Buscar

Direito clássico e Direito pós clássico)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O Direito Romano Clássico inicia-se entre os anos 149-126 a.C., durante o período da República Romana. É o momento mais importante da história do direito, permeando o ápice da história romana e perdurando até 305 d.C., já no Dominato (ou Baixo Império).
Nessa fase em que a cidade imperial anexa todo o entorno do Mar Mediterrâneo, fundando sua riqueza no comércio e no trabalho escravo, o direito perde as características arcaicas (formalismo, materialismo e religiosidade), tornando-se um pouco mais simples e adequado à velocidade das transações mercantis.
No plano das ideias, o individualismo que já caracterizou outros direitos como o egípcio, o mesopotâmico e o grego, ganha seus contornos mais acentuados. O cidadão romano, individualmente considerado, é reconhecido enquanto proprietário, enquanto agente que celebra contratos, enquanto pessoa que transmite seu patrimônio entre vivos e após a morte. Desenvolvem-se as noções de propriedade privada, posse, obrigações, contratos e responsabilidade civil.
Além disso, o direito torna-se laico, ou seja, perde suas características religiosas. Isso leva ao gradativo desaparecimento do formalismo e do materialismo, surgindo um esboço da concepção voluntarista, respeitando a intenção dos sujeitos de direito acima dos rituais praticados ou não.
A ciência jurídica poderá desenvolver-se sem as amarras religiosas, chegando ao ápice. Inúmeros grandes autores da história do direito romano, como Gaio e Ulpiano, produziram suas obras no período.
Com transformação da cidade em um enorme Império, aos poucos a cidadania começa a atingir novas pessoas, mesmo aquelas fora das fronteiras urbanas iniciais. Uma cidadania diferenciadaganha contornos, havendo uma diferenciação entre o cidadão de Roma e o cidadão oriundo de outros povos que habitam dentro das fronteiras imperiais.
Na prática, podemos constatar que mais e mais pessoas passam a ser vistas como portadoras de direito. Essa expansão pode ser explicada pela necessidade de coesão interna e pela articulação comercial do Império.
O Período Clássico apresenta o maior volume de fontes do direito da história jurídica romana. Ao menos quatro tipos diferentes de direitos convivem:
O Ius Civile, já destacado no período clássico, ou direito dos cidadãos originários de Roma, contendo a maior quantidade de direitos, derivados dos costumes originários;
O Ius Gentium, ou Direitos das Gentes, cidadania diferenciada que foi sendo concedida aos povos do Império Romano, contendo alguns dos direitos derivados do direito civil;
O Ius Honorarium, ou Direito dos Pretores, normas jurídicas que passam a ser feitas pelos Pretores, por meio dos Editos, com a finalidade de indicar os direitos que reconheceriam nas demandas judiciais mas que terminam criando novos direitos ou atenuando as características de formalismo e materialismo do Direito Arcaico;
O Ius Extraordinarium, ou Direito do Imperador, normas jurídicas que derivam de manifestações do Imperador sobre casos concretos ou abstratos, inicialmente de modo excepcional.
Esses direitos possuíam fontes específicas das normas jurídicas:
Os costumes, a doutrina e as leis arcaicas, fontes tradicionais do Jus Civile, enfraquecem durante o período clássico;
Os Editos dos Pretores, fontes do Ius Honorarium, eram muito fortes incialmente, sendo a principal fonte da primeira fase do período clássico, mas enfraquecem depois. A rigor, quando um Pretor tomava posse de seu cargo, ele criava um documento, o Edito, para indicar quais direitos reconheceria em seu Fórum. Esse documento, como citado, passa a criar e modificar direitos. Durante a segunda fase do período, todavia, o Pretor é proibido pelo Imperador de inovar no Editos, que perdem importância;
As Constituições Imperiais, ou leis do Imperador, eram as fontes mais relevantes do Ius Extraordinarium. Parecidas com as nossas leis atuais, continham regras gerais e abstratas criadas pelo próprio Imperador. Tornam-se cada vez mais frequentes na segunda metade do período clássico, sendo a única fonte a ficar crescentemente mais forte.
Do que foi dito, podemos concluir que o Direito Clássico terminará com uma grande fonte do direito, as Constituições Imperiais.

Continue navegando