atração: têm alcance relativamente longo e se mostram influentes em uma variedade de distâncias em diâmetros moleculares. • Sua influência é importante quando as moléculas estão consideravelmente próximas, porém não necessariamente, a ponto de entrarem em contato (separação intermediária). • Forças de atração não são efetivas quando as moléculas estão distantes. As forças intermoleculares também são importantes quando a temperatura é tão baixa que as moléculas deslocam-se a velocidades médias tão baixas que podem ser “capturadas” umas pelas outras. Interações Moleculares • A pressões baixas, quando a amostra ocupa um volume alto, as moléculas estão tão distantes na maior parte do tempo que as forças intermoleculares não apresentam importância considerável gás comporta-se praticamente de forma ideal. • A pressões moderadas, quando a separação média das moléculas é de apenas alguns diâmetros moleculares, as forças de atração predominam sobre as forças de repulsão. gás mostra-se mais compressível que um gás ideal, porque as forças auxiliam na aproximação das moléculas. • A altas pressões, quando a separação média entre moléculas é baixa, as forças de repulsão predominam e o gás mostra-se menos compressível, pois agora as forças auxiliam na separação das moléculas. Interações Moleculares O fator de Compressibilidade • O fator de compressibilidade, Z, de um gás é a razão entre o volume molar do gás, Vm = V/n, e o volume molar de um gás perfeito, V°m, na mesma pressão e na mesma temperatura: 𝑍 = 𝑉𝑚 𝑉𝑚 𝑜 Como o volume molar de um gás perfeito é RT/p, uma expressão equivalente é Z = pVm/RT, que pode ser reescrita como pVm = RTZ Para um gás ideal, Z = 1 em quaisquer condições, e o desvio de Z em relação a 1 é uma medida do afastamento do gás em relação ao comportamento ideal. O fator de Compressibilidade • Em pressões muito baixas, todos os gases apresentam Z ≈ 1 e comportam-se quase como perfeitos. • Em pressões elevadas, todos os gases têm Z > 1, indicando que eles têm volume molar maior do que o de um gás perfeito. As forças repulsivas são dominantes. • Em pressões intermediárias, a maioria dos gases tem Z < 1, indicando que as forças atrativas estão reduzindo o volume molar em comparação com o gás perfeito. Coeficientes do Virial • Em volumes molares grandes e temperaturas elevadas, as isotermas dos gases reais pouco diferem das isotermas do gás perfeito. • As pequenas diferenças sugerem que a lei dos gases perfeitos seja, de fato, o primeiro termo de uma expressão do tipo 𝑝𝑉𝑚 = 𝑅𝑇(1 + 𝐵 ′𝑝 + 𝐶′𝑝2 +⋯) Coeficientes do Virial • Outra expansão em série, mais conveniente em várias aplicações é 𝑝𝑉𝑚 = 𝑅𝑇(1 + 𝐵 𝑉𝑚 + 𝐶 𝑉𝑚 2 +⋯) Essas duas expressões são versões da equação de estado do virial. Comparando a pVm = RTZ o termo entre parênteses nas duas equações pode ser identificado como sendo o fator de compressibilidade, Z. Coeficientes do Virial 𝑝𝑉𝑚 = 𝑅𝑇(1 + 𝐵 𝑉𝑚 + 𝐶 𝑉𝑚 2 +⋯) • Os coeficientes, B, C, .., que variam em função da temperatura, são os coeficientes do virial (segundo, terceiro, etc.). • O primeiro coeficiente do virial é 1. O segundo coeficiente do virial, B, está associado aos efeitos de interações entre pares de partículas, enquanto o terceiro, C, a trios de partículas, e assim por diante. Coeficientes do Virial 𝑝𝑉𝑚 = 𝑅𝑇(1 + 𝐵 𝑉𝑚 + 𝐶 𝑉𝑚 2 +⋯) • O terceiro coeficiente, C, é usualmente menos importante que o segundo, B, pois em geral tem-se que C/Vm² << B/Vm. • As contribuições incrementais dos termos da equação do virial se tornarão cada vez mais importantes à medida que o gás for comprimido, levando a valores de volumes molares mais baixos (maior número de colisões entre pares de partículas, trios, etc.). • Os valores dos coeficientes do virial para um gás são obtidos através de medições do fator de compressibilidade para ele. Coeficientes do Virial • A equação do virial pode ser usada para demonstrar um importante aspecto no comportamento de um gás real. • Embora a equação de estado de um gás real possa coincidir com a de um gás ideal quando p → 0, nem todas as suas propriedades necessariamente coincidem com as de um gás ideal neste limite. Coeficientes do Virial • Analisemos o valor de dZ/dp, o coeficiente angular das curvas do fator de compressibilidade em função da pressão. • No caso de um gás perfeito, dZ/dp = 0 (pois Z = 1, constante, para qualquer pressão). Coeficientes do Virial • Para um gás real: 𝑍 = 1 + 𝐵′𝑝 + 𝐶′𝑝2 +⋯ 𝑑𝑍 𝑑𝑝 = 𝐵′ + 2𝑝𝐶′ +⋯ → 𝐵′quando 𝑝 → 0 B’ não é necessariamente igual a zero inclinação da curva Z em função de p não se aproxima, necessariamente de 0 (o valor correspondente ao gás perfeito). Como muitas propriedades do gás dependem das derivadas (como veremos adiante), as propriedades dos gases reais nem sempre coincidem com as do gás ideal nas pressões baixas. Coeficientes do Virial • Como os coeficientes do virial só dependem da temperatura, pode haver uma temperatura em que Z → 1 com o coeficiente angular nulo em pressões baixas ou volumes molares grandes. • Nessa temperatura, chamada de temperatura de Boyle do gás, TB, as propriedades do gás real coincidem com as do gás ideal nas pressões baixas (p → 0). Coeficientes do Virial 𝑑𝑍 𝑑𝑝 = 𝐵′ + 2𝑝𝐶′ +⋯ → 𝐵′quando 𝑝 → 0 • O coeficiente angular de Z será nulo quando p → 0, se B for nulo, e portanto, podemos concluir que B = 0 na temperatura de Boyle. • Então, pVm = RTB, sobre uma faixa de pressões mais ampla do que em qualquer outra temperatura, pois o primeiro termo da equação do virial depois do 1 (B/Vm) é nulo e as parcelas seguintes, C/Vm², ..., são desprezivelmente pequenas. Condensação • Amostra de gás no estado “A”: na vizinhança, a pressão se eleva seguindo aproximadamente a lei de Boyle. • Desvios grandes em relação a esta lei aparecem quando o volume atinge o do ponto B. Condensação • Em C (para CO2 = 60 atm), desaparece qualquer semelhança com o comportamento de gás perfeito abruptamente o pistão se desloca sem provocar aumento de pressão: este comportamento está representado pelo segmento de reta horizontal CDE. • Pouco à esquerda do ponto C: aparece uma gota de líquido e passam a coexistir duas fases separadas por uma fronteira nítida. • C D E: a quantidade de líquido aumenta. Não há resistência adicional ao deslocamento do pistão, pois o gás está se condensando e o volume diminui neste processo. Pressão no segmento CDE é chamada de pressão de vapor do líquido na temperatura da experiência. Condensação • E: a amostra está inteiramente liquefeita e o pistão está encostado na superfície do líquido. • Para quehaja redução do volume do líquido, é necessário exercer pressão muito grande, o que está indicado pelo segmento de curva fortemente ascendente à esquerda de E. Coordenadas Críticas • Região em azul: região heterogênea – existência de líquido e gás coexistindo. • A isoterma indicada por Tc (para CO2, Tc = 31,04 °C) tem relevância especial na teoria dos estados da matéria. Coordenadas Críticas • Pouco abaixo de Tc: o comportamento do gás é semelhante ao que descrevemos: a uma certa pressão, há condensação do gás em líquido e as duas fases são bem separadas por uma fronteira nítida. • Na temperatura Tc: não aparece a fronteira que separa as duas fases e os volumes, em cada extremidade do segmento horizontal da isoterma, unem-se definindo um único ponto, o ponto crítico do gás. • A temperatura, pressão e o volume molar no ponto crítico são chamados de temperatura crítica, Tc, pressão crítica, pc, e volume crítico, Vc, da substância. As coordenadas pc, Vc e Tc são as coordenadas críticas da substância. Vc pc Coordenadas Críticas • Na temperatura crítica Tc, e acima dela: uma única fase que ocupa todo o volume do recipiente. • Essa fase é por definição um gás. • Então, a fase líquida de uma substância não se forma acima da temperatura crítica. Para o oxigênio, por exemplo, essa temperatura é de 154,8 K (-118,3 °C). • A única fase que enche todo o volume do recipiente que contêm uma substância quando T > Tc pode ser muito mais densa do que uma fase que consideramos, usualmente, como sendo gasosa. Por isso, dá-se o nome de fluido supercrítico ao fluido nestas condições. Vídeo: Fluido Supercrítico https://youtu.be/yBRdBrnIlTQ Equação de Van der Waals • As equações de estado do virial só proporcionam informações objetivas sobre o gás quando se conhecem os valores particulares dos coeficientes. • É interessante, porém, ter uma equação mais geral, embora menos precisa, válida para todos os gases. • J. H. van der Waals, em 1873: equação de estado aproximada. A proposta de van der Waals foi feita com base nos dados experimentais que dispunha, associados a considerações termodinâmicas rigorosas. Equação de Van der Waals 𝑝 = 𝑛𝑅𝑇 𝑉−𝑛𝑏 − 𝑎 𝑛 𝑉 2 𝑝 = 𝑅𝑇 𝑉𝑚−𝑏 − 𝑎 𝑉𝑚 2 As constantes a e b são as constantes de van der Waals. Elas são características de cada gás e independentes da temperatura. Equação de Van der Waals: Justificativa • As interações repulsivas entre as moléculas do gás são levadas em conta admitindo-se que cada molécula se comporta como uma esfera pequena, rígida e impenetrável. • Então, pelo fato de o volume de cada uma não ser nulo, cada qual se movimenta num volume: V – nb V = volume ocupado pelo gás n = número de mols b = volume/mol de gás ocupado pelas próprias moléculas nb = volume total ocupado pelas próprias moléculas Equação de Van der Waals: Justificativa Então, a lei dos gases perfeitos, p = nRT/V, deve ser substituida por: 𝑝 = 𝑛𝑅𝑇 𝑉 − 𝑛𝑏 • Tem-se aqui um modelo de gás que considera a existência de forças de repulsão. Equação de Van der Waals: Justificativa • A pressão do gás depende da frequência das colisões com as paredes e da força de cada colisão. • A frequência das colisões e a respectiva força são reduzidas, independentemente, uma da outra, pelas forças atrativas. • As forças atrativas atuam com uma intensidade proporcional à concentração molar n/V, das moléculas da amostra do gás. Equação de Van der Waals: Justificativa Portanto, a pressão é reduzida proporcionalmente ao quadrado da concentração molar. Propões-se que a redução da pressão seja escrita como -a(n/V)² onde a é uma constante positiva característica de cada gás. Equação de Van der Waals: Justificativa Os efeitos combinados das forças repulsivas e atrativas se exprimem pela equação de estado de van der Waals: 𝑝 = 𝑛𝑅𝑇 𝑉 − 𝑛𝑏 − 𝑎 𝑛 𝑉 2 Equação de Van der Waals: Fidedignidade Examinemos a exatidão com que a equação de van der Waals traduz o comportamento dos gases reais. Seria uma posição muito otimista a de esperar que uma única expressão geral e simples fosse a verdadeira equação do estado de todas as substâncias gasosas. Nos trabalhos de grande exatidão envolvendo gases, é indispensável lançar mão da equação do virial e dos valores dos coeficientes do virial a várias temperaturas; a análise do comportamento do sistema se faz, então, numericamente. Equação de Van der Waals: Fidedignidade A vantagem da equação de van der Waals é ser analítica (isto é, ser expressa simbolicamente) e possibilitar algumas conclusões gerais sobre o comportamento dos gases reais. Quando a equação de van der Waals não se mostra adequada para modelar o comportamento apresentado por um gás, pode-se lançar mão de outra equação de estado, entre as muitas que já foram propostas ou propor um novo modelo, ou buscar apoio na equação do virial. Equação de Van der Waals: Fidedignidade Equação de Van der Waals: Fidedignidade • Com esta consideração geral, podemos analisar a fidedignidade da equação comparando as suas isotermas com as isotermas levantadas experimentalmente. X Comportamento verificado experimentalmente Comportamento “predito” pela Eq. de van der Waals Equação de Van der Waals: Fidedignidade • Exceto quanto às oscilações abaixo da temperatura crítica, as isotermas de van der Waals são bastante parecidas com as experimentais. • As oscilações, ondulações de van der Waals, são irreais, pois mostram comportamento impossível, no qual o aumento de pressão provoca aumento de volume. Isso acontece porque a equação de van der Waals é uma equação de estado cúbica em Vm, podendo ser rearranjada como . Equação de Van der Waals: Fidedignidade • Uma vez que se tenha estabelecido T e P, é possível resolver a equação cúbica e encontrar valores numéricos para o volume molar. • Abaixo da temperatura crítica: o fluido pode apresentar-se como gás ou como líquido. Uma boa equação de estado deveria ser capaz de prever ambos, e é exatamente isso que as equações cúbicas fazem. Equação de Van der Waals: Fidedignidade Em uma equação de terceiro grau em Vm, pode haver até três soluções distintas (três raízes). Conforme a relação entre a temperatura do gás e a temperatura crítica, encontramos: • T < TC: Há três soluções reais e distintas: 1. estado líquido 2. estado gasoso 3. terceira é desprovida de significado físico. • T ≥ TC: Há uma única solução real que descreve o fluido. Equação de Van der Waals: Fidedignidade A Figura mostra uma isoterma de equação cúbica em T<TC. Observe a forma de onda no gráfico de função. Dado um valor para a pressão P, podemos resolver a equação cúbica e descobrir as soluções para Vm. Na figura, essas solução são os pontos C, E, B. Equação de Van der Waals: Fidedignidade O ponto C representa o líquido; O ponto B representa o gás; O ponto E intermediário não tem um significado físico especial. Equação de Van der Waals: Fidedignidade Construção de Maxwell • O trecho horizontal CEB pode reresentar o patamar de equilíbrio líquido-vapor. • Existe uma regra para determinar a pressão P que correspnode ao equilíbrio. Devemos traçar a reta CEB de maneira que as áreas hachuradas CC’E e BB’E sejam iguais. Equação de Van der Waals: Fidedignidade Construção de Maxwell • Justificativa de Maxwell: hipótese de que o trabalho necessário para comprimir o gás de B a C pela isoterma cúbica deve ser igual ao trabalho de comprimi-lo pelo caminho da reta horizontal BEC. • Assim, feita a construção de Maxwell (que irá gerar a linha horizontal referente ao processo de condensação na pressão correta na isoterma), podemosempregar a equação de estado cúbica de nossa preferência para prever o equilíbrio líquido-vapor. Equação de Van der Waals: Características 𝑝 = 𝑅𝑇 𝑉𝑚 − 𝑏 − 𝑎 𝑉𝑚² 1. Nas temperaturas elevadas e nos volumes molares grandes, as isotermas de van der Waals coincidem com as isotermas do gás perfeito. Quando a temperatura é alta, RT pode ser tão grande que a primeira parcela da equação é muito maior que a segunda parcela. Além disso, se o volume molar for grande (isto é, Vm >> b), o denominador da parcela Vm – b ≈ Vm. Nessas condições, a equação se reduz à do gás perfeito, p = RT/Vm. Equação de Van der Waals: Características 𝑝 = 𝑅𝑇 𝑉𝑚 − 𝑏 − 𝑎 𝑉𝑚² 2. Os líquidos e os gases coexistem quando os efeitos de coesão e os de dispersão estão equilibrados. As ondulações de van der Waals ocorrem quando os dois termos da equação têm grandezas semelhantes. O primeiro termo provem da energia cinética das moléculas e das interações repulsivas moleculares; O segundo representa o efeito das interações atrativas. Equação de Van der Waals: Características 𝑝 = 𝑅𝑇 𝑉𝑚 − 𝑏 − 𝑎 𝑉𝑚² 3. As coordenadas críticas estão relacionadas com as constantes de van der Waals. Quando T < TC, as isotermas de van der Waals oscilam e cada qual passa por um mínimo seguido por um máximo. Estes pontos extremos convergem quando T → TC e coincidem quando T = TC; no ponto crítico, a curva tem uma inflexão com tangente horizontal. Sabe-se do Cálculo que uma inflexão deste tipo ocorre quando a primeira e a segunda derivdadas da função são nulas. Logo, as coordenadas críticas podem ser calculadas dessas derivadas, que são igualadas a zero. Equação de Van der Waals: Características 𝑝 = 𝑅𝑇 𝑉𝑚 − 𝑏 − 𝑎 𝑉𝑚² 1ª derivada: 2ª derivada: Equação de Van der Waals: Características • Pode-se verificar estas relações pelo cálculo do fator de compressibilidade no ponto crítico, Zc 𝑍𝑐 = 𝑝𝑐𝑉𝑐 𝑅𝑇𝑐 = 3 8 • Este valor é de 3/8 para qualquer gás, segundo a equação de van der Waals. Dados experimentais mostram que Zc, embora menor do que 3/8 (ou seja, 0,375), é aproximadamente constante (e igual a 0,3) pra qualquer gás e que a discrepância é razoavelmente pequena. Outras Equações de Estado Muitas equações de estado foram desenvolvidas após o trabalho pioneiro de van der Waals. Redlich-Kwong 𝑝 = 𝑅𝑇 𝑉𝑚 − 𝐵 − 𝐴 𝑇1/2 𝑉𝑚(𝑉𝑚 + 𝐵) Note a existência de dois parâmetros numéricos, A e B, que desempenham um papel semelhante ao de a e b na equação de van der Waals. Outras Equações de Estado Peng-Robinson 𝑝 = 𝑅𝑇 𝑉𝑚 − 𝛽 − 𝛼 𝑉𝑚 𝑉𝑚 + 𝛽 + 𝛽 𝑉𝑚 − 𝛽 Note a existência de dois parâmetros numéricos, α e β, que desempenham um papel semelhante ao de a e b na equação de van der Waals. Outras Equações de Estado Dieterici A equação de estado de Dieterici foge à forma geral discutida anteriormente no que tange à modelagem das atrações intermoleculares. Esta equação emprega um fator exponencial em vez de uma pressão de coesão. 𝑝 = 𝑅𝑇 𝑉𝑚 − 𝑏 e (a/RTVm) Esta equação apresenta dois parâmetros numéricos, a e b análogos aos da equação de van der Waals. O princípio dos estados correspondentes • Uma importante técnica geral em muitas áreas científicas é a de usar escalas relativas de grandezas com base numa grandeza que tenha caráter fundamental. • Vimos que as coordenadas críticas são propriedades que caracterizam cada gás, e talvez se possam estabelecer escalas usando-as como unidades de medida. • Desta idéia provém as coordenadas reduzidas de um gás, dadas pelos quocientes entre as coordenadas do gás e a coordenada crítica correspondente: 𝑝𝑟 = 𝑝 𝑝𝑐 𝑉𝑟 = 𝑉𝑚 𝑉𝑐 𝑇𝑟 = 𝑇 𝑇𝑐 O princípio dos estados correspondentes • Van der Waals, que propôs pela primeira vez este procedimento, esperava que os gases confinados no mesmo volume reduzido, Vr, na mesma temperatura reduzida, Tr, tivessem a mesma pressão reduzida, pr. • Em grande parte, esta expectativa se confirmou. A figura mostra a dependência entre o fator de compressibilidade e a pressão reduzida, em várias temperaturas reduzidas, para diversos gases. 𝑝𝑟 = 𝑝 𝑝𝑐 𝑉𝑟 = 𝑉𝑚 𝑉𝑐 𝑇𝑟 = 𝑇 𝑇𝑐 O princípio dos estados correspondentes 𝑝𝑟 = 𝑝 𝑝𝑐 𝑉𝑟 = 𝑉𝑚 𝑉𝑐 𝑇𝑟 = 𝑇 𝑇𝑐 O êxito do procedimento é notável quando se compara o gráfico com aquele no qual mesmos dados são representados em função das coordenadas absolutas, sem o uso das variáveis reduzidas. O princípio dos estados correspondentes O princípio dos estados correspondentes pode enunciar-se como: “Gases reais diferentes, em estados com o mesmo volume reduzido e na mesma temperatura reduzida têm a mesma pressão reduzida”. O princípio dos estados correspondentes é somente uma aproximação do comportamento real, mais exata para gases com moléculas esféricas. Ele falha, e às vezes muito, quando as moléculas do gás não são esféricas ou são polares. O princípio dos estados correspondentes: Redução da Equação de van der Waals 𝑝 = 𝑅𝑇 𝑉𝑚 − 𝑏 − 𝑎 𝑉𝑚² 𝑝𝑟 = 𝑝 𝑝𝑐 𝑉𝑟 = 𝑉𝑚 𝑉𝑐 𝑇𝑟 = 𝑇 𝑇𝑐 𝑝𝑟𝑝𝑐 = 𝑅𝑇𝑟𝑇𝑐 𝑉𝑟𝑉𝑐 − 𝑏 − 𝑎 𝑉𝑟²𝑉𝑐² 𝑎𝑝𝑟 27𝑏² = 8𝑎𝑇𝑟 27𝑏(3𝑏𝑉𝑟 − 𝑏) − 𝑎 9𝑏2 𝑉² 𝑝𝑟 = 8𝑇𝑟 3𝑉𝑟 − 1 − 3 𝑉𝑟² O princípio dos estados correspondentes: Relevância 𝑝𝑟 = 8𝑇𝑟 3𝑉𝑟 − 1 − 3 𝑉𝑟² • Essa equação tem a mesma forma geral que a equação original, mas os coeficientes a e b, que caracterizam cada gás, desapareceram da expressão. mesmas curvas são obtidas quaisquer que sejam os gases. • Assim como VdW, outras equações de estado também são compatíveis com o princípio. Na realidade, qualquer equação, com dois parâmetros, a e b, pode ser transformada numa equação na forma reduzida. • A observação de os gases reais cumprirem aproximadamente o princípio é equivalente à afirmação de as interações atrativa e repulsiva poderem ser aproximadas, cada qual, em termos de um único parâmetro. importância do princípio não reside, portanto, na sua interpretação teórica, mas na maneira que proporciona coordenar, num único diagrama, as propriedades de diversos gases. (para Van der Waals) O princípio dos estados correspondentes Exemplo de uso do Diagrama de Compressibilidade Generalizado Utilizando o diagrama de compressibilidade generalizado, determine o volume ocupado por 5 mols de nitrogênio quando a pressão for de 670 atm e a temperatura de 900° C. A temperatura crítica do nitrogênio é de 126K e a pressão crítica é igual a 33,5 atm. 5 mols de N2 p= 670 atm pc = 33,5 atm pr (π) = 670/33,5= 20 T = 1173,15 K Tc= 126 K Tr = 1173,15/126 = 9,31 Tr = 9,31 pr (π) = 20 Z entre 1,2 e 1,3 Exemplo de uso do Diagrama de Compressibilidade Generalizado 5 mols de N2 p= 670 atm pc = 33,5 atm pr (π) = 670/33,5= 20 T = 1173,15 K Tc= 126 K Tr = 1173,15/126 = 9,31 Do diagrama, Z = 1,3 Z = pV/nRT ; V = ZnRT/p = 1,3*5*0,082*1173,15/670 = 0,933 L
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