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ESPECIAL Empreendedorismo #1 A carreira empreendedora Está em dúvida se a carreira empreendedora é ou não o melhor caminho para você? Nos textos a seguir, entenda um pouco mais da realidade e do perfil dos empreendedores brasileiros V ocê optou pela carreira empreendedora! E agora? O que deve fazer para se preparar para trabalhar como empreendedor? Fique calmo, dê um passo para trás e reflita se é isso mesmo que você quer para sua vida profissional. Empreender é realmente a escolha certa para você? Abrir o próprio negócio não é fácil, leva tempo e muita dedicação. Vai exigir sacrifícios e foco total. Se, no fundo, empreender não era algo que te traria felicidade e ralização, colocar tanta energia nisso pode gerar um grande arrependimento. Por outro lado, essa pode ser a chance da sua vida e você o próximo brasileiro a encabeçar a lista da Forbes. Você sabe porque quer empreender? Qual sua ideia de negócio? Como é o dia a dia do empreendedor? Como se preparar para empreender? Dá pra fazer ainda na faculdade? É possível ser um empreendedor sem ter que abrir um negócio próprio? No fundo, é tudo uma questão de ter informação para fazer as escolhas certas. Nesse espcial, você encontrará a resposta para esta e outras perguntas. Sempre que você alcança um sonho, é preciso buscar outro maior N ascido em Salvador, Vinicius Neris descobriu o seu sonho em São Paulo. Quando tinha 16 anos, sonhava em se tornar engenheiro. Aos 22, começou a empreender durante o curso de Engenharia, na Universidade de São Paulo (USP). Aos 24 anos resolveu trancar a faculdade para focar completamente em seu negócio, depois de ter passado por programa de aceleração na Europa e ter vivenciado a forte cultura empreendedora do Vale do Silício. Vinicius Figueredo Neris, CCO da InEvent, escreve sobre os desafios de criar um negócio e a decisão de trancar a faculdade para se dedicar à vida empreendedora No famoso centro empreendedor dos Estados Unidos, foi o único brasileiro da sua turma selecionado para temporada de estudos na Draper University com jovens de diversos países. Ele também é membro do Núcleo, a comunidade alumni dos programas presenciais do Na Prática. A seguir, deixa o seu relato sobre as dificuldades de empreender e a decisão de ter interrompido a faculdade para se dedicar a esse sonho: Como todo jovem brasileiro, eu também tinha o sonho de chegar a uma universidade pública. Aos 15 anos, quando morava em Salvador, descobri por meio do estímulo de pofessores o que era sonhar grande: naquela época, ser aceito no curso de Engenharia. Foi também quando percebi que precisava ter mentores, pessoas experientes que iriam me levar a lugares bons que não ainda conhecia Esses professores se tornaram meus mentores. Eu não teria muitas chances se permanecesse no colégio que eu estudava, por isso resolvi tentar a sorte em São Paulo, na cidade de São José dos Campos. Só consegui isso graças a esses mentores e a um colega que também nutria do mesmo sonho que eu. Juntos conseguimos uma bolsa de estudo para nos prepararmos para o ITA e também nos tornamos grandes amigos. Ali percebi que precisava ter pessoas boas ao meu lado lutando pelo mesmo sonho que eu. Precisa preencher as minhas fraquezas e também suprir as de outros, nos complementando e nos incentivando. Em 2010 ingressei no curso de Engenharia Mecânica da USP (Universidade de São Paulo), em São Carlos, local que me proporcionou um ambiente rico de trocas, contatos e aprendizados para que começasse a empreender. Eu não me adaptei à sala de aula na faculdade. Até fui um bom aluno nos primeiros anos, mas a minha vida era nos ambientes de interação com outros alunos da faculdade. Me envolvia com grupos acadêmicos, esportes e eventos. O que me motivava era criar, inventar, testar, fracassar, aprender e tentar de novo. A sala de aula não acompanhava esse ritmo de aprendizado. O sonho de se tornar engenheiro ficava distante. Foi quando comecei a descobrir o empreendedorismo, entender mais sobre startups e acompanhar grandes empreendedores que estavam motivando pessoas como eu, desiludidas com os caminhos pré-estabelecidos pela sociedade. Sempre que você alcança um sonho, é preciso buscar outro maior Percebi de fato que os meus aprendizados não podiam ficar limitados à sala de aula e à um diploma. Eu precisa fazer da minha vida a verdadeira escola e aprender todos os dias em qualquer situação que vivesse. Foi aí que a figura do mentor ressurgiu na minha vida, e muitos desses empreendedores que eu seguia apenas nas redes sociais se tornaram referências reais pra mim. Eu já tinha aprendido que precisava estar perto dos melhores, então faria de tudo para conhecer essas pessoas de sucesso com histórias incríveis e inspiradoras, pois elas me ajudariam a moldar uma atitude e comportamento empreendedor para chegar ao meu sonho grande. Em março de 2013, surgiu a oportunidade de estudar uma escola de empreendedorismo que acabara de ser criada no Brasil. O Seitii Arata, um dos mentores que eu sigo até hoje nas redes sociais, estava dando dez bolsas para quem tivesse uma ideia, criasse um projeto e colocasse em prática em poucos dias. O tempo era curto e eu teria que fazer algo acessível. Eu não tinha muita grana para criar nada muito inovador. Comecei então a olhar ao meu redor e pensar nos problemas que eu ou os meus colegas poderíamos enfrentar. Lembrei então que todos os dias eu ia almoçar no restaurante universitário e várias vezes esquecia caneca, por isso ficava sem tomar suco. Não perdi tempo: juntei o máximo de canecas que eu podia, fiz um cartaz e fiquei na porta do restaurante divulgando e emprestando canecas. Consegui a bolsa, e chamei a atenção do meu futuro parceiro de negócios. Viramos sócios na InEvent, aplicativo mobile de comunicação e interação durante eventos. Empreender era o sonho, e eu jpa tnha começado. Mas toda vez que você alcança um sonho você precisa de um outro maior para perseguir. Vieram então os primeiros clientes e sabíamos que, nesse momento, nada melhor do que uma aceleradora de negócios. Conseguimos uma do outro lado do Atlântico! Pegamos o dinheiro que tínhamos de clientes e partimos para essa jornada no Lisbon Challenge, em Lisboa. De novo, aquela sensação de adrenalina e felicidade de dar mais passo. Foram três meses muito intensos de aprendizados no processo de aceleração com mais outras 29 startups do mundo todo. Nos dedicávamos dia e noite pelo nosso sonho e sobrevivíamos nos alimentando com menos de dez euros por dia para os três sócios. Até coelho a gente aprendeu a cozinhar! Sempre que você alcança um sonho, é preciso buscar outro maior Voltamos então de Portugal sem novos clientes e com mais dúvidas do que quando fomos. Estávamos sem grana e, se nenhum novo cliente surgisse até o final do ano, a InEvent iria morrer. Nesses momentos é hora de respirar, reavaliar nosso sonho grande, se ele permanecerá o mesmo ou não e traçar uma nova rota até esse sonho. O que não podemos fazer é ficar dando desculpas e não ter resiliência para prosseguir. Nós somos uma geração de mal acostumados, incapazes de nos prepararmos para os nossos sonhos grandes — eles duram no máximo um mês de ralação. Adoramos falar que pensamos fora da caixa e que estamos criando a próxima ideia de um bilhão de doláres, mas somos incapazes de ter disciplina para estudar conceitos importantes para tornar o sonho viável e trabalhar horas e horas por isto, abrindo mão de curtir férias, finais de semana e baladas com os amigos. Ao contrário do que a sociedade diz, decidi que não era preciso ter um diplomade graduação para ser bem-sucedido com a minha empresa. Resolvi trancar a faculdade pelos próximos meses. Também deixei para trás a tranquilidade e conforto do interior paulista para vir morar em São Paulo. Abri mão da vida sossegada em São Carlos para ajudar a cumprir o propósito da nossa empresa: empoderar pessoas em eventos. Queremos ser responsáveis por mudar a indústria de eventos no mundo. Podemos até fracassar, que será se desistirmos de vez da InEvent. Até lá nós vamos tentar de tudo. Se a sorte bater a nossa porta, ela vai nos encontrar trabalhando. Eu sei que é difícil ter um diploma de engenharia, mas é muito mais difícil ter um projeto e fazê-lo dar certo. Nada vai te ensinar mais do que isso, nem mesmo um MBA de Harvard. Não quero apenas estudar em um MBA, quero me tornar um case de estudo e ter minha história estudada por alunos de um MBA. Você vai falhar muito pra tentar chegar lá. Pode ser que na InEvent a gente tente muito e nunca chegue, porém, se nunca lutarmos para isso, é fato que nunca estaremos lá e continuaremos sendo meros espectadores de nossa própria vida. Sempre que você alcança um sonho, é preciso buscar outro maior ‘Empreender é ter resiliência’, defende jovem empreendedor “T udo começou quando eu comprei o livro Sonho Grande, foi o que me moveu”, explica o empreendedor Valentim Biazotti, hoje a frente da pré-aceleradora Worth a Million, que fundou no final de 2014 e presta apoio a startups e negócios sociais que estão em fase inicial. “Pegamos até os empreendedores que estão partindo do zero”, explica. “O mais importante de tudo é que eu comecei esse negócio porque eu tinha um propósito”, explica Valentim Biazotti, fundador e CEO da Worth a Million, pré-aceleradora de startups e negócios sociais O livro, citado por diversos outros empreendedores, conta a história de como um trio de investidores brasileiros — Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, fundadores da Fundação Estudar — criaram um dos maiores grupos empresariais do capitalismo brasileiro e tornaram-se referência no cenário internacional. Formado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Valentim já havia tentado empreender quando estava na faculdade. Fundou sua primeira startup em 2011, e resolveu encerrar suas atividades no ano seguinte. “Eu queria fazer, tinha brilho no olho, mas ainda não estava com a capacitação necessária para fazer um negócio de alto impacto”, reconhece. Preparação Na faculdade, teve apenas uma matéria que se relacionava à temática empreendedora. “O contato com o empreendedorismo era muito pequeno, e isso se relaciona muito com os problemas que eu enfrentei na minha primeira tentativa de criar uma empresa”, critica o ex-aluno, que espera ver mais disciplinas sobre esse assunto surgirem nas universidades brasileiras nos próximos anos. O aprendizado era claro: ele precisava se preparar. “Hoje em dia temos muitos cursos online disponíveis, e fiz praticamente todos de Stanford relacionados a empreendedorismo e design thinking, e os de inovação do MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts]”, ele conta. Assim, sem sair do Brasil, ele teve acesso a conteúdo de ponta de algumas das universidades mais empreendedoras do mundo. Um dos destaques foi o curso disponibilizado online e de forma gratuita pela aceleradora Y Combinator, uma das mais respeitadas do mundo, com sede no Vale do Silício. Para Valentim, o material é imperdível: “Recomendo esse curso para toda e qualquer pessoa que pense em empreender. Chamado How to Start a Startup (em tradução livre, “Como começar uma startup”), o curso é dividido em vinte palestras com alguns dos nomes mais importantes do cenário empreendedor nos Estados Unidos, como Paul Graham, Peter Thiel, Marc Andreessen e Ben Horowitz. “Fico sempre imaginando o efeito que isso teria tido na minha trajetória se eu tivesse tido esse conteúdo na faculdade”, brinca, já que a aceleradora oferece a o curso ‘Empreender é ter resiliência’, defende jovem empreendedor presencialmente em Stanford. Além das aulas online, Valentim também conta ter estudado muito as metodologias ágeis — lean startup, design thinking, canvas, entre outras. Para isso, alguns livros costumam ser citados por diversos empreendedores, incluinso o próprio Valentim: A Startup Enxuta, de Eric Ries; Design Thinking, de Tim Brown; e Business Model Generation, um longo e criativo trabalho de co-criação para o qual quase quinhentos autores contribuíram. A esse conhecimento, ele também soma sua própria experiência com construção de marcas. É que, logo após ter fechado sua primeira startup, ele entrou como trainee na consultoria de estratégia e branding Sonne. Nesse momento, ele faz questão de não ser mal-entendido: o sonho de empreender continuava vivo, mas era importante focar em aprender e se preparar para o desafio. Permaneceu na consultoria por cerca de dois anos, e então saiu já disposto a empreender de novo. Empreendendo Foi quando, menos de uma semana depois de ter saído do antigo emprego, participou do Laboratório, programa de desenvolvimento de lideranças e aceleração ‘Empreender é ter resiliência’, defende jovem empreendedor de carreira do Na Prática. “O Laboratório me ajudou muito a entender qual era o meu norte, e foi lá que comecei a desenhar a consultoria que tenho hoje. Se não fosse pelo empurrão que tive lá, com certeza não estaria com a empresa hoje”, relata Valentim sobre o impacto do programa. Foi assim que decidiu criar a Worth a Million, que nasceu como uma consultoria de estratégia e branding para startups e negócios sociais, mas acabou encontrando o seu lugar como pré-aceleradora. Com a empresa, sua ideia é ajudar as pessoas que estão passando pelas mesmas dificuldades que ele, quando tentou empreender pela primeira vez. Foi também do networking feito durante o Laboratório que vieram os seus primeiros clientes e outras indicações de clientes. A participação de eventos do universo empreendedor, inclusive, é uma das práticas que ele recomenda com mais ênfase para quem está começando o próprio negócio. O nome, que pode ser traduzido com “Vale um milhão”, reflete um objetivo ambicioso — exatamente como prega a cultura que aprendeu em Sonho Grande. Em dez anos, quer impactar um milhão de pessoas. Para alcançar esse número, conta não só com a atividade de pré-aceleração, mas também com palestras e cursos de capacitação. No universo do empreendedorismo, acelerar significa aumentar o ritmo de crescimento e desenvolvimento de uma empresa durante a sua entrada no mercado. Na Worth a Million, a ideia é atender e apoiar empreendedores em diversos momentos do que pode ser considerado uma fase inicial, anterior aos negócios já um pouco mais maduros que costumam ser apoiados por aceleradoras tradicionais. Daí o conceito de pré-aceleração. Mesmo aqueles que ainda não tem um produto definido ou mesmo uma ideia inicial podem contar com a ajuda da Worth a Million nessa tarefa. O que Valentim oferece é uma estrutura mental, cujo objetivo é organizar e estruturar os primeiros momentos da jornada empreendedora. “Depois que a pessoa passar pelas nossas mãos, queremos ter a certeza de que sua empresa continuará crescendo, até mesmo com a ajuda de outros agentes”. Até hoje, atendeu mais de vinte startups e negócios sociais, todos em atividade e crescendo. Propósito Nesse processo, também aprendeu que muitos empreendedores de primeira viagem precisam mesmo é de apoio emocional — e ele também está lá para isso. “Um dos nossospapeis é tirar a pessoa daquele momento de depressão, que ela pensa em desistir”, explica. O objetivo é trazer o empreendedor de volta aos trilhos, para que possa executar aquilo que tem na cabeça. “Ser empreendedor é ter resiliência”, ele insiste em ressaltar. “Tem dias que você acorda com um ânimo incrivel, e têm outros em que parece que nada vai dar certo”. Aí, também entra em cena outro fator crucial para um empreendimento dar certo. Mas, para entendê-lo, é necessário dar alguns passos para trás. Trata-se do propósito: uma razão profunda por trás da criação da sua empresa, e que te motiva a continuar. Pode também ser explicado pela máxima de que “todo empreendedor deve ser apaixonado”. “O mais importante de tudo é que eu comecei esse negócio porque eu tinha um propósito”, explica Valentim. Como assim? Para ele, transmitir esse conhecimento que adquiriu para outras pessoas é um jeito de contribuir para uma sociedade melhor. “Precisamos capacitar e ajudar essas pessoas que querem empreender, porque elas tem um ‘Empreender é ter resiliência’, defende jovem empreendedor potencial de impacto na sociedade muito grande”, explica. Em uma sociedade meritocrática, ele quer capacitar para o mérito. Nesse assunto, é bastante pragmático: “Se você não tem uma paixão muito grande pelo que está fazendo, você não vai conseguir passar pelos desafios de empreender”. Buscar o propósito de cada empreendedor também faz parte das reflexões que surgem no processo de pré-aceleração. Pra Valentim, esse processo também aconteceu no Laboratório. Hoje, o Na Prática promove um programa de desenvolvimento de carreira voltado exatamente para encontrar e conectar o seu propósito – o Catálise. Para muitos criadores de startups, inclusive, Valentim sente que existe uma vontade forte de empreender e fazer uma empresa tecnológica, mas ainda não é claro o propósito. São questões que o empreendedor precisa saber responder, como: Que problema você vai resolver? O que te move e te motivará ao longo da jornada exaustiva de empreender? Negócios Sociais No caso dos empreendedores sociais — aqueles que se propõem a resolver problemas sociais ou ambientais com suas empresas — a questão do propósito e do sonho parecem estar mais resolvidas. Afinal de contas, são negócios que já nascem de uma vontade clara e poderosa: tornar o mundo um lugar socialmente mais justo, ou ambientalmente mais sustentável. O que ele quer trazer para o mundo dos negócios sociais é exatamente a mentalidade de business que costuma ser encontrada com maior frequência entre os seus colegas de startups. Em outras palavras, a importância de focar em escalabilidade, crescimento sustentável e eficiência. “São empresas que também precisam se preocupar em ter um faturamento, atrair e reter clientes, inovar e crescer”, comenta. Aqui nio Brasil, sente que esse entendimento ainda precisa ser mais difundido. “Teremos que mudar nossa maneira de pensar negócios”, conclui. ‘Empreender é ter resiliência’, defende jovem empreendedor C omeçar qualquer negócio é uma tarefa que oferece desafios múltiplos para os empreendedores. No caso das startups, alguns erros são recorrentes e acabam prejudicando o desenvolvimento das ações. As tentativas e fracassos fazem parte do jogo. Mas, segundo aqueles que já possuem uma maior bagagem, é preciso humildade para “errar rápido” e não repetir as mesmas falhas. É o que pensa Fabio Seixas, sócio fundador da O Panda Criativo, plataforma para iniciativas criativas. Quais são os maiores erros cometidos por quem está começando? Com a ajuda de empreendedores, criamos uma lista das falhas que você pode e deve evitar no início da carreira empreendedora, quando sua startuo estiver no começo Quais são os maiores erros cometidos por quem está começando? “Erros são naturais e devem ser identificados o mais rápido possível. Ter humildade para reconhecer e agilidade para resolver são peças fundamentais para diminuir as possibilidades de fracasso”, afirma o empreendedor. Segundo ele, os testes são cruciais antes do começo das atividades. “Existem ferramentas muito válidas para testar ideias e aprimora-las antes de começar. Mas a verdade é que, uma vez que o negócio está aberto, a principal ferramenta que temos é trabalhar. Não é porque a ideia é boa que as coisas vão acontecer sozinhas. A peça principal disso tudo é o próprio empreendedor”, ressalta Seixas. O empreendedor mineiro Gustavo Caetano, fundador da SambaTech (empresa que oferece soluções em vídeos pela internet), sabe que os erros são parte do processo de inovação em uma startup. “Errar é aceito, mas errar várias vezes é burrice. Evitamos o burro motivado, aquele que gosta de errar. As pessoas não tem medo de errar na Samba. Isso faz parte do processo. Só não pode errar a mesma coisa ou demorar para corrigir o erro”, afirma Gustavo, que já foi considerado pelo MIT um dos jovens mais criativos do país. Com a ajuda do empreendedor Leandro Alvarenga, um dos responsáveis por levar o projeto internacional CreativeMornings para Belo Horizonte (encontros mensais e gratuitos onde é possível ter contato com novos modelos de negócio e novas formas de pensamento), elaboramos uma lista com cinco erros iniciais que podem ser evitados nas startups e algumas dicas para driblá-los. Veja: 1. Seguir cegamente um plano de negócios O plano de negócios é uma ferramenta fundamental para criação de uma empresa. Por outro lado, a busca por segurança e previsibilidade faz com que o novo empreendedor fique relutante em fugir do que está escrito. Um negócio é sempre mais complexo do que prevemos e por isso é preciso estar aberto para mudanças durante o trajeto. 2. Acreditar que deve trabalhar o tempo todo Estar sempre pronto para responder às necessidades da empresa é essencial. Mas se o empreendedor passa a abrir mão do tempo livre, o stress começa a impactar a tomada de decisões e falta tempo para conhecer pessoas que podem ajudar no crescimento do negócio. Por isso, não abandone as atividades que te dão prazer e o contato com universos distintos da empresa. 3. Priorizar quantidade ao invés de qualidade Na busca por um crescimento rápido, as empresas frequentemente abrem mão da qualidade dos produtos que a impulsionaram no início. O contrário deve acontecer: os produtos e serviços iniciais são frequentemente portfólio para conquista de novos negócios. Portanto, devem ser priorizados e a qualidade dos mesmos nunca pode cair. 4. Não escutar opiniões alheias É sempre importante colocar a própria ideia em discussão e entrar em contato com opiniões divergentes. O segredo pode até ser importante em alguns casos, mas na maioria das vezes vale a pena abrir mão dele para receber feedback sobre ideias e serviços. O que vale é entender as necessidades reais dos clientes, não as que você pensa que eles têm. 5. Achar que não precisa preparo para empreender Esta talvez seja a maior falácia propagada no universo das startups, levando muitos a deixar de lado oportunidades importantes em troca de uma ideia promissora. A formação, seja ela formal ou informal, é essencial. O estudo é fundamental para a maioria e existem diversos cursos disponíveis para cada tipo de negócio. A internet democratizou a informação e vale observar os caminhos daqueles que se prepararam e alcançaram seus objetivos.financeiro que investe em empresas com o objetivo de alavancar seu desenvolvimento e posteriormente vendê-las com lucro. Quais são os maiores erros cometidos por quem está começando? “Q uando um aluno é aprovado no vestibularde uma universidade brasileira e tem acesso à grade curricular do seu curso, não é certo que ele encontrará disciplinas ligadas ao empreendedorismo. Mas há outras formas de ter contato com o tema durante o ensino superior. Segundo os especialistas, quem quer seguir a carreira empreendedora deve descobrire as diversas possibilidades de empreendedorismo que as universidades oferecem. Você pode empreender enquanto ainda está na universidade. Veja como! Disciplinas teóricas, empresas juniores, pesquisa, laboratórios e incubadoras são possíveis caminhos para entrar no mundo do empreendedorismo enquanto ainda cursando a graduação Você pode empreender enquanto ainda está na universidade. Veja como! Segundo pesquisa realizada pela Endeavor em 2014, em parceria com o Sebrae, dos quase cinco mil universitários entrevistados, 48,7% já fez alguma disciplina relacionada ao empreendedorismo. Os responsáveis pela pesquisa acreditam que as universidades têm aumentado seu interesse pelo empreendedorismo nos últimos anos. “O Brasil como um todo entendeu que o empreendedorismo é uma das principais alavancas do seu desenvolvimento econômico e social. As universidades, como centros de pesquisa e formação de talentos, seguem essa tendência, ainda que de maneira mais lenta, muitas vezes. No lado positivo, empresas juniores e disciplinas de empreendedorismo não são mais novidade. Por outro lado, o ensino ainda está muito centrado em cursos como Administração e Economia, nas áreas de negócios, quando poderia ser totalmente transversal, juntando na sala de aula alunos de todos os cursos para resolver problemas da sociedade. Além disso, a pesquisa acadêmica ainda é bastante distante do mercado, e essa aproximação é essencial para as empresas inovarem mais”, afirma João Melhado, que trabalha na área de pesquisa e políticas públicas da Endeavor. Na USP (Universidade de São Paulo), o NEU (Núcleo de Empreendedorismo da USP) foi criado em 2012 pelos próprios alunos. É a entidade que organiza parte da oferta de sessenta e oito disciplinas ligadas ao empreendedorismo. “O Núcleo surgiu a partir do interesse de alunos que queriam empreender. A aceitação da USP foi saudável, ainda mais quando começamos a gerar resultados expressivos com nossas ações. Muito embora não haja qualquer relação de dependência ou interesses institucionais”, afirma o presidente do NEU, Artur Vilas Boas. Entre os resultados citados, destacam-se o surgimento de startups famosas, como 99taxis, Nubank, Kekanto, Ifood e Lean Survey. Já a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) possui um Núcleo de Inovação Tecnológica que é responsável pela Gestão da Inovação na Universidade, a CTIT (Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica). Dentro da CTIT existe um setor responsável pelo fomento da cultura empreendedora entre os cursos. “Prezamos pela multidisciplinaridade nos nossos projetos, então procuramos divulgá-los igualmente em todos os cursos. As empresas juniores, por exemplo, estão presentes em muitos cursos da UFMG e trabalham o perfil empreendedor através de uma formação diferenciada do aluno, com experiências complementares àquelas oferecidas pelas disciplinas dos cursos”, revela Gabriela Metzker, coordenadora do setor de empreendedorismo da CTIT. Segundo o professor André Leme Fleury, que leciona disciplinas ligadas ao empreendedorismo nos cursos de Engenharia de Produção e Design na USP, a graduação é o momento ideal para trabalhar o tema com os jovens. “O empreendedorismo viabiliza ao aluno experimentação, reflexão e compreensão do processo de desenvolvimento de inovações em produtos, serviços e negócios. Na universidade o aluno tem a possibilidade de vivenciar estas experiências de maneira lúdica e gradual, definindo de acordo com suas potencialidades o quanto deseja se aprofundar ou não no desenvolvimento deste tipo de inovação. Após a universidade essa experimentação se torna mais difícil”, pondera o professor. Outras possibilidades Além das disciplinas teóricas, os alunos podem entrar em contato com o empreendedorismo de outras maneiras na graduação. As empresas juniores, os laboratórios e as incubadoras de empresas também são caminhos possíveis. O presidente do NEU, que é pesquisador sobre o tema, destaca a necessidade de diálogo entre os diversos espaços de empreendedorismo na academia. “Podemos destacar três espaços principais para o empreendedorismo nas universidades: sala de aula, laboratórios e incubadoras. As universidades devem oferecer disciplinas que dialogam com laboratórios e projetos de pesquisa relacionados às incubadoras, por exemplo. É preciso fomentar a oferta de disciplinas, mas, mais do que isso, fomentar as interfaces do ecossistema de empreendedorismo”, explica Artur Vilas Boas. Segundo ele, as pesquisas relacionadas ao empreendedorismo deveriam ser mais incentivadas. “Os principais ecossistemas de empreendedorismo do mundo apresentam ligação direta com universidades de ponta. Capital humano de alto nível é o que gera negócios de alto nível. Ninguém melhor que a universidade para desempenhar papel fundamental nesse sentido. O ambiente acadêmico e de pesquisa é o ambiente Você pode empreender enquanto ainda está na universidade. Veja como! onde se chega à fronteira do conhecimento, sendo, assim, mais provável se chegar à fronteira da inovação”, afirma o pesquisador da USP. Dificuldade de difusão Se o empreendedorismo faz parte da rotina de alunos dos cursos de Administração, Economia, Computação e Engenharia, não pode-se dizer o mesmo nas áreas de saúde e ciências humanas. Segundo a pesquisa da Endeavor, no curso de Administração, 65% dos entrevistados já cursaram alguma disciplina, enquanto na área de ciências da saúde, apenas 27,7%. A pesquisa mostra ainda que um grande número de estudantes não fizeram disciplina nessa área pelo simples fato do curso não oferecer nenhuma. 32,4% dos universitários de Ciências Humanas demonstram interesse pelo tema, mas não encontram oferta. “Considero este dos principais desafios atualmente. Apesar do empreendedorismo estar se difundindo rapidamente entre cursos como engenharia, computação e administração, os cursos de humanas ainda apresentam poucas iniciativas relacionadas. Acredito que esta difusão deve ocorrer nos próximos anos, conforme novas formas de empreendedorismo sejam criadas e difundidas nestes cursos”, ressalta o professor universitário André Leme Fleury. Quem já passou por esses cursos com menos tradição empreendedora encontra dificuldades na hora de montar seu próprio negócio. É o caso do empresário Calebe Asafe, que graduou-se em publicidade na UFMG e em design gráfico na UEMG (Universidade Estadual de Minas Gerais). Atualmente ele é diretor de criação da “Calebe Design” e sócio-fundador do Prosas, plataforma que incentiva iniciativas na área social. “Quando você vai empreender de fato, o buraco é muito mais embaixo. Você não precisa só de conhecimento em empreendedorismo, mas principalmente em gestão. Os alunos precisam conhecer alguns modelos de negócio dentro do campo que estão estudando. Precisam ter a noção de como o mercado funciona e quais dificuldades eles vão encontrar se quiserem abrir seu próprio negócio”, conta o empreendedor. Você pode empreender enquanto ainda está na universidade. Veja como! N o currículo de diversos empreendedores é possível encontrar passagens por grandes empresas, consultorias internacionais e trainees concorridíssimos. Mas um ponto em comum une muitos desses profissionais, mesmo que algumas vezes nem apareçano currículo: a passagem por uma empresa júnior durante a faculdade. Para quem deseja montar sua startup, fica a dica: a rotina de trabalho é semelhante e quem investe nessa área valoriza cada vez mais essa experiência profissional. Como a empresa júnior pode alavancar a carreira empreendedora Empreendedores ressaltam como a experiência em empresa júnior durante a faculdade foi fundamental para o sucesso de seus negócios futuros A definição de empresa júnior pode ser extraída de um documento produzido pelas próprias empresas, o “Conceito Nacional de Empresa Júnior”. Segundo esse documento, “as empresas juniores são constituídas pela união de alunos matriculados em cursos de graduação em instituições de ensino superior, organizados em uma associação civil com o intuito de realizar projetos e serviços que contribuam para o desenvolvimento do país e de formar profissionais capacitados e comprometidos com esse objetivo”. Na prática, trata-se de uma empresa toda gerida pelos próprios estudantes, que prestam serviços a preços reduzidos preferencialmente para pequenos clientes, e onde os alunos mais experientes passam o que sabem para aqueles que acabam de chegar. Assim, esses estudantes entram em contato não apenas com a parte final do produto ou serviço oferecido, mas são obrigados a participar de processos internos inerentes a qualquer empresa. Muito do sucesso atual da empresa RockContent, especializada em marketing de conteúdo, teve início nos corredores do curso de Comunicação Social da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Dois sócios da Rock, Diego Gomes e Vitor Peçanha, passaram pela CRIA UFMG Jr. “Foi bem interessante, tanto eu quanto o Vitor Peçanha, meu sócio, passamos pela empresa júnior da UFMG. O Vitor inclusive chegou a ser diretor da empresa júnior. Aprendemos muito de forma prática, diferente do conteúdo acadêmico que era ensinado na sala de aula. É uma experiência riquíssima que recomendo a todos”, avalia Diego Gomes. O sócio concorda. “A minha passagem pela CRIA me ajudou na carreira atual pois foi minha primeira oportunidade de ser meu próprio chefe dentro de uma estrutura empresarial (mesmo que simplificada). Isso me deu a experiência inicial sobe o mundo do empreendedorismo, principalmente em relação a processos e relacionamentos com outros profissionais”, afirma Vitor Peçanha. Se hoje a RockContent lida com gigantes do mercado, os primeiros clientes desses empreendedores surgiram na CRIA. “Meu primeiro contato com clientes reais foi através da empresa júnior. Gente de verdade com problemas de verdade. Participar desse tipo de iniciativa desperta muito Como a empresa júnior pode alavancar a carreira empreendedora o empreendedorismo. Eu acredito muito que essa vivência desperta a vontade de montar um negócio em todo aluno universitário”, confirma Diego. Segundo ele, as startups também valorizam nos seus processos seletivos esses profissionais que passaram por uma empresa júnior. “Na empresa júnior, você aprende fazendo. É bem parecido com uma startup onde a experiência é pouca, mas a dedicação te leva a atingir seu objetivo. Por isso, na RockContent priorizamos contratações de pessoas com esse tipo de experiência. Passou por uma empresa júnior? Já tem vantagem no processo seletivo”, conclui. No final das contas, estagiar ou trabalhar em uma startup pode ser uma ótima escola para, posteriormente, abrir a sua própria. Habilidades desenvolvidas Participar uma empresa júnior ajuda a desenvolver ou a despertar diversas habilidades empreendedoras. Saber quais serão elas vai variar da área de atuação da empresa (relacionada ao curso dos alunos), dos cargos ocupados dentro delas, e do perfil de cada um. João Batista é um exemplo disso. Ao entrar no curso de Engenharia Elétrica da UFMG, encontrou na empresa júnior uma oportunidade para expandir seus horizontes. “Por achar meu curso muito técnico e específico, busquei novos espaços onde pudesse exercitar habilidades multifuncionais e ao mesmo tempo me testar no desenvolvimento de diversas atividades, como liderança e tomada de decisões sob pressão. Tenho certeza que sou um profissional muito mais qualificado por ter feito parte de uma empresa júnior do que se eu tivesse apenas seguido minha carreira acadêmica”, conta. Além da atuação na CPE Jr., Batista chegou a ser presidente da Federação Mineira de Empresas Juniores, o que lhe proporcionou contato com diversas áreas do conhecimento. “Ter trabalhado com pessoas de diversas áreas, de diversos cursos superiores e profissionais de grande qualidade abre portas, parcerias e novos negócios. O aprendizado gerencial adquirido na empresa júnior, seja em finanças, contratos, projetos, qualidade, recursos humanos e marketing, configura-se como um pilar que me ajuda em todas minhas atividades profissionais”, ressalta João Batista. “Já implantei metodologias de qualidade onde trabalhei, hoje estou abrindo uma empresa e a experiência que adquiri Como a empresa júnior pode alavancar a carreira empreendedora sendo gestor financeiro de uma empresa júnior muito tem me ajudado, além do aprendizado de como se trabalhar melhor em grupo”, completa. Outro que passou por uma EJ (sim, essa é a sigla usada pelos próprios alunos para se referir às empresas juniores) e que se deu bem ao criar sua startup é Gustavo Caetano, da SambaTech, empresa que oferece soluções de vídeos como educação à distância, comunicação corporativa, Tv na internet, etc. Durante o curso de Publicidade e Propaganda na carioca ESPM, Gustavo adquiriu confiança para aventuras maiores no futuro. “Empresa júnior foi legal pois te dá uma primeira ideia do que é empreendedorismo. É um negócio que você tem de tocar. Comecei a usar a lógica de endosso e reputação para propagar nosso trabalho. Fiquei mais seguro de seguir nos meus negócios posteriores pois tinha passado pela empresa júnior”, afirma o empreendedor. Como a empresa júnior pode alavancar a carreira empreendedora O número de jovens que entram na faculdade já com a ideia de empreender tem aumentado pelo Brasil afora. Mas, afinal de contas, vale mais a pena fazer um estágio durante o curso e deixar para abrir minha empresa depois de pegar o diploma ou já quero formar tendo meu próprio negócio criado e estruturado? Fazer estágio ou abrir a minha própria startup? O que representa a melhor escolha durante a sua graduação: estagiar ou empreender? Com a ajuda de especialistas em carreiras, elaboramos uma lista com alguns pontos a serem analisados na hora de escolher Segundo a pesquisa Empreendedorismo nas universidades brasileiras, realizada pela Endeavor em parceria com o Sebrae em 2014, um quarto dos quase 5 mil estudantes universitários entrevistados pensa em abrir seu próprio negócio já no ano da pesquisa (13,5%) ou no ano seguinte (11,9%). Os dados mostram que muitos não estão dispostos a esperar, mas os especialistas em carreiras afirmam que os estágios também podem ser uma boa opção. “Tudo vai depender do perfil e dos sonhos de cada um. O estágio pode ser um bom caminho mesmo para quem entra na graduação já com planos de empreender. Isso porque o universitário terá conhecimento de como funciona aquele determinado mercado, ver o que está dando certo ou não e, a partir daí, querer fazer o mesmo ou diferente em seu próprio negócio”, afirma a coach Rijane Mont´Alverne. Nas duas opções, é importante ter em mente não abandonar ou prejudicar os estudos, mesmo que isso pareça impossível. “Ter relacionamento com pessoas mais experientes no papel de mentor,seja na universidade, seja no meio profissional, pode contribuir para a organização da agenda e prioridades visando conseguir conciliar estudo, negócio e estágio. Outro ponto é ter parceiros no negócio ou no estágio que compartilhem de tempo e dedicação nas entregas das demandas, visando abrir na agenda do jovem tempo para os estudos, entendendo que estes sempre vão contribuir positivamente”, explica a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humano (ABRH), Cristiane de Ávila. Para ajudar os estudantes que estão se decidindo por fazer um estágio ou já abrir seu próprio negócio durante a graduação, listamos alguns pontos positivos e negativos de cada uma das opções: Autonomia Estágio: Geralmente é pequena, visto que as grandes empresas já possuem programas pré-definidos e sob a supervisão de outros funcionários. Ou seja: você não tomará grandes decisões e, nas que tomar, alguém estará de olho. Negócio próprio: Você está no comando. Os rumos da empresa serão definidos pelas suas escolhas e você será Fazer estágio ou abrir minha própria startup? obrigado a tomar decisões importantes o tempo todo, até mesmo sobre assuntos que seu conhecimento é pequeno. Portanto, se prepare antes de tomá-las! Remuneração Estágio: Segundo pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE), a média nacional da bolsa-auxílio é de cerca de R$1.100 no nível superior. A grana pode não ser tão alta, mas é certo que ela estará na conta no fim do mês. Negócio próprio: Uma das grandes dúvidas de quem abre sua startup é quando ela começará a dar retornos financeiros. Não existe um padrão, mas tenha consciência que pode demorar mais do que o previsto. Por outro lado, também é possível ganhar valores inesperados para seus vinte anos. Disponibilidade de tempo Estágio: As empresas sérias obedecem ao limite de jornada para um estagiário permitido em lei (6 horas diárias e 30 semanais). Outro aspecto importante é que essas empresas Fazer estágio ou abrir minha própria startup? evitam passar trabalho para ser desenvolvido em casa, o que significa que você pode organizar seu tempo para estudar para as provas de final de semestre. Negócio próprio: Prepare-se para acordar e dormir pensando em trabalho, inclusive com a possibilidade de perder aulas na faculdade. Fazer poucas disciplinas acaba sendo a saída para mita gente nessa situação. Principalmente no começo, startups consomem grande carga horária do dia e em períodos diferentes. Por outro lado, você pode virar duas noites seguidas trabalhando para depois folgar na data planejada, e sem dar satisfações ao chefe... Diversidade de funções Estágio: Por mais que as empresas tentem deixar o programa de estágio mais versátil, o seu cronograma de atividades tende a ser menos flexível. Você não vai apertar parafusos como Chaplin em Tempos Modernos, mas também não acredite que passará por todas as funções e setores almejados. Negócio próprio: Chegou a hora de mostrar que você é dinâmico e capaz de fazer de tudo um pouco. Nas startups, as funções são mais livres e a necessidade te obrigará a desempenhar tarefas antes inimagináveis, desde preparar um café para seu cliente até operações bancárias que você nem sabia que existiam. Pertinência temática com o curso Estágio: Como a própria lei diz, estágio é um vínculo educativo-profissionalizante e as universidades fazem parte do termo de compromisso assinado entre estudante e empresa. Portanto, provavelmente, você conseguirá relacionar os conteúdos das aulas com o que está fazendo na prática em seu estágio. Negócio próprio: Você estuda Biologia e sua startup é de aluguel de vestidos? Dificilmente conseguirá associar as disciplinas ao trabalho, mas desenvolverá outras habilidades que ajudarão no curso, como dinamismo e curiosidade. Se a empresa for no ramo do curso, bingo! Fazer estágio ou abrir minha própria startup? O fim da graduação gera diversas dúvidas nas cabeças dos jovens. Mas nem sempre o caminho profissional está nas possibilidades oferecidas naquela área. Sempre é tempo de recomeçar e aprender, como nos exemplifica Juliana Saldanha. Ao terminar o curso de graduação em Farmácia, optou pelo empreendedorismo, trabalha com marketing e hoje é sócia-fundadora da Techmall, aceleradora de startups localizada em Belo Horizonte. Empreendedorismo não é só carreira para os cursos de exatas e administração Formada em Farmácia, Juliana Saldanha se encontrou profissionalmente como sócia-fundadora de uma aceleradora de startups, onde trabalha com marketing Depois de cinco anos e meio mergulhada nos processos produtivos de medicamentos e cosméticos, Juliana, como ela mesmo diz, estava no local certo e na hora certa, e começou a trabalhar na Inova, incubadora de empresas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Foi lá que conheceu o universo do empreendedorismo e passou a desempenhar funções na área de marketing. Dessa etapa para montar sua própria startup não demorou muito, mas o resultado não foi dos melhores. “Nossa ideia era conectar as pessoas que queriam doar produtos que não usam mais com aquelas que poderiam ter interesse naqueles produtos. Mas não pesquisamos se as pessoas queriam aquela solução que oferecíamos, estávamos viciadas naquele produto sem entender as reais necessidades dos clientes”, explica Juliana sobre sua estreia como empreendedora. Aprendizado Os erros do primeiro negócio foram assimilados e surgiu a possibilidade de participação na sociedade de uma aceleradora de startups em 2013, a TechMall, que atua no apoio financeiro e estratégico com foco na formatação do negócio para que ele ganhe tração e cresça. Ela é Diretora de Marketing da Techmall e cuida de toda a parte de comunicação da empresa, como mídia, assessoria e eventos. “Existem pessoas preparadas que estudaram muito nessa área. Mas eu executo muito bem, o que me dá segurança. Não acho que uma graduação é fundamental para ser bem- sucedido. Vários grandes empreendedores não são formados. Hoje os métodos de ensino são muito unilaterais”, conta. Mesmo não tendo estudado Marketing em sua graduação, ela sabe que é preciso se atualizar e entender o que de novo tem sido debatido. “Atualmente eu faço uma pós-graduação em Marketing, procuro sempre estar atenta aos sites sobre o assunto. Nas redes sociais também tem muita coisa legal. O marketing tem mudado nos dias de hoje. O relacionamento com o cliente deve ser muito próximo, ele está muito exigente. É preciso explorar cada canal de comunicação corretamente para chegar aos resultados”, acrescenta. Formação Sobre a experiência durante a graduação de Farmácia, Juliana procura sempre observar o lado positivo. “Eu aprendi a ter senso crítico no curso de Farmácia. Temos Empreendedorismo não é só carreira para os cursos de exatas e administração que aproveitar cada experiência que vamos tendo na nossa vida. Mas uso muito pouco do que aprendi no curso no meu dia a dia. Eu tenho um branco quanto ao conteúdo atualmente. Se precisar de um medicamento, pergunto a uma amiga”, brinca a empresária. Os debates acadêmicos sobre a possibilidade de se aprender empreendedorismo são longos, com alguns autores dizendo que determinadas características já nascem com as pessoas. Entretanto, Juliana é um exemplo de que é possível desenvolver certas habilidades com a prática. “Digo que empreendedorismo pode ser ensinado, pois eu mudei muito e aprendi na prática. Meus filhos serão todos empreendedores, digo na mentalidade. Faria toda diferença se as pessoas aprendessem empreendedorismo nas escolas ou universidades. Não estudamos para solucionarproblemas, mas para aprender aquilo que dizem ser importante”, analisa. Perguntada sobre o futuro, Juliana parece ter escolhido seu caminho. Já recusou uma proposta de trabalho em uma empresa líder de mercado e quer disseminar essa cultura empreendedora. “Minha meta é disseminar o empreendedorismo. Tenho pavor de quem é acomodado, isso me estressa. Queria que todos fossem empreendedores, quanto mais consigo passar isso para frente, melhor. Fazer o mundo fluir mais dinâmico é algo que me motiva”, conclui. Empreendedorismo não é só carreira para os cursos de exatas e administração E m passagem pelo Brasil, o economista e banqueiro Muhammad Yunus, vencedor do Nobel da Paz em 2006, aproveitou para instigar os jovens universitários a desafiarem a teoria e pensarem em novas formas de fazer negócios. Para ele, todas as pessoas têm potencial para empreender, e é o empreendedorismo – e não a filantropia – a grande solução para a pobreza do mundo, por meio dos chamados negócios sociais. Todas as pessoas têm potencial para empreender, diz Muhammad Yunus O economista Muhammad Yunus, ganhador do Nobel da Paz, acredita que a nova geração vai levar a universidade além de seus próprios muros para promover ações com impacto na sociedade “Meus colegas na universidade debochavam de mim, achavam que aquilo era uma bobagem, que o que eu estava fazendo era muito pouco e não mudaria nada”, conta Yunus sobre o início do negócio, quando emprestava dinheiro informalmente para um número pequeno de pessoas. O descrédito da comunidade acadêmica não poderia se provar mais equivocado. Hoje o Grameen já conta com 2185 agências e, desde sua fundação, em 1991, emprestou o equivalente a 5,72 bilhões de dólares para 6,61 milhões de clientes, 97% dos quais são mulheres. Sua taxa de inadimplência é baixíssima, de fazer inveja aos mais bem administrados bancos comerciais do mundo: apenas 1,15%, o que significa que o Grameen recebe de volta 98,85% dos empréstimos que concede. “A teoria econômica é vazia se você não encontra uma aplicação prática para ela”, conta. Para ele, o trabalho de pesquisa e docência na universidade lhe garantiu um olhar de pássaro, que enxerga o todo, porém a uma grande distância. É importante, mas precisa ser complementado pelo que ele chama de olhar terrestre, que só é possível para quem transpõe os muros da universidade e vai falar com as comunidades, com a população. Também é preciso tomar cuidado para que essa mesma teoria não seja um fator limitante. “Muitas pessoas falavam para mim que o que eu estava fazendo era impossível, que não era um negócio porque não tinha como objetivo ganhar dinheiro”, ele conta. De acordo com a teoria econômica ortodoxa, eles estavam certos, mas isso não preocupou ou paralisou o economista em nenhum momento. “Se a teoria não se encaixa no que eu estou fazendo, é a teoria que está errada e não eu”, ele defende. Do mesmo modo que propôs uma nova forma de fazer negócios, Yunus estimula os jovens a empreenderem e não terem medo de ser protagonistas de inovações. “Do jeito que é ensinada, a teoria econômica, focada sempre na maximização dos lucros, força as pessoas a pensarem Todas as pessoas têm potencial para empreender, diz Muhammad Yunus apenas dessa forma. Se a liberdade de inovar começar a fazer parte do processo de aprendizagem das pessoas, elas vão ser capazes de criar um mundo não só diferente, mas melhor”, acredita o economista. Para ele, o empreendedorismo será a solução para grandes problemas globais, como pobreza, desemprego e mudanças climáticas. Ao final da palestra, o professor conclamou os brasileiros a sair de suas zonas de conforto para buscar soluções criativas para mudar e impactar a realidade. “Temos que incentivar os jovens na universidade a serem criativos. É esse o caminho para surgimento de empreendedores sociais”, concluiu. Todas as pessoas têm potencial para empreender, diz Muhammad Yunus “E u vejo o Brasil atual como um lugar de muitas oportunidades”, defendeu Jorge Paulo Lemann em evento organizado pela Endeavor em agosto deste ano, do qual o Na Prática participou. Falando para uma audiência de cerca de oitocentos empreendedores, além dos que acompanhavam o evento online, o empresário disse acreditar que vão se sobressair aqueles que souberem enxergar oportunidades nos momentos de dificuldade. Empreendedores é que vão salvar o Brasil, defende Jorge Paulo Lemann Em evento da Endeavor, o maior empresário do Brasil explica quais são as características que o empreendedor precisa ter para ser bem-sucedido em tempos de crise Para ele, o contexto econômico atual no Brasil proporciona um aprendizado intenso para o mercado e a indústria. “Dificuldade gera a necessidade de melhorar”, explica. Na sua opinião, são os empreendedores brasileiros que vão salvar o país da crise. Como exemplo de dificuldade tornada em oportunidade, ele menciona o Banco Garantia, que por anos foi considerado um dos mais prestigiosos e inovadores bancos de investimentos do país. A verdade é que, quando ele foi comprado – ainda como uma pequena corretora – a intenção de Jorge Paulo era fazer dela a melhor corretora de bolsa do Brasil. Acontece que, um mês depois da compra, a bolsa brasileira quebrou. Foi a dificuldade que obrigou o empresário a buscar por novidades. Assim, a empresa se reinventou e acabou aproveitando uma oportunidade surgida pouco depois, com as ORTNs (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional), tornando-se a maior operadora desse tipo de papel. “A coisa nunca é uma linha reta”, conclui. Além de ser capaz de aproveitar essas oportunidades, o empreendedor que vai ser bem-sucedido em tempos de crise também precisa ser resiliente. “Vocês não podem desanimar na primeira dificuldade, na primeira volta para trás. Vai se dar bem quem continuar”, disse. Ele usou a própria trajetória como exemplo de que os altos e baixos fazem parte da carreira de qualquer empresário, e ressaltou a necessidade de aprender e melhorar a cada erro. Errando que se aprende Com a falência de seu primeiro empreendimento, uma financeira que montou junto com outros egressos de faculdades norte-americanas, aprendeu que o empreendedor deve buscar sócios com perfis diversos e diferentes dele próprio. “A empresa faliu porque não tinha quase nenhuma administração, todos os sócios eram parecidos só queriam saber de fazer negócios, daí ninguém cuidava da retaguarda administrava”, reconheceu. Com a venda e posterior fechamento do icônico Banco Garantia, ele aprendeu a importância da visão a longo prazo. “No Garantia, estávamos muito focados nos resultados a curto e médio prazo, e então nos meus próximos negócios comecei a mudar essa visão, olhar mais longe”, explica Jorge Paulo, fazendo referência aos empreendimentos que está a frente hoje, como a cervejaria AB Inbev e a Kraft Heinz. Empreendedores é que vão salvar o Brasil, defende Jorge Paulo Lemann Para ele, setenta por cento do esforço do empreendedor deve estar voltado para o sonho grande, enquanto os trinta por cento restantes devem estar focados em aprender com as decisões erradas e melhoras. O hábito de esquadrinhar um ou mais aprendizados diante de cada erro ou fracasso é uma herança das quadras de tênis, como ele gosta de dizer. Foi a necessidade de aperfeiçoar sua técnica diante de cada partida perdida que fez o empresário apostar sempre na possibilidade de melhoria e crescimento. “É simples: sem esforço você não tem resultado”, diz. Ele começou a praticar o esporte desde cedo e, aos nove anos, perdeu para seu principalrival. Aos doze, sofreu uma derrota para um jogador estrangeiro. “O tênis foi muito importante pra me habituar a não ganhar sempre, me preparou para perder. Toda vez que eu perdia tentava analisar por que, ou o que não tinha dado certo e o que melhorar na próxima vez.” Focar no essencial Segundo o empresário, outra habilidade que faz o empreendedor se sobressair é a capacidade de distinguir o que é fundamental daquilo que é secundário – e Empreendedores é que vão salvar o Brasil, defende Jorge Paulo Lemann focar os esforços naquilo que realmente importa. Quando estudava em Harvard, tinha o objetivo de acabar a graduação no menor tempo possível e, para isso, acabava acumulando diversos cursos em um mesmo semestre. “Eu reduzia cada uma das disciplinas às cinco coisas básicas que eu tinha que aprender com elas, e desenvolvi essa técnica de focar em cinco pontos principais”, explica. Hoje, suas empresas possuem cinco metas básicas e essenciais, assim como os funcionários. E ntre as definições trazidas pelos dicionários para a palavra “empreendedor” está a de alguém que realiza coisas difíceis, fora do comum ou arrojadas. Mas será que é preciso ser mesmo um destemido empresário, disposto a assumir riscos e que não para de ter ideias inovadoras para ser chamado de empreendedor? Segundo os especialistas, o conceito de empreendedorismo é mais amplo e existem diversas possibilidades para quem pretende atuar nessa área. Os diversos caminhos para quem quer empreender Empreender não é só criar startups! Conheça as oportunidades para trabalhar no ecossistema empreendedor sem ter de abrir o próprio negócio O boom das startups no Brasil nos últimos anos aumentou o chamado ecossistema empreendedor. Atualmente, existem diversos profissionais e entidades especializados em apoiar ou fornecer serviços para essas empresas. Aceleradoras, fundos de investimento, incubadoras, consultorias, núcleos de empreendedorismo nas universidades e até mesmo as vagas como funcionário em uma startup são exemplos de oportunidades para quem quer empreender sem estar disposto a correr os riscos abrir seu próprio negócio. Segundo Cássio Spina, fundador da Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos de fomento ao investimento- anjo, empreender é muito mais do que abrir uma empresa. “Existem diversas maneiras de se empreender. Pode ser com uma atitude empreendedora dentro da empresa onde você trabalha, desenvolvendo oportunidades de novos negócios, ou trabalhando nessas entidades que compõem o ecossistema. Cada um escolhe o caminho de acordo com seu perfil”, avalia. O sócio-fundador da Meliuz, startup mineira de e-commerce pioneira no país em cupons de descontos com cashback, Ofli Campos, concorda e acredita que possui vários empreendedores em sua empresa. “Empreender não significa ter uma empresa. Tem mais a ver com a maneira com a qual você lida com seus sonhos. Temos muitas pessoas trabalhando na Meliuz que são antigos donos de startups e hoje são funcionários. Não vejo diferenças nisso, empreender não significa abrir empresa ou ser funcionário. Buscar um sonho é empreendedorismo, não é necessário ter um CNPJ para isso”, afirma o empresário. Habilidades necessárias Se você está disposto a trabalhar nessa área, mesmo que não seja como sócio ou dono de uma startup, algumas características são fundamentais. Apesar das diferenças peculiares à cada área, alguns traços são bem parecidos com os dos empresários que você terá de lidar diariamente. Dinamismo, disposição à inovação, criatividade, persistência, capacidade de execução e facilidade de comunicação são algumas apontadas pelos especialistas. “As características são parecidas com as de um empreendedor que abre seu negócio. Isso porque essas pessoas estão inseridas no mesmo cenário, influenciadas por quase todas as mesmas variáveis e em contato constante. Os diversos caminhos para quem quer empreender Talvez a capacidade de gerenciar e calcular riscos seja mais evidente para os empresários, mas ela também está presente no dia a dia desses outros empregados em proporções e decisões diferentes”, afirma Cássio Spina. Realização Os depoimentos daqueles que ajudam na construção dos alicerces das diversas facetas do empreendedorismo revelam realização profissional. No caso de Artur Vilas Boas, presidente do Núcleo de Empreendedorismo da USP (Universidade de São Paulo) e pesquisador sobre o tema, aumentar as possibilidades de empreendedorismo no ambiente acadêmico se tornou uma verdadeira missão para ele. “Eu empreendi no período da graduação. A empresa deu certo, formei sócios e hoje cuido apenas da parte estratégica. Mas isso despertou em mim o sonho de ajudar outros universitários a empreender também. Hoje, vejo meu futuro ligado a essa missão de fazer com que a universidade cada vez mais apoie jovens empreendedores em sua jornada. Sou extremamente realizado com o que faço e me considero empreendedor”, afirma. Os diversos caminhos para quem quer empreender No caso de Cássio Spina, que também trilhou diversos caminhos empreendedores, auxiliar as startups a buscarem recursos por meio dos investidores-anjos é uma maneira de fazer parte desses negócios. “Claro que um investidor busca retorno, mas dá um prazer enorme de ver aquelas ideias e serviços se tornando realidade, dando os primeiros passos e alcançando seus objetivos. Você acaba participando dos sonhos das pessoas e sonhando com elas. Todo negócio é construído em conjunto. Colocar um tijolinho ali é muito legal”, conclui. texto Frederico Machado Rafael Carvalho Vinícius Neris edição Rafael Carvalho design Danilo de Paulo fotos Na Prática StartuoStockPhoto Acervo Pessoal Divulgação
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