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Aula nº. 19 - Universo dos contratos.

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XXVI- PRINCÍPIOS GERAIS 
DO DIREITO CONTRATUAL
O princípio da autonomia da vontade, inspirado no Código Francês, tem como pressuposto a idéia de que o contrato faz lei entre as partes, o que, entretanto, tem sofrido consideráveis modificações, pois a liberdade de contratar, que nunca foi absoluta, tem sofrido limitações de ordem pública.
De princípio o exame dos contratos concentra-se na manifestação de vontades, no exame dos vícios de consentimento. Nos dias atuais o direito contratual está voltado para a contratação coletiva, os contratos de massa, onde a lei procura dar aos mais fracos uma superioridade jurídica para compensar a inferioridade econômica.
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PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO CONTRATUAL
O Código Civil assim dispõe:
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato
Sob este prisma, o contrato que não atingir essa finalidade poderá ser proibido.
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FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS
Um contrato, para ser válido e eficaz, deve ser elaborado segundo os ditames da lei, de forma a atender os princípios de ordem pública e sua função social, e, em tais condições, deve ser cumprido pelas partes: pacta sunt servanda.
Essa obrigatoriedade forma a base do direito contratual. O ordenamento jurídico confere às partes instrumentos para obrigar o(s) contratante(s) a cumprir o contrato ou a pagar à outra parte pelas perdas e danos decorrentes do descumprimento.
Da força obrigatória que vincula as partes aflora o princípio da intangibilidade dos contratos, segundo o qual não é permitido a qualquer dos contratantes modificar, unilateralmente, o conteúdo ou as disposições contratuais.
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PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS
A regra geral é que o contrato só vincula os que dele fazem parte. Não produz efeitos que possam prejudicar ou aproveitar a terceiros. Ninguém pode tornar-se devedor ou credor contra sua vontade.
Acontece, todavia, que a regra geral sofre, de quando em vez, exceções, como ocorre por exemplo nas convenções coletivas de trabalho, documento (contrato) celebrado entre duas entidades sindicais que, entretanto, obrigam empresas e trabalhadores pertencentes às categorias econômica e profissional dos sindicatos contratantes.
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PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NOS CONTRATOS
As partes devem agir segundo os princípios da boa-fé...
...durante as tratativas (fase de negociação),
... na formação do contrato (redação),
... durante o cumprimento das obrigações contratadas, e...
...após seu cumprimento, eis que podem sobrar-lhes efeitos residuais.
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PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NOS CONTRATOS
Na análise do princípio da boa-fé deverão ser examinadas as condições em que o contrato foi celebrado, o nível sociocultural dos contratantes e o momento histórico e econômico em que se realizou.
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PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NOS CONTRATOS
A exemplo do Código Civil Italiano, o Código Civil Brasileiro possui cláusulas que colocam o princípio da boa-fé como pressuposto essencial para eficácia e validade dos contratos, como se infere das disposições contidas nos artigos 113, 187, 421 e 422. Confira-se.
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CÓDIGO CIVIL
Artº. 113 - Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Artº. 187 - Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Artº. 421 - A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Artº. 422 - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
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Novas Manifestações Contratuais.
Contratos com Cláusulas Predispostas.
Na sociedade de consumo, com o advento da automação e da Internet os contratos personalizados perderam a vez, eis que referidos contratos, tácitos ou expressos, são celebrados de forma impessoal, desconhecendo-se, nas mais das vezes, os contratantes que oferecem bens e serviços.
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Novas Manifestações Contratuais.
Contratos com Cláusulas Predispostas.
Não obstante estejam distantes dos princípios clássicos do direito contratual, a relação que se estabelece deve ser analisada e apreciada à luz dos princípios da boa-fé contratual, da relatividade das convenções da intangibilidade das cláusulas.
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 DESPERSONALIZAÇÃO DO CONTRATANTE.
 
Nos contratos de massa o consumidor é uma figura anônima, e anônima ficará se não ocorrer o inadimplemento, oportunidade em que se individualizará o consumidor e o produtor ou fornecedor de bens ou serviços.
Na sociedade consumista em que vivemos o consumidor encontrava-se em posição desfavorável, desamparado e fraco. Com o advento da Lei 8.078/90 – CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR – o consumidor passou a ter identidade. Deixou de ser uma figura abstrata a passou a receber a proteção que lhe era devida como parte mais fraca nas relações de consumo.
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Universo das Relações Contratuais
 NEGÓCIO JURÍDICO E CONTRATO
CONCEITO – É todo ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.
REGRAS GERAIS - As regras gerais do direito contratual são as mesmas para todos os negócios jurídicos e estão situadas na parte geral do Código Civil. Portanto, para todos os negócios jurídicos, e não apenas os contratos, aplicam-se as regras sobre a capacidade das partes, objeto lícito e possível e forma prevista ou defesa em lei, bem assim, as normas sobre os vícios de vontade e os vícios sociais.
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Universo das Relações Contratuais
 HISTÓRIA I
Originário do Direito Romano, o contrato, a convenção ou o pacto, palavras de significado equivalentes, significavam o acordo de duas ou mais pessoas a respeito de um objeto determinado. No princípio o contrato, para sua validade, exigia o cumprimento de certas e determinadas formalidades que sobrepujavam o elemento subjetivo da vontade. Importante anotar que a manifestação da vontade só adquire importância a partir de Justiniano.
A preponderância da autonomia da vontade foi consolidada como ponto principal do negócio jurídico a partir dos Códigos Francês e Alemão, que preceituam e deixam espargir um ideal de paridade entre os contratantes.
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Universo das Relações Contratuais
 HISTÓRIA II
A dinâmica do mundo atual deixou ao largo os contratos em que as partes discutiam os negócios que entabulavam de forma detalhada, discutindo, analisando, modificando e redigindo cada cláusula. Hoje, com a massificação do consumo, os contratos perderam a individualidade e assumiram a condição de negócios de massa, onde o mesmo contrato, com as mesmas cláusulas, é imposto a número indeterminado de pessoas que necessitam de bens e serviços.
Sob esse prisma, com uma roupagem bastante modificada em relação ao modelo clássico, o contrato passa a ser o instrumento fundamental do mundo negocial, da geração de recursos e da propulsão da economia.
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O contrato no Código de 
Defesa do Consumidor.
A CF 88 – ARTº 5º, XXXII – contemplou os direitos do consumidor determinando, de forma incisiva, que o Estado promova, na forma da lei, a defesa do consumidor. 
Em cumprimento à determinação constitucional o Congresso Nacional propôs, discutiu, aperfeiçoou e aprovou a Lei 8.078/90 – CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR – diploma legal que veio para atender os reclamos de proteção às pessoas que, na condição de consumidores, são “obrigados” a celebrar contratos padronizados, onde não têm a oportunidade de discutir as cláusulas que lhes são apresentadas. O “consumidor”, o anônimo até então desprotegido, ganhou uma definição, extensão e compreensão. 
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O contrato no Código de 
Defesa do Consumidor.
Buscando efetivar a proteção do Consumidor o legislador
inseriu na Lei 8.078/90, entre outros, o princípio da boa-fé, da obrigatoriedade da proposta, da intangibilidade das convenções, proibindo o fornecedor de obter vantagens exageradas e de impor onerosidade excessiva ao consumidor possibilitando a nulidade de cláusulas que venham a ser declaradas abusivas. É o Estado interferindo na manifestação de vontade das partes para proteger e assegurar a igualdade de condições preconizadas no modelo clássico do direito contratual.
A lei do consumidor fez desaparecer a utilidade da divisão clássica do Direito em público e privado. O estudo da teoria geral dos contratos e dos contratos em espécie não ficará mais completo sem que se verifique o alcance de cada contrato em relação ao Código de Defesa do Consumidor.
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Conceito - As arras são ou é a quantia inicial ou qualquer outro bem que uma pessoa entrega a outra como sinal de que tem o sério propósito de cumprir o quanto avençado. 
História - Do latim (arrha), as arras têm o sentido de garantia da existência e validade de um negócio.
Historicamente as arras não eram exclusivas do direito das obrigações, sendo utilizada na área do direito de família, e consistia na entrega de uma coisa feita pelo noivo aos pais ou tutor da noiva, ou ainda à própria noiva, e tinha como finalidade reforçar a promessa de casamento. Em caso de rompimento da promessa, a mulher incorreria na pena de pagar o quádruplo do valor. 
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Objetivo - O sinal ou as arras desempenha importante papel na relação contratual. 
De início, tem a finalidade de demonstrar que os contratantes têm o firme propósito de concluir (cumprir) o avençado, até porque, funcionam como sinal de pagamento ou pagamento inicial. 
Por outro lado, na hipótese de que as partes facultem uma à outra a possibilidade de arrependimento e desistência, as arras poderão servir como indenização, de tal que, se o desistente for aquele que as der a título de sinal, perdê-las-a em favor do outro, e, em caso contrário, recebê-las-a em dobro.
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Natureza jurídica - As arras guardam afinidade com a cláusula penal, pois, afinal se propõem a um fim comum, que é o de assegurar o cumprimento da obrigação e a eventual indenização dos danos. Observe-se, contudo, que a cláusula penal pode sofrer redução por decisão judicial, o que não ocorre com as arras, que são fixadas livremente pelos interessados.
Outrossim, no que tange a semelhança com as obrigações alternativas, é forçoso admitir que em ambas pode existir o sentido de alternância, pois o devedor pode escolher entre cumprir a obrigação ou pagar as arras, restando certo, contudo, que naquelas (Obrigações alternativas) as obrigações existente têm a natureza de obrigações principais ao passo que as arras têm a natureza jurídica de obrigação acessória.
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ESPÉCIES DE ARRAS
a) ARRAS CONFIRMATÓRIAS  servem para confirmar o contrato, que se torna obrigatório e faz lei entre as partes.
b) ARRAS PENITENCIAIS  Também conhecidas como indenizatórias, assumem essa condição quando os contratantes estabeleçam a possibilidade de arrependimento, quando, então terão função unicamente indenizatória.
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ARRAS E OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA  Como já dito, as arras deixam aflorar o sentido de alternância entre o cumprimento do contrato e o exercício do direito de arrependimento, entretanto, contrario sensu, com ele não se confunde (Com o direito de arrependimento), pois cada uma das obrigações alternativas têm a natureza de obrigação principal ao passo que as arras têm, sempre, a natureza jurídica de obrigação acessória.
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ARRAS E CLÁUSULA PENAL  As arras guardam afinidade com a cláusula penal, haja vista que ambas partilham um fim comum, que é o de assegurar o cumprimento da obrigação e a eventual indenização dos danos. Contudo, se ao estabelecer arras o contratante se permite optar pelo exercício do direito de arrependimento, tal não ocorre com a cláusula penal, pois nesse caso o contratante fará seu pagamento (pagamento da cláusula penal) por ter violado o ajuste, não se podendo falar em que tenha exercitado qualquer direito.
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