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Desafio clínico: sedimentando o básico Apresentação de um caso clínico, com perguntas-chave sobre a sua condução. RESUMO O artigo mostra a investigação de um caso de icterícia, anemia e hepatomegalia, em que os exames iniciais mostraram leucocitose intensa, que em seguida, percebeu-se tratar de avaliação errônea na leitura automatizada do hemograma. Chama-se atenção para a importância da avaliação global desse exame simples, incluindo- se a observação do esfregaço periférico, mas sem deixar de atentar para a clínica do paciente. O diagnóstico do caso em questão foi importante, não apenas para instituir terapêutica adequada, como também para informar e aconselhar a família quanto a possibilidade da doença se manifestar em outros indivíduos da prole. Palavras-chave: Criança, Anemia, Hepatomegalia, Hemograma Completo. INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA DE ANEMIA COM HEPATOMEGALIA: QUANDO O HEMOGRAMA PODE ATRAPALHAR DIAGNOSTIC INVESTIGATION OF ANEMIA WITH HEPATOMEGALY: WHEN BLOOD COUNT IS MISLEADING Antônio Alexandre Leite Mendonça Miná1 Maria Helena Lopes Cavalcante2 1. Médico Pediatra do Serviço de Pediatria Geral do Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS). Fortaleza, CE. 2 . Mestre em Saúde da Criança e Adolescente. Médica Pediatra do Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS). Fortaleza, CE. ABSTRACT The study presents an case of jaundice, anemia and hepatomegaly initially misdiagnosed as severe leukocytosis due to a misinterpretation of the result of an automated blood count. Attention is drawn to the importance of making a global evaluation of blood count, including peripheral blood smear, while not neglecting clinical examination. The correct diagnosis of the case reported was important not only to start the patient on appropriate therapy but also to inform and guide the family with regard to the possibility of manifestation in siblings. Key words: Child, Anemia, Hepatomegaly, Blood Cell Count. CASO CLÍNICO HISTÓRIA ID: Menor de 9 anos, sexo feminino, procedente de Quixadá, deu entrada no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS) em 13/02/2001. QP.: “Cor amarelada” há 9 dias. HDA: Paciente iniciou há 9 dias quadro de febre elevada, palidez, dor abdominal epigástrica e mesogástrica, acompanhada de vômito e pele amarelada. Referia urina cor de coca-cola, anorexia. Teve um episódio de epistaxe. No momento da admissão no hospital encontrava-se sem febre. História Familiar: Mãe G6P5A0. Um irmão gemelar morreu de diarreia e outro de “febre amarela”. EF.: Estado geral regular, afebril, acianóico, anictérico, cooperativo, palidez cutânea e mucosa 3+/6+, dentes precários, sem adenomegalias. Estatura no percentil 10 e peso no percentil 25. AC: sopro sistólico audível em todo o precórdio. AP: NDN. ABD: fígado palpável a 6 cm abaixo de RCD. Baço – Traube ocupado? Encaminhado com resultados parciais de exames: Leuc.: 93600; Hct: 10,6; Hb: 3,1; Plt: 521000. Exame na emergência em 13/02/2001: Leuc: 85000; Hct: 8,6; Plt: 631000. QUAIS OS PONTOS CHAVES? Observa-se criança de 9 anos com: • Febre autolimitada, • Pele amarelada (Icterícia? Palidez?), • Dor abdominal associada a vômitos, • Hepato(esplenomegalia), • Anemia, • Leucocitose importante, • lteração de coloração da urina, • Sopro sistólico. QUAIS OS DIAGNÓSTICOS SINDRÔMICOS? 1. Síndrome ictérica, 2. Síndrome álgica abdominal, 3. Síndrome anêmica, 4. Síndrome de hepatomegalia. EXPLORANDO OS DIAGNÓSTICOS SINDRÔMICOS 1. Síndrome Ictérica – em relação a esta síndrome clínica, a conduta inicial é definir se, de fato, a cor amarelada relatada pela mãe se trata de icterícia. Para tanto, deve-se solicitar a dosagem de bilirrubinas total e frações. Com o resultado, pode-se diferenciar icterícias de padrão colestático, em que os níveis de bilirrubina direta encontram-se maiores que 2mg/dl ou representam pelo menos 20% do total. As obstruções de vias biliares podem ser intra-hepáticas ou extra-hepáticas. Causas de icterícia com este padrão de distribuição de bilirrubinas passam por hepatites virais (intra-hepática), que, no caso em questão, apresenta como pontos a favor do diagnóstico a febre inicial, a anorexia, a urina de coloração escurecida, bem como hepatomegalia dolorosa. Quadro semelhante poderia estar presente nas doenças de obstrução de vias biliares. Citam-se como possibilidades a litíase biliar, complicada ou não com colecistite ou ainda com colangite, obstrução por áscaris (apesar de não haver relato de eliminação de parasitas ou sinais de obstrução ou semiobstrução intestinal). O fato da paciente ser pálida e apresentar anemia poderia corroborar com o diagnóstico. Ficam sem explicação a febre e a leucocitose Rev. Saúde Criança Adolesc. 2011; 3 (2): 50-55 5150 Rev. Saúde Criança Adolesc. 2011; 3 (2): 50-55 Miná AALM, CAvALCAnte MHL (a menos que houvesse complicação por abscesso hepático ou colangite). Outras infecções poderiam manifestar-se com clínica de icterícia (mononucleose, febre amarela – incomum no Ceará, malária). Afecções não infecciosas como tumores ou mal-formações de vias biliares também explicariam a icterícia. Se o padrão de elevação das bilirrubinas for às custas de bilirrubina indireta, outras causas devem ser aventadas. As anemias hemolíticas despontam como boas hipóteses. As icterícias hemolíticas podem ser congênitas (esferocitose, talassemia, anemia falciforme) ou adquiridas, normalmente imunomediadas. As congênitas revestem marcha crônica, às vezes com exacerbações agudas. Níveis tão baixos de hemoglobina podem sinalizar que, na verdade, a paciente pode sofrer de doença hemolítica. A icterícia atual poderia sinalizar crise hemolítica aguda. A ausência de baço palpável diminui a chance de esferocitose, porém fortalece a hipótese de anemia falciforme, que em uma criança de 9 anos, já seria esperada (autoesplenectomia pelos infartos repetidos). A leucocitose não seria tão intensa, a menos que uma condição infecciosa grave estivesse desencadeando a crise hemolítica. 2. Síndrome Álgica Abdominal - a dor abdominal pode ser classificada como aguda e crônica. A primeira normalmente tem início rápido, é do tipo penetrante ou cortante, precisa e localizada em uma área específica antes de se irradiar. Pode estar associada a outros sintomas, tais como vômitos, náuseas, sangue nas fezes. Denota lesão orgânica, estrutural. A dor abdominal crônica por definição excede dois meses e normalmente é de característica indefinida, difusa. Muitas vezes não há acometimento tecidual evidente. Pode ocorrer também dor crônica com períodos de agudização. No relato do caso, a dor caracteriza-se como aguda. Para tanto, a investigação deve incluir RX de tórax e abdome, bem como US de abdome. A busca por sinais de infecção deve ser realizada com solicitação de hemograma com prova de atividade inflamatória (PCR ou VHS). 3. Síndrome Anêmica – a paciente em questão apresenta anemia acentuada. No entanto, outros parâmetros no hemograma devem ser observados além de nível de hemoglobina. Volume corpuscular médio, hemoglobina corpuscular média, índice de anisocitose, além de esfregaço periférico devem ser avaliados. Leucograma e nível de plaquetas também devem ser analisados, a fim de tentar diferenciar anemia por deficiência total ou setorial de produção medular. A deficiência de produção pode ser por defeito medular (aplasia total ou aplasia eritróide pura, síndrome mielodisplásica), infiltração medular (neoplásica – leucemias, doenças de depósito – Niemman-Pick, infecciosas – Calazar). Na condição de deficiência global, esperar-se-ia leucopenia e plaquetopenia associados ou diseritropoese, vistas no mielograma. A produção insuficiente também pode decorrer de ausência de substrato (causaspré-medulares), como nas anemias carenciais. Afastadas a causas pré-medulares e medulares, há as pós-medulares (perdas ou destruições periféricas). Devem-se buscar perdas por trato gastrointestinal, que podem ser imperceptíveis ou evidentes (parasitas, doença inflamatória intestinal, pólipos). Na ausência de perdas, restam as situações de hemólise em que devem ser citadas as anemias hemolíticas (hemoglobinopatias, defeitos de membrana), mas também situações de hemólise imunomediadas como no Lupus, situação em que o Teste de Coombs é positivo. No entanto, a referida paciente também apresenta leucocitose intensa em dois hemogramas. Diante do quadro sistêmico de icterícia, febre, dor abdominal, hepatomegalia, esplenomegalia interrogada, as doenças neoplásicas devem se suscitadas. Assim, leucemia entra como hipótese diagnóstica Miná AALM, CAvALCAnte MHL plausível. Deve-se estar atento ao esfregaço periférico quanto à descrição de blastos. Entretanto, outras condições podem cursar com leucocitose aparente. Alguns quadros infecciosos podem desencadear as ditas reações leucemóides, em que contagens extremamente elevadas de leucócitos são observadas. Eritroblastos ortocromáticos (presentes nas doenças hemolíticas agudas) e linfócitos atípicos (doenças infecciosas virais, como mononucleose), por serem células grandes e nucleadas podem ser confundidas com blastos nas contagens automatizadas. Dosagem de LDH seria importante para evidenciar condição de turnover celular aumentado, presente nas crises hemolíticas e nas condições neoplásicas. Contagem de reticulócitos auxiliariam situação de hemólise, mas nos quadros carenciais intensos, esse parâmetro viria diminuído. 4. Síndrome de Hepatomegalia – o estudo das hepatomegalias deve iniciar levando-se em consideração as funções exercidas pelo órgão. Sendo assim, o fígado atua: a) Como órgão de defesa, sendo sede importante de tecido reticuloendotelial, e hipertrofiando-se em estados infeciosos agudos e crônicos; b) Órgão de depuração de toxinas, podendo encontrar-se aumentado também nos quadros de intoxicações; c) Ainda pela abundância de tecido reticuloendo- telial, hipertrofia-se nas anemias hemolíticas; d) Na vida fetal, desempenha importante papel hematopoiético, por vezes reassumido em condições de estados anêmicos graves; e) Como órgão de armazenamento; f) Cresce em alterações degenerativas: infiltração gordurosa (esteatose hepática), amiloidose; g) Quando abriga em seu interior tumor, maligno ou benigno, primário ou metastático; h) Devido à sua abundante e complexa rede vascular, que se ingurgita, aumentando as dimensões do órgão em distúrbios circulatórios, tais como insuficiência cardíaca ou pericardite constritiva. De posse dessas informações, buscando-se etiologia de natureza infecciosa, pode-se novamente aventar a hipótese de hepatite viral. A possibilidade de abscesso hepático também poderia explicar alguns dos sintomas, mas deixaria em aberto a anemia. Condição infecciosa, não necessariamente hepática, como a endocardite pode levar ao sopro audível, a hepatomegalia (a depender de acometimento de válvulas), febre, mas não justifica de maneira satisfatória uma anemia tão intensa e a icterícia. Partindo- se da associação hepatomegalia-anemia, as anemias hemolíticas surgem como diagnóstico diferencial interessante ao caso, em que o aumento hepático estaria explicado pela hipertrofia do tecido reticuloendotelial ou ainda como órgão de hematopoiese extra-medular. As leucemias poderiam justificar crescimento do fígado por infiltração da víscera, podendo explicar também o discreto aumento de baço, relatado acima como Traube ocupado. EXAMES COMPLEMENTARES Pelo quadro exposto, deve-se iniciar a investigação com solicitação de novo hemograma, a fim de confirmar as alterações mais visíveis, leia-se anemia e leucocitose, devendo-se atentar ainda para a semiologia do sangue periférico, através da avaliação de seu esfregaço. Como a paciente também apresenta relato de cor amarelada, com alteração de coloração de urina, faz-se necessária a pesquisa de bilirrubinas total e frações, bem como sumário de urina para averiguar a existência de pigmentos ou sangue na urina. Por haver queixas de dor abdominal com vômitos, além de hepatomegalia ao exame físico, um ultrassom abdominal nos auxiliaria no diagnóstico. Não se pode minimizar a existência do sopro sistólico audível em todo o precórdio, que apesar de poder ser explicado pela anemia intensa da paciente, deve ser investigado, pois a mesma apresenta hepatomegalia e dentes em mau estado de inveStiGAÇÃO DiAGnÓStiCA De AneMiA COM HePAtOMeGALiA: QUAnDO O HeMOGRAMA PODe AtRAPALHAR Rev. Saúde Criança Adolesc. 2011; 3 (2): 50-55 5352 Rev. Saúde Criança Adolesc. 2011; 3 (2): 50-55 conservação, o que alerta para a possibilidade de endocardite infecciosa, como citado anteriomente. Pode-se proceder a pesquisa de função e lesão hepática dadas as manifestações clínicas (febre inicial, icterícia, dor abdominal com vômitos), que suscitam a hipótese diagnóstica de hepatite. Mielograma e dosagem de LDH podem e devem fazer parte do rol de exames, diante da pluralidade de sintomas, que trazem a possibilidade de doenças linfoproliferativas. RESULTADOS DE EXAMES Em relação ao perfil hepático da paciente, são apresentados os seguintes resultados: BT: 0,61; BI: 0,44; BD: 0,17. TGO: 18; TGP: 10; Atividade de Protrombina 70%; PT: 6,7; Alb: 3,7; Glob: 3. Nesta fase inicial de exames, pode-se observar que no momento não há lesão hepática, afastando a hipótese das hepatites virais. Percebe-se ainda que o fígado apresenta boa função, explicada pelo bom nível de albumina, do TAP e da capacidade de conjugação e excreção de bilirrubina. O LDH encontrava-se aumentado, totalizando 1310, mostrando turnover celular aumentado. Sumário de urina mostrou presença de urobilinogênio, produto da degradação da bilirrubina o que pode indicar hemólise, reabsorção de hematomas entre outros. Ecocardiograma foi normal e mielograma evidenciou apenas diseritropoiese moderada, afastando, em um primeiro momento, leucemia. Ultrassom de abdome revelou microcálculos de vesícula biliar e baço de dimensões reduzidas. A presença dos microcálculos justificaria a dor abdominal, os vômitos, mas para explicar a icterícia, seria necessário que houvesse obstrução das vias biliares, não relatadas no exame. Não há descrição ainda de espessamento de paredes de vesícula o que falaria a favor de colecistite. Surge então o questionamento se esses microcálculos seriam a causa de todos os sintomas, se seriam parte de alguma outra condição patológica ou achado ocasional do exame de imagem, sem significado clínico importante. No entanto, o exame mais revelador (e também dos mais simples) foi o hemograma: Hb: 5,4 Hct: 17,5 VCM: 86,5 HCM: 26,7 RDW: 22% Leuc: 25500 Seg: 51% Bast: 5% Linf: 36% Mono: 5% Eos: 3% Percebe-se anemia normocítica e normocrômica, mas com grande índice de anisocitose. No entanto, no esfregaço periférico, há correção do número de leucócitos para 16000, devido à presença de eritroblastos ortocromáticos (81 para 100 leucócitos). O somatório desses achados pode indicar perda sanguínea aguda (sangramento ou hemólise), com grande solicitação medular e liberação de formas jovens para a circulação periférica. Como não há relatos de sangramentos importantes na história, tende- se a direcionar o diagnóstico para a hemólise. Mas o dado mais revelador vem em seguida: presença de drepanócitos no esfregaço periférico. A investigação prosseguiu com solicitação de eletroforese de hemoglobina, que evidenciou Hb – Hb SS. DISCUSSÃO O diagnóstico de anemia falciforme explica todos os sintomas da pacientedo caso. A cor amarela e a palidez decorrem da crise hemolítica, que habitualmente cursa com febre. O fato de não possuir níveis elevados de bilirrubinas no momento da admissão, revela que ela já não estava mais hemolisando, ou, se estava, o fígado era capaz de conjugar e excretar toda a bilirrubina. Sendo por tadora da doença desde o nascimento, a criança provavelmente deve ter apresentado outros episódios de hemólise e repetidos infar tos esplênicos, o que justifica o baço de dimensões reduzidas. A presença de microcálculos de vesícula também faz par te da história natural da doença, o que motiva a colecistectomia. No entanto, o grande fator confundidor do caso foi a hiperleucocitose, que, na verdade, se tratava de interpretação REFERÊNCIAS 1. Pernetta C. Hepatomegalia. In: Diagnóstico Diferencial em Pediatria. 3ª Edição. São Paulo: Sarvier; 1985. p. 423-38. 2. Pernetta C. Palidez. In: Diagnóstico Diferencial em Pediatria. 3ª Edição. São Paulo. Sarvier, 1985. p. 555-574. 3. Pernetta C. Dor Abdominal Aguda. In: Diagnóstico Diferencial em Pediatria. 3ª Edição. São Paulo. Sarvier. 1985. p. 245-264. 4. Pernetta C. Dor Abdominal Crônica. In: Diagnóstico Diferencial em Pediatria. 3ª Edição. São Paulo. Sarvier, 1985. p. 5265- 278. 5. Freire LMS. Anemias. In: Diagnóstico Diferencial em Pediatria. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2008. p. 879-888 errônea na leitura automatizada do sangue – os eritroblastos foram lidos como leucócitos. Percebe-se com isso a grande impor tância de uma avaliação completa do hemograma, estudando seus variados aspectos, incluindo a descrição do esfregaço periférico. O diagnóstico dado a essa paciente, de cer ta forma elucidou o óbito de um de seus irmãos (“febre amarela” - na verdade doença que leva a icterícia e também cursa com febre) e traz a possibilidade de diagnóstico de outros familiares. Essa criança deve ser submetida à vacinação contra germes capsulados, avaliar níveis de hemoglobina a fim de definir necessidade ou não de uso de hidroxiuréia, além de programar a cirurgia para extração da vesícula. CORRESPONDÊNCIA: Antônio Alexandre Leite Mendonça Miná E-mail: alexandre_mina@yahoo.com.br Conflito de Interesse: Não declarado Submetido: 10/01/11 Aprovado: 30/01/11 Rev. Saúde Criança Adolesc. 2011; 3 (2): 50-55 5554 Rev. Saúde Criança Adolesc. 2011; 3 (2): 50-55 Miná AALM, CAvALCAnte MHLinveStiGAÇÃO DiAGnÓStiCA De AneMiA COM HePAtOMeGALiA: QUAnDO O HeMOGRAMA PODe AtRAPALHAR
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