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ATPS DE CIVIL V- TIAGO ISSA (Salvo Automaticamente)

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Faculdade Anhanguera de Anápolis
Curso de Direito
Atividade Prática supervisionada
Blenda Janete Fernandes Sabino Leal, RA: 3714667766.
	Bruno Mesquita Venâncio, RA:3767678299.
Jessyca Melo Silva, RA: 3712653829.
	Valdeir José da Silva, RA: 3776755508.
Anápolis/ GO
2014
Blenda Janete Fernandes Sabino Leal, RA: 3714667766.
Bruno Mesquita Venâncio, RA: 3767678299.
Jessyca Melo Silva, RA:3712653829.
Valdeir José da Silva, RA: 3776755508.
	
Atividade Prática Supervisionada apresentada á disciplina de Direito Civil do curso de Direito da Faculdade Anhanguera de Anápolis, para a obtenção de nota parcial componente de média semestral.
Prof°:Tiago Santos Issa .
Anápolis/ GO
2014
INTRODUÇÃO
O referido trabalho visa compreender amplamentesobre alguns tipos de contratos, dessa forma apresentaremosquatro tipos, tais sendo: contrato de mandato, contrato de comissão, de constituição de renda, e contrato de jogo e aposta. Os mesmos contémconceito, características, partes, objeto, diferenças e similaridades com contratos assemelhados (caso existam) e aspectos gerais de cada contato. Sendo assim, o objetivo fundamental do trabalho, busca favorecer a aprendizagem e a fixação do conteúdo já explicado em sala.
	CONTRATO DE MANDATO
Prescrito no art. 653, contrato de mandato acontece “quando alguém recebe de outrempoderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. O vocábulo mandato designa ora o poder conferido pelo mandante, ora o contrato celebrado, ora o título deste contrato, de que é sinônimo a procuração. 
A pessoa que confere os poderes chama-se mandante e é o representado, a que os aceita diz-se mandatário e é representante; Impende ressalta que mandato não se confunde com mandado que é uma ordem judicial.
O mandato e a prestação de serviços são semelhantes, assim, para diferenciar essasduas espécies de contrato, devemos atentar aos seguintes requisito: 
A ideia de representação fundamental: O mandatário representa o mandante, enquanto o prestador de serviço não tem essa representação.
O objeto do contrato: no mandato é a autorização para realizar qualquer ato ou negócio jurídico e na prestação é a realização de um fato ou determinado trabalho, material ou imaterial.
Em contrapartida, o contrato de mandato não se confunde com o de comissão mercantil, que é contrato em que o comissário trata de negócio por conta do comitente.
Os representantes podem ser legais (quando a lei lhes confere mandato para administrar bens e interesses alheios, como os pais, tutores, curadores etc..) judiciais (quando nomeado pelo juiz.) e convencionais (quando recebem procuração para agirem em nome do mandante).
A adoção, o reconhecimento do filho natural, e até mesmo o casamento, que é um dos atos mais solenes do código civil, pode ser celebrado “mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais”. Alguns poucos, todavia, como o testamento, a prestação de concurso público, o serviço militar, o mandato eletivo, o exercício do poder familiar e outros, por serem personalíssimos, não podem ser praticados por representante.
Características
Trata-se de contrato personalíssimo, consensual, não solene, em regra gratuito e unilateral. É contrato porque resulta de um acordo de vontade.
É contrato personalíssimo porque se baseia na confiança, na presunção de lealdade e probidade do mandatário, podendo ser revogado ou renunciado quando aquela cessar e extinguindo-se pela morte de qualquer das partes.
É consensual porque se aperfeiçoa com o consenso das partes.
É não solene, por ser admitido o mandato tácito e o verbal (CC, art. 656).
É em regra, contrato gratuito, porque segundo o art. 658 do CC diz presumir-se a gratuidade “quando não houver sido estipulado retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa”
É ainda, em regra, unilateral, pois gera obrigações somente para o mandatário, podendo classificar-se como bilateral imperfeito devido á possiblidade de acarretar para o mandante, posteriormente, a obrigação de reparar as perdas e danos sofridos pelo mandatário e de reembolsar as despesas feitas por ele.
Além disso, o mandato trata-se de um contrato que só pode ter por objeto atos jurídicos e não simples atos materiais, fatos ou serviços.
Caio Mario preleciona que o contrato de mandato é preparatório, pois habilita o mandatário para a prática de atos subsequentes que nele não estão compreendidos. O seu objeto é a prática de atos que poderão ser característicos de outro contrato típico.
Mandato e Representação
Pode ainda haver mandato sem representação, como nos casos em queo mandatário tem poderes para agir por conta do mandante mas em nome próprio. E hárepresentação sem mandato, quando nasce de um negócio unilateral, a procuração, que pode ser autônoma como pode coexistir com um contrato de mandato.
Pessoas que podem outorgar procuração
Segundo o art.654 do código civil “todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante”. Não podem fazê-lo, destarte, os absoluta e relativamente incapazes.
Pessoas que podem receber mandato
Descreve o art.666 do código civil que “o maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores” . O risco é do mandante, ao admitir mandatário relativamente incapaz, não podendo arguir a incapacidade deste para anular o ato.
Espécies de mandato
O mandato, quanto ao modo de declaração da vontade, pode ser “expresso ou tácito, verbal ou escrito” (art. 656, CC). Pode ser ainda, gratuito ou remunerado (art. 658); Judicial ou extrajudicial (art.692), simples ou empresário (arts. 966 e 1.018), geral ou especial (art.660) e em termos gerais e com poderes especiais (art.661). Quando outorgado a mais de uma pessoa, pode ser conjunto, solidário, sucessivo ou fracionário.
Mandato especial e geral, e mandato em termos gerais e com poderes especiais:
O mandato, tendo em vista a extensão dos poderes conferidos, pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou geral a todos os do mandante(CC art.660). O especial é restrito ao negócio especificado no mandato (como para a venda de determinado imóvel ou requerer a falência do comerciante impontual, por exemplo), não podendo ser estendido a outros. Tais modalidades não se confundem com os mandatos em termos gerais e com poderes especiais.
O mandato em termos gerais sofre uma restrição determinada pelo legislador: só confere poderes de administração (CC, art.661). Já o mandato com poderes especiais só autorizaa prática de um ou mais negócios jurídicos no instrumento, onde o mandatário só pode exercer tais poderes no limite da outorga recebida. 
Mandato outorgado a duas ou mais pessoas 
 Dispões o art. 672 do código civil que, “sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo instrumento, qualquer deles poderá exercer os poderes outorgados, se não forem expressamente declarados conjuntos, nem especificadamente designados para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os mandatários forem declarados conjuntos, não terá eficácia o ato praticado sem interferência de todos, salvo havendo ratificação, que retroagirá à data do ato”.
Aceitação do mandato
Sendo o mandato um contrato, exige aceitação para se aperfeiçoar, ainda que não seja expressa, porém a aceitação nunca figura na procuração. Prescreve, com efeito, o art. 659 do código civil:“A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução”.
Obrigações do mandatário
Ao aceitar o mandato o mandatário assume a obrigação de praticar determinado ato ou realizar ato ou realizar um negócio jurídico em nome do mandante. O conteúdo do mandato consiste, destarte, numa obrigação de fazer. Conseguintemente,as obrigaçõesdo mandatário resumem-se, em apertada sínteses, em executar o mandato, agindo em nome do mandante com o necessário zelo e diligência, e transferir-lhe as vantagens que auferir, prestando-lhe, a final, contas de sua gestão.
Obrigações do mandante
As obrigações do mandante são de natureza diversa e, para serem bem estudadas, podem ser divididas em dois grupos. O primeiro diz respeito ao dever de satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário dentro dos poderes conferidos no mandato (CC,art. 675). Ainda que este desatenda alguma instrução, tem o mandate de cumprir o contrato, se não foram excedidos os limites do mandato, só lhe restando ação regressiva contra o procurador desobediente (art.679).
O segundo grupo trata das obrigações de caráter pecuniário. O mandante é obrigado a adiantar a importância das despesas necessárias á execução do mandato, quando o mandatário lho pedir,, ou reembolsá-lo,com os juros eventualmente devidos pelo atraso, do valor das despesas por ele despendido, uma vez que o mandatário pode , efetuar as despesas e em seguida solicitar seu reembolso, ou pedir ao mandante que adiante as importâncias necessárias ao desempenho do mandato; a pagar-lhe a remuneração ajustada; e a indenizá-la dos prejuízos experimentados na execução do mandato (CC,art.675 a 677).
Extinção do mandato
O art. 682 do Código civil elenca quatro modos de cessaçãoou de extinção do mandato: “I- pela revogação ou pela renúncia; II- pela morte ou interdição de uma das partes; III- pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer; IV-pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio”.
Sendo assim, a extinção do mandato se origina de três ordens de causas: a vontade das partes (por manifestação unilateral ou bilateral), o acontecimento natural e o fato jurídico.
Todavia, o mandato se extingue não somente pelas causas especiaisdestacadas em dispositivo próprio no código civil, mas ainda pelas aplicáveis ao direito comum das obrigações, como o termo certo ou incerto, a impossibilidade de execução por efeito de uma causa estranha, a nulidade do contrato, a resolução por inadimplemento culposo se o mandato é remunerado e a superveniência de uma condição resolutiva expressa.
Irrevogabilidade do mandato
Embora mandato seja negócio jurídico essencialmente revogável, como foi dito, pode torna-se irrevogável em determinados casos definidos na lei. Pode se afirmar que o mandato é irrevogável quando : a)contiver cláusula de irrevogabilidade; b) for conferido com a cláusula “em causa própria”( art.685); c) a cláusula de irrevogabilidade for condição de um negócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário; d) contenha poderes de cumprimento ou confirmação de negócios encetados, aos quais se ache vinculado (art. 386, parágrafo único).
 CONTRATO DE COMISSÃO
Pelo contrato de comissão um dos contraentes, denominado comissário, obriga-se a realizar negócios em favor do outro, intitulado comitente, segundo instruções deste, porém em nome daquele. O comissário obriga-se, portanto, perante terceiros em seu próprio nome, figurando no contrato como parte.
Segundo o art. 693 do código civil, é contrato de comissão o que tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seupróprio nome, à conta do comitente. O comissário opera por conta do comitente, mas em nome próprio; recebeu outorga de poder, porém nem toda outorga de poder é mandato.
O contrato de comissão é tipo contratual autônomo, que se rege por normaspróprias, peculiares e distintas do mandato.
O objeto do contrato de comissão “é a compra ou venda de bens por conta de outrem, muito embora as pessoas com quem trata o comissário não conheçam o comitente. 
Contrato de comissão, portanto,é aquele pelo qual uma pessoa, denominada comitente, encarrega a outra, intitulada comissário, de adquirir ou vender bens móveis, mediante remuneração, agindo esta em nome próprio e obrigando –se para com terceiros com quem contrata, mas por conta daquela.
No concernente à natureza jurídica, o contrato de comissão é: bilateral ou sinalagmático, consensual, oneroso, comutativo, não solene, e intuitu personae.
Remuneração do comissário:
A comissão costuma ser convencionada pelas partes em porcentagem sobre os valoresdas vendas ou de outros negócios. Não estipulada, “será ela arbitrada segundo os usos correntes no lugar” (CC art. 701).
Em caso de morte do comissário, ou quando, por motivo de força maior, não puder concluir o negócio, “será devida pelo comitente uma remuneração proporcional aos trabalhos realizados” (CC art. 702). A morte do comissário, sempre extingue o contrato, se a atividade é exercida de forma individual. A do comitente produz o mesmo efeito.
Ainda que tenha dado motivo à dispensa, terá o comissáriodireito a ser “remunerado pelos serviços úteis prestados ao comitente, ressalvado a este o direito de exigir daquele os prejuízos sofridos” (CC, art.703).
Características do contrato de comissão:
O contrato de comissão é regulado como um contrato típico e não como subespécie de mandato. O contrato de comissão, além da semelhança com o contrato de mandato, aproxima-se de outros negócios afins, que igualmente possibilitam e promovem a distribuição de bens e serviços no mercado consumidor, como os de agência ou representação comercial, de corretagem e o estimatório, dentre outros.
Na comissão o comissário age sempre em seu próprio nome, sendo o comitente desconhecido. A comissão tem sempre por objeto negócios determinados, onde o comissário age em seu próprio nome e integra o contrato como parte contratante; e por fim o comissário não é obrigado a declarar o nome do comitente.
Direitos e obrigações do comissário
O comissário tem a obrigação de concluir o negócio, agindo de conformidade com as ordens e instruções recebidas do comitente. Prescreve o art. 695 do código civil que “o comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens e instruções do comitente, devendo, na falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos semelhantes”.
Segundo oart. 696 “ no desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado a agir com cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se podia esperar do negócio”. É, pois,obrigação do comissário realizar o negócio do qual foi incumbido com que cuida das suas próprias coisas, buscando obter as vantagens que dele razoavelmente se espera, consubstanciadas no lucro.
Por outro lado,“o comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar, exceto em caso de culpa”.
Direitos e obrigações do comitente: 
O comitente é obrigado a executar o contrato concluído pelo comissário na conformidade de suas instruções. Cumpre-lhe colocar as mercadorias, nos casos de venda, à disposição do comissário, antecipadamente ou no prazo fixado para sua entrega. É comum a entrega ao comissário antes da venda, tornando-se este depositário de tais bens. Como o comitente conserva a propriedade das mercadorias depositadas, pode reivindica-las na falência. 
Obriga-se também o comitente a pagar a remuneração devida sob a forma de comissão, bem como a adiantar o numerário necessário às despesas do comissário.
As pessoas com quem o comissário contratar, agindo em seu próprio nome, não têm ação contra o comitente,nem este contra elas, salvo se aquele ceder seus direitos a qualquer das partes. 
É direito do comitente alterar , a qualquer tempo, as instruções dadas ao comissário, que valerão também para os negócios pendentes, sem que este possa oferecer qualquer reclamação.
Comissão “Del credere”
O comissário não responde, em geral, pela insolvência das pessoas com quem tratar, exceto em caso de culpa e de constar do contrato a cláusula Del creder (CC, art.697). 
 A referida cláusula visa estimular o comissário a sercuidadoso na escolha das pessoas com quem realiza negócios, pois, em consequência dela, assume o risco dos negócios, solidariamente com estas.
CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO DE RENDA
Conceito: é o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a pagar outra, a título gratuito, uma prestação periódica (art. 803). Em sua modalidade onerosa, uma pessoa recebe de outro certo capital, consistente em bens móveis ou imóveis, obrigando-se a pagar a esta ou a um terceiro, eleito beneficiário, uma prestação por determinado prazo (art. 804). De forma complementar, porém, mais resumida do que trazia o mesmo artigo citado alhures, reza o 804, in verbis: “Art.804. O contrato pode ser também a título oneroso, entregando-se bens móveis ou imóveis à pessoa que se obriga a satisfazer as prestações a favor do credor ou de terceiros”, características estas que serão vistas a seguir.
Características:
Constituição de renda é instituto de difícil caracterização jurídica, podendo assumir aspectos diversos conforme o ângulo pelo qual seja examinada. É um contrato que pode ser:
A) Bilateral ou Unilateral: será bilateral se ambos os contraentes tiverem direitos e deveres, e unilateral, se só um deles tiver vantagens. Parece contraditório afirmar que tal contrato possa ser unilateral. Mas não é. Autores como ORLANDO GOMES(1998), MARIA HELENA DINIZ(2002) e CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA(2002) afirmam existir a sua unilateralidade. Consoante seja oneroso ou gratuito, toma o aspecto de bilateral ou unilateral, respectivamente. Ou seja, é bilateral quando oneroso, e unilateral quando gratuito;
B) Oneroso ou Gratuito: na constituição de renda a título gratuito, o devedor institui a renda por liberalidade, sem receber a tradição de um capital da parte do beneficiário, caso em que à constituição da renda inter vivos seaplicam as regras da doação, e causa mortis as do testamento. Por não importar em obrigações correspectivas, se reveste de caráter unilateral; na a título oneroso, o seu caráter é bilateral ou sinalagmático; no primeiro caso, título gratuito, surge como uma figura autônoma, enquanto que, sendo a título oneroso, assume o aspecto de uma comprar e venda, de um empréstimo ou ainda de uma forma particular de contrato, gerando benefícios ou vantagens para ambas as partes, o que justifica a sua bilateralidade, pois haverá uma contraprestação;
C) Comutativo ou Aleatório: será comutativo se o devedor da renda, ao receber o capital, ficar obrigado a efetuar certo número de prestações por tempo fixo; e aleatório se, sendo oneroso, sua obrigação se estender por toda a vida do devedor, mas não a do credor, seja ele o contratante, seja o terceiro, caso em que poderá ser vantajoso ou não para um e outro contraente, uma vez que, sendo incerta a data da morte do rendeiro, ganhará a parte obrigada a pagar a renda se for curto o período de vida, e perderá se for longo. A aleatoriedade decorre da incerteza em relação à duração da vida do credor da renda;
D) Real ou Consensual: a maioria dos autores, quer estrangeiros, quer nacionais, entende que se trata de contrato real que só se aperfeiçoa pela tradição do capital ou da transcrição do instrumento translativo no Registro de Imóveis, quando o mesmo consistir em um imóvel. Há autores, como SERPA LOPES (1999), que contestam tal ponto de vista, entendendo que o mero consenso das partes obriga ao cumprimento do prometido, ficando desde logo aperfeiçoado o contrato, mesmo antes da transferência do capital. SILVIO RODRIGUES(2003) acha justa tal concepção e afirma que se o contrato fosse real, ele deixaria de ser bilateral, isso porque, uma vez entregue o capital pelo instituidor ao censuário, não haveria para aquele qualquer outra obrigação.
Convém observar, entretanto, que os bens dados em compensação da renda caem, desde a tradição, no domínio da pessoa que por aquela se obrigou.(CC, art.809);
E) Temporário: não sendo permitida a sua perpetuidade, deverá ser convencionado por tempo certo ou incerto, isto é, enquanto viver o instituidor ou o beneficiário, caso em que se terá renda vitalícia, que cessará com o falecimento do credor da renda, não se transmitindo a seus herdeiros. Quando a constituição de renda é vitalícia, o negócio se revela aleatório, pois a prestação do censuário será maior ou menor, conforme a vida do beneficiário se prolongue mais ou menos. O Código Civil de 1916 não cuidava da renda vitalícia, e sim, se referia a uma renda por prazo determinado, parecendo, portanto, afastar a álea desse tipo de negócio. Afirma o autor JOÃO LUIZ ALVES (RODRIGUES, 2003) que a expressão usada pelo legislador não proibiu que se determinasse ser a renda devida durante a vida do beneficiário. Pois por prazo determinado não se deve entender apenas um número de dias, meses ou anos, mas um prazo que tenha não só um início como também um termo fixado na convenção, termo este que pode ser incerto, como a morte do beneficiário. Neste caso, é incerta a duração do negócio, mas é determinada a época da extinção da obrigação. Tal entendimento foi consagrado no art. 806 do Código de 2002, que expressamente admite a constituição de renda vitalícia; 
F) Formal: por se exigir forma especial para a sua celebração; mas, se o capital for imóvel, será necessária a escritura pública, e, além disso, pela sua finalidade impõe-se que se perfaça também por instrumento público, quando se tratar de entrega de capital em dinheiro ou bem móvel.
A renda pode ser constituída:
Por ato “inter vivos”, isto é, por contrato a título oneroso ou gratuito. Será oneroso se uma das partes der o capital, para que a outra lhe pague uma renda, e gratuito, se o instituidor celebrar contrato com o intuito de fazer uma liberalidade em benefício do credor da renda, aproximando-se da doação;
Por ato “causa mortis”, ou seja, por testamento. A hipótese ocorreria quando o testador, transferindo bens a um herdeiro ou legatário, condicionasse a validade da disposição a que o sucessor fornecesse a terceira pessoa, determinada renda. Ou seja, quando o testador lega a alguém um bem com o encargo de pagar, durante certo lapso de tempo, certa renda a determinada pessoa; A renda apenas poderá ser instituída e mantida em favor de pessoa viva, sob pena de nulidade.
Se o beneficiário morre no momento seguinte ao ajuste, mas em consequência de outro mal, de que não padecia no instante anterior, o negócio é válido, porque não se impediu a incidência da álea.
Por sentença judicial, proferida em ação de responsabilidade civil, que condene o réu a prestar alimentos ao ofendido ou a pessoa da família deste, como disciplinam os art.948, II e art.950 do Código Civil de 2002. O art.950 trata de indenização por ofensa que resultar em defeito físico, determinado a fixação de pensão, assim como a indenização por homicídio tratado no art.948,II. 
O Código de Processo Civil no seu art.602 versa sobre a indenização por ato ilícito que inclui prestação de alimentos, onde o juiz, quanto a esta parte, condenará o devedor a constituir um capital, cuja renda assegure o seu cabal cumprimento. A execução de sentença condenatória de prestação alimentícia é uma execução por quantia certa, subordinada, em princípio, ao mesmo procedimento das demais dívidas de dinheiro (art.732, caput). 
Dada a relevância do crédito por alimentos e as particularidades das prestações a ele relativas, o Código acrescenta ao procedimento comum algumas medidas tendentes a tornar mais pronta a execução e a atender certos requisitos da obrigação alimentícia. A primeira delas refere-se à hipótese de recair a penhora em dinheiro, caso em que o oferecimento de embargos não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação (art.732, parágrafo único), o que será feito independentemente da caução. Outras são a possibilidade de prisão civil do devedor e o desconto da pensão em folhas de pagamento, o que, evidentemente, importa certas alterações no procedimento comum da execução por quantia certa.
EFEITOS O CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO DE RENDA
Forma de pagamento
Quando nãofor estipulado pagamento antecipado, a renda deverá ser paga pontualmente, sendo seu caráter de fruto civil.
O credor terá direito à renda dia a dia, de valor proporcional à quantia total de certo período, devendo ser cobrada apenas após o esgotamento de cada período determinado. Se a prestação não for paga antecipadamente, no início dos períodos pré-fixados, o atraso gerará pleno cumprimento da obrigação, inclusive na hipótese de morte do beneficiário nesse meio tempo. Quando se tratar de prestação alimentícia o pagamento deverá ser antecipado.
Início do cumprimento
	O cumprimento da obrigação estabelecida contratualmente poderá se iniciar na data de formação desta, em dia pré-fixado ou quando ocorrer a morte do instituidor, e esta determinar o início do cumprimento contratual. Se deixada renda a título de alimentos, o pagamento deverá ser adiantado, salvo se o testador se manifestar de modo divergente.
Perecimento
	O rendeiro arcará com eventual perecimento do objeto transferido, por serem seus os riscos da coisa. Já a evicção será sempre de responsabilidade do instituidor.
Inadimplemento
	O rendeiro inadimplente poderá ser obrigado ao pagamento de parcelas atrasadas e garantia do pagamento das demais, sob pena de rescisão contratual. Também poderá ser exigida garantia de cumprimento da obrigação quando a situação financeira do rendeiro gerar dúvidas.
Direito de Resgate
	Caberá ao devedor o direito de resgate, reembolsando o capital, sem possibilidade de oposição pelo credor.
Dos Credores
Se a renda for instituída para mais de uma pessoa sem determinação da quantia a ser paga a cada uma, presumir-se-ão equivalentes às cotas devidas. Não cabe aumento de cota dos sobreviventes em função de falecimento dos demais, assim como não é justificada a extinção contratual por esse motivo, salvo se os contraentes estipularam tal beneficiamento, ou quando os beneficiários forem cônjuges.
Possibilidade de impenhorabilidade
	A isenção no que se refere às execuções pendentes e futuras poderá ser determinada por ato do instituidor quando o contrato for gratuito, dada a independência entre este e credores do rendeiro, e a necessidade de satisfação do crédito. Nas hipóteses dos montepios e pensões alimentícias estará presumida a impenhorabilidade, justificada pelo caráter assistencial deste contrato.
Desapropriação
	Se houver desapropriação do imóvel sobre o qual vai incidir a obrigação, poderá ser exigida do devedor da renda a aquisição de outro imóvel, que se sub-rogará neste ônus.
CAUSAS EXTINTIVAS DA CONSTITUIÇÃO DE RENDA
	A Constituição de Renda poderá se extinguir com o advento do termo, em função desta necessidade legal por prazo determinado.
	Caso ocorra morte do beneficiário antes da constituição ou nos trinta dias subsequentes (se a causa for moléstia pré-existente, não incidindo neste caso as hipóteses e gravidez e velhice), ensejará nulidade da constituição de pleno direito, posto que será contrato estabelecido sem sujeito, é impossível o cumprimento das prestações, o que representaria também benefício indevido.
	Já o resgate é a faculdade do devedor de cumprimento antecipado da obrigação (antes tempus X pro rata tempore). Poderá, entretanto, ser ajustado entre as partes. Normalmente é voluntário, mas poderá ser necessário quando ocorrer a falência do censuário. Conforme GOMES (1998) a quitação do compromisso vinculado a imóvel deverá se dar de modo que o rendimento do bem, no caso imóvel, liberado assegure o recebimento da renda pelo credor. Se não for vinculada a imóvel poderá assegurar o pagamento de determinado capital, correspondente ao que seria percebido durante a duração do contrato.
	O falecimento do devedor também poderá determinar sua extinção, se a constituição foi feita em função de sua vida, ou por meio de doação. Se a renda for vitalícia e o devedor morrer antes de seu cumprimento, a obrigação permanecerá perante herdeiros. Quando houver morte do credor antes da morte do devedor, os herdeiros terão direito até o advento do termo fixado.
	Poderá ocorrer rescisão contratual, nas hipóteses de atraso de prestações vencidas, quando o devedor, acionado para pagamento e garantia não cumprir decisão judicial, e quando não houver prestação de garantia quando a situação econômica do rendeiro ensejar dúvidas quanto à possibilidade de cumprimento de suas obrigações.
Poderá ser declarada a ausência do credor, o que desobriga o rendeiro, desde que cumpridas as devidas formalidades legais.
	Poderá ocorrer ainda inoficiosidade, quando de tratar de constituição de renda gratuita – aplicação direta de princípio característico do instituto da doação.
Se determinada condição resolutiva, seu implemento extinguirá o contrato.
Se a renda estiver vinculada a imóvel, sobre o qual recaia perecimento ou destruição, o contrato também estará extinto, salvo se houver sub-rogação no valor do seguro.
O credor pode adquirir o imóvel vinculado à renda. Assim, por estarem duas funções concentradas numa só pessoa, a propriedade passa a ser plena, não mais recaindo nenhum ônus sobre ela. Essa hipótese é de confusão ou consolidação.
O devedor poderá invocar algumas prestações devidas equivalentes à renda a ser paga, o que representaria uma compensação de dívidas.
Outras hipóteses de extinção: por caducidade; renúncia de ambos contraentes; falência ou insolvência do devedor; execução judicial do prédio gravado; prescrição (prazo de três anos sobre pretensão de receber as prestações vencidas, tanto sobre rendas temporárias como vitalícias – art. 206, §3º, II do NCC).
O DESPRESTÍGIO
O contrato de constituição de renda, em sua estrutura básica e original, teve entre nós alguma difusão no passado e conserva limitado prestígio nos países de moeda estável, não oferece, entretanto, qualquer interesse no Brasil. Segundo SILVIO RODRIGUES:
Somente um insensato seria capaz de perpetuar um imóvel de sua propriedade por uma renda hoje considerada remuneradora. Pois a inflação, aumentando o preço dos imóveis pela correspondente desvalorização da moeda, tiraria qualquer correspondência entre o valor do prédio e o da prestação devida pelo censuário.(RODRIGUES, 2002, pg 324)
No mesmo sentido afirma CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA:
Não se trata, na atualidade, de contrato de circulação freqüente no tráfico jurídico, e praticamente a sua utilização é mesmo rara. Seu maior prestígio foi antes do surto de progresso do contrato de seguro, tendo ingresso em Códigos prestigiosos como o francês, o italiano, o suíço das Obrigações. E, não obstante haver perdido a sua importância econômica, ainda mantém tipicidade nos mais modernos, como o polonês da Obrigações, e o italiano novo. O declínio que sofre decorre do seu quase nenhum interesse econômico, especialmente em razão da depreciação da moeda, que avilta e torna cada dia menos útil a renda fixa.(PEREIRA, C. , 2001,pg 315 e 316).
A opinião da doutrina majoritária brasileira é que pequena ou mesmo nenhuma é a repercussão desse contrato, tento em vista principalmente a instabilidade econômica do mundo contemporâneo.
CONTRATO DE JOGO E APOSTA
Trata-se do Contrato de Aposta, que é tratado, juntamente com o Contrato de Jogo, nos arts. 814 e 817 do código civil de 2002, correspondente aos arts. 1.477 e 1.480 do código civil de 1916, com aperfeiçoamentos, em uma reunião de dois contratos afins na mesma disciplina jurídica, tal qual também feito - em linha semelhante, posto não igual - na regulação dos Contratos de Agência e Distribuição, previstos nos arts. 710 e 721 da vigente codificação civil 
Conceito:
De fato, o contrato de jogo pode ser definido como o negócio jurídico por meio do qual duas ou mais pessoas prometem realizar determinada prestação (em geral, de conteúdo pecuniário) a quem conseguir um resultado favorável na prática de um ato em que todos participam.
Já o contrato de aposta é o negócio jurídico em que duas ou mais pessoas, com opiniões diferentes sobre certo acontecimento, prometem realizar determinada prestação(em geral, de conteúdo pecuniário) àquela cuja opinião prevalecer. Na aposta, portanto, não se exige uma participação ativa de cada sujeito (chamado apostador), contribuindo para o resultado do evento, mas, sim, apenas, a manifestação de sua opinião pessoal.
Características:
A afirmação da natureza contratual do jogo e da aposta já os consagra como contratos típicos e nominados. Trata-se de modalidades contratuais bilaterais, com direitos e obrigações para ambos os contratantes, admitindo-se uma plurilateralidade (oumultilateralidade), na medida em que haja mais de dois pactuantes. Tendo em vista o elemento sorte ou azar que os envolve, são, obviamente, contratos aleatórios, já que a obrigação de uma das partes somente pode ser considerada devida em função de coisas ou fatos futuros, cujo risco da não ocorrência foi assumido pelo outro contratante.
Partes:
São partes do jogo, jogadores. Da aposta, apostadores.O credor do jogo é aquele que vence o(s) outro(s) jogador(es) na prática de determinada atividade.O credor da aposta é aquele cuja opinião expressada coincide com o resultado do ato.
OBJETO: 
Só pode ser objeto de transação direito patrimonial disponível. Podem ser objeto de arbitragem as questões referentes a direitos patrimoniais disponíveis. Tais direitos são aqueles referentes a patrimônio em que as partes podem usar gozar e dispor, que podem transacionar livremente, de acordo com a vontade, pactuando entre si situações em conformidade com seus anseios.
Diferenças e similaridades: 
Pelo contrato de jogo, as partes se obrigam a pagar certa importância em dinheiro, ou a entregar um determinado bem, a uma delas, a qual vem a ser considerada vencedora por um acontecimento incerto.Já pelo contrato de aposta duas ou mais pessoas, cujas opiniões diversificam sobre algum assunto, se obrigam a
CONCLUSÃO
Por tudo quanto exposto, entendemos ter exaurido, em linhas amplas, os aspectos concernentes às características gerais dos quatro contratos aqui explicados. Filiamo-nos ao entendimento de que os presentes contratos nos possibilitaram grandes aprendizagens, já que comos mesmos pudemos entender a importância de um contrato na vida do ser humano, estabelecendo limites, regras e direitos a todos, e consequentemente a convivência pacífica.

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