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AULA 5 TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 2017 2

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AULA 5 - Direitos da Personalidade.
- Conceito.
- Características.
- Proteção aos Direitos da Personalidade.
- Classificação.
- Direito à Integridade Física.
- Tratamento Médico.
- Proteção à Palavra e à Imagem.
- Proteção à Vida Privada.
- Direito ao Nome. (já vimos!!!)
- Ausência.
- Conceito.
- Curadoria.
- Sucessão Provisória.
- Sucessão Definitiva.
- Dissolução do Casamento do Ausente.
Direitos da Personalidade
O Código Civil dedicou um capítulo novo aos direitos da personalidade (arts. 11 a 21)!
Conceito
Na conceituação de Maria Helena Diniz, os direitos da personalidade são “direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, partes separadas do corpo vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade de pensamento, autoria cientifica, artística e literária); e sua integridade moral (honra, recato, segredo profissional e domestico, identidade pessoal, familiar e social)”.
Características
Os direitos da personalidade são:
Inalienáveis (que estão fora do comercio e merecem proteção legal)
Irrenunciáveis
Imprescritíveis
Absolutos (oponíveis erga omnes)
Impenhoráveis 
Vitalícios
Constituição Federal Art. 5º, X e Código Civil art. 11
Proteção aos Direitos da Personalidade e Classificação
O Código Civil, no capitulo referente aos direitos da personalidade, disciplina os atos de disposição do próprio corpo (arts. 13 e 14), o direito à não submissão a tratamento medico de risco (art. 15), o direito ao nome e ao pseudônimo (arts. 16 a 19), a proteção à palavra e à imagem (art. 20) e a proteção à intimidade (art. 21). E no art. 52, preceitua: “Aplica-se à s pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”
Direito à Integridade Física
Código Civil arts. 13 e 14
Lei 9.434/97 – lei especial que atualmente disciplina os transplantes 
	Art. 9º e parágrafos – permitem à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes, desde que o ato não represente risco para a sua integridade física e mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável.
	A retirada post mortem é disciplinada nos arts. 3º a 9º.
	A comercialização de órgãos do corpo humano é expressamente vedada pela CF (art. 199, §4º).
Tratamento Médico de Risco
Código Civil art. 15
A regra obriga os médicos, nos casos mais graves, a não atuarem sem previa autorização do paciente, que tem a prerrogativa de se recusar a se submeter a um tratamento perigoso.
Proteção à Palavra e à Imagem
A transmissão da palavra e a divulgação de escritos já eram protegidas pela Lei n. 9.610/98, que hoje disciplina toda a matéria relativa a direitos autorias.
Segundo o Código Civil, art. 20, poderão ser proibidas, a requerimento do autor e sem prejuízo da indenização que couber.
O mesmo tratamento é dado à exposição ou à utilização da imagem de uma pessoa, que o art. 5º, X da CF/88 considera um direito inviolável. A reprodução da imagem é emanação da própria pessoa e somente ela pode autoriza-la. Cabe indenização!
Proteção à Vida Privada
Código Civil art. 21 e CF/88 art. 5º, X, protegem todos os aspectos da intimidade da pessoa, concedendo ao prejudicado a prerrogativa de pleitear que cesse o ato abusivo ou ilegal.
Caso o dano, material ou moral, já tenha ocorrido, o direito à indenização é assegurado expressamente pela norma constitucional mencionada.
Ausência – Conceito
Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicilio sem dar noticia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens (Código Civil art. 22).
A situação do ausente passa por três fases. Na primeira, subsequente ao desaparecimento, o ordenamento jurídico procura preservar os bens por ele deixados, para a hipótese de seu eventual retorno. É a fase da curadoria do ausente, em que o curador cuida de seu patrimônio. Na segunda fase, prolongando-se a ausência, o legislador passa a preocupar-se com os interesses de seus sucessores, permitindo a abertura da sucessão provisória. Finalmente, depois de longo período de ausência, é autorizada a abertura de sucessão definitiva.
Curadoria
Em caso de ausência, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, ou do MP, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. Também será este nomeado quando o ausente deixar mandatário que não queria ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes (CC, art. 23).
“O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração de ausência, será o seu legitimo curador.~
Na falta do cônjuge, a escolha recairá em ordem preferencial, nos pais e nos descendentes. Dentre estes os mais próximos precedem os mais remotos. Na falta das pessoas mencionadas, o juiz nomeará curador dativo (CC, art. 25).
O Juiz determina a arrecadação dos bens do ausente e os entregará a administração do curador nomeado.
A curadoria dura 1 (um) ano, publicando-se editais de 2 (dois) em 2 (dois) meses convocando o ausente a comparecer (CPC, art. 1.161).
Sem o retorno do ausente, sem ter noticias de sua morte, sem ter deixado o ausente procurador ou representante, passados 3 (três) anos, podem os interessados abrir a Sucessão Provisória (CC, art. 26).
Cessa a curadoria:
pelo comparecimento do ausente, seu procurador ou quem o represente;
pela certeza da morte do ausente;
pela sucessão provisória (Procedimentos Especiais CPC, arts. 1.164 e s.).
Sucessão Provisória
Segundo ao art. 27 do Código Civil, estão legitimados a requerer a abertura da sucessão provisória:
o cônjuge não separado judicialmente;
os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Como funciona? (CC, art. 28).
Os bens serão entregues aos herdeiros, porem em caráter provisório e condicional, ou seja, desde que prestem garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos (CC, art. 30 e parágrafos).
Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína (CC, art. 31).
Cessa a sucessão provisória pelo comparecimento do ausente.
Converte-se a sucessão provisória em definitiva:
quando houver certeza da morte do ausente;
10 (dez) anos depois de passa em julgado a sentença de abertura da sucessão provisória;
quando o ausente contar oitenta anos de idade e houverem decorridos cinco anos das ultimas noticias suas (CPC, art. 1.167, III; CC, arts. 37 e 38).
Sucessão Definitiva
Há o levantamento das cauções prestadas.
Os sucessores deixam de ser provisórios, adquirindo o domínio dos bens, mas resolúvel, porque se o ausente regressar nos 10 (dez) anos seguintes a abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. Se, entretanto, o ausente não regressar nesses dez anos, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal (CC, art. 39 e paragrafo único).
Dissolução de Casamento do Ausente
Como a curadoria do ausente fica restrita aos bens, não produzindo efeitos de ordem pessoal, o cônjuge do ausente não é considerado viúvo(a).
Para se casar, terá de promover o divórcio citando o ausente por edital.
 (CC, art. 1.571, § 1º).

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