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PSICOPATOLOGIA CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Dr. Jefferson Cabral Azevedo MACAÉ PSICOPATOLOGIA: Módulo 1 OBJETIVOS: 1. Levar o aluno a conhecer a história de fundação da psicopatologia; 2. Discriminar as concepções de normalidade e patologia em psicopatologia; 3. Apresentar as principais escolas psicopatológicas; 4. Apresentar os princípios gerais da classificação diagnóstica em psicopatologia. Alguns conceitos iniciais... • Psicopatologia é um ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental, suas causas, as mudanças estruturais e suas formas de manifestação. Ela pode ser definida, em uma acepção mais ampla, como: conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano. Alguns conceitos iniciais... Semiologia médica: estudo dos sintomas e sinais da doença, que permite identificar alterações físicas e mentais, ordenar os fenômenos observados, formular diagnósticos e empreender terapêuticas. De um modo geral, a semiologia, ou semiótica, é a ciência dos signos: • O signo é um tipo de sinal, como por exemplo, na semiologia médica, a febre pode ser um sinal/signo de uma infecção ou inflamação; • A fala extremamente rápida e fluente pode ser um sinal/signo de uma síndrome maníaca. O signo transcende a esfera da língua: gestos, atitudes, comportamentos não verbais, etc. A semiologia psicopatológica trata particularmente dos signos que indicam a existência de sofrimento mental, transtornos e patologias. Os signos de maior interesse para a psicopatologia são os sinais comportamentais objetivos, as vivências subjetivas relatadas pelo paciente e suas queixas. Alguns conceitos iniciais... Alguns conceitos iniciais... Síndrome: agrupamento/conjunto de sinais e sintomas relativamente constantes e estáveis. – Sinais: objetivos, observáveis e mensuráveis; dados elementares; – Sintomas: vivências subjetivas relatadas pelos pacientes, suas queixas, aquilo que o sujeito experimenta e comunica a alguém; não é mensurável. Entidades nosológicas, ou transtornos são fenômenos mórbidos nos quais se podem identificar ou presumir determinados fatores: etiologia (causas); curso de desenvolvimento homogêneo; estados terminais típicos; mecanismos psicológicos e psicopatológicos característicos; antecedentes genético e familiares específicos e; respostas ao tratamento previsíveis. Alguns conceitos iniciais... Alguns conceitos iniciais... ...o sentido e o valor de um signo dependem necessariamente das relações que ele mantém com os outros signos do sistema total, por exemplo da ausência ou presença de outros. Em psicopatologia essa análise não pode prescindir de uma análise do universo cultural do paciente e do profissional. Fundamental é a observação minuciosa, atenta e perspicaz do comportamento do paciente, o conteúdo do seu discurso e o seu modo de falar, sua mimica, postura, vestimenta, a forma como reage, seu estilo de relacionamento com o entrevistador, com outros pacientes e com seus familiares. “A Psicopatologia é o conhecimento que visa ser científico, não inclui critérios de valor, nem aceita dogmas ou verdades a priori. O psicopatólogo não julga moralmente o seu objeto, busca apenas observar, identificar e compreender os diversos elementos da doença mental. O psicopatólogo rejeita qualquer tipo de dogma, seja ele religioso, filosófico, psicológico ou biológico; o conhecimento que busca está permanentemente sujeito a revisões, críticas e reformulações” (Dalgalarrondo, 2000: p22). Lembre-se Forma e Conteúdo dos Sintomas Podemos organizar os sintomas psicopatológicos em dois grupos básicos: – a forma do sintoma, isto é, sua estrutura básica, relativamente semelhante nos diversos pacientes (alucinação, delírio, etc.) e, – seu conteúdo, ou seja, aquilo que preenche (o recheio) a alteração estrutural (conteúdo de culpa, religioso, de perseguição, etc.). O conteúdo geralmente é mais pessoal e depende da história de vida do paciente De um modo geral, os conteúdos dos sintomas estão relacionados aos temas centrais da existência humana, como a sobrevivência, segurança, sexualidade, dinheiro, poder e prestígio, buscando prazer e/ou segurança e controle sobre o outro O que é normal? O conceito de normalidade em psicopatologia é uma questão de grandes controvérsias, pois a normalidade pode variar, e muito, com a cultura, a ideologia e a vivência de cada indivíduo. Casos extremos, onde as alterações comportamentais e mentais são de intensidade acentuada e de longa duração, o delineamento das fronteiras entre o normal e o patológico não é tão problemático. Por outro lado, há muitos casos nos quais a delimitação entre o normal e o patológico é bastante difícil. – Há vários critérios de normalidade e anormalidade em psicopatologia, e a adoção de um ou de outro depende, entre muitas coisas, das opções filosóficas, ideológicas e pragmáticas do profissional, além de variarem consideravelmente em função dos fenômenos específicos com os quais trabalhamos Principais Critérios de “Normalidade” em Psicopatologia Normalidade como ausência de doença: – A saúde é o silêncio dos órgãos; – Ausência de sinais e sintomas de doenças. Normalidade ideal - utopia: – Estabelece-se arbitrariamente o que é sadio e evoluído. Normalidade estatística: – Identifica norma e frequência. Aplica-se a fenômenos quantitativos, com determinada distribuição estatística na população. Normalidade como bem-estar: – OMS: saúde é o estado completo de bem-estar físico, mental, social e espiritual – Conceito vasto e impreciso Normalidade funcional: – Baseia-se em aspectos funcionais. O fenômeno é considerado patológico a partir do momento que se torna disfuncional. Normalidade como processo: – considera aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das estruturações, desestruturações e reestruturações, crises e mudanças próprias a idade (muita utilidade para pediatria e geriatria) Normalidade subjetiva: – É dado ênfase na percepção do indivíduo em relação a seu estado de saúde. Normalidade como liberdade – A doença mental seria a perda da liberdade existencial Principais Critérios de “Normalidade” em Psicopatologia Principais Escolas em Psicopatologia: Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos Psicopatologia Descritiva: – interessa-se pela forma das alterações psíquicas, a estrutura dos sintomas, aquilo que caracteriza a vivência patológica como sintoma mais ou menos típico. De uma maneira geral, podemos dizer que a função da psicopatologia descritiva seria a de descrever e rotular os sintomas. Psicopatologia Dinâmica: – interessa-se pelo conteúdo das vivências, os movimentos internos dos afetos, desejos e temores do indivíduo, sua experiência particular e pessoal, não necessariamente classificável em fenômenos previamente descritos como na descritiva. “ Psicopatologia Médica: – noção de homem centrada no corpo, no ser biológico; – a doença mental seria apenas um mau funcionamento do cérebro. Psicopatologia Existencial: – O doente é visto como “existência singular”; o ser é construído pela experiência particular de cada sujeito, na sua relação com outros sujeitos; – A doença é vista como um modo particular de existir, uma forma trágica de ser no mundo, um modo particularmente doloroso de ser com os outros. Principais Escolas em Psicopatologia: Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos Psicopatologia Comportamental-Cognitiva: – As representações conscientes são vistas como essenciais ao funcionamento mental, normal e patológico. – Os sintomas resultam de comportamentos e representações cognitivas disfuncionais, aprendidas e reforçadas pela experiência sociofamiliar. PsicopatologiaPsicanalítica: – Os sintomas são considerados formas de expressão de conflitos, predominantemente inconscientes, de desejos que não podem ser realizados, de temores a que o indivíduo não tem acesso. – O sintoma é uma formação de compromisso, um arranjo entre o desejo inconsciente, as normas e as permissões culturais e as possibilidades reais de satisfação desse desejo. Principais Escolas em Psicopatologia: Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos Psicopatologia Operacional- Pragmática: – Os transtornos mentais e dos sintomas são formuladas e tomadas de modo arbitrário, em função de sua utilidade pragmática, clínica ou para pesquisa – Modelo adotado pelas classificações atuais: DSM-V TR e CID-10. Psicopatologia Biológico: – Baseada em princípios neuroquímicos ou neurofisiológicos das doenças e dos sintomas mentais. Principais Escolas em Psicopatologia: Multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS: PRINCÍPIOS GERAIS DO PSICODIAGNÓSTICO • O estudo da doença mental inicia-se pela observação cuidadosa de suas manifestações. • A observação articula-se dialeticamente com a ordenação dos fenômenos: – isto supõe que para observarmos, precisamos produzir definições, classificações, interpretar e ordenar. Para a Psicopatologia existem três tipos de fenômenos: – Fenômenos semelhantes em todas as pessoas • Todo homem sente medo de um animal perigoso, a ansiedade perante uma prova difícil, o desejo por alguém amado, etc. – Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes • São os fenômenos que o homem comum experimenta, mas que apenas em parte é semelhante ao que o doente mental experimenta. • Ex.: todo homem sente tristeza, mas a alteração profunda que um paciente deprimido sente é qualitativamente diferente e novo para o sujeito – Fenômenos qualitativamente novos • Fenômenos novos, próprios apenas de certas doenças e estados mentais patológicos: alucinações, delírios, turvação da consciência, etc. ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS: PRINCÍPIOS GERAIS DO PSICODIAGNÓSTICO Consciência, atenção e orientação: principais características e alterações PSICOPATOLOGIA: Módulo 2 CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo OBJETIVOS 1. Levar o discente a conhecer as principais definições psicológica, neuropsicológica e ético-filosófica de consciência; 2. Proporcionar ao discente o conhecimento das alterações normais e patológicas (síndromes associadas ao rebaixamento do nível de consciência; alterações qualitativas da consciência); 3. Apresentar definição psicopatológica clássica do fenômeno da atenção; discriminação da sua perspectiva psicológica contemporânea e principais anormalidades; 4. Levar o discente a discriminar orientação espacial e temporal e conhecer os vários tipos de desorientação. LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES PSÍQUICAS ISOLADAMENTE A separação da vida mental em funções e áreas distintas é um procedimento essencialmente teórico: – Útil: porque permite o estudo detalhado e aprofundado de determinados fatos normais e patológicos; – Arriscado: facilmente acreditamos na autonomia dos fenômenos, como se tivessem vida própria. É sempre a pessoa que adoece, e não parte dela: – Os sintomas são ligados estruturalmente entre si; – A psicopatologia centra-se na pessoa, nas síndromes e não apenas nos sintomas. As alterações de funções isoladas constituiriam objeto da neurologia, da neuropsicologia ou da neurofisiologia, da psicopedagogia: – Exemplo: as alucinações durante as intoxicações não são iguais às do esquizofrênico, do histérico, ou as que aparecem no extremo cansaço. Há uma relação dialética e complexa entre o conhecimento do elementar e do global LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES PSÍQUICAS ISOLADAMENTE A CONSCIÊNCIA E SUAS ALTERAÇÕES DEFINIÇÕES BÁSICAS LATIM: – Consciência = cum (com) + scio (conhecer) PORTUGUÊS – Definição neuropsicológica: • estado vigil, estado de estar desperto, acordado, vigilante, lúcido – Definição psicológica: • soma total das experiências conscientes de um indivíduo em um determinado momento; • dimensão da atividade psíquica que se volta para a realidade Definição ético-filosófica: • capacidade de conhecer e compreender os direitos e deveres éticos e morais de uma determinada cultura; • atributo do homem desenvolvido e responsável, engajado na dinâmica sociocultural na qual está inserido • Uma psicologia voltada para o dualismo: mente-corpo, considera a consciência como algo passivo, um local onde estariam impressas as marcas dos objetos do mundo • Em oposição estaria uma psicologia mais dinâmica, como um conceito de consciência ativo que produz sentido para os objetos que se lhe apresentam através dos sentidos – A consciência seria sempre a consciência de algo, necessariamente dependente da inter-relação homem-mundo DEFINIÇÕES BÁSICAS SARA Sistema Ativador Reticular Ascendente • O conceito de sistema reticular ativador (SRAA) ou SARA, desenvolvido por Moruzzi e Magoun (1949), afirma que a capacidade de estar desperto e agir conscientemente de pende da atividade do tronco cerebral e do diencéfalo, os quais exercem poderosa influência sobre os hemisférios cerebrais, ativando e mantendo o tônus necessário para seu funcionamento. DEFINIÇÕES BÁSICAS O conceito de consciência divide-se em dois grandes grupos: – Campo: foco ou parte central mais iluminada; – Margem: franja ou umbral – periferia menos iluminada = inconsciente • Onde ocorrem os automatismos mentais e os estados subliminares. Para a Psicanálise o inconsciente seria determinante para a vida psíquica e a Estrutura mental mais importante do psiquismo humano: – CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO INCONSCIENTE: 1. atemporalidade; 2. isenção de contradição; 3. princípio do prazer; 4. processo primário. – Não é deste conceito de inconsciente que trata a Psicopatologia: inconsciente para a psicopatologia é a ausência de consciência relacional DEFINIÇÕES BÁSICAS ALTERAÇÕES NORMAIS SONO NORMAL: – Estágio I: leve e superficial; – Estágio II: menos superficial; – Estágio III: sono profundo com EEG mais lentificado; – Estágio IV: sono mais profundo. – Sono REM: – “...não se encaixa em nenhuma dessas quatro fases. Sua duração total em uma noite perfaz de 20 a 25% do tempo total de sono. É um estágio peculiar, cujo padrão do EEG é semelhante ao estágio I. O sono REM não é, entretanto, nem um sono leve nem profundo, mas um tipo de sono qualitativamente diferente. Caracteriza-se por uma instabilidade do sistema nervoso autônomo simpático, com variações das frequências cardíaca e respiratória, pressão arterial, débito cardíaco e fluxo sanguíneo cerebral” (p.93) ALTERAÇÕES NORMAIS SONHO: – Alteração normal da consciência; – Experiência humana fascinante e enigmática; – Ao contrário do que se pensava no passado, sonhar não é algo raro: • A maioria das pessoas sonha várias vezes durante uma noite, apenas não lembra da grande parte dos seus sonhos (acordar após 8 min do sono REM, normalmente não haverá lembrança do sonho); • São vivências basicamente visuais, raramente envolvem os outros sentidos. • O significado envolve controvérsias. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DA CONSCIÊNCIA: rebaixamento do nível de consciência: 1. Obnubilação ou turvação: rebaixamento de leve a moderado • Diminuição da clareza dos sentidos, lentidão da compreensão e dificuldade de concentração • O paciente tem dificuldade de integrar as informações sensoriais oriundas do ambiente • O pensamento pode estar levemente confuso 2. Sopor: turvação da consciência na qual o paciente só desperta por fortes estímulos:• O paciente presenta-se sonolento, baixo poder de reação e incapacidade de espontaneidade 3. Coma: não há possibilidade de atividade voluntária consciente: • Reflexos oculares errantes, aleatórios, cabeça de boneca, etc. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA Delirium: quadro confusional agudo: • OBS: O delirium diz respeito, portanto, aos vários quadros com rebaixamento leve a moderado do nível de consciência, acompanhados de – Desorientação temporo-espacial; – Dificuldade de concentração; – Agitação ou lentificação psicomotora; – Perplexidade; – Ansiedade em graus variáveis; – Ilusões ou alucinações; – Variação ao longo do dia, piora ao anoitecer. SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA Estado Onírico: estado semelhante a um sonho vívido: – Atividade alucinatória visual com caráter cênico – Cenas complexas – Carga emocional marcante (angústia, terror e pavor), por vezes com sudorese intensa – Amnésia consecutiva – Causas: psicoses tóxicas, síndromes de abstinência (delirium tremens), quadros febris tóxico-infecciosos SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA CONSCIÊNCIA: estados alterados com alteração parcial ou focal do campo da consciência: – Transtornos focais ou do conteúdo da consciência: 1. Estados crepusculares: estreitamento transitório do campo, afunilamento da consciência com atividade psicomotora mais ou menos coordenada, permitindo atos automáticos (frequência de atos explosivos) 2. Estado segundo: Estado patológico transitório semelhante ao estado crepuscular, caracterizado por uma atividade psicomotora coordenada, a qual, entretanto permanece estranha a personalidade do sujeito acometido e não se integra a ela. Atos extravagantes, incongruentes e contradição com a educação recebida pelo sujeito. – Quadros histéricos agudos, pacientes epilépticos e intoxicações: 3. Dissociação da consciência: fragmentação ou divisão do campo da consciência, o paciente “desliga “ da realidade para parar de sofrer. SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA Transtornos focais ou do conteúdo da consciência: 3. Transe: dissociação com atividade motora automática, estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários, com presença de sugestionabilidade: 1. Transe religioso: culturalmente contextualizado e sancionado; 2. Transe histérico: estado dissociativo da consciência relacionados a conflitos interpessoais e transtornos psicopatológicos. 4. Estado hipnótico: estado reduzido e estreitado, com atenção concentrada: – Presença de sugestionabilidade; – Atenção concentrada no hipnotizador. ATENÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES: Módulo 3 CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo ATENÇÃO DEFINIÇÃO: é a direção da consciência; “estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto”(p.102). A atenção se refere ao conjunto de processos psicológicos que torna o ser humano capaz de selecionar, filtrar e organizar as informações em unidades controláveis e significativas. • Mecanismos neuronais da atenção: – lobos frontais; – estruturas límbicas mesotemporais; • Há interesse afetivo: atração, motivação e carga emocional. Para Dalgalarrondo (2008) há certo consenso de que os aspectos motivacionais e afetivos da atenção, mobilizados em áreas límbicas, devam interagir com aspectos de seleção e hierarquização da atividade consciente, elaborados em áreas pré- frontais e parietais, produzindo um vetor final, a saber: a atividade atencional do indivíduo. PSICOLOGIA DA ATENÇÃO Tipos básicos de atenção: – Atenção voluntária • É a concentração ativa e intencional da consciência sobre um objeto. – Atenção espontânea • Interesse momentâneo, incidental, que desperta este ou aquele objeto; • Aumentado nos estados mentais nos quais há um descontrole voluntário da atividade mental. Direção da atenção – Atenção externa: projetada para fora do mundo subjetivo, voltada para o mundo exterior ou para o corpo (natureza mais sensorial); – Atenção interna: direcionada para os processos mentais do próprio indivíduo; mais reflexiva, introspectiva e meditativa. PSICOLOGIA DA ATENÇÃO Amplitude: – Atenção focal: se mantém concentrada sobre um campo determinado e relativamente delimitado e restrito da consciência – Atenção seletiva: capacidade de selecionar estímulos e objetos específicos: • Estabelecimento de prioridades da atividade consciente do indivíduo diante de um conjunto amplo de estímulos ambientais. – Atenção sustentada: manutenção da atenção seletiva sobre determinado estímulo ou objeto, permitindo a execução de tarefas específicas e a consecução de objetivos pré-fixados. ‒ Tenacidade: capacidade de fixação sobre determinada área ou objeto (estímulo); ‒ Vigilância: qualidade que permite a mudança de foco de um objeto para outro; – Atenção dispersa: não há concentração em um campo determinado, espalha-se por vários campos sem reter/concentrar em um específico. PSICOLOGIA DA ATENÇÃO PSICOLOGIA DA ATENÇÃO Atenção flutuante: – Objeto de trabalho de psicólogos e psicanalistas; – Estado onde não há privilégio prévio de nenhum elemento da fala ou do comportamento do paciente; – Funcionamento livre da atividade mental do profissional, suspendendo ao máximo as motivações, os desejos e planos de si; – Estado artificial, cultivado por necessidade técnica do processo: • Envolve também a ética profissional – Estado que permite que a atenção esteja livre para a experiência do aqui e agora e tudo o que surge deste momento de experiência mútua. ANORMALIDADES DA ATENÇÃO APROSEXIA: – Abolição da capacidade de atenção. HIPOPROSEXIA: – Perda básica da capacidade de concentração, com fadigabilidade aumentada; – Dificulta a percepção dos estímulos ambientais e a compreensão • Lembrança difícil e imprecisa, com dificuldade crescente em todas as atividades psíquicas complexas. HIPERPROSEXIA: – Estado exacerbado, com tendência incoercível e obstinação a se manter fixada sobre determinado objeto com infatigabilidade. DISTRAÇÃO: – Não há déficit, mas superconcentração ativa sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição do resto: • Hipertenacidade e hipovigilância. DISTRAIBILIDADE: – Estado patológico de instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária; – Dificuldade ou incapacidade para se fixar em qualquer atividade que implique esforço produtivo. ANORMALIDADES DA ATENÇÃO OBS: Transtornos do humor (depressão e transtorno bipolar), transtorno obsessivo-compulsivo(TOC), esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção (TDHA) são os que mais apresentam alterações de atenção. Diminuição da Atenção voluntária Aumento da Atenção espontânea: Hipervigilância Hipotenacidade Diminuição geral Atenção geral (hipoprosexia): Hipertenacidade Hipovigilância MANIA DEPRESSÃO ANORMALIDADES DA ATENÇÃO – No Transtorno obsessivo compulsivo (TOC): apresenta atenção ou vigilância excessiva e desregulada. O paciente demonstra alterações no controle executivo, na memória de trabalho e na seleção de respostas. – Na esquizofrenia: o déficit de atenção é central. A filtragem da informação irrelevante geralmente consiste em uma dificuldade importante. Pacientes esquizofrênicos costumam ter dificuldade em anular adequadamente estímulos sensoriais irrelevantes enquanto realizam determinada tarefa. – No transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH): há dificuldade marcante de prestar atenção a estímulos internos e externos, pois o paciente tem a capacidade prejudicada em organizare completar tarefas e dificuldade de controlar comportamentos e impulsos. ANORMALIDADES DA ATENÇÃO ORIENTAÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES: Módulo 4 CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo ORIENTAÇÃO Definições básicas: “A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e a ambiente é um elemento básico da atividade mental. A avaliação da orientação é um instrumento valioso para a verificação das perturbações do nível de consciência. Muitas vezes verifica-se que a consciência está turva, levemente rebaixada, ao se investigar a orientação do indivíduo” (Dalgalarrondo, p.109) — Tudo o que impede a apreensão de dados objetivos e sua incorporação à experiência é causa de desorientação; — Alguns distúrbios em outras funções psíquicas podem resultar em desorientação, sem que haja comprometimento do nível de consciência; — Pode ocorrer uma experiência de dupla orientação: vivência simultânea de dois mundos o real e o psicótico (desorientação delirante). ORIENTAÇÃO ORIENTAÇÃO Tipos de orientação: – Autopsíquica: em relação a si mesmo; – Alopsíquica: em relação ao mundo: • Temporal: indica se o paciente sabe em que momento cronológico estamos vivendo, a hora do dia, se é manhã ou tarde, o dia da semana, o dia do mês, o mês do ano, o ano em que estamos, o ano em que nasceu; • Espacial: compreensão do local onde está, a instituição onde ocorre a entrevista, o andar, o bairro, a cidade, o estado o país. ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO Desorientação: “desorientação ocorre primeiramente quanto ao tempo, e só após o agravamento do transtorno é que o indivíduo desorienta-se quanto a espaço e quanto a si mesmo” ( p. 110) Tipos de desorientação: – Torporosa ou Confusa: redução do nível de consciência; – Amnéstica: déficit de memória de fixação; – Apática ou Abúlica: apatia ou desinteresse profundos; – Delirante; – Oligofrênica: por déficit intelectual; – Por desagregação: estados psicóticos graves e crônicos. Senso-percepção Módulo 5 CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo Senso-percepção: definições básicas e principais alterações OBJETIVO: Proporcionar ao discente o conhecimento de: 1. noções discriminatórias dos fenômenos da sensação e percepção; 2. delimitação dos conceitos de imagem e representação; 3. diferenciação entre os fenômenos ilusórios e alucinatórios; 4. aprofundamento do saber sobre os vários tipos de alucinação, suas principais características e correlações com alguns Transtornos Mentais; CONCEITOS BÁSICOS ESTÍMULOS AMBIENTAIS OLFATO – AUDIÇÃO – TATO – PALADAR – VISÃO - EQUILIBRIO RECEPTORES NEURAIS SENSAÇÕES CONCEITOS BÁSICOS Definições básicas: O ambiente fornece constantemente informações sensoriais ao organismo, que, por intermédio delas, auto regula-se e organiza suas ações voltadas à sobrevivência ou à interação social. (p.118) SENSAÇÃO: Fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. PERCEPÇÃO: – Tomada de consciência do estímulo sensorial; – Engloba as dimensões neuropsicológica e psicológica. APERCEPÇÃO: – Processo através do qual um novo conteúdo se articula a conteúdos semelhantes já dados - reconhecimento pleno. CONCEITOS BÁSICOS IMAGEM PERCEPTIVA REAL: o fenômeno em si. O elemento básico do processo sensorial é a imagem. Características: • Nitidez – a imagem é nítida e seus contornos são precisos; • Corporeidade - a imagem tem luz, brilho e cores vivas; • Estabilidade – a imagem não muda de uma hora para outra. • Extrojeção – a imagem vinda do exterior e perceba neste espaço. • Ininfluenciabilidade – o indivíduo não consegue alterar de forma voluntária a imagem percebida; • Completude – a imagem apresenta desenho completo com todos os detalhes diante do observador. IMAGEM REPRESENTATIVA OU MNÊMICA: recordação/imaginação do fenômeno. Representação é a reapresentação de uma imagem na consciência, sem a presença do real, externa, do objeto que, em um primeiro momento, gerou uma imagem sensorial. Características: • Pouca nitidez - os contornos são borrados; • Pouca corporeidade – não apresenta vida de uma imagem real; • Instabilidade – a representação aparece e desaparece; • Introjeção – é percebida no espaço interno; • Incompletude – a representação demonstra contornos indeterminados e falta detalhes. CONCEITOS BÁSICOS Subtipos: imagem eidética (memória) e pareidolia (fantasia): – Imagem Eidética: • É considerado a evocação de uma imagem guardada na memória, ou seja, de uma representação, de forma muita precisa, com características semelhantes à percepção. – Imagem Pareidolia: • São imagens visualizadas voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do ambiente. Ao olhar uma nuvem e poder ver nela uma gato ou um elefante. Olhar uma folha com manchas imprecisas e visualizar um determinado objeto. CONCEITOS BÁSICOS CONCEITOS BÁSICOS IMAGINAÇÃO: atividade psíquica voluntária que evoca imagens; não há estímulos sensoriais. FANTASIA: uma produção imaginativa; é um produto da imaginação organizado (começo- meio-fim) – Frequente em crianças; – Dominantes em personalidade histriônicas; – Quando funcional ajuda a lidar com frustrações, situações difíceis e situações que exijam criatividade. • “O mais vivo pensamento é ainda inferior à mais embotada das sensações” (p.121) ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS: – Hiperestesia: percepção anormalmente aumentada. • Quando surge? Intoxicações por drogas alucinógenas, epilepsia, enxaqueca, hipertireoidismo, esquizofrenia (principalmente na fase aguda) e mania; – Hipoestesia: percepção anormalmente reduzida • Quando surge? Quadros depressivos e intoxicações por drogas imunodepressoras: – Analgesia, Parestesias (alterações táteis sem dor) disestesias (alterações táteis) • Quando surgem? Alterações neurológicas e em pacientes histéricos, hipocondríacos, somatizadores e pacientes sob estado de estresse intenso (agudo ou crônico) ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO ALTERAÇÕES QUALITATIVAS: ILUSÕES E ALUCINAÇÕES – ILUSÕES: • Percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente por fatores patológicos diversos ou situações adversas. • Quando surgem? – Estados de rebaixamento de consciência; – Fadiga grave ou intenção; – Estados afetivos intensos; • Tipos mais comuns: – Visuais – Auditivas ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO ALUCINAÇÕES: • Percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença de um estímulo sensorial real • Tipos mais comuns: –Auditivas » Sonorização do pensamento » Eco do pensamento » Publicação do pensamento ALUCINAÇÕES: – Musicais: audição de tons musicais, ritmos e harmonias. são encontradas geralmente em mulheres idosas, mas são raras. – Visuais: podem ser: • Visuais complexas – incluem imagens de pessoas vivas ou mortas ou de entidades. • Visuais cenográfica: quarto pegando fogo... • Visuais liliputiana: vê cenas com personagens diminutos. ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO ALUCINAÇÕES: – Táteis - O paciente sente espetadas, choques ou insetos andando pelo corpo. Encontra-se principalmente na esquizofrenia. Podem ser também: • Cenestésicas e cinestésicas - alteração da percepção de órgãos e vísceras. Ex. sente o cérebro diminuir. – Olfativas e gustativas – São raras. Ex. sentir odor de coisas podres ou sentir gosto de sangue na boca. – Funcionais - Diferem da ilusão por serem apenas desencadeadas por estímulos reais, não são distorções – Combinadas – Combinas várias modalidades de alucinação. – Hipnagógicas(adormecendo) e hipnopômpicas (acordando) – na transição do estanho sono-vigília. ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO ALUCINAÇÕES: – ALUCINOSES: • O paciente não crê nas suas alucinações; • O paciente permanece consciente de que aquilo é um fenômeno estranho, patológico; • Comum em quadros psico- orgânicos; • O nível de consciência se mantém preservado e o paciente tem boa crítica em relação a sua vivência alucinatória; Memória e suas alterações CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo Memória e suas alterações • A memória é a capacidade de registrar manter e evocar as experiências e os fatos ocorridos. A capacidade de memorizar relaciona-se intimamente com o nível de consciência, com atenção e com o interesse afetivo. Tudo que a pessoa aprende em sua vida depende intimamente da capacidade de memorização. MEMÓRIA O conceito de memória prende-se com a capacidade de armazenar, processar e recuperar informações que vêm do exterior. Por outras palavras, ela é um sistema de armazenamento e recuperação de informação. Tipos de memória: No campo de estudo da memória biológica humana, podem-se distinguir, de modo genérico, os seguintes memórias: – Memória cognitiva: É a atividade altamente diferenciada do sistema nervoso, que permiti ao indivíduo registrar, conservar e evocar, a qualquer momento, os dados aprendidos da experiência. – Memória genética: Conteúdos de informações biológicas adquiridos ao longo da história filogenética. – Memória imunológica: Informações registradas e potencialmente recuperáveis pelo sistema imunológico. – Memória coletiva: Conhecimentos e práticas culturais Memória e suas alterações Como um processo, a memória refere-se aos mecanismos dinâmicos associados à retenção e à recuperação da informação sobre a experiência passada. Sistema formado por três fases: - CODIFICAÇÃO: consiste em transformar a informação que nos chega através dos sentidos em representações mentais armazenadas; PROCESSO DA MEMÓRIA - ARMAZENAMENTO: consiste na conservação da informação durante um certo tempo, variável em função da necessidade que se tem dessa informação; PROCESSO DA MEMÓRIA - EVOCAÇÃO: consiste na recuperação da informação previamente armazenada. PROCESSO DA MEMÓRIA ARQUITETURA DA MEMÓRIA Três tipos de armazenamento da memória: 1) Armazenamento Sensorial – retenção extremamente breve das informações e limitação a uma modalidade sensorial. 2) Armazenamento de curto prazo ou de trabalho – de capacidade muito limitada. 3) Armazenamento de longo prazo – capacidade essencialmente ilimitada (retenção de informações por períodos de tempo extremamente longos). MEMÓRIA MEMÓRIA SENSORIAL MEMÓRIA DE TRABALHO MEMÓRIA DE LONGO-PRAZO Informação descartada Esquecimento Esquecimento Inf. Entrada Atenção Codificação Recup Repetição Nossa capacidade para armazenar memórias de longo prazo é essencialmente ilimitada. Por uma estimativa meticulosa, o adulto médio tem cerca de um bilhão de informações na memória. Descontando tudo o que o cérebro deve fazer para codificar, arquivar, recuperar e manipular essas informações, a capacidade de armazenamento é provavelmente de mil a um milhão de vezes maior. Armazenamento da Memória de Longo Prazo EXPLÍCITA IMPLÍCITA EPISÓDICA SEMÂNTICA PROCESSO CONTEÚDO PROCESSO CONTEÚDO Estudos de pacientes com lesão cerebral revelaram dois tipos de memória: Memórias explícitas processadas pelo hipocampo. Memórias implícitas processadas por outras regiões do cérebro como amígdala, núcleo accunbens. Armazenando memórias Implícitas e Explícitas A memória explícita se refere a fatos e eventos, ao lado de sua percepção consciente de sabê-los: sou um mamífero, hoje é segunda-feira, Lucio da seleção tem sobrancelhas grossas. Memória Explícita As memórias explícitas são aquelas sobre as quais podemos falar como foi o jantar de ontem a noite ou a data de um acontecimento histórico. Tais memórias envolvem o pensamento consciente. Memória Explícita EXPLÍCITA IMPLÍCITA EPISÓDICA SEMÂNTICA PROCESSO CONTEÚDO PROCESSO CONTEÚDO A memória semântica representa o nosso conhecimento de fatos triviais ou importantes independentes da experiência pessoal. A memória episódica se refere às nossas experiências passadas. Em 1972, Endel Tulving introduziu uma outra distinção na memória explícita: memória semântica e memória episódica. Memória Semântica Quando aprendemos os significados das palavras, cavalo, casa etc, ou quando aprendemos os nomes das pessoas. A memória semântica trabalha com CONCEITOS – idéias as quais uma pessoa pode associar várias características e com as quais ela pode conectar várias outras idéias. Memória Explicita ou Declarativa Memória Episódica Usamos a memória episódica quando precisamos lembrar algo que nos ocorreu em um determinado tempo ou num determinado contexto. Por exemplo, se eu precisasse lembrar meu primeiro dia na faculdade. Memória Explicita ou Declarativa EXPLÍCITA IMPLÍCITA EPISÓDICA SEMÂNTICA PROCESSO CONTEÚDO PROCESSO CONTEÚDO Memória Implícita As memórias implícitas processuais têm a ver com habilidades e hábitos, com fazer coisas mesmo sem ter de pensar conscientemente nelas: mudar as marchas do carro, andar de bicicleta. Prof. Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ A AMNÉSIA É UM DÉFICIT NA MEMÓRIA DE LONGO PRAZO A amnésia se refere a déficits na memória de longo prazo, resultantes de doenças, lesão cerebral ou trauma psicológico. Existem, essencialmente, dois tipos de amnésia: retrógrada e anterógrada. Amnésia retrógrada – as pessoas perdem memórias passadas de eventos, fatos, pessoas ou mesmo informações pessoais. Ex: Pessoa que acorda de um coma sem saber quem ela é. Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo CURSO DE PSICOLOGIA – MACAÉ Amnésia anterógrada – as pessoas perdem a capacidade de formar novas memórias. Exemplo clássico de HM, pacientes com lesão nos lobos temporais mediais. Síndrome de Korsakoff – uma forma grave de perturbação da memória associada ao alcoolismo crônico. O abuso de álcool prolongado pode levar ao déficit de vitaminas que resulta em dano talâmico e, subseqüentemente, amnésia. Amnésia global – Os eventos ocorridos antes e após o trauma não são lembrados. COMO AS LEMBRANÇAS SÃO DISTORCIDAS Pesquisas mostram claramente que a memória humana é tendenciosa, imperfeita e distorcida. Criptomnésia – Um exemplo fascinante de atribuição errada da fonte, ocorre quando as pessoas pensam que tiveram uma idéia nova, quando na verdade recuperaram da memória uma antiga idéia, deixando de atribuir a idéia à sua fonte correta. Ex: Plágio em trabalhos acadêmicos. Criptomnésia Ex: George Harrison, ex Beatle sua música “My Swet Lord” é espantosamente semelhante à música “He’s So Fine”, gravada em 1962 pelos Chiffons. https://www.youtube.com/watch?v=0kNGnIKUdMI e https://www.youtube.com/watch?v=rinz9Avvq6A Amnésia da Infância - parecem associadas à falta de capacidade linguística, lobos frontais e hipocampo imaturos. Criando falsos reconhecimentos – O evento realmente aconteceu ou a pessoa imaginou? Problema de monitoramento da fonte. Confabulação – Alguns tipos de lesão cerebral estão associados à falsa recordação de uma memória episódica, o que é chamado de confabulação. “Mentir honestamente” Morris Moscovitch (1995). A pessoa não tem nenhuma intenção de enganar e não está consciente da falsidade de sua história. Confabulação Confabulação Pacientes como H.W. recordam fatos equivocados e, quando questionados, tentam dar sentido às suas recordações acrescentando fatosque tornem a história coerente. Síndrome de Capgras Um exemplo dramático de confabulação ocorre com a Síndrome de Capgras, em que os pacientes têm a crença delirante de que os membros de sua família foram substituídos por impostores. Nenhuma evidência os convence de que seus irmãos, pais, cônjuges e filhos são genuínos. Os pacientes com Capgras geralmente apresentam lesões nos lobos frontais e nas regiões cerebrais límbicas. AFETIVIDADE E VONTADE – MÓDULO 6 CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo AFETIVIDADE E VONTADE – MÓDULO 6 OBJETIVO: 1. fornecer base teórica para o aluno conhecer e entender as principais alterações, tanto no âmbito da normalidade quanto no da patologia, desses fenômenos psíquicos; Afetividade é um termo genérico, que compreende várias modalidades de vivências afetivas, como o humor, as emoções e os sentimentos. (155) Afetividade: humor, emoções e sentimentos – Afeta a totalidade individual e por isso reações somáticas estão envolvidas. – Reações somáticas: neurovegetativas, motoras, hormonais, viscerais e vasomotoras. – CATATIMIA: influência que a vida afetiva, o estado de humor, as emoções, sentimentos e paixões exercem sobre as demais funções psíquicas(159) • “O humor e as emoções são experiências psíquicas e somáticas ao mesmo tempo, revelam sempre a unidade psicossomática básica do ser humano” (155) AFETIVIDADE E VONTADE Humor ou estado de ânimo: 1. estado emocional basal e difuso no qual se encontra a pessoa em determinado momento; 2. disposição afetiva de fundo que penetra toda a experiência psíquica 3. lente afetiva; Emoções: 1. reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos; 2. estado afetivo intenso de curta duração, reativo a excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes. AFETIVIDADE E VONTADE Sentimentos: 1. estados e configurações afetivas estáveis; 2. mais tênues em intensidade e menos reativos a estímulos passageiros; 3. “não há” relação com o soma; 4. relação cultural e conteúdos culturais. Afetos: 1. componente emocional de uma ideia. 2. qualidade e tônus emocional que acompanham uma ideia. Paixão: 1. estado afetivo extremamente intenso, que domina a atividade psíquica como um todo; 2. direciona a atenção e o interesse a uma só direção. AFETIVIDADE E VONTADE CLASSIFICAÇÃO DOS SENTIMENTOS TRISTEZA ALEGRIA 1. Melancolia 2. Saudade 3. Nostalgia 4. Vergonha 5. Impotência 6. Aflição 7. Culpa 8. Remorso 9. Autodepreciação 10. Autopiedade 11. Sentimento de inferioridade 12. Infelicidade 13. Tédio 14. Desesperança 15. Etc. 1. Euforia 2. Júbilo 3. Satisfação 4. Confiança 5. Gratificação 6. Esperança 7. Etc. CLASSIFICAÇÃO DOS SENTIMENTOS AGRESSIVIDADE PERIGO 1. Raiva 2. Revolta 3. Rancor 4. Ciúme 5. Ódio 6. Ira 7. Inveja 8. Vingança 9. Repúdio 10. Nojo 11. Desprezo 12. Etc. 1. Temor 2. Receio 3. Desamparo 4. Abandono 5. Rejeição 6. Etc. Na tradição do pensamento ocidental, a emoção se opõe frontalmente à razão; segundo esta tradição, a emoção cega o homem e o impede de pensar com clareza e sensatez . (159) – Emoção inferior a razão; – Emoção distancia o homem da realidade; – Emoção seria uma dimensão inferior do homem; Contrários a tal concepção, vários autores afirmam que a dimensão emocional pode contribuir (e não atrapalhar) no contato do homem com a realidade. Nesse sentido, o homem seria dotado ‘de um certo tipo de compreensão afetiva que se faz por uma sintonização empática’, o homem compreenderia também se emocionando, sentindo afetivamente os fenômenos da realidade. AFETIVIDADE E VONTADE A vida afetiva é sempre contextualizada/reativa, variando de um momento para outro na medida em que os eventos e as circunstâncias da vida se sucedem. – Sintonização afetiva: capacidade de sermos influenciados por estímulos externos; – Irradiação afetiva: capacidade de influenciarmos os outros. – Rigidez afetiva: dificuldade ou impossibilidade de sintonizar e/ou irradiar afetos AFETIVIDADE E VONTADE ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE DISTIMIA: alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição quanto no da exaltação. De acordo com o CID10 e o DSM-V é um transtorno depressivo leve. – Hipotímica: depressão – Hipertímica: mania • Euforia ou alegria patológica • Elação: sensação de grandeza e poder (expansão do eu) – Disforia: mal humor (irritação, amargura, desgosto ou agressividade) Puerilidade e Moria: vida afetiva superficial, ausente de afetos profundos, consistentes e duradouros. • O indivíduo ri ou chora por motivos banais Êxtase: experiência de beatitude, de compartilhamento íntimo do estado afetivo interior com o mundo exterior, muitas vezes com colorido hipertímico e expansivo • Circunscrito a contexto religioso ou místico – cultural; • Condições psicopatológicas: transe histérico, esquizofrenia ou mania. Irritabilidade patológica: hiper-reatividade desagradável, hostil, agressiva • Primária: transtornos de humor • Secundária: consequências de transtornos outros. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE ANSIEDADE – ANGÚSTIA - MEDO ANSIEDADE: estado de humor desagradável, apreensão negativa em relação ao futuro. – Manifestações somáticas e fisiológicas: dispneia, taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, tensão muscular, parestesias, tremores, sudorese, tontura, etc. ANGÚSTIA: sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão, de sufocamento. MEDO: refere-se a um objeto mais ou menos preciso – Medo é sempre direcionado (objetos, coisas, situações, pessoas, ao próprio medo, etc.) ANSIEDADE – ANGÚSTIA - MEDO ESCOLA PSICANALÍTICA: – Angústia de castração: relativo a perda de algo do ponto de vista narcísico (Freud); – Angústia de morte ou de aniquilamento: é a sensação intensa de angustia perante perigo real ou fantasia (Klein); – Ansiedade depressiva: ansiedade vivida por um sujeito que teme perder seus objetos bons(Klein); – Ansiedade persecutória ou paranoide: ansiedade vivida como temor de retaliação(Klein); – Angústia de separação: Seriam reações emocionais vividas pela criança quando separadas da mãe (Spitz, Bowlby). ESCOLA EXISTENCIAL: – Angústia existencial: a filosofia existencialista, a angustia não seria apenas um sintoma patológico, mas antes de tudo um estado anímico básico, constituinte do ser humano. ESCOLAS COMPORTAMENTALISTAS E COGNITIVAS: – Ansiedade de desempenho: é a reação associada a temores em relação a execução de uma tarefa, à possibilidade de ser avaliado criticamente por pessoas que considera importante. – Ansiedade antecipatória: é a ansiedade vivida antes da ocorrência de uma situação estressante. ANSIEDADE – ANGÚSTIA - MEDO Apatia: É a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. Trata-se de um estado afetivo dos quadros depressivos, apesar de ocorrer de forma inespecífica em alguns casos. Hipomodulação do afeto: incapacidade do paciente de modular a resposta de acordo com a situação existencial. Rigidez na sua relação com o mundo. Paratimia ou inadequação do afeto: reação completamente incongruente a situações existenciais. Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: perda progressiva e patológica das vivências afetivas. Ocorre principalmente nas demências e algumas formas de esquizofrenia. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS Embotamento afetivo e devastação afetiva: perda profunda de todo tipo de vivência afetiva. Ao contrário da apatia o embotamento é observável constatável por meio da mímica e da postura do paciente. Ocorre em alguns casos de esquizofrenia. Sentimento de falta de sentimento: incapacidade para sentir emoções,experimentadas de forma muito penosa pelo paciente. Anedonia: incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida. Labilidade afetiva e incontinência afetiva: são estados nos quais ocorrem mudanças súbitas e imotivadas de humor, sentimentos e emoções. O indivíduo oscila de forma abrupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para outro. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS Ambivalência afetiva: descreve sentimentos opostos em relação a um mesmo estímulo ou objeto, sentimento que ocorrem de modo absolutamente simultâneo. Neotimia: designação para sentimentos e experiências afetivas inteiramente novos vivenciados por pacientes em estado psicótico. Medo: medo não é uma emoção patológica. Entretanto, quando vivida de forma progressiva pode ser tornar abundante e trazer comportamentos patológicos. Fobias: São medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real. Pânico: é uma reação de medo intenso, pavor relacionada geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS VONTADE E SUAS ALTERAÇÕES MÓDULO 7 VONTADE E SUAS ALTERAÇÕES CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo VONTADEINSTINTOS AFETOS COGNIÇÃO CULTURA: CONJUNTO DE VALORES, HÁBITOS E NORMAS A vontade envolvem aspectos relacionados as esferas instintivas, afetivas e intelectuais. Instinto: definido como o modo relativamente organizado, fixo e complexo de respostas comportamentais de determinada espécie; Desejo: é um querer, um anseio de natureza consciente ou inconsciente; Necessidade: relativas a sobrevivência do indivíduo ou da espécie; Inclinação: é a tendência a desejar, buscar, gostar; Motivação: comportamento iniciado, dirigido e sustentado. DEFINIÇÕES DEFINIÇÕES O ato volitivo ou de vontade: é uma dimensão complexa da vida mental. É um processo composto de quatro etapas: 1. Intenção ou propósito: tendências básicas do indivíduo, inclinações e interesses; 2. Deliberação: ponderação consciente, tomando-se em conta os motivos e os móveis implicados – análise básica; 3. Decisão propriamente dita: instante que demarca o início da ação; 4. Execução: fase final onde os atos são postos em funcionamento; Ação voluntária: ato de vontade pautado por ponderação, análise e reflexão, anteriores a ação motora ALTERAÇÕES DA VONTADE HIPOBULIA/ABULIA: diminuição ou abolição da atividade volitiva – Associada a apatia (indiferença afetiva) ATARAXIA: estado de indiferença volitiva e afetiva desejada e buscada ativamente pelo indivíduo. Trata-se do estado de imperturbabilidade almejada por místicos. IMPULSO E COMPULSÃO ATO IMPULSIVO: Em oposição à ação voluntária, há os atos impulsivos, que são uma espécie de curto circuito do ato voluntário. O ato impulsivo abole abruptamente as fases de intenção, deliberação e decisão tanto da intensidade dos desejos ou temores inconscientes. – Impulsos patológicos: tipos de atos impulsivos nos quais predominam as ações psicomotoras automáticas – Incoercíveis, incontroláveis ATO IMPULSIVO – Características: 1. abolição das fases de intenção, deliberação e decisão, em função da intensidade dos desejos e temores; 2. egossintônico, o indivíduo não percebe o ato como inadequado e o ato em si não contraria os valores morais e desejos de quem o pratica; 3. há uma desconsideração dos desejos e necessidades alheias e está geralmente associado a impulsos patológicos inconscientes ou a incapacidade de tolerância a frustração e necessária adaptação a realidade objetiva. IMPULSO E COMPULSÃO ATO COMPULSIVO: difere do ato impulsivo por ser reconhecido pelo indivíduo como indesejável e inadequado, assim como pela tentativa de refreá-lo ou adiá- lo. – É tido pelo indivíduo como indesejável e inadequado – Há tentativas frequentes de refrear ou adiar o ato em si – Ações motoras complexas IMPULSO E COMPULSÃO ATO COMPULSIVO – Características: 1. vivência frequente de desconforto subjetivo; 2. Egodistônico isto é experienciados como indesejáveis; 3. há tentativa de resistir o ato; 4. há sensação de alívio ao realizar o ato, porém logo a sensação é substituída por novo desconforto 5. associam-se frequentemente a ideias obsessivas e ocorrem na tentativa de “neutralizar tais pensamentos. IMPULSO E COMPULSÃO AGRESSIVAS - AUTO E HETEROAGRESSIVAS: Automutilação: É um impulso (ou compulsão) seguido de comportamento de autolesão voluntária. Frangofilia: Impulso patológico de destruir objetos que circundam o indivíduo. Piromania: É o impulso de atear fogo a objetos, prédios e lugares. Ocorre principalmente em indivíduos com transtornos de personalidade. Impulso ou ato suicida: Tal impulso ocorre quase sempre associada a outros sintomas mentais e condições ferais como humor depressivo. IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS INGESTÃO DE DROGAS OU ALIMENTOS: Tais impulsos estão presentes em algumas formas de abuso de substâncias. Dipsomania: impulso ou compulsão para a ingestão de grande quantidade de álcool. Bulimia: impulso ou compulsão de ingerir rapidamente alimentos em grande quantidade. Potomania: É a compulsão de beber água ou outros líquidos sem que haja sede. Polidipsia: sede exagerada. É observada principalmente em esquizofrênicos. IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS DESEJO E COMPORTAMENTO SEXUAL: são diversos os atos impulsivos e compulsivos de natureza sexual. Fetichismo: é o impulso e o desejo sexual concentrada a parte da vestimenta ou corpo da pessoa desejada. Exibicionismo: é o impulso de mostrar os órgãos genitais, geralmente contra a vontade da pessoa que observa. Voyeurismo: é o impulso de obter prazer pela observação visual de uma pessoa que está tendo relação sexual, ou que está nua ou despindo. Pedofilia: é o desejo sexual por crianças ou púberes do sexo oposto. OBS: Pedofilia é crime é deve ser denunciado. IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS Pederastia: é o desejo por crianças ou adolescentes do mesmo sexo. Gerontofilia: é o desejo por pessoas idosas. Zoofilia: é o desejo sexual dirigido a animais. Necrofilia: é o desejo sexual por cadáveres. Cropofilia: é a busca de prazer com o uso de excrementos no ato sexual. Ninfomania: é o desejo sexual muito aumentado na mulher. Satiríase: é o desejo sexual muito aumento no homem. IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS – Outros atos impulsivos. Poriomania: é o impulso por anda a esmo. (Forrest Gump) Cleptomania: Também chamado de roubo patológico. É o impulso ou compulsão de roubar, precedido geralmente de intensa ansiedade e apreensão. Compulsão por compras: é o ato de comprar exageradamente. Compulsão por trabalho: é o ato de trabalhar de forma compulsiva e exagerada. Compulsão por internet: apresenta uso inadequado e exagerado da internet. Dependência Digital. Jogo patológico: é a compulsão por jogos de azar. IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS Negativismo: á a oposição do indivíduo às solicitações do meio ambiente. – Ativo: o paciente faz o oposto do solicitado. – Passivo: o paciente não faz nada do que foi solicitado. Mutismo seletivo ou generalizado: é uma forma de negativismo verbal. Sitiofobia: é a recusa sistemática de alimentos. Pode estar presentes em quadros delirantes. Obediência automática: é o oposto do negativismo. IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS Fenômenos em eco: repete as últimas palavras do entrevistador. – Ecolalia – Ecopraxia – Ecomimia – Ecografia Automatismos: refere-se aos sintomas psicomotores como movimentos de lábios, língua, deglutiçãoabotoar e desabotoar roupas. IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS Agitação psicomotora: aceleração e exaltação de toda atividade motora do indivíduo – Acompanha taquipsiquismo – Muito frequente nos serviços de saúde – Acompanha hostilidade e heteroagressão – Associa-se a quadros: maníacos, esquizofrênicos agudos, psico-orgânicos agudos, paranóides e síndromes demenciais Lentificação psicomotora: reflete a lentidão psíquica. Estupor: é a perda total da atividade espontânea. Catalepsia: é um acentuado exagero do tônus postural com grande redução da mobilidade. ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE Flexibilidade cerácea: quando parte do corpo é colocada em determinada posição, mesmo que desconfortável, e assim permanece como se fosse de cera. Cataplexia: é a perda abrupta do tônus muscular geralmente acompanhada de queda. Estereotipias motoras: são repetições automáticas de determinado ato motor. Maneirismo: é um tipo de estereotipia motora caracterizado por movimentos bizarros e repetitivos. Tiques: são atos coordenados, repetitivos, resultantes de contradições súbitas. Conversão: surgimento abrupto de sintomas físicos como paralisias, anestesias e cegueira. ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE ALTERAÇÕES DA MARCHA: – O padrão de marcha do paciente psiquiátrico deve ser comparado, a título de diagnóstico diferencial, com os principais padrões de marcha alteradas das doenças neurológicas. ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE Pensamento e suas Alterações – Módulo 8 CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo OBJETIVOS: 1. levar o aluno a conhecer e identificar as várias alterações do pensamento e suas implicações no funcionamento mental; 2. levar o aluno a diferenciar erro de juízo e delírio; 3. apresentar a relevância dos aspectos socioculturais a serem considerados na avaliação de juízo; 4. levar o aluno a reconhecer as distinções básicas entre delírio primário e delírio secundário; 5. apresentar as dimensões da atividade delirante, seus mecanismos de manutenção e os tipos de delírios mais frequentes. Pensamento e Juízo e suas alterações DEFINIÇÕES BÁSICAS • “...o pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais, que, embora não sejam propriamente intelectivos, podem fornecer substrato para o processo do pensar: são as imagens perceptivas e as representações” (Dalgalarrondo, p. 193) PENSAMENTO Elementos constitutivos: Conceito Juízo Raciocínio Processo do pensar: Curso Forma Conteúdo ELEMENTOS CONSTITUTIVOS CONCEITOS: – Não tem elementos de sensorialidade – Elemento puramente cognitivo, intelectivo – Para formar um conceito é preciso: • eliminação dos caracteres de sensorialidade • generalização JUÍZOS: – É o estabelecimento de relações significativas entre os conceitos básicos RACIOCÍNIO: ligação entre conceitos. – Relaciona os juízos entre si – Liga os conceitos e sequencia os juízos – Capacidade de concluir a partir da articulação entre os juízos DIMENSÕES DO PROCESSO DE PENSAR O processo de pensar possui três aspectos: CURSO: – É o modo como o pensamento flui, sua velocidade e ritmo ao longo do tempo. FORMA: – Estrutura básica, esqueleto. Preenchidas pelos mais variados conteúdos. CONTEÚDO: – Os temas predominantes, os assuntos prevalentes. ALTERAÇÕES CONSTITUTIVAS ALTERAÇÕES DOS CONCEITOS: – Desintegração: os conceitos perdem seu significado original. Normalmente o sujeito passa a utilizar palavras que só tem significado palra ele ou muda o significado. • Esquizofrenia e Síndromes demenciais. – Condensação dos conceitos: dois ou mais conceitos são fundidos e formam- se neologismos JUÍZOS: – Juízo deficiente ou prejudicado: juízo falso ou simplista. – Alterações do juízo de realidade: delírios. RACIOCÍNIO: – Pensamento mágico: segue os desígnios dos desejos e fantasias; • adéqua a realidade ao pensamento e não o contrário. – Pensamento derreísta: semelhante ao mágico, volta-se muito mais ao mundo interno, suas fantasias e sonhos. – Pensamento concreto ou concretismo: o indivíduo não consegue utilizar metáforas ; as dimensões abstratas e simbólicas estão completamente prejudicadas. – Pensamento inibido: inibição do raciocínio, com diminuição da velocidade e do número de conceitos, juízos e representações. ALTERAÇÕES CONSTITUTIVAS – Pensamento vago: raciocínio impreciso. – Pensamento prolixo: o indivíduo não consegue chegar a conclusões, não há objetividade. – Tangencialidade: respostas irrelevantes e que apenas de longe correspondem ao tema da pergunta. – Circunstancialidade: dá várias voltas até chegar ao ponto principal. ALTERAÇÕES CONSTITUTIVAS – Pensamento deficitário: pensamento de estrutura pobre e rudimentar. Preso aos aspectos literais. – Pensamento demencial: pensamentos pobres mais não homogêneo. Em alguns aspectos podem ser sofisticados mais irregulares. – Pensamento confusional: turvação da consciência. – Pensamento desagregado: radicalmente incoerente. – Pensamento obsessivo: pensamento persistente e incontrolável. Curso: — Aceleração: o pensamento flui de forma muito rápida. — Lentificação: o pensamento progride lentamente. Há certa latência entre as perguntas e as respostas. — Bloqueio: há uma interrupção no processo de pensamento. Uma parada repentina. — Roubo do pensamento: é um tipo de bloqueio. Entretanto, o sujeito tem a impressão que o pensamento foi roubado. ALTERAÇÕES PROCESSUAIS FORMA: – Fuga de ideias: acentuada aceleração do pensamento. As associações deixam de ter uma lógica. – Dissociação: os pensamentos passam a não seguir uma sequência lógica e bem organizadas. – Afrouxamento das associações: embora haja concatenação lógica entre as ideias nota-se o afrouxamento das associações. – Descarrilhamento: o pensamento passa a extraviar-se de seu curso normal, toma atalhos colaterais, pensamentos supérfluos. – Desagregação: profunda e radical perda dos enlaces associativos e perda da coerência. ALTERAÇÕES PROCESSUAIS CONTEÚDO: A importância de tais conteúdos tem a ver com a constituição social e histórica do indivíduo, com o universo cultural no qual ele se insere, assim como a estrutura psicológica e neuropsicológica. (p203). O conteúdo tem haver com a temática do pensamento. Principais: — Principais: • Depreciativos • Religiosos • Persecutórios (perseguição) • Sexuais • De poder, riqueza ou grandeza • De ruína • Hipocondríacos ALTERAÇÕES PROCESSUAIS DELÍRIO: O JUÍZO DE REALIDADE E SUAS ALTERAÇÕES O juízo e suas Alterações CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo ALTERAÇÕES NORMAIS Juízo: vem do termo ajuizar que quer dizer julgar. Todo juízo implica, certamente um julgamento, que, por um lado é subjetivo, individual e, por outro, social e histórico. — Distinção entre Erro x Delírio Erro simples – O erro origina-se da ignorância, do julgar apressado e do raciocínio baseado em premissas falsas. Preconceito: tipo de erro por julgamento a priori. Crenças culturais e superstições: compartilhadas por um grupo cultural. Ideias prevalentes: ideias que por conta da importância afetiva que tem para o indivíduo, adquirem uma predominância enorme sobre os demais pensamentos. Delírio: os delírios são juízos patologicamente falsos. Desta forma o delírio é um erro do ajuizar que tem origem nos transtornos mentais. Sua base é mórbida, pois é motivado por fatores patológicos. São juízos patologicamente falseados • Tipos: – Primário: não tem raízes anteriores na experiência psíquica, uma transformação qualitativa – Secundário: se origina de alterações profundas em outras áreas da atividade mental ALTERAÇÕESNORMAIS ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS Características essenciais: 1. convicção extraordinária; 2. o delírio é irremovível: impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva; 3. o conteúdo é impossível (ou a forma como foi construído); 4. é uma produção “associal”, não aceita pelo grupo cultural do doente; Indicadores de gravidade: 1. convicção; 2. extensão; 3. bizarrice; 4. desorganização; 5. Pressão ou preocupação; 6. resposta afetiva; 7. comportamento desviante; ESTRUTURA DOS DELÍRIOS Simples: ideias em torno de apenas um conteúdo, de um único tema. Complexos: englobam vários temas. Ex. envolvem conteúdos de perseguição, místico- religioso. Não sistematizados: sem concatenação consistente. Os conteúdos variam de momento para momento. Sistematizados: bem organizados, histórias ricas e consistentes Surgimento e evolução: – Período pré-delirante: o humor delirante, o paciente experimenta aflição e ansiedade intensas, sente como se algo terrível, pavoroso, estivesse por acontecer. Podem ser agudos e crônicos – Constituição: é uma construção complexa, como uma tentativa de reorganização do funcionamento mental para lidar com a desorganização que a doença mental de fundo produz. ESTRUTURA DOS DELÍRIOS ESTRUTURA: MECANISMOS FORMADORES E MANTENEDORES Mecanismos constitutivos: para a formação do delírio, podem contribuir diversos fatores e tipos de vivências. — Interpretação: distorção radical na interpretação de fatos e vivências. — Imaginação: O indivíduo imagina determinado episódio ou acontecimento. — Intuição Afetividade: o indivíduo intui o delírio de repente, pois capta de forma imediata novo sentido nas coisas. — Memória: o delírio é construído por recordações e elementos da memória. — Alteração de Consciência: são delírios associados a quadros de turvação da consciência. — Alteração Sensoperceptiva: são constituídas a partir de experiências alucinatórias. — Percepção do Delirante: parte de uma percepção normal. É vivenciada como uma revelação. Ex. o sujeito entra em uma sala vê um lenço amarelo sobre a mesa e associa que o lenço esta ali é para matá-lo. MECANISMOS DE MANUTENÇÃO: 1. Inércia – em mudar as próprias ideias. 2. Pobreza de comunicação interpessoal 3. Comportamento agressivo 4. Inaceitação e/ou inabilidade do grupo em lidar com o paciente ESTRUTURA: MECANISMOS FORMADORES E MANTENEDORES Perseguição: o indivíduo acredita que é vítima de um complô e esta sendo perseguido. Referência ou auto referência: diz ser vítima de depreciações, calúnias, fofocas, olhares e etc. Relação: constrói conexões significativas(delirantes) entre fatos normalmente percebidos. Influência ou controle: está sendo controlado por forças, pessoas, ou entidades externa. Grandeza: o indivíduo acredita ser extremamente especial. TIPOS DE DELIRIOS Reforma ou salvacionismo: o sujeito sente-se destinado a salvar, reformar, redimir o mundo. Ciúmes ou infidelidade: o sujeito se sente traído pelo parceiro de forma vil e cruel. Afirma que o outro tem centenas de amantes. Erótico (erotomania): o sujeito afirma que uma pessoa com destaque social está totalmente apaixonada por ele. TIPOS DE DELIRIOS Reivindicação: está sempre desproporcionalmente sendo injustiçado. Normalmente envolve- se em disputas jurídicas intermináveis. Invenção ou descoberta: mesmo o sujeito sendo leigo na ciência ou na área tecnológica acredita ter descoberto uma grande teoria que irá mudar o mundo. Delírio Místico Religioso: o sujeito afirma ser ou estar em comunhão permanente com Deus. O paciente sente que tem poderes místicos. TIPOS DE DELIRIOS • De conteúdos depressivos e associados a estados depressivos Ruína: o sujeito vive em um mundo repleto de desgraças e está condenado a miséria. Culpa ou auto-acusação: o sujeito afirma ser culpado por tudo de ruim que acontece no mundo e na vida das pessoas. Negação de órgãos: o sujeito experimenta profundas alterações corporais. Ex. Seu corpo está apodrecendo e não possui sangue. Hipocondríaco: crença intensa de que tem uma doença grave, incurável e que ninguém descobre. Cenestopático: animais ou objetos estão dentro de seu corpo. Infetação: o sujeito acredita que seu corpo, principalmente a pele, está infestado por pequenos organismos. TIPOS DE DELIRIOS Linguagem e suas Alterações – Módulo 9 CURSO DE PSICOLOGIA PROF. Doutorando Jefferson Cabral Azevedo LINGUAGEM Linguagem: é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. • É o uso de um meio organizado de combinar as palavras para fins de comunicação. A comunicação implica sempre, também, meios não verbais e elementos contextuais. Para esclarecer... Linguagem é todo e qualquer veículo que comunique algo a alguém como: Símbolos: O termo "símbolo", com origem no (grego), designa um tipo de signo em que o significante (realidade concreta) representa algo abstrato por força de convenção, semelhança ou contiguidade semântica. Ex.: O leão é o símbolo da coragem. LINGUAGEM • Ícones - Ícone, para a Semiologia e a Semiótica, é um signo visual (uma imagem) que representa outro objeto por força de semelhança. Ícones são signos substitutivos (podem ser usados no lugar da coisa representada) de conteúdo derivativo: a foto de uma paisagem, por exemplo, representa a própria paisagem, o mapa de uma região representa a própria região, etc. LINGUAGEM Sinais – Indício, marca, vestígio. Ex.: Fumaça é sinal de fogo. Signos - Para Barthes, o signo é composto de um significante e de um significado, conforme prenunciou Saussure, e ele acrescenta que “o plano dos significantes constitui o plano de expressão e o dos significados o plano de conteúdo. 1. Significante: representação acústica 2. Significado: representação psíquica de uma “coisa” e não a “coisa” em si. Ex.: Paisagem LINGUAGEM Cognição Cognição é o ato ou processo da aquisição do conhecimento que se dá através da percepção, da atenção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. A palavra Cognitione tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles. • É o conjunto dos processos mentais usados no pensamento na classificação, reconhecimento e compreensão para o julgamento através do raciocínio para o aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas. • De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como A MENTE percebe, aprende, apreende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos. COGNIÇÃO - É o processo de conhecer e envolve os seguintes aspectos: Atenção: concentração da mente no objeto selecionado. Pode ser involuntária, passiva e espontânea (ocasionada por estímulos externos) ou controlada, voluntária e dirigida (causada pela intenção do indivíduo); Percepção: apreensão dos objetos comuns ao indivíduo (como uma rua, uma casa, uma árvore) assim que são percebidos através do sistema sensorial; Memória: conhecimento inferido de objetos captados de percepções ou emoções passadas. Juízo: ato mental de armar ou negar um conteúdo armável; Raciocínio: habilidade de conectar juízos; Imaginação: reanimação de objetos de percepções anteriores (imaginação reprodutiva) e combinação dos mesmos em novas unidades (imaginação criativa); Pensamento: capacidade de pensar os objetos da intuição sensível. O pensamento é a origem dos conceitos que unificam a multiplicidade dos sentidos no processo de percepção; Discurso: comunicação ordenada do pensamento ou poder de pensar logicamente. COGNIÇÃO - É o processo de conhecer e envolve os seguintes aspectos: Transtorno específico da leitura é caracterizado pela dificuldade de reconhecimentode letras, decodificação e soletração de palavras. • Estas alterações são provenientes de comprometimento no desenvolvimento de habilidades fonológicas. Este mal atinge 3 a 4% das pessoas em idade escolar e afeta mais meninos do que meninas. • A dislexia compromete a função de atividade de análise, por meio da qual se faz a associação letra-som e o reconhecimento de palavras com acesso a seu significado. A partir daí fica comprometido também o processo de construção, no qual ocorre a formação de frases com acesso a seus significados, a compreensão dos enunciados e a relação com conhecimentos prévios. Alterações da Linguagem - Dislexia • Esta síndrome se manifesta através da leitura lenta, dificuldade em ler legendas ou entender enunciados e frases, além de déficit na escrita, comprometida com inversões, troca ou omissão de letras e erros de concordância verbal. • Possivelmente, não tendo estudos concretos quanto a isso, há um funcionamento peculiar do cérebro no que diz respeito à área da leitura e escrita. Acredita-se que exista uma disfunção cerebral em que funções de percepção, repetição, armazenamento, nomeação, recuperação e acesso à informação estão comprometidas. Alterações da Linguagem Disortografia • Até a 2ª série é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação com os sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo. Porém, após estas séries, se as trocas ortográficas persistirem repetidamente, é importante que o professor esteja atento já que pode se tratar de uma disortografia. • A característica principal de um sujeito com disortografia são as confusões de letras, sílabas de palavras, e trocas ortográficas já conhecidas e trabalhadas pelo professor. Principais Caraterísticas: Troca de letras que se parecem sonoramente: faca/vaca, chinelo/jinelo, porta/borta. Confusão de sílabas como: encontraram/encontrarão. Adições: ventitilador. Omissões: cadeira/cadera, prato/pato. Fragmentações: en saiar, a noitecer. Inversões: pipoca/picoca. Junções: No diaseguinte, sairei maistarde. Alterações da Linguagem Disartria Disartria: Tem como característica principal a fala lenta e arrastada devido a alterações dos mecanismos nervosos que coordenam os órgãos responsáveis pela fonação. — A disartria de origem muscular é resultante de paralisia ou ataxia dos músculos que intervêm nesta articulação. — A disartria pode ter origem em lesões no sistema nervoso o que altera o controle dos nervos provocando uma má articulação. Alterações da Linguagem - Discalculia Dicalculia: A matemática para algumas pessoas ainda é um bicho de sete cabeças. Muitos não compreendem os problemas que a professora passa no quadro e ficam muito tempo tentando entender se é para somar, diminuir ou multiplicar; não sabem nem o que o problema está pedindo. Alguns, em particular, não entendem os sinais, muito menos as expressões. Contas? Só nos dedos e olhe lá. Alterações da Linguagem - Disgrafia Disgrafia: é também chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras, tornando a letra ilegível. — Alguns indivíduos com disgrafia possui também uma disortografia amontoando letras para esconder os erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que possuem disortografia — A disgrafia, porém, não está associada a nenhum tipo de comprometimento intelectual. Alterações da Linguagem - Dislalia Dislalia: Consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os. A falha na emissão das palavras pode ainda ocorrer a nível de fonemas ou de sílabas. Assim sendo, os sintomas da Dislalia consistem em omissão, substituição ou deformação os fonemas. — De modo geral, a palavra do dislálico é fluida, embora possa ser até ininteligível, podendo o desenvolvimento da linguagem ser normal ou levemente retardado. Não se observam transtornos no movimento dos músculos que intervêm na articulação e emissão da palavra. Em muitos casos, a pronúncia das vogais e dos ditongos costuma ser correta, bem como a habilidade para imitar sons. Não há disfonia nem ronqueira. Alterações da Linguagem - Dislalia • Quando não se encontra nenhuma alteração orgânica a que possa ser atribuído a Dislalia, esta é chamada de Dislalia Funcional. Nesses casos, pensa-se em hereditariedade, imitação ou alterações emocionais e, entre essas, nas crianças é comum a Dislalia típica dos hipercinéticos ou hiperativos. Também nos deficientes mentais se observa uma Dislalia, às vezes grave ao ponto da linguagem ser acessível apenas ao grupo familiar. • Até os quatro anos, os erros na linguagem são normais, mas depois dessa fase a criança pode ter problemas se continuar falando errado. A Dislalia, troca de fonemas (sons das letras), pode afetar também a escrita. Na prática o personagem Cebolinha, de Maurício, é um exemplo de criança com Dislalia. Ele troca o som da letra R pelo da letra L. Alterações da Linguagem - Afasia Afasia: Uma lesão cerebral de extensão limitada no hemisfério esquerdo de uma pessoa destra poderá fazê-la perder a capacidade de utilizar a linguagem como meio de comunicação e como meio de representação simbólica: o indivíduo não poderá se exprimir oralmente ou por escrito de uma forma inteligível; ele não mais decifra as mensagens que recebe sob a forma de linguagem falada ou escrita. • Afasia pode ser entendida como uma perturbação da linguagem caracterizada pela perda parcial ou total da faculdade de exprimir os pensamentos por sinais e de compreender esses sinais. Alguns autores referem a Afasia como a perda da memória dos sinais pelos quais se realiza a troca ideias. De qualquer forma, o fato dominante na Afasia é a incompreensão da palavra falada e a impossibilidade, em grau variável, de ler ou de escrever. Afasia de Broca A Afasia de Broca: é caracterizada pelo fenômeno da redução da linguagem. O paciente fala muito pouco e, quando solicitado, se expressa a contragosto. O portador de Afasia de Broca emprega um pequeno número de palavras cujo encadeamento em frases está reduzido ao mínimo. As alterações da articulação frequentemente se associam a esta redução. • Paralelamente à alteração da expressão, observa-se uma alteração da compreensão da linguagem oral, mais acentuada para as frases ou ordens complexas do que para as palavras relativamente bem conhecidas. As alterações de expressão e de compreensão, observadas na linguagem oral, surgem igualmente durante a exploração da linguagem escrita. Afasia de Wenicke Afasia de Wenicke: a expressão oral é fluida, espontânea, abundante, ao contrário da Afasia de Broca, porém sem muito significado devido ao uso inadequado de palavras ou fonemas (parafasias). As parafasias podem surgir acidentalmente na linguagem espontânea ou existir de forma permanente. • Em outros casos, a linguagem espontânea na Afasia de Wenicke se caracteriza pela imprecisão dos termos, utilização de circunlocuções de aproximações sucessivas e o paciente costuma manter-se relativamente consciente de seus erros. A alteração da compreensão pode ser grave ou simplesmente moderada e mostra-se mais acentuada para as palavras isoladas do que para as frases onde há uma facilitação pelo contexto. Alterações da Linguagem - Disfemias Disfemias: São perturbações intermitentes na emissão das palavras, sem que existam alterações dos órgãos da expressão. Neste grupo de transtornos da linguagem o distúrbio mais importante é a gagueira (tartamudez). A Disfemia é uma desordem da comunicação humana que vem despertando a curiosidade de fonoaudiólogos, foniatras, psicólogos, psiquiatras
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