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Petição inicial

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA... VARA DO TRABALHO DE...
João , brasileiro, casado, assistente, nascido em 00/00/0000 portador do RG 12.345.678-SSP/SP e do CPF 123.456.789-01, titular do e-mail joao@hotmail.com, residente e domiciliado na Rua Antônio Otávio Gomes, no 00, Jardim Camila, cidade de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, por seu Advogado que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua Adelino Torquato, no 00, Centro, cidade de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, onde recebe intimações, com fulcro no artigo 840, §1°, da CLT c/c art. 319 do CPC, propor a presente:
AÇÃO TRABALHISTA
Em face da Empresa BMZ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº----------------, endereço eletrônico bmz@empresap.com.br , endereço completo com CEP -----.---, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
1 - DOS FATOS
João foi contratado pela empresa BMZ, em 01.03.2012, exercendo a função de assistente, recebendo um salário mensal de R$1000,00 (Mil reais), trabalhando sempre na jornada de 14 horas diárias (09h00 às 23h00) com 30 minutos de intervalo para refeição e descanso de segunda a sábado, trabalhado também todos os feriados desde a contratação.
No período de 01/03/2014 até 01/03/2017 foi transferido de São Paulo para a filial da empresa localizada em Ananindeua/Pará. Durante esse período João realizou o total de 5 (Cinco) passagens no valor de R$1000,00 (Mil reais) cada, para visitar sua família que permaneceu em São Paulo.
Na data de 01/02/2017, ao finalizar sua jornada de trabalho, retornando para sua residência João foi atropelado por uma bicicleta, fraturando o fêmur. Por motivo de tal acidente o reclamante na data de 01/02/2017 foi encaminhado ao INSS com pedido de auxilio doença acidentário, por estar incapacitado para o trabalho, tendo sido concedido tal beneficio até a data de 01/09/2017 (Seis meses).
Com o recebimento da alta do INSS, foi convocado para retornar para a sede em São Paulo, onde após uma semana de trabalho foi demitido sem justa causa, não recebendo nenhum direito rescisório e também não lhe foram reembolsadas as passagens.
DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA
A Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, em seu artigo 118 estabelece que:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Conforme alhures mencionado o reclamante gozou de auxilio doença acidentário por um período de 06 (seis) meses cessando este apenas na data de 01/09/17, de modo que a legislação que trata do tema em seu artigo 118 acima transcrito garante ao reclamante a manutenção de seu contrato de trabalho por um período de 12 (doze) meses após a cessação daquele beneficio, deste modo teria a reclamada que manter em seus quadros o reclamante até a data de 01/09/18, ao contrario do que preceitua a lei a reclamada o dispensou sem justa causa.
2 - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
O reclamante prestou serviços para a Reclamada entre 01/03/2012 a 01/03/2017, data em que foi despedido sem justa causa, sem receber nenhuma verba rescisória.
2.1. DAS VERBAS RESCISÓRIAS E MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT
Conforme anteriormente mencionado, deixou a reclamada de providenciar o pagamento das verbas rescisórias quando da dispensa do reclamante.
Dessa forma, faz jus o reclamante ao recebimento das seguintes verbas: aviso prévio indenizado, saldo salarial, 13º salário proporcional, férias proporcionais + 1/3 e entrega das guias para o recebimento do FGTS + 40%, bem como do seguro-desemprego.
Por não ter a reclamada observado o prazo do artigo 477, parágrafo 6º da CLT, deve ser condenada ao pagamento da multa capitulada no parágrafo 8º do mesmo artigo e diploma legal.
2.2. DAS HORAS EXTRAS
O reclamante exercia a função de assistente, laborando em uma jornada de 14 horas durante 6 dias na semana.
Segundo o artigo. 7º inciso XIII, da Constituição Federal, a jornada de trabalho terá a duração de no máximo 08 horas diárias, com o limite de 44 horas semanais, esclarecendo que jornadas menores podem ser fixadas pela Lei, convenções coletivas ou regulamento de empresas.
Dessa forma, tendo cumprido as 44 horas semanais, todas as demais horas que excederam essas caracterizam horas extras, totalizando a quantidade de 37 horas extras semanais durante todo o contrato de trabalho (5h30 de segunda a sexta + 13h30 de sábado).
 
I-DO INTERVALO DE DESCANSO
Durante o período trabalhado o Reclamante, não gozava do intervalo mínimo de uma hora para sua refeição e descanso.
Art.71 Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
 
§ 4. Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo cinqüenta por cento sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
 
Uma vez não usufruído o horário total do intervalo, o reclamante goza de 1 (um) hora por dia trabalhado.
II – DO INTERVALO ENTRE JORNADA
A Reclamante deixava seu expediente as 23h00min, iniciando então seu período de descanso. Como todos os dias tinha que chegar na empresa as 09h00, acabava tendo seu direito de descanso entre as jornadas de trabalho violado.
Segundo Artigo 66 da CLT “entre 02 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.”
O reclamante gozava apenas de 10 (dez) horas de descanso entre 02 (duas) jornadas, violando então 1 (um) hora do seu direito total.
DAS FÉRIAS
A reclamante prestou serviços para a reclamada de 01/03/2012 à 01/03/2017, sem, no entanto, ter gozado de férias anuais, como garante o art. 130, I, da CLT.
Desta feita requer a condenação da reclamada, ao pagamento das férias vencidas em dobro, referente aos períodos de 2012/2014; 2013/2015; 2014/2016; 2015/2017, conforme estabelece o art. 137 da CLT, as férias integrais de 2016, e as proporcionais, referente ao período 2017, de formas simples, todas com adicional de 1/3 constitucional, conforme art. 7ª, XVII da CF, considerando-se como base legal para cálculo o salário de R$ 1000,00 (Mil reais), já com os reflexos das horas extras, com fulcro na Súmula 376, II do TST.
- DECIMO TERCEIRO
- SALDO DE SALARIO
3.7 DA MULTA DO ART. 477 DA CLT
O art. 477, § 6º, da CLT, estabelece o prazo para que a reclamada efetue o pagamento das verbas rescisórias.
Ocorre que, até a presente data a Reclamada não efetuou o devido pagamento, pelo que requer o pagamento de uma multa equivalente a um mês de salário revertido em favor da Reclamante, com fulcro no § 8º do referido artigo, no valor total de R$ 1960,00 (um mil, novecentos e sessenta reais).
3.8 DA MULTA DO ART. 467 DA CLT
Ademais, a Reclamada deverá pagar a Reclamante, no ato da audiência, todas as verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de 50%, conforme art. 467 da CLT.
Dessa forma, requer a Reclamante pelo pagamento de todas as parcelas incontroversas na primeira audiência.
REFAZEEEEEEEEEER
4.0 DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1. Que seja preliminarmente, deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devido à reclamante encontrar-se desempregada e não possuir condições de custear o processo, sem prejuízo próprio.
2. A notificação da Reclamada para comparecer a audiência a ser designada para querendo apresentar defesa a presente reclamação e acompanha-la em todos os seus termos, sob as pens da lei.
3. Julgar ao final TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamação, condenando a empresa Reclamada a:
a) Ao pagamento das horas extras nunca pagas, que somam o valor de R$ 75.600,00 (setenta e cinto mil e seiscentos reais),e seu posterior reflexo nas demais verbas rescisórias.
b) A pagar o aviso prévio indenizado de 45 dias, que já com o reflexo das horas extras, perfaz o valor de R$ 2.940,00 (dois mil novecentos e quarenta reais).
c) A pagar as férias vencidas de 2010 a 2014, em dobro, que somam o valor de R$ 20.906,66 (vinte mil novecentos e seis reais e sessenta e seis centavos), já com os reflexos das horas extras.
d) A pagar as férias de 2014-2015, de forma simples, no valor de R$ 2.613,33 (dois mil seiscentos e treze reais e trinta e três centavos), já com os reflexos das horas extras.
e) A pagar as férias proporcionais de 2016, de forma simples, no valor de R$ 108,88 (cento e oito reais e oitenta e oito centavos), já com reflexos das horas extras.
f) Ao pagamento do décimo terceiro salário proporcional no valor de R$ 326,66 (trezentos e vinte e seis reais e sessenta e seis centavos), já com os reflexos das horas extras.
g) A pagar o saldo de salário, referente aos 7 dias trabalhados no mês de janeiro, no valor de R$ 480,60 (quatrocentos e oitenta reais e sessenta centavos).
h) A Liberar as guias do seguro-desemprego ou indenização correspondente;
i) A liberação do FGTS, mais a multa de 40%, em virtude da rescisão sem justa causa.
j) A condenação da reclamada a multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT, no valor de R$ 1960,00 (um mil novecentos e sessenta reais).
k) A condenação da reclamada a multa do art. 467 da CLT, caso as parcelas incontroversas não sejam pagas na primeira audiência.
l) Que todas as verbas sejam pagas acrescidas de correção monetária e juros moratórios.
Requer, ainda, seja a Reclamada condenada ao pagamento das contribuições previdenciárias devido em face das verbas acima requeridas, visto que caso tivessem sido pagas na época oportuna, não acarretariam a incidência da contribuição previdenciária.
Protesta provar o alegado por todos os meios no Direito permitidos, notadamente oitiva de testemunhas e depoimento pessoal.
Dá-se à causa o valor de R$ 104.936,13 (cento e quatro mil novecentos e trinta e seis reais e treze centavos).
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Local, data
ADVOGADO
OAB

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