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Atividade Sucessões - Reginalda - Unidade II (faltam ajustes e referência vc acha na net)

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Estudo dirigido
Universidade Católica do Salvador
Curso: Direito
Professora: Reginalda Paranhos 
Aluno: Pedro H. A. Guerreiro
Data: 21/05/2018.
Inventário, conceito e finalidade.
Inventário é um documento contabilístico que consiste em uma listagem de bens que pertencem a uma pessoa, entidade ou comunidade. Orlando Gomes¹, emprega a palavra inventário dois sentidos, são eles:
a) como modo necessário de liquidação do acervo hereditário. 
b) como procedimento especial de jurisdição contenciosa no qual se descrevem e avaliam os bens do finado para dividi-los entre os herdeiros. Já Silvio de Salvo Venosa², diz que o termo inventário, vernaculamente, é utilizado comumente no mesmo sentido em linguagem coloquial. Sempre que se desejar fazer uma averiguação sobre o estado de qualquer patrimônio, faz-se uma descrição dos bens, isto é, um “inventário”.
No que se refere à utilidade do inventário, de um ponto de vista técnico, pode-se dizer que ele serve para formalizar a divisão e transferência dessa universalidade de bens aos herdeiros e pode ser judicial ou extrajudicial. Quando ocorre o óbito de uma pessoa, geralmente é feito o seu inventário e consequente partilha dos eventuais bens entre os indivíduos que se qualificam, ou seja, os herdeiros. Diante disso, em um caso como este o inventário pode ser feito de forma judicial ou extrajudicial. O inventário extrajudicial é mais rápido, sendo feito através de uma escritura pública em um cartório. Por outro lado, o inventário judicial, conforme o próprio nome indica, é feito com a supervisão de um juiz. Ocorre quando não há acordo entre os herdeiros na partilha, quando os herdeiros são menores ou quando a pessoa falecida expressou a sua vontade através de um testamento.
 Do prazo para abertura de inventário
O processo de inventário e partilha deve ser aberto nos 60 dias subsequentes à sucessão. Por abertura da sucessão entenda-se a data do óbito, já que a partir do momento da morte os bens são transferidos aos herdeiros necessários, todavia, necessitando-se de inventário para formalizar a transmissão.
Existe um conflito no que diz respeito ao prazo para abertura do inventário, pois de acordo com o artigo 1796 do código civil de 2002, o prazo seria de 30 dias. Por outro lado, segundo o Novo Código de Processo Civil de 2015, mais recente que o Código Civil, este prazo seria de 60 dias.
Para dirimir esse conflito, o prazo do Código Civil sofreu revogação tácita pelo Código de Processo Civil, já que este é de 2015 e o outro de 2002. Assim, vigora hoje não mais o prazo de 30 dias, mas sim o de 02 meses.
O prazo é para abertura do inventário (caso judicial), ou para o envio da declaração do ITCMD (caso extrajudicial).
Procedimento do inventário.
Muitas são as teorias relacionadas ao procedimento do inventario. No entanto, agasalhando-se no entendimento de Humberto Jr., compreende-se o processo da seguinte maneira: 1) petição inicial; 2) nomeação do inventariante; 3) primeiras declarações; 4) citação dos interessados; 5) avaliação do acervo; 6) últimas declarações; 7) liquidação do imposto de transmissão de herança. Seguindo a sequência supracitada o quesito (1) que trata da petição inicial, este, tem imensurável estima no sentido de que, é ali, que o fundamento da pretensão de inventariar bens estaciona. Além disso, no processo sucessório, a morte de determinada pessoa que deixou bens de natureza patrimonial. Por conta disso, o caso morte deverá ser comprovado por quem requerer a abertura do inventário, dessa forma, a petição deverá ser instruída com a certidão de óbito do autor da herança, é ostenta o artigo 615 do novo Código de Processo Civil.
Como já tratamos acima, no que se refere ao prazo para promover o processo de inventário é de 02 meses, enquanto que o prazo para seu encerramento é de 12 meses a contar da sua abertura, é o que estabelece o artigo 611 do CPC.
	
Neste estágio do procedimento, uma vez apta à petição inicial, o juiz nomeará o inventariante para que ele seja o responsável por promover o inventário e a partilha dos bens deixados pelo de cujus, prestando, inclusive, o compromisso de fielmente desempenhar a sua função. Depois de prestar o compromisso, o inventariante terá um prazo de 20 dias para apresentar suas primeiras declarações, pessoalmente ou por intermédio de advogado, na forma em que prevê o artigo 620 do CPC. 
Chegando ao estágio seguinte do procedimento, o material necessário das primeiras declarações, em síntese, compreende: I) a identificação do morto e das circunstâncias em que se deu o óbito; II) relação completa e individualizada de todos os bens que formam a herança; III) nomeação e qualificação dos herdeiros e cônjuge sobrevivente, se for o caso com o detalhamento do regime matrimonial.
Feito isso, ocorrerá à citação e intimação de todos os interessados para acompanhar o processo. O artigo 626 do CPC determina que a citação englobe o cônjuge, herdeiros e os legatários. Além disso, determina a intimação da Fazenda Pública; Ministério Púbico caso haja herdeiro incapaz ou ausente, bem como o testamenteiro, se o finado deixou testamento. 	Ainda em relação a citação, vale frisar que o prazo de manifestação dos citados é de quinze dias. A citação será acompanhada de uma cópia das primeiras declarações e será por correio, sendo ainda publicado edital. Em seguida, de forma continuada, após consumada a última citação, correrá o prazo de 15 (quinze) dias para todos os interessados para se manifestarem acerca das declarações do inventariante. Nesta perspectiva, poderão impugnar de três formas: a) arguir erro, omissão ou sonegação do inventariante, quanto aos bens, direitos ou obrigações do espólio; b) reclamar quanto à escolha do inventariante; c) contestar à qualidade de quem foi incluído no título de herdeiro. É válido destacar que, na hipótese de o herdeiro não ter sido incluído no rol dos herdeiros nas primeiras declarações do inventariante, o primeiro poderá demandar sua admissão diretamente ao juiz do inventário, assim, dispensando eventual ação ordinária para o reconhecimento de seu direito de participar do procedimento sucessório. 
Uma vez superada a fase de impugnações, proceder-se-á à avaliação judicial dos bens inventariados com a finalidade dupla, sendo assim, definindo o valor dos bens e propiciando base para cálculo do imposto de transmissão causa mortis.
Theodoro Jr. Traz a luz a ideia de que a avaliação nem sempre se faz necessária, havendo incapazes não há como fugir, no entanto, se forem todos maiores e capazes a dispensa da avaliação poderá ocorrer quando a Fazenda Pública concordar com o valor atribuído aos bens do espólio nas primeiras declarações ou quando os sucessores concordarem com o valor dos bens declarados pela Fazenda Pública. E, havendo discordância parcial, a avaliação apenas incidirá sobre os bens que tiverem sido objeto da divergência. 
Esgotada a avaliação, caberá ao inventariante fornecer suas últimas declarações, nelas poderão ser aditadas, emendadas ou complementadas as declarações iniciais, atendendo, obviamente, a fatos novos ou erros e omissões cometidas pelo inventariante. 
Uma vez finalizada a fase das últimas declarações, o processo vai ao contador do juízo que, por sua vez, elaborará o cálculo do imposto de transmissão causa mortis, bem como das custas do processo.
Neste sentido, Humberto afirma ainda que, estando em ordem o cálculo, o juiz o julgará no sentido de autorizar o recolhimento do tributo devido na sucessão. No entanto, caso haja alguma controvérsia acerca do julgamento do cálculo da decisão, prevalece o entendimento de que o recurso cabível é o agravo de instrumento previsto no artigo 1.015 do CPC, ficando superada, portanto, a velha corrente da jurisprudência que atribuía a natureza de sentença à decisão que julga o cálculo do imposto do processo sucessório. 
Arrolamento breve resumo.
Arrolamento é um processo de inventário simplificado, caracterizado pela redução de atos formais ou de solenidades, assim conceituaMaria Helena Diniz. 
Silvio de Sá Venosa também tem o mesmo entendimento sobre a matéria, ele diz que o arrolamento é uma modalidade simplificada de inventário, que suprime grande parte de suas formalidades.
Diante disso, compreendemos que o arrolamento é procedimento simplificado para se obter os mesmos fins do inventário, a par dos casos de sua dispensa (Lei nº. 6.858), observando duas hipóteses distintas, a saber: quando os herdeiros optam pela partilha amigável, qualquer que seja o valor do espólio (art. 659 NCPC) ou quando o valor do acervo a partilhar não ultrapassa 1.000 (mil) salários mínimos (art. 664 NCPC). Também terá cabimento o procedimento simplificado de arrolamento quando houver herdeiro único.
No que se refere ao procedimento sumário do arrolamento, caso os sucessores optarem a partilha amigável, a facilitação do arrolamento dependerá basicamente de dois requisitos: todos os herdeiros devem ser maiores e capazes e devem estar em total acordo com a partilha amigável.
Já em relação ao art. 659 do NCPC, não imporá o valor dos bens do espólio. A característica deste procedimento é a dispensa de “lavratura de termos de qualquer espécie” (art. 660), vem como dos atos de avaliação de bens e de partilha em juízo.
Além disso, o arrolamento comum diante do encurtado valor dos bens, o procedimento do inventário pode ser simplificado, inobstante acordo geral dos herdeiros. Contudo, ao diferente do que ocorre no arrolamento sumário do art. 659, não está excluída a hipótese de divergências e de um contencioso entre as partes. A simplificação do rito, portanto, é menor e bem menos significativa, nos termos do art. 664 do NCPC e seguintes.

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