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Resenha Soberania Dir. Int.

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MORE, Rodrigo Fernandes. O Moderno Conceito de Soberania no Âmbito do Direito Internacional. <http://www.more.com.br/artigos/Soberania.pdf> Acessado em 14/092017 06:32h P. 1-8.
Israel Silva Monteiro
O Artigo de Rodrigo Fernandes More versa em 4 partes sobre a Soberania na esfera do Direito Internacional. 
A primeira é sobre soberania brasileira, onde o autor ressalta a Constituição Brasileira, e a soberania como um dos fundamentos do Estado brasileiro. Sobre a soberania em relação ao Direito Internacional, para o autor, os poderes internos harmonizados proporcionam a realização dos objetivos internos e externos, sendo que na esfera internacional a soberania é exercida em harmonização com regras e princípios do direito internacional.
Na segunda o autor aponta 3 aspectos da soberania no Direito Internacional. O primeiro é o externo, que pode ser resumido como independência, se relacionar no âmbito internacional sem restrições ou controle de outros Estados. Sendo esse o aspecto ao qual o direito internacional primeiramente dirige suas regras. O segundo é o interno, sendo esse garantia para estabelecer instituições internas e instituir leis, basicamente são os três poderes. O terceiro aspecto é o territorial. É importante pois o Estado é soberano dentro do seu território. Porém, no direito internacional a soberania não é completa, o estado não está isolado e portanto não pode simplesmente fazer o que quiser. O autor aponta que os aspectos interno e territorial da soberania e as regras internacionais de limitação da soberania e competência internacional do estado se equilibram. Portanto a soberania não é apenas de interesse interno, mas também do direito internacional. O autor indica que o direito internacional moderno busca soluções para avanços nas áreas econômicas, sociais, culturais, técnicas, etc. Sendo semelhante a integração que ocorreu com a União Europeia.
A terceira parte do artigo de More é sobre Alienação de Soberania. Para o autor a noção de que integração econômica gera alienação de soberania é um grave equívoco. Pois as acordos são feitos pelos estados livres, que decidem de acordo com seus interesses, e ainda há a característica horizontal nas relações internacionais, onde o poder é dissolvido no equilíbrio natural entre as partes.
Por fim o autor inclui jurisdição no assunto. O exercício de jurisdição e competência legal são o conceito de soberania, esses dois conceitos são limitados na esfera internacional por regras e princípios do direito internacional, sendo que para o autor nesse caso há a fusão dos conceitos de jurisdição e competência no conceito de soberania. Sendo exercida a máxima soberania nos tratados internacionais, que emergem do direito interno limitado ao direito internacional e regras de limitação da competência internacional, havendo ainda regras e princípios reconhecidos pela comunidade internacional, restringindo assim determinados atos reprováveis.
Conclui-se portanto que para More os acordos internacionais de integração econômica e política, como os da União Europeia, são exercício de soberanias que se equilibram naturalmente na esfera internacional, não havendo alienação da soberania, sendo que emergem do âmbito interno dos Estados para o internacional, onde são limitados pois há regras e princípios internacionais.
Pode-se inferir que essa não é uma visão completa das relações entre os Estados, pois não é uma relação simples, como se apenas poucos, e conhecidos, fatores importassem para equilibrar as forças, na realidade há muito mais que se levar um consideração. É mais correto afirmar que os acordos internacionais ocorrem entre países livres, mas isso não significa que não há perda de soberania. Muitos acordos na realidade beneficiam alguns países em detrimento de outros. Por exemplo, impede-se a redução de taxas e impostos sobre determinado setor para permitir a entrada de produtos dos concorrentes de outros países, isso pode alimentar a relação entre países, ao mesmo tempo em diminui a liberdade de um deles por interesses de apenas uma das partes. 
Tudo sem contar ainda que há muitas partes que podem influenciar os acordos, por exemplo indústria, investidores, movimentos sociais, grupos de influenciadores como os políticos, investidores, cientistas, filósofos, personalidades, bem como empresas como Google e Apple, e grandes conglomerados empresariais que possuem a capacidade de influenciar diversos países de maneira coordenada. E ainda há o poder bélico dominado por um pequeno grupo de países. Todos esses e muitos outros fatores podem criar uma falsa integração econômica, desenvolvendo uma dependência entre países, o que torna alguns Estados extremamente desfavorecidos na hora das negociações.

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