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INFLAMAÇÃO AGUDA x INFLAMAÇÃO CRÔNICA O tempo de duração e a intensidade da agressão determinam diferentes graus ou fases de transformação nos tecidos, caracterizando uma inflamação como aguda ou crônica. INFLAMAÇÃO AGUDA Duração curta (minutos, várias horas ou alguns dias) Características principais: • exsudação de líquidos e proteínas plasmáticas (edema) • emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos Há casos em que há um curso agudo da inflamação, mas morfologicamente não se observam os elementos clássicos de uma inflamação aguda curso subclínico. A inflamação aguda, quando clinicamente detectável, apresenta localmente dor, tumor, calor (hipertermia local), rubor (eritema) e perda de função da área afetada – o mecanismo de ocorrência dos sinais locais já foram estudados anteriormente. Podem haver manifestações sistêmicas/gerais. Cefaléia e mal-estar são decorrentes da sensibilização de quimiorreceptores centrais por produtos do exsudato inflamatório, com reflexos no calibre dos vasos cerebrais e aumento da pressão intracraniana. Já a ação tóxica de destas substâncias nos músculos propicia alterações bioquímicas que tornam a movimentação muscular dolorosa e dificultada, gerando prostração, astenia e mialgia. A febre decorre da ação de mediadores químicos conhecidos como pirógenos endógenos sobre o hipotálamo (principalmente IL-1, IL-6 e TNF, que aumentam o nível local de prostraglandinas), interferindo no centro termorregulador alguns autores sugere que este aumento de temperatura auxilie no combate a infecções bacterianas, mecanismo este contestado por outros autores. A leucocitose também é uma característica comum. Linfadenites regionais e linfangites (abaixo) também podem ocorrer, já que os vasos linfáticos drenam não apenas mediadores, mas também agente infecciosos e seus produtos. Há aumento nos níveis plasmáticos das chamadas proteínas de fase aguda, proteínas plasmáticas sintetizadas principalmente pelo fígado, cujas concentrações podem aumentar 100 vezes como parte da resposta ao estímulo inflamatório. Dessas, as mais conhecidas são a proteína C reativa, o fibrinogênio e a proteína amiloide A sérica. A proteína C reativa e a proteína amiloide A sérica podem atuar como opsoninas e fixar o complemento. O fibrinogênio se liga às hemácias e induz a formação de pilhas (rouleaux) que se sedimentam mais rapidamente do que as hemácias individuais esta é a base da medida de um exame bastante usado para verificar a resposta inflamatória sistêmica, denominado velocidade de sedimentação de hemácias (VSH, ou VHS). Os níveis séricos elevados de proteína C reativa têm sido usados como marcadores para o risco aumentado de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral em pacientes com doença vascular aterosclerótica. INFLAMAÇÃO CRÔNICA Duração pode ser longa, dependendo da manutenção da agressão Características principais: • predominam os fenômenos destrutivos e reparativos • leucócitos mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos) Apesar de poder ser a continuação da inflamação aguda, a inflamação crônica frequentemente começa de maneira insidiosa, como uma reação pouco intensa, geralmente assintomática. Em outras situações, pode-se observar que um processo inflamatório crônico, que durou semanas, passa a exibir grande quantidade de neutrófilos e os sinais cardinais típicos da inflamação aguda agudização. Causas de inflamações crônicas A inflamação aguda pode tornar-se crônica quando: (a) a resposta aguda não pode ser resolvida; (b) há persistência do agente agressor e (c) há interferência no processo normal de cura. Agentes agressores de baixa patogenicidade: algumas infecções virais (por exemplo, vírus da hepatite B e C) envolvem inflamação crônica desde o início. Infecções persistentes por micro-organismos difíceis de erradicar (micobactérias, Treponema pallidum, certos fungos…). Pela sua baixa toxicidade, evocam uma reação de hipersensibilidade tardia. Doenças inflamatórias imunomediadas: ativação excessiva e inapropriada do sistema imune (autoimunes, alérgicas). Podem apresentar padrões morfológicos mistos (agudo/crônico) porque são caracterizadas por episódios repetidos de inflamação. Como os autoantígenos não podem ser eliminados, a reação imunológica se autoperpetua, causando lesão tecidual e inflamação crônica (ex.: artrite reumatoide, lúpus eritematoso). Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, exógenos ou endógenos (Exemplos: (a) sílica, que quando inalada por longos períodos causa doença pulmonar inflamatória chamada silicose / (b) hipercolesterolemia, que causa aterosclerose especialmente em função de inflamação crônica da parede arterial). ATIVIDADE COMPLEMENTAR – GLOSSÁRIO Busque o significado dos seguintes termos, citados ao longo dos textos sobre inflamação: - prostração: ____________________________________________________________________ - astenia: _______________________________________________________________________ - mialgia: _______________________________________________________________________ - linfadenite: ____________________________________________________________________ - linfangite: _____________________________________________________________________ - eritema: ______________________________________________________________________ - células senescentes: __________________________________________________________________ E agora, as seguintes siglas: IL - __________________________________________________________________ TNF - ________________________________________________________________ MEC - _______________________________________________________________ PMN: _____________________________________________________________
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