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APOSTILA higiene e profilaxia.pdf

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ESCOLA TÉCNICA EGÍDIO JOSÉ DA SILVA 
PROF. SUANNE PONTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIGIENE E PROFILAXIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO SEGURO 
2018 
 
 
 
PROCESSO SAÚDE/DOENÇA E HISTÓRIA NATURAL 
 
 
Os conceitos de saúde e doença passaram por muitas variações no 
decorrer da História, sempre relacionados com os contextos vividos e a 
influência que cada época teve sobre a perspectiva do adoecimento e do estar 
saudável. Nessa perspectiva, foi se desenvolvendo um modelo de assistência à 
saúde voltado para a doença, para o tecnicismo e em que as relações são 
impessoais, baseadas apenas no contato breve e de certo modo superficial. 
Tomando por base uma revisão teórica da literatura a respeito dos conceitos de 
saúde e doença ao longo da História, nas perspectivas epidemiológica e 
antropológica, esse artigo apresenta a questão sanitária com enfoque na 
saúde. 
Em toda História, o processo saúde e doença foi evoluindo e se 
adequando às influencias sociais vigentes, refletindo costumes e ideias de 
médicos e teóricos de seu tempo. Na Antiguidade, surge com Galeno a ideia de 
saúde como equilíbrio entre as partes primárias do corpo, a crença de que as 
doenças seriam provocadas por elementos naturais ou sobrenaturais 
(influência da filosofia religiosa). Na medicina hindu e chinesa, o desequilíbrio 
do organismo e para os gregos os fatores externos causariam doenças (ideia 
de contágio). No medievo a doença retoma o caráter religioso, mas com as 
epidemias retorna-se temor do contágio (envenenamento das águas por 
leprosos, bruxarias, conjugação dos astros e outros). Era comum atribuir aos 
entes míticos a causa das doenças. Pouco se sabia a respeito da verdadeira 
etiologia das doenças, o que fazia com que as crenças e o misticismo fossem 
fundamentais para compreensão dos elementos originadores das doenças e o 
seu tratamento. 
 No renascimento, estudos empíricos buscavam as matérias 
causadoras do contagio, surgindo a teoria miasmática. Essa teoria pode ser 
entendida como a influência dos odores venenosos que ao serem levados 
pelos ventos contaminavam o ar, hoje entende-se como uma teoria 
ultrapassada. A medicina social (séc.XVII ao XX), abriu espaço para prática 
médica individual e criou condições de salubridade adequadas a nova 
sociedade. Já a bacteriologia (séc.XIX) com as vacinas e produtos químicos 
para combater os agentes etiológicos das doença, também desenvolveu um 
trabalho mais especifico e menos generalizado, direcionado para uma patologia 
celular. Com o fortalecimento da biologia, a fisiologia, a bacteriologia e o 
desenvolvimento de pesquisas a medicina se torna uma ciência experimental. 
Na Idade Moderna há uma redução, objetividade , fragmentação do 
conhecimento do corpo, biologização da saúde e o equilíbrio orgânico, 
traduzindo os acontecimentos de formas abstratas aos enquadramentos, 
demonstráveis e calculáveis. 
Na contemporaneidade, saúde e doença no indivíduo como sistema 
vivo, passam a ser compreendidas nas suas relações de subjetividade, e não 
apenas nas dimensões biológicas. Os conceitos de normalidade e patologia 
ganham flexibilidade e passam a incorporar outras perspectivas a respeito das 
influencias que uma realidade social e histórica podem exercer sobre o 
processo saúde-doença. Agora, o que se pretende é observar os contextos 
vulneráveis e promover a saúde respaldando-se nos acontecimentos que 
afetam individual e coletivamente. 
Na epidemiologia o foco está nas causas das doenças, na dimensão 
biológica e reação favorável do organismo aos estímulos externos. As 
dimensões subjetivas do indivíduo (a psicopatológica e psicossomática) são 
desconsideradas por não terem precisão diagnóstica, garantida pelos 
componentes laboratoriais. Isso leva ao pensamento de que a doença fica 
reduzida ao dados fisiológicos, e o trabalho fica restrito ao reconhecimento da 
doença já instalada. Na ótica antropológica, a doença não se reduz a plano 
individual e biológico, voltando-se para saúde, condições de vida e 
incorporando também a visão dos usuários dos serviços de saúde. Assim, 
saúde e doença são construídas a partir de uma herança cultural e de uma 
história social, em que inúmeras variáveis podem interferir e comprometer o 
estado de normalidade do indivíduo. 
A influência cultural e social sempre se fez presente no conceito de 
saúde e doença no decorrer da História. Mas, apesar de toda precisão 
científica, não se pode reduzir o indivíduo a um organismo vivo biologicamente 
previsível, nem desconsiderar toda forma de influência externa (econômica, 
familiar, de hábitos e outras) que resulta da dinâmica entre o sujeito, o seu 
meio e o resultado das suas experiências. Tanto a prática dos profissionais da 
saúde, quanto a racionalidade científica precisam compreender e explicar a 
realidade, para conseguir desenvolver uma política de educação para saúde, 
principalmente em contextos mais vulneráveis. Não se trata apenas de como 
combater a doença, mas de promover uma prevenção. 
Enfim, hoje em dia as questões sobre saúde já não pertencem apenas 
ao domínio biomédico, apesar desse modelo ainda ser hegemônico e 
considerar certas práticas populares como irracionais, tem na 
interdisciplinariedade a possibilidade de se aproximar dos usuários, conhecer 
suas produções culturais e colaborar para que esses se tornem agentes 
transformadores da realidade. Isso torna-se viável com o auxílio da 
epidemiologia , antropologia, psicologia e demais ciências que dentro dos seus 
recortes, contribuem para o estudo e tratamento das doenças. 
Considero a leitura bastante significativa para que profissionais da saúde 
tenham um maior conhecimento sobre as muitas maneiras que a ideia de 
doença e saúde foi desenvolvida ao longo da historia, e como pode ser 
abordada em nossos dias. Para Psicologia da Saúde sua relevância também 
remete as formas de lidar com o adoecimento e a saúde em parceria com os 
demais saberes, promovendo saúde e não apenas combatendo a doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÍVEIS DE PREVENÇÃO DAS DOENÇAS 
 
PREVENÇÃO DE DOENÇAS 
 
O termo Prevenção está relacionado a medidas tomadas antes do 
surgimento ou agravamento de uma condição mórbida ou de um conjunto 
dessas (LEFEVRE, 2004). Portanto, prevenir também significa agir para que 
a doença manifeste-se de forma mais branda no indivíduo ou no ambiente 
coletivo. 
O movimento da medicina preventiva surgiu, entre o período de 1920 e 1950 
na Inglaterra, EUA e Canadá, em um contexto de crítica à medicina curativa. 
Este movimento propôs uma mudança da prática médica através de reforma 
no ensino médico, buscando a formação de profissionais médicos com uma 
nova atitude nas relações com os órgãos de atenção à saúde; ressaltou a 
responsabilidade dos médicos com a promoção da saúde e a prevenção de 
doenças; introduziu a epidemiologia dos fatores de risco, privilegiando a 
estatística como critério científico de causalidade (CZERESNIA, 2003, p.04). 
Segundo Arouca (1975 apud CZERESNIA, 2003), o discurso da medicina 
preventiva emergiu em um campo formado por três vertentes: a Higiene, que 
surgiu no século XIX; a discussão dos custos da assistência médica; a 
redefinição das responsabilidades médicas que aparece no interior da 
educação médica. 
Prevenção primária: Nesse nível, encontram-se agrupadas as medidas ou 
ações especialmente destinadas ao período que antecede a ocorrência da 
doença. Dentre elas, destacam-se o saneamento básico, a vacinação e o 
controle de vetores, por exemplo. 
" Significa evitar a ocorrência de uma doença, eliminandofatores de risco ou 
tratamento de lesões precursoras. Ela é definida como promoção de saúde e 
as prevenção de enfermidades ou profilaxia. " Alunos 
Alguns Exemplos: 
1. Uso de preservativos para evitar a infecção por DST (Doenças 
Sexualmente Transmissíveis) 
2. Uso de Capacete pelo Motociclista. Uso de cinto de segurança, air-bag, 
capacetes e outros dispositivos de segurança para ciclistas e 
motociclistas. 
3. Uso de luvas para manipular material biológico. 
4. Controle de vetores, vacinas, como a vacina para poliomielite. 
5. Ginástica Laboral e Exercício Físico para aqueles que nunca tiveram 
tendinite, diminuirá as possibilidades de que os mesmos desenvolvam a 
doença. 
 
Prevenção secundária: Incorpora uma série de medidas que visam a impedir a 
evolução de doenças já existentes e, em consequência, suas complicações. Os 
exames periódicos e o autoexame de mama, entre outros, são procedimentos 
de reconhecida eficácia para o diagnóstico precoce, que permite o início 
imediato do tratamento e evita, muitas vezes, o agravamento da enfermidade. 
"Prevenção secundária significa prevenção da evolução das enfermidades 
através da execução de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos." 
Alguns Exemplos: 
1. Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, que tem 
monitoramento de profissionais de saúde, exercício físico orientado, 
dieta adequada, é livrado das situações de estresse do cotidiano, terá 
uma evolução muito lenta da patologia, diminuindo incrivelmente as 
possíveis complicações da doença. 
2. Um paciente com infecção por HPV (papiloma vírus humano) no colo do 
útero com acompanhamento e orientação do ginecologista, pode evitar 
o câncer de colo de útero. 
3. Um paciente com tendinite em fase aguda, inicial, com o tratamento 
fisioterapêutico correto, pode evitara piora que evolui para a diminuição 
dos movimentos do braço. 
4. Um paciente com AIDS, fazendo uso correto da medicação diminui as 
possibilidades de complicações, melhora a qualidade de vida e garante 
maior sobre vida. 
 
Prevenção terciária: Esse último nível engloba ações voltadas à reabilitação do 
indivíduo após a cura ou o controle da doença, a fim de reajustá-lo a uma nova 
condição de vida. Fazem parte dessas medidas a fisioterapia, fisiatria, a terapia 
ocupacional e a colocação de próteses, por exemplo. Lida com a 
recuperação funcional de sequelas, que muitas vezes são irreversíveis. 
Enfim, as medidas preventivas à nossa disposição são inúmeras, e muitas 
delas devem ser incorporadas ao nosso estilo ou hábito de vida porque 
certamente contribuem para a manutenção de nossa qualidade de vida. 
"Após o controle da doença, as atividades que possam contribuir para a 
manutenção da nossa saúde. Um exemplo que vamos citar é sobre o trauma 
que já ocorreu, a sua gravidade também já está determinada. O que é 
necessário agora, é minorar ao máximo as consequências do que já 
aconteceu. E muito ajuda o que fica pelas nossas responsabilidades." Alunos 
Alguns Exemplos: 
1. Um paciente hipertenso o qual não teve uma prevenção secundária 
efetiva no controle dessa doença de base, pode sofrer um agravamento 
da pressão. 
2. Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, que tem 
monitoramento de profissionais de saúde, exercício físico orientado, 
dieta adequada, é livrado das situações de estresse do cotidiano, terá 
uma evolução muito lenta da patologia, diminuindo incrivelmente as 
possíveis complicações da doença. 
 
 
VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA 
 
Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a 
distribuição populacional e os fatores determinantes das enfermidades, danos 
à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas 
de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores 
que sirvam de suporte ao planejamento, administração, e avaliação das ações 
de saúde.” Almeida Filho & Rouquayrol, 1992. 
• Usos da epidemiologia: diagnóstico em saúde, vigilância epidemiológica; 
avaliação de programas e intervenções; pesquisas. 
Histórico: Antes da primeira metade da década de 60. “Observação sistemática 
e ativa de casos suspeitos ou confirmados de Doenças Transmissíveis”. 
Tratava-se da vigilância de pessoas, através de medidas de isolamento ou de 
quarentena. Eram ações aplicadas individualmente e não de forma coletiva. 
Após a primeira metade da década de 60, com a introdução das campanhas de 
Erradicação de doenças como a Varíola e Malária, foi organizada uma 
estrutura de vigilância tendo como objetivo a busca ativa de casos da doença, 
a fim de desencadear as ações destinadas a bloquear a transmissão. Que era 
desativada após o término do problema. 
Vigilância = vigiar= olhar= observar= conhecer. 
Em 1975, por recomendação da V Conferência Nacional de Saúde, foi 
instituído o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica - SNVE - Lei 
6259/75. Em 1976, o Decreto 78.231 Regulamentou o SNVE - incorporando o 
conjunto de Doenças Transmissíveis, então consideradas de maior relevância 
sanitária do país. Tentava-se compatibilizar as diversas estratégias 
operacionais de intervenção desenvolvidas para controlar doenças específicas. 
 
 
INDICADORES DE SAUDE 
Conceito: Indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante 
sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do 
desempenho do sistema de saúde. 
Conceito de Indicadores: É uma tentativa de estabelecer medidas por meio de 
relações, portanto de expressões numéricas como forma de aproximação da 
realidade de um dado fenômeno, fato, evento ou condição. 
Uso dos indicadores de saúde 
A utilização de indicadores de saúde, como todas as medidas em 
epidemiologia, pressupõe sua comparação no: TEMPO ESPAÇO 
A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar 
desde a simples enumeração de eventos à construção de indicadores 
sintéticos. 
Os Indicadores podem ser: 
• Números absolutos 
• Razões 
• Proporções 
• Taxas/Coeficientes 
• Índices 
• Indicadores sintéticos 
 
 
SANEAMENTO BÁSICO 
 
Definição Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o 
controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem 
exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. De outra 
forma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações 
socioeconômicas que têm por objetivo alcançar Salubridade Ambiental. 
A oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infraestrutura 
física e uma estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os 
seguintes serviços: - abastecimento de água às populações, com a qualidade 
compatível com a proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para a 
garantia de condições básicas de conforto; - coleta, tratamento e disposição 
ambientalmente adequada e sanitariamente segura de águas residuárias 
(esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícola; - 
acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos sólidos 
(incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de 
serviços, industrial e pública); - coleta de águas pluviais e controle de 
empoçamentos e inundações; - controle de vetores de doenças transmissíveis 
(insetos, roedores, moluscos, etc.); - saneamento dos alimentos; - saneamento 
dos meios transportes; - saneamento e planejamento territorial; - saneamento 
da habitação, dos locais de trabalho, de educação e de recreação e dos 
hospitais; e - controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústica e visual. 
É o estado de higidez (estado de saúdenormal) em que vive a população 
urbana e rural, tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou 
impedir a ocorrência de endemias ou epidemias veiculadas pelo meio 
ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento 
de condições mesológicas (que diz respeito ao clima e/ou ambiente) favoráveis 
ao pleno gozo de saúde e bem-estar. – 
Meio ambiente 
A Lei nº 6.938, de 31/8/1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação no Brasil, define: 
Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de 
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas 
as suas formas. 
Abordagem histórica 
 A importância do saneamento e sua associação à saúde humana remonta às 
mais antigas culturas. O saneamento desenvolveu-se de acordo com a 
evolução das diversas civilizações, ora retrocedendo com a queda das 
mesmas, ora renascendo com o aparecimento de outras. 
Os poucos meios de comunicação do passado podem ser responsabilizados, 
em grande parte, pela descontinuidade da evolução dos processos de 
saneamento e retrocessos havidos. Conquistas alcançadas em épocas 
remotas ficaram esquecidas durante séculos porque não chegaram a fazer 
parte do saber do povo em geral, uma vez que seu conhecimento era privilégio 
de poucos homens de maior cultura. Por exemplo, foram encontradas ruínas de 
uma civilização na Índia que se desenvolveu a cerca de 4.000 anos, onde 
foram encontrados banheiros, redes de esgoto nas construções e drenagem 
nas ruas. 
O antigo testamento da Bíblia apresenta diversas abordagens vinculadas às 
práticas sanitárias do povo judeu como, por exemplo, o uso da água para 
limpeza de roupas sujas que favoreciam o aparecimento de doenças 
(escabiose). Desta forma os poços para abastecimento eram mantidos 
tampados, limpos e longe de possíveis fontes de poluição. 
Existem relatos do ano 2000 a.C., de tradições médicas, na Índia, 
recomendando que a água impura devia ser purificada pela fervura sobre um 
fogo, pelo aquecimento no sol, mergulhando um ferro em brasa dentro dela ou 
podia ainda ser purificada por filtração em areia ou cascalho, e então resfriada. 
Das práticas sanitárias coletivas mais marcantes na antigüidade destacam-se a 
construção de aquedutos, banhos públicos, termas e esgotos romanos, tendo 
como símbolo histórico a conhecida Cloaca Máxima de Roma. 
Havia em Roma nove aquedutos para abastecimento, com extensão que 
variavam de 16 a 80 km e seção transversal de 0,65 a 4,65 m2 . Alguns 
autores estimaram a capacidade total de todos estes aquedutos e chegaram a 
uma vazão de 221,9 m3 .d-1 2,57 m3 .s-1, suficiente hoje para abastecer uma 
cidade 4 de 600.000 habitantes, admitindo-se uma demanda per capta de 
aproximadamente 300 L.d-1 . Entretanto, a falta de difusão dos conhecimentos 
de saneamento levou os povos a um retrocesso, originando o pouco uso da 
água durante a Idade Média, quando o consumo per capita de certas cidades 
européias chegou a 1 L por habitante por dia. 
Nessa época, houve uma queda nas conquistas sanitárias e 
consequentemente sucessivas epidemias. O quadro característico desse 
período é o lançamento de dejetos na rua. Nessa ocasião, a construção de 
aquedutos pelos mouros, o reparo do aqueduto de Sevilha em 1235, a 
construção de aqueduto de Londres com o emprego de alvenaria e chumbo e, 
em 1183, o abastecimento inicial de água em Paris, são obras que podem ser 
citadas. Somente no século passado é que se começou a dispensar maior 
atenção à proteção da qualidade de água, desde sua captação até sua entrega 
ao consumidor. 
Essa preocupação se baseou nas descobertas que foram realizadas a partir de 
então, quando diversos cientistas mostraram que havia uma relação entre a 
água e a transmissão de muitas doenças causadas por agentes físicos, 
químicos e biológicos. Ainda nos dias de hoje, mesmo com os diversos meios 
de comunicação existentes, verifica-se a falta de divulgação desses 
conhecimentos. 
Em áreas rurais a população consome recursos para construir suas casas sem 
incluir as facilidades sanitárias indispensáveis, como poço protegido, fossa 
séptica, etc. Assim sendo, o processo saúde versus doença não deve ser 
entendido como uma questão puramente individual e sim como um problema 
coletivo. No Brasil, pesquisas realizadas no início dos anos 90 pela Associação 
Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) e pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possibilitam uma visualização do 
quadro sanitário do país, evidenciando as condições precárias a que está 
exposta grande parte da população brasileira. 
Em 1991, o Brasil possuía uma população de 152,3 milhões de habitantes, 
sendo que 77% destes viviam em áreas urbanas e apenas 23% em áreas 
rurais. Do total da população brasileira, menos de 70% dos habitantes eram 
atendidos 5 por sistemas coletivos de abastecimento de água. 
Atualmente (2004), estatísticas do Ministério da Saúde revelam que cerca de 
90% da população urbana brasileira é atendida com água potável. O déficit, 
ainda existente, está localizado, basicamente, nos bolsões de pobreza, ou seja, 
nas favelas, nas periferias das cidades, na zona rural e no interior. Problemas 
recorrentes nos sistemas são devidos ao não cumprimento dos padrões de 
potabilidade pela água distribuída e a ocorrência de intermitência no 
abastecimento, comprometendo a quantidade e a qualidade da água distribuída 
à população. Além disso, o índice de perda é muito elevado principalmente em 
função de vazamentos e desperdícios. 
Com relação ao esgotamento sanitário, os dados são ainda mais 
impressionantes, uma vez que, em 1995, apenas 30% da população brasileira 
era atendida por redes coletoras. Neste mesmo período, o volume de esgoto 
tratado era extremamente baixo, com apenas 8% dos municípios apresentando 
unidades de tratamento. 
Mesmo nessas situações, em geral as estações de tratamento atendiam 
apenas uma parcela da população, as eficiências eram reduzidas e problemas 
operacionais eram bastantes freqüentes. Estatísticas atuais (2004) do 
Ministério da Saúde apresentam um número da ordem de 60% da população 
sendo atendida por redes coletoras de esgoto. As deficiências na coleta e a 
disposição inadequada do lixo, que é lançado a céu aberto na maioria das 
cidades, caracterizavam, 1995, um outro grande problema ambiental e de 
saúde pública. 
Além disso, em geral no Brasil, carências graves podem ser verificadas na área 
de drenagem urbana, submetendo diversos municípios a periódicas enchentes 
e inundações, além de problemas na área de controle de vetores, os quais vem 
provocando a ocorrências frequentes de endemias como o dengue, a 
leptospirose e a leishmaniose. 
Saúde e saneamento Sanear quer dizer tornar são, sadio, saudável. Pode-se 
concluir, portanto, que Saneamento equivale a saúde. Entretanto, a saúde que 
o Saneamento proporciona difere daquela que se procura nos hospitais e nas 
chamadas casas de saúde. É que para esses estabelecimentos são 
encaminhadas as pessoas que já estão efetivamente doentes ou, no mínimo, 
presumem que estejam. 
Ao contrário, o Saneamento promove a saúde pública preventiva, reduzindo a 
necessidade de procura aos hospitais e postos de saúde, porque elimina a 
chance de contágio por diversas moléstias. Isto significa dizer que, onde há 
Saneamento, são maiores as possibilidades de uma vida mais saudável e os 
índices de mortalidade - principalmente infantil - permanecem nos mais baixos 
patamares. 
O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de 
Saúde (OMS),desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o 
princípio orientador das ações de saúde em todo o mundo. Assim sendo, 
partese do pressuposto de que um dos mais importantes fatores determinantes 
da saúde são as condições ambientais. 
O conceito de saúde entendido como um estado de completo bem-estar físico, 
mental e social, não restringe ao problema sanitário ao âmbito das doenças. 
Hoje, além das ações de prevenção e assistência, considera-se cada vez mais 
importante atuar sobre os fatores determinantes da saúde. É este o propósito 
da promoção da saúde, que constitui o elemento principal da propostas da 
Organização Mundial de Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde 
(Opas). 
A utilização do saneamento como instrumento de promoção da saúde 
pressupõe a superação dos entraves tecnológicos políticos e gerenciais que 
têm dificultado a extensão dos benefícios aos residentes em áreas rurais, 
municípios e localidades de pequeno porte. A maioria dos problemas sanitários 
que afetam a população mundial estão intrinsecamente relacionados com o 
meio ambiente. 
Um exemplo disso é a diarreia que, com mais de quatro bilhões de casos por 
ano, é uma das doenças que mais aflige a humanidade (causa de 30% das 
mortes de crianças com menos de um ano de idade). Entre as causas dessa 
doença destacam-se as condições inadequadas de saneamento. Mais de um 
bilhão dos habitantes da Terra não têm acesso a habitação segura e a serviços 
básicos, embora todo ser humano tenha direito a uma vida saudável e 
produtiva, em harmonia com a natureza. 
No Brasil as doenças resultantes da falta ou de um inadequado sistema de 
saneamento, especialmente em áreas pobres, têm agravado o quadro 
epidemiológico. Estudos do Banco Mundial (1993) estimam que o ambiente 
doméstico inadequado é responsável por quase 30% da ocorrência de doenças 
nos países em desenvolvimento. 
Estimativa do impacto da doença devido à precariedade do ambiente 
doméstico nos países em desenvolvimento. Principais doenças ligadas à 
Principais doenças ligadas à precariedade do ambiente doméstico Problema 
ambiental Tuberculose Superlotação Diarréia Falta de saneamento, de 
abastecimento d’água, de higiene Doenças tropicais Falta de saneamento, má 
disposição do lixo, foco de vetores de doenças na redondeza Verminoses Falta 
de saneamento, de abastecimento d’água, de higiene Infecções respiratórias 
Poluição do ar em recinto fechado, superlotado Doenças respiratórias crônicas 
Poluição do ar em recinto fechado Câncer do aparelho respiratório Poluição do 
ar em recinto fechado. 
Investir em saneamento é a única forma de se reverter o quadro existente. 
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que para cada R$1,00 
investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 na área de medicina 
curativa. 
Entretanto, é preciso que se veja o outro lado da moeda, pois o homem não 
pode ver a natureza como uma fonte inesgotável de recursos, que pode ser 
depredada em ritmo ascendente para bancar necessidades de consumo que 
poderiam ser atendidas de maneira racional, evitando a devastação da fauna, 
da flora, da água e de fontes preciosas de matérias-primas. 
Pode-se construir um mundo em que o homem aprenda a conviver com seu 
hábitat numa relação harmônica e equilibrada, que permita garantir alimentos a 
todos sem transformar as áreas agricultáveis em futuros desertos. 
Para isso, é necessário que se construa um novo modelo de desenvolvimento 
em que se harmonizem a melhoria da qualidade de vida das suas populações, 
a preservação do meio ambiente e a busca de soluções criativas para atender 
aos anseios de seus cidadãos de ter acesso a certos confortos da sociedade 
moderna.

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