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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 QUESTÕES AIN 04 – ANEMIAS HEMOLÍTICAS, HEMOGLOBINOPATIAS E ANEMIA FALCIFORME 1. Fernanda, 4 anos, é levada à Unidade de Pronto Atendimento por sua mãe, que relata que sua filha está amarelada e cansa-se com facilidade. Há três dias iniciou tratamento para infecção urinária com ácido nalidíxico. Ao exame físico, Fernanda encontra-se descorada ++/4+, ictérica +/4, principalmente em face e tronco. Ausculta cardíaca e pulmonar normais. FC: 120 bpm, FR: 44 irpm, SatO₂: 96%, Abdome: flácido, ruídos hidroaéreos presentes, fígado no rebordo costal direito e baço palpável a 1 cm do rebordo costal esquerdo. Exames laboratoriais: Hb: 6,5 g/dL, Ht: 19,5%, reticulócitos: 9%. Dentre as abaixo, a principal hipótese diagnóstica para esse caso é A) anemia ferropriva. B) anemia falciforme. C) esferocitose. D) deficiência de G6PD. E) deficiência de piruvato quinase 2. Homem negro de 20 anos, com história de várias internações por crises vaso-oclusivas, é internado por novo quadro álgico. Em relação à doença de base, o resultado laboratorial característico é sugerido por: A) reticulócitos aumentados, haptoglobina diminuída e LDH e bilirrubina indireta elevados B) reticulócitos diminuídos, haptoglobina diminuída e LDH e bilirrubina indireta normais C) reticulócitos aumentados, haptoglobina alta e LDH e bilirrubina indireta elevados D) reticulócitos diminuídos, haptoglobina alta e LDH e bilirrubina indireta normais NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 3. Paciente feminina de 18 anos procura atendimento devido a dor de garganta e febre há três dias. Também apresenta cefaleia, dor abdominal, náuseas e êmese. Refere persistência de quadro de fadiga e mialgia, que iniciou duas semanas antes da primeira febre. Nega comorbidades ou uso de medicamentos. Nega relação desprotegida. Apresenta FC 96/min, PA 118/78 mmHg, FR 14/min, temperatura 38,0 °C, e SpO₂ 99% em ar ambiente. Ao exame físico, destacam-se hiperemia e exsudato em faringe, linfonodomegalia cervical, icterícia, hepatimetria = 15 cm e espaço de Traube ocupado. Exames laboratoriais demonstram: Hb = 11,4 g/dL; VG = 34%; VCM = 90,1 fL; HCM = 30,2 pg; CHCM = 33,9 g/dL; RDW = 17%; leucócitos = 10.012/mm³ ; linfócitos = 7.147/mm³ ; linfócitos atípicos = 4.211/mm³ ; plaquetas = 96.500/mm³ ; ALT = 128 U/L; AST = 133 U/L; FA = 174 U/L; GGT 55 U/L; BT = 3,4 mg/dL; BD = 0,9 mg/dL; LDH = 451 U/L. A pesquisa de anticorpos heterófilos foi positiva (considere especificidade = 100%). São consideradas complicações ou doenças associadas a essa hipótese diagnóstica, EXCETO: A) linfoma. B) encefalite. C) hepatite fulminante. D) síndrome de Guillain-Barré. E) anemia hemolítica por anticorpos quentes. 4. São exemplos de anemia hemolítica provocadas por defeito extrínseco às hemácias do paciente, EXCETO: A) Hemólise de próteses cardíacas. B) Púrpura Trombocitopênica Trombótica. C) Hemoglobinúria Paroxística Noturna. D) Malária. E) Doença Hemolítica do Recém Nascido 5. Mulher de 35 anos vai à UPA queixando-se de dispneia e palpitação. É portadora de pustulose subcórnea e está em uso de prednisona e dapsona há 20 dias. Ao exame físico, apresenta PA 120/80mmHg, FC 109bpm, FR 23irpm, Spo₂ em ar ambiente 94%. Encontra-se alerta, orientada, com mucosas descoradas e ictéricas. O restante do exame físico não apresenta alterações. Exames de laboratório: Hb 3,9g/dL; Hct 15,3%; VCM 105fL; HCM 31pg; CHCM 32g/dL; RDW 19,2%; LG 8.600/mm³; Plq 210.000/mm³; LDH 1.200U/L; BT 3,2mg/dL; BD 0,4mg/dL; reticulócitos 12,2%. Coombs direto negativo; exame de urina: heme positivo, 3 hemácias/campo. Assinale o diagnóstico MAIS PROVÁVEL nesse caso. A) Anemia hemolítica autoimune. B) Anemia megaloblástica. C) Anemia por deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase. D) Anemia sideroblástica. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 6. Paciente de 67 anos, tabagista desde a adolescência, veio à consulta por cansaço progressivo, perda de apetite e emagrecimento. As mucosas estavam descoradas. Trouxe um hemograma mostrando anemia (hemoglobina de 9,6 g/dl) e VCM de 78 fl (valor de referência: 80-100 fl), sem elevação de reticulócitos. Os níveis de LDH e de haptoglobina estavam normais, os de ferritina elevados e os de ferro e de saturação da transferrina normais. Havia linfopenia, mas não alterações nas plaquetas. Sobre a anemia desse paciente, assinale a assertiva correta. A) O padrão sugere fortemente anemia hemolítica microangiopática. B) O padrão laboratorial sugere deficiência de vitamina B12 ou de folato com resposta medular adequada, devendo ser realizada investigação neste sentido. C) Os dados sugerem anemia de doença crônica, mas sangramento crônico não pode ser descartado completamente. D) Há indícios de hemorragia intensa recente associada a neoplasia de trato respiratório. E) Há alta probabilidade de anemia microcítica por talassemia menor 7. Homem de 52 anos procura assistência médica com queixas de fadiga, dispneia ao esforço e dor abdominal que é mais intensa no lado esquerdo do abdome, há cerca de um mês. Nega febre. O paciente apresenta uma história clínica de hipertensão difícil de tratar. Faz uso de enalapril, anlodipino, hidroclorotiazida e metildopa (iniciado há 3 meses). Ao exame clínico com frequência cardíaca de 106 bpm, frequência respiratória de 18 incursões/min, temperatura de 37°C, pressão arterial de 148/84 mmHg e saturação de oxigênio de 95% no ar ambiente. O paciente está descorado 3+/4+, com icterícia +/4+. O exame de tórax está normal, e o exame cardiovascular revela apenas taquicardia. O fígado é de 10 cm à percussão e é palpável 1 cm abaixo do rebordo costal direito. O baço é palpável 3 cm abaixo do rebordo costal esquerdo, ausência de macicez móvel à percussão do abdomen. Não há edema de membros inferiores. Ao exame laboratorial, o nível de hemoglobina é de 7,5 g/L, e o hematócrito, de 23,2%. Reticulócitos estão aumentados (4%). A contagem de leucócitos é de 8.300/μL com contagem diferencial normal e contagem de plaquetas de 143.000/μL. O nível de bilirrubina total é de 3,3 mg/dL. Qual é a provável etiologia? A) Leucemia mieloide crônica B) Anemia hemolítica autoimune C) Linfoma de Hodgkin D) Leishmaniose visceral NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 8. Paciente de 21 anos de idade, sexo masculino, apresenta quadro de celulite na coxa direita, iniciando o tratamento oral com trimetoprim- sulfametoxazol. Algumas horas depois, evolui com mal-estar, tontura, falta de ar, calafrios e lombalgia. Não há histórico de uso prévio de antibióticos. Exame físico: hipocorado (2+/4+), ictérico (1+/4+), eupneico e afebril. Exames séricos: hemoglobina: 9,1 g/dL, plaquetas: 330000/mm³, reticulócitos corrigidos: 15,8%; esfregaço de sangue periférico: presença de corpúsculos de Heinz. O diagnóstico mais provável é: A) deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase. B) desordem da membrana do eritrócito. C) hemólise autoimune. D) sepse por bactérias anaeróbias 9. A avaliação do paciente com anemia deve conter obrigatoriamente uma história familiar e pessoal detalhada, além de exame físico completo e exames laboratoriais inicias. Dentro dos exames laboratoriais que devem ser solicitados em um primeiro momento estão todos os abaixo, exceto: A) Hemograma completo. B) Contagem de reticulócitos. C) DHL. D) Hematoscopia. 10. Considerando o diagnóstico de anemia hemolítica, assinale a alternativa correta: A) A anemia hemolítica é uma condição comum causada pela presença de auto-anticorpos direcionados contra antígenos de superfície das células vermelhas do sangue, provocando a sua destruição prematura. B)O tratamento de primeira linha consiste em imunoglobulinas endovenosas em altas doses e anticorpos monoclonais. C) O tratamento com pulsoterapia com corticoide e as transfusões sanguíneas demandam recomendações específicas. D) O uso de corticoides é a primeira linha de tratamento. 11. Criança de 9 meses com anemia falciforme apresenta palidez súbita com hipoatividade e dor abdominal. Familiares negam febre. Apresenta baço em fossa ilíaca esquerda e fígado normal. Hemograma demonstra Hb: 3; 10% de eritroblastos; plaquetas: 150.000 e Leucócitos 15.000, sem desvios. Qual a hipótese diagnóstica mais provável? A) Rotura traumática do baço B) Sequestro esplênico C) Anemia hemolítica autoimune D) Leucemia NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 12. O diagnóstico de anemia hemolítica só pode ser realizado com exames complementares, entre os exames que devem ser realizados, assinale a alternativa errada: A) Hemograma completo, juntamente com índices de glóbulos vermelhos e contagem de plaquetas. Como os reticulócitos são células maiores, o volume corpuscular médio nestes pacientes pode ser aumentado em níveis similares aos encontrados na anemia megaloblástica. B) Esfregaço de sangue periférico: pode demonstrar hemácias esferocíticas (como na anemia hemolítica autoimune ou esferocitose hereditária). Outras alterações na forma de eritrócitos também podem ser encontradas. C) Lactato desidrogenase (LDH): aumentada nas anemias hemolíticas. D) Teste de Coombs direto ou de antiglobulina direto: negativo nas anemias hemolíticas autoimunes. 13. Maria, 22 anos, tem uma filha recém-nascida que recebeu o diagnóstico de anemia falciforme pelo teste do pezinho. A consulta com pediatra e hematologista irá demorar algumas semanas, e devido a angústia em relação ao diagnóstico, ela procura atendimento hoje, na clínica médica, desejando maior conhecimento sobre as possíveis complicações da doença e opções de tratamento disponíveis. Sobre a anemia falciforme é incorreto afirmar. A) As vacinas contra pneumococos e Haemophilus influenzae são menos eficazes nos indivíduos esplenectomizados. B) A maioria dos pacientes falcêmicos apresenta anemia hemolítica com reticulocitose. C) As crises de sequestro esplênico são comuns no início da infância e podem exigir transfusão de emergência e/ou esplenectomia. D) A isquemia óssea e articular pode resultar em necrose asséptica, artropatia crônica e susceptibilidade incomum à osteomielite, por micro- organismos como a Salmonella. E) Deve-se considerar o uso de hidroxiureia em pacientes que sofrem episódios repetidos de síndrome torácica aguda ou mais de três crises por ano exigindo internação. 14. Na doença falciforme, crises de anemia com baixa contagem de reticulócitos são causadas, principalmente, por: A) deficiência de vitamina B12. B) deficiência de folato. C) infecção por parvovírus B19. D) fenômenos de vasoclusão. E) hemólise grave NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 15. A mutação do ponto falciforme no gene da beta globina resulta na produção de hemoglobina falciforme, que é menos solúvel que a hemoglobina fetal ou adulta normal. A doença das células falciformes refere-se a qualquer uma das síndromes nas quais a mutação falciforme é co-herdada com uma mutação no outro alelo da beta globina que reduz ou abole a produção normal de beta globina. Estes incluem anemia falciforme (mutação falciforme homozigótica), talassemia beta falciforme entre outras. As manifestações clínicas da doença falciforme estão relacionadas à anemia hemolítica e à oclusão de vasos, que podem levar a dores agudas e crônicas e isquemia ou infarto tecidual. O infarto esplênico leva ao hiposplenismo funcional no início da vida, o que, por sua vez, aumenta o risco de infecção. Essas complicações têm um grande impacto em morbidez e mortalidade. Em relação à anemia falciforme, assinale a alternativa correta. A) A anemia apresentada pelos pacientes é de caráter crônico, sendo normalmente hipocrômica e microcítica. B) O quadro clínico está relacionado à fenômenos hipóxicos, uma vez que a hemoglobina S possui baixa solubilidade, implicando numa menor liberação de oxigênio pelas hemácias nos capilares. C) Pacientes com anemia falciforme possuem risco aumentado de infecção por germes encapsulados, em virtude da asplenia funcional decorrente da doença. D) São sinais de maior gravidade da doença a presença de acidentes vasculares cerebrais, priapismo, infarto do miocárdio, depressão e icterícia. E) A hidroxiureia reduz a polimerização das hemácias doentes, o que reduz o risco de vaso-oclusão, porém seu uso incorre em riscos como trombocitopenia, leucemias e hepatite medicamentosa 16. A reticulocitose é um bom indicador de eritropoiese. Assim, a anemia que costuma cursar com reticulocitose é A) Anemia carencial ferropriva. B) Anemia por deficiência de vitamina B12. C) Esferocitose hereditária. D) Anemia de Blackfan-Diamond. E) Talassemia. 17. Paciente com insuficiência renal crônica (clearance de creatinina = 18mL/min), em tratamento conservador, tem anemia e está sendo tratado com eritropoietina. Revisando o prontuário, constata-se que, antes dessa identificação terapêutica, foram solicitados apenas hemograma e creatinina. O exame atual, feito meses depois do primeiro, constata que o nível de creatinina aumentou ligeiramente, sem melhora no nível da hemoglobina. Antes de iniciar a eritropoietina, deveria ter sido assegurada a normalidade dos estoques da medula óssea de: A) vitamina B12 B) ácido fólico C) tiamina NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 D) ferro 18. Assinale a alternativa que indica uma causa de anemia microcítica. A) Insuficiência renal crônica B) Deficiência de Vitamina B12 C) Talassemia D) Hemorragia aguda 19. Assinale a alternativa correta sobre o traço falcêmico. A) Apresenta hemograma normal. B) Apresenta anemia leve a moderada. C) Apresenta esplenomegalia discreta. D) Apresenta dores ósseas. 20. No paciente que apresenta diagnóstico de anemia falciforme pelo teste do pezinho, o resultado encontrado é: A) HgFSC B) HgFSA C) HgFA D) HgFS 21. As complicações mais frequentes da Doença Falciforme são A) crisesaplásticas. B) crises de sequestração esplênica. C) crises vaso-oclusivas dolorosas. D) síndrometorácica aguda. E) acidentevascular cerebral. 22. Analise as seguintes afirmativas sobre a doença falciforme e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas. ( ) Podem apresentar dor severa nas extremidades, no abdome e nas costas, sendo que a primeira manifestação dolorosa na maioria das crianças e a dactilite. ( ) As crises aplásticas são frequentes e se manifestam por anemia com aumento esplênico. ( ) Trata-se de uma anemia hemolítica hereditária autossômica recessiva. ( ) As hemorragias constituem a principal causa de morte nestes pacientes, principalmente nos primeiros cinco anos de vida. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. A) F V F V. B) F V V F. C) V F F V. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 D) V F V F 23. Pré-escolar de 02 anos, portador de anemia falciforme é levado à emergência apresentando dor abdominal, palidez acentuada (Hg 3g|dl), hipovolemia, reticulocitose, taquicardia, taquipneia, prostração, baço 5 cm do Rebordo Costal Esquerdo (RCE). A hipótese diagnóstica mais provável é: A) Sequestro esplênico. B) Crise aplástica. C) Colelitíase aguda. D) Hepatite A. 24. Homem negro de 20 anos, com história de várias internações por crises vaso-oclusivas, é internado por novo quadro álgico. Em relação à doença de base, o resultado laboratorial característico é sugerido por: A) reticulócitos aumentados, haptoglobina diminuída e LDH e bilirrubina indireta elevados B) reticulócitosdiminuídos, haptoglobina diminuída e LDH e bilirrubina indireta normais C) reticulócitos aumentados, haptoglobina alta e LDH e bilirrubina indireta elevados D) reticulócitos diminuídos, haptoglobina alta e LDH e bilirrubina indireta normais 25. Mulher negra de 26 anos procura atendimento com queixa de fraqueza e desânimo há algumas semanas com piora progressiva. Relata febre e emagrecimento. O exame físico mostra mucosas descoradas 2+/4+, sem outras alterações. Exames laboratoriais revelam hemoglobina = 7,8g/dL; hematócrito = 22%, VCM = 77fL, CHCM = 25pg, leucócitos = 10.500/mm³ , plaquetas = 550.000/mm³ , reticulócitos = 3,0%, ferro sérico = 30µg/dL (normal de 35 a 150µg/dL) e capacidade de ligação do ferro = 200µg/dL (normal de 220 a 420µg/dL). A classificação e a causa da anemia microcítica, respectivamente, são: A) normocrômica / anemia falciforme B) hipocrômica / anemia de doença crônica C) hipocrômica / anemia por deficiência de ferro D) normocrômica / anemia por deficiência de eritropoietina 26. Pais procuram o serviço de emergência de hospital pediátrico, com seu filho de 20 dias de vida, porque ficaram muito preocupados com o resultado do teste do pezinho que identificou a presença de Hb FAS. Qual sua hipótese diagnóstica? A) Anemia falciforme B) Traço falciforme C) S/ß⁺ talassemia D) S/ß⁰ talassemia E) Hb S associada a persistência hereditária da Hb fetal NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 27. A anemia falciforme é uma alteração da hemoglobina (Hb) com modificação na estrutura molecular e com produção de Hb anormal. É uma doença de herança autossômica recessiva. Na triagem neonatal (teste do pezinho), os recém-nascidos portadores de traço falciforme apresentarão a seguinte interpretação: A) FS. B) FSC. C) FAS. D) FA. GABARITO 1. D Essa criança tem provável anemia hemolítica (A errada), tendo em vista a existência de icterícia e reticulocitose... Agora, será que apenas aos quatro anos de idade passaria a manifestar sinais de esferocitose ou anemia falciforme? Certamente não (B e C erradas). A chave para o diagnóstico desse quadro hemolítico é a citação ao uso de ácido nalidíxico, um dos fármacos mais incriminados em crises hemolíticas nos portadores de deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase. Em geral, deficiência de piruvato quinase aparece nesse tipo de questão somente para "compor elenco" (E errada) 2. A A questão apresenta um paciente negro com crises vaso- oclusivas, sendo a principal hipótese diagnóstica a de anemia falciforme, que é mais comum em indivíduos dessa etnia. Trata-se de um tipo de anemia hemolítica crônica, cursando, portanto, com níveis de LDH e bilirrubina indireta elevadas, em razão da destruição das hemácias, e níveis reduzidos de haptoglobina, proteína que associa- se à hemoglobina livre. Por não haver deficiência de substrato ou da função medular, esperamos níveis elevados de reticulócitos 3. E Detalhe do detalhe! A infecção pelo EBV está associada à anemia hemolítica autoimune por anticorpos frios (doença da crioaglutinina), e não quentes! Esse vírus pode afetar praticamente todos os órgãos e sistemas do corpo cursando com diversas complicações, como pneumonia, miocardite, pancreatite, adenite mesentérica, miosite, glomerulonefrite, úlceras genitais, síndromes neurológicas (ex.: síndrome de Guillain-Barré, paralisia do nervo facial, meningoencefalite, meningite asséptica, mielite transversa, neurite periférica e neurite óptica) e outras desordens hematológicas (ex.: linfoma e anemia aplásica). Embora não seja comum, o EBV também está associado à hepatite aguda, que pode ser fulminante 4. C As anemias hemolíticas são classificadas em intracorpusculares, causadas por defeitos intrínsecos das hemácias (na membrana, complexo enzimático ou hemoglobina), ou extracorpusculares, causadas por fatores externos às hemácias, como anticorpos ou danos causados pela microcirculação ou por trauma macrovascular. A HPN é causada por uma mutação adquirida que reduz a produção de uma proteína que atua como "gancho" de determinadas proteínas à membrana da hemácia. Nesses casos, a hemácia se torna muito sensível à lise pelo complemento endógeno. Por se tratar de um defeito de membrana, é classificada como NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 hemólise por defeito intrínseco da hemácia, sendo o gabarito. Todas as demais condições citadas são causas de hemólise por defeito extrínseco 5. C Paciente com quadro de anemia grave - Hb 3,9 g/dL - e claramente hemolítica, tendo em vista a icterícia por elevação de bilirrubina indireta, o aumento da LDH e da contagem de reticulócitos. A etiologia autoimune está praticamente descartada - observe o teste de Coombs direto negativo (A errada). Anemia megaloblástica também pode causar icterícia, por conta do fenôemno de eritropoiese ineficaz, mas se acompanharia de percentual normal de reticulócitos (B errada). Anemia sideroblástica, por falha na síntese do heme, é microcítica (D errada). Quando paciente previamente hígida desenvolve hemólise aguda associada ao uso de dapsona, temos que pensar prioritariamente em deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), enzimopatia hereditária que pode se manter assintomática até que algum evento que eleve o grau de estresse oxidativo dentro das hemácias aconteça... Em geral, tal “evento” é a exposição a algum fármaco dotado de potencial oxidante, sendo clássica a associação com a dapsona 6. C Pessoal, temos diante de nós um paciente com anemia microcítica e hipocrômica sem elevação de reticulócitos, logo, trata- se de anemia hipoproliferativa. Dentre das anemias hiporpoliferativas, aquela que classicamente se apresenta como micro-hipo é a ferropriva, embora até 20% dos casos de anemia de doença crônica também tenham esse padrão. Contudo, a cinética de ferro desse paciente nos direciona mais para a anemia de doença crônica, uma vez que encontramos ferritina elevada. Não é possível, contudo, afastar sangramento crônico: vamos relembrar que o câncer colorretal é uma causa clássica de anemia de doença crônica associada a sangramento crônico em pacientes > 50 anos 7. B Paciente de 52 anos desenvolve anemia com reticulocitose, que nos faz lembrar de anemia hemolítica ou hemorragia aguda... Como não há história de perda sanguínea, mas o paciente está ictérico, nada mais justo que pensarmos em hemólise como a causa da anemia (A, C e D erradas). A história de ter iniciado o quadro anêmico e a dor abdominal após iniciar uso de metildopa para o tratamento de hipertensão arterial corrobora a nossa formulação diagnóstica. Recorde que metildopa é causa de anemia hemolítica extravascular, isto é, no baço; este, quando hiperfuncionante pela hemólise, pode aumentar de tamanho e se tornar doloroso. Na leucemia mieloide crônica esperaríamos leucocitose importante; no calazar, pancitopenia; e no linfoma de Hodgkin, adenomegalias 8. A Esse paciente tem intensa reticulocitose, o que nos faz formular a hipótese de anemia hemolítica. A existência dos corpúsculos de Heinz, por sua vez, está presente nas hemoglobinopatias e na deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase, G6PD (B e C erradas) — os corpúsculos de Heinz são formados por hemoglobina desnaturada. Células que contêm corpúsculo de Heinz são destruídas parcial ou completamente no baço, resultando em células mordidas (bite cells – visualizadas no esfregaço do sangue NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 11 periférico) e em hemólise. A deficiência de G6PD é doença em que o quadro hemolítico pode ser precipitado por estresse oxidativo trazido por certos fármacos, como o sulfametoxazol-trimetoprim (A certa). A sepse por anaeróbios não é capaz de causar anemia hemolítica com tamanha reticulocitose (D errada) 9. C Os exames laboratoriais devem serdirecionados pela anamnese e pelo exame físico. O exame do sangue periférico (hemograma) e a contagem de reticulócitos são os procedimentos mais úteis para avaliação laboratorial inicial do paciente com anemia. A eritroscopia deve ser analisada tanto quantitativamente quanto morfologicamente e aí entra a necessidade da hematoscopia. Através dela podemos constatar a presença de esferócitos, eliptócitos, drepanócitos, esquizócitos, acantócitos, dacriócitos, corpúsculos de Heinz e outras alterações. O LDH não faz parte da investigação inicial das anemias, mas faz parte especificamente da investigação de anemias hemolíticas 10. D Considerando que a questão está se referindo à anemia hemolítica autoimune por anticorpos "quentes" (AHAI por IgG), já que esta é a forma mais frequente de AHAI e predomina em pessoas mais jovens (a questão caiu na prova de pediatria), podemos afirmar que a mesma é uma entidade rara (e não "comum"), com incidência estimada (nos EUA) de 2 casos por cada 100 mil habitantes (A errada). Seu tratamento de primeira linha consiste na corticoterapia em altas doses (B errada e D correta). A pulsoterapia e a hemotransfusão seguem sim recomendações específicas: a pulsoterapia com altas doses de metilprednisolona IV (1g/dia, por 3-5 dias) é restrita aos casos mais graves, assim como a hemotransfusão, que deve ser feita de acordo com as indicações habituais (ex.: Hb < 7 g/dl em pessoas previamente hígidas ou < 10 g/dl em cardiopatas). A única diferença é que, devido à presença de autoanticorpos anti-hemácia (os quais são direcionados contra um antígeno presente em todas as hemácias, independentemente do grupo sanguíneo), a prova cruzada pré-transfusional não deve ser realizada, pois sempre dará resultado "positivo", isto é, sugerindo que o sangue é incompatível. Neste caso, o sangue deve ser transfundido sem prova cruzada, utilizando como guia apenas a tipagem sanguínea da bolsa e do sangue do paciente. Assim, entendemos que a letra C, conceitualmente, também estaria correta! Ao nosso ver, portanto, a questão tem duas respostas possíveis (C e D), e por isso merecia ter sido anulada. O gabarito oficial da banca foi letra D. 11. B Por ser uma paciente portadora de anemia falciforme, devemos pensar que está ocorrendo alguma complicação da doença de base. Vamos avaliar as opções: A - ruptura de baço seria uma hipótese pouco provável, primeiro não história de trauma, segundo o baço está palpável em FIE - muito aumentado. B- sequestro esplênico: Aumento súbito do baço e redução aguda dos índices hematimétricos são sugestivos. C- anemia hemolítica autoimune - uma hipótese provável pelo aumento do baço mas teríamos palidez, icterícia e fadiga, além da presença de Coombs direto positivo. D- Leucemia: não preenche critério clínico NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 12 12. D Questão sobre conceitos basilares em hematologia, daquelas para revisar! Vamos ver cada alternativa: A - certa. Na avaliação inicial das anemias, devem ser solicitados hemograma completo e contagem de reticulócitos. Dentre os índices hematimétricos avaliados, o volume corpuscular médio pode estar aumentado nas anemias hemolíticas. O motivo é a reticulocitose, já que este tipo celular tem tamanho maior que as hemácias adultas. B - certa. Os microesferócitos, vistos no esfregaço de sangue periférico, podem estar presentes na esferocitose hereditária, mas também nas anemias hemolíticas autoimunes. Outras alterações podem ser vistas no esfregaço, como os drepanócitos na anemia falciforme. C - certa. A destruição de eritrócitos libera seus conteúdos intracelulares no plasma. Por isso, ocorre, nas anemias hemolíticas, aumento da lactato desidrogenase sérica. D - errada. O teste de Coombs direto detecta anticorpos ligados à superfície das hemácias e, embora não universalmente, tende a ser positivo nas anemias hemolíticas de etiologia autoimune. 13. C Essa questão se baseou no capítulo de Hemoglobinopatias do livro texto Harrison. Vamos analisar as assertivas de acordo com essa bibliografia: A) Correta. As vacinas contra pneumococos e haemophilus influenzae são menos eficazes nos indivíduos esplenectomizados o que faz com que os pacientes com anemia falciforme devam ser vacinados no início da vida. B) Correta. A maior parte dos pacientes com anemia falciforme apresentam-se com um quadro de anemia hemolítica com reticulocitose, que caracteriza a doença. C) Incorreta. As crises de sequestro esplênico são raras no início da infância. D) Correta. Realmente a osteomielite associada à Salmonella é incomum em outros contextos mas é vista em pacientes com Anemia Falciforme. E) Correta. Trata-se de uma indicação formal do uso de hidroxiureia: episódios repetidos de síndrome torácica aguda ou mais de três crises por ano exigindo internação 14. C Questão clássica de prova! Pacientes com doenças hemolíticas crônicas, como a anemia falciforme, apresentam um rápido turnover celular na medula óssea e a interrupção da eritropoiese com reticulocitopenia leva uma queda abrupta da hemoglobina. Devemos considerar que todos os pacientes com anemia falciforme que apresentem uma crise aplásica estejam infectadas pelo parvovírus B19, até que se prove ao contrário. A crise aplásica é uma das crises anêmicas mais comuns e está associada principalmente à infecção pelo parvovírus B19. Esse vírus possui tropismo pelos percursores eritroides e é capaz de levar a uma hipoplasia eritroide 15. C Boa questão para revisarmos alguns aspectos sobre a anemia falciforme: A) O VCM é geralmente normal, caracterizando uma anemia normocítica e normocrômica. INCORRETA. B) Essa não é a fisiopatologia correta! Na verdade, a HbS sofre polimerização reversível ao se desoxigenar, formando uma rede gelatinosa de polímeros fibrosos que enrijecem a membrana eritrocitária (formato de foice), o que leva a fenômenos vasooclusivos e hemólise. INCORRETA. C) Falcêmicos são, por definição, imunocomprometidos, devido a disfunção esplênica (asplenia NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 13 funcional) o que os torna mais suscetíveis à ocorrência de infecções invasivas por bactérias encapsuladas. O principal deles é o pneumococo. CORRETA. D) Não há uma associação direta entre AF e depressão. INCORRETA. E) A hidroxiureia é um agente mielossupressor, efeito esse que é inclusive explorado no tratamento de algumas leucemias. INCORRETA 16. C Questão conceitual de hematologia. Na investigação das anemias, o primeiro grande divisor de águas é a contagem de reticulócitos. Aquelas com contagem reduzida são conhecidas como hipoproliferativas, enquanto as anemias com aumento de reticulócitos são classificadas como hiperproliferativas. Deste último grupo, os grandes representantes são a anemia hemolítica e a perda sanguínea aguda. A esferocitose hereditária é exemplo de doença hemolítica e, portanto, hiperproliferativa (C certa). As demais condições impedem a produção normal de células vermelhas — são hipoproliferativas — seja por carência de nutrientes (A e B erradas), seja por defeitos genéticos (D e E erradas). Por curiosidade, a anemia de Blackfan-Diamond é resultante da aplasia eritroide medular congênita, em que a fábrica de sangue tem capacidade reduzida de produzir células vermelhas 17. D O passo básico dos pacientes que vão iniciar reposição de EPO devido a anemia de doença crônica por DRC é a dosagem e reposição de ferro, a fim de que não falte matéria prima para a produção das hemácias, já que pode surgir deficiência de ferro secundária ao aumento na eritropoiese. A opção D seria a resposta que obviamente nos viria primeiro à mente. Contudo, também é necessário garantir suprimentos de folato e B12 adequados, de modo, que as opções A e B também respondem a questão. Logo, sugerimos recurso, que não foi aceito pela banca18. C Vejamos os tipos de hemácias esperados em cada uma das etiologias para a anemia: Insuficiência renal crônica - Normocítica; Deficiência de vitamina B12 - Macrocítica; Talassemia - Microcítica; Hemorragia aguda - Normocítica. Vale lembrar que cronicamente a depleção dos estoques de ferro ocasiona anemia microcítica. 19. A O indivíduo heterozigoto para Hb S é popularmente conhecido como “traço falcêmico” ou “traço falciforme” (Hb AS). Portadores dessa alteração não apresentam nenhuma doença e geralmente cursam com hemograma absolutamente normal e sua morfologia eritrocitária apresenta uma Hemoglobina Corpuscular Média (HCM), e também um volume corpuscular médio (VCM) dentro dos padrões da normalidade. Vale lembrar, entretanto, que estes indivíduos até podem apresentar alguma anemia leve, mas este é um achado raro e por isso a alternativa A está correta. O indivíduo deve realizar seguimento do seu crescimento e desenvolvimento como qualquer outra pessoa 20. D A Doença Falciforme é uma afecção genética com padrão de herança autossômico recessivo, causada por um defeito na estrutura da cadeia beta da hemoglobina, que leva as hemácias a assumirem forma de lua minguante, quando exposta a determinadas condições como febre alta, baixa tensão de oxigênio, infecções etc. As alterações genéticas (mutação) nessa proteína (hemoglobina) são NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 14 transmitidas de geração em geração (padrão de herança familiar). OK, mas qual o padrão normal? A hemoglobina padrão em humanos adultos é chamada de hemoglobina A (Hg A) - padrão Hb AA. A hemoglobina padrão em humanos recém-nascidos é a hemoglobina Fetal (Hg F) - padrão Hg FA. Este, então, é o normal a ser encontrado no teste do pezinho, que expõe sempre duas letras, no mínimo, após a “Hb”. A primeira letra representa a hemoglobina em maior concentração no sangue da criança, e a segunda letra, a de menor concentração. Assim, vamos aprender… O recém- nascidos heterozigoto (com traço falcêmico ou traço falciforme) é representado com HgFAS e os homozigotos, ou seja, doentes (Hg FS). 21. C As crises dolorosas vaso-oclusivas representam as complicações mais frequentes da doença falciforme e comumente constituem sua primeira manifestação. A vaso-oclusão é iniciada e mantida por interações entre as hemácias falcizadas, células endoteliais e constituintes plasmáticos. A dor aguda é causada por dano tecidual isquêmico, resultante da oclusão do leito microvascular por hemácias falcizadas durante a crise. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns nos ossos longos e no abdome 22. D A anemia falciforme, por cursar com afoiçamento de hemácias na microcirculação e consequente isquemia de órgãos e tecidos, se caracteriza por apresentar sucessivas crises vaso-oclusivas, sendo a dor orgânica (em qualquer parte do corpo) sua principal manifestação clínica. Nas crianças, o padrão clínico da primeira crise vaso-oclusiva costuma ser a síndrome "mão-pé", isto é, isquemia e inflamação das extremidades distais, ou dactilite (assertiva I verdadeira). A crise aplástica não é comum, e sua causa é geralmente a infecção pelo parvovírus B19, que infecta precursores eritroides na medula óssea levando à súbita queda do hematócrito e dos níveis de hemoglobina. Não há represamento de células no baço, como na crise de sequestro esplênico, logo, uma importante diferença em relação a esta última é que na crise aplástica não ocorre esplenomegalia (assertiva II falsa). A anemia falciforme é a expressão da doença falcêmica homozigótica (ambos os alelos da cadeia beta da globina são defeituosos). O padrão de herença é autossômico recessivo (assertiva III verdadeira). As INFECÇÕES - principalmente por germes encapsulados, como o pneumococo - constituem a principal causa de morte nesses doentes (assertiva IV verdadeira) 23. A A leitura do enunciado deixa clara a possibilidade de crise anêmica... Mas qual será a etiologia? Veja, hepatite A é improvável aqui, tendo em vista que o enunciado não relata os clássicos pródromos — espécie de "gripão" que precede a icterícia (D errada). Ao mesmo tempo, não há relato de dor em hipocôndrio direito, sinal de Murphy ou febre — não há nada aqui que nos faça pensar em colecistite aguda (C errada). Crise aplásica por infecção pelo parvovírus B19 ou sequestro esplênico, sim, poderiam explicar a piora aguda da hemoglobina do nosso paciente. Entre elas, qual é a mais provável? Certamente a segunda: o baço desse pré-escolar está gigante, a 5 centímetros do rebordo costal esquerdo — imagine NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 15 isso no corpinho do paciente! Outro dado altamente sugestivo é a hipovolemia — no sequestro esplênico, o baço vira espécie de esponja que retém grande parte da volemia... Por fim, lembre que, na crise aplásica pelo parvovírus, a medula óssea se torna incapaz de produzir reticulócitos para fazer frente à anemia (B errada) 24. A A questão apresenta um paciente negro com crises vaso- oclusivas, sendo a principal hipótese diagnóstica a de anemia falciforme, que é mais comum em indivíduos dessa etnia. Trata-se de um tipo de anemia hemolítica crônica, cursando, portanto, com níveis de LDH e bilirrubina indireta elevadas, em razão da destruição das hemácias, e níveis reduzidos de haptoglobina, proteína que associa- se à hemoglobina livre. Por não haver deficiência de substrato ou da função medular, esperamos níveis elevados de reticulócitos. 25. B Questão de hemato típica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)... Para resolvê-la, vamos começar classificando a anemia de acordo com o CHCM: o normal vai de 32 a 35 pg, permitindo-nos afirmar que a anemia dessa mulher é hipocrômica — ficamos entre B e C. A diferenciação entre anemia ferropriva e inflamatória ficará a cargo da cinética do ferro. Nesse paciente, o nível sérico de ferro está próximo ao limite inferior e capacidade total de ligação do ferro (TIBC) baixa, achados totalmente contrários à possibilidade de ferropenia (C errada). Lembre que a TIBC reflete a transferrina circulante, proteína de fase aguda negativa. Como assim negativa? Isso significa que, em situações de inflamação sistêmica, a transferrina sofre redução. E quanto ao ferro sérico? Na anemia inflamatória, as citocinas aprisionam o ferro em seus estoques, sobrando pouco para a circulação... Apenas para ratificar nosso diagnóstico: o paciente parece ter, de fato, alguma condição inflamatória crônica, tendo em vista a perda ponderal e a febre 26. B O indivíduo heterozigoto para Hb S é popularmente conhecido como “traço falcêmico” ou “traço falciforme” (Hb AS). Nos procedimentos de triagem neonatal em recém-nascidos, é possível identificar de forma diferenciada os indivíduos heterozigotos (Hb FAS) dos indivíduos homozigotos, ou seja, doentes (Hb FS). Neste caso, trata-se de traço falcêmico. 27. C No teste do pezinho, na triagem de hemoglobinopatias, a primeira letra representa a hemoglobina em maior concentração no sangue da criança, e a segunda letra, a de menor concentração. A terceira letra, quando presente, demonstra alteração do resultado. Espera-se como resultado normal o resultado FA até 28 dias de vida, pois nesse período há uma predominância de hemoglobina Fetal (Hb F). O resultado FAS representa o indivíduo heterozigoto, com dois alelos diferentes no mesmo gene, ou seja, um normal e um alterado. Esse indivíduo é considerado como portador de traço falcêmico. O padrão FSA pode ser anemia falciforme ou interação da HbS com beta-talassemia ou HbS associada à persistência hereditária da Hb fetal, mas só pelo teste do pezinho não dá para saber. O padrão FS é característico de portador de anemia falciforme e o FSC é da hemoglobinopatia SC (doença falciforme associada à hemoglobina
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