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Doenças relacionadas com a água

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Doenças relacionadas com a água
Doenças relacionadas com o Abastecimento de Água
Transmissão
Doença
Agente Patogênico
Medida
Pela água
Cólera
Febretifóide
Leptospirose
Giardíase
Amebíase
Hepatiteinfecciosa
Diarréiaaguda
Vibriocholerae
Salmonellatyphi
Leptospirainterrogans
Giardialamblia
Entamoebahistolytica
HepatitevirusA
Balantidiumcoli,Cryptosporidium,Bacciluscereus, S.cereus,Campylobacter,E.coli,enterotoxogênicaeenteropatogênica,Shigella, Yersíniaenterocolítica,Astrovirus,Calicivirus, Norwalk,RotavirusA e B
Implantar sistema de abastecimento e tratamento da água, com fornecimento em quantidade e qualidade para consumo, uso doméstico e coletivo;
Proteção de contaminaçãodos mananciais e fontes de água;
Transmissão
Doença
Agente Patogênico
Medida
Pela faltade limpeza, higienização com a água
Escabiose
Pediculose (piolho)
Tracoma
Conjuntivitebacteriana aguda
Salmonelose
Tricuríase
Enterobíase
Ancilostomíase
Ascaridíase
Sarcoptesscabiei
Pediculushumanus
Clamydiatrachoma
Haemophilusaegyptius
Salmonellatyphimurium
Trichuristrichiura
Enterobiusvermiculares
Ancylostomaduodenale
Ascaris lumbricoides
Implantar sistema adequadode esgotamento sanitário;
Instalar abastecimento de água preferencialmente com encanamento no domicílio;
Instalar melhorias sanitárias domiciliares e coletivas;
Instalar reservatório de água adequado com limpeza sistemática;
Transmissão
Doença
Agente Patogênico
Medida
Através de vetores que se relacionamcom a água
Malária
Dengue
Febre amarela
Filariose
Plasmodiumvivax, P.malariee P.falciparum
Grupo B dosarbovírus
RNA vírus
Wuchereriabancrofti
Eliminar oapareciemntode criadouros com inspeção sistemática e medida de controle (drenagem, aterro e outros);
Dar destinação final adequada aos resíduos sólidos;
Transmissão
Doença
Agente patogênico
Medida
Associada àágua
esquistossomose
Schistosoma mansoni
Controle de vetores e hospedeiros intermediários;
CÓLERA 
Doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do Vibrio cholerae. Pode se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e cãibras. Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose e colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal. Entretanto, frequentemente, a infecção é assintomática ou oligossintomática, com diarreia leve. A acloridria gástrica agrava o quadro clínico da doença. A infecção produz aumento de anticorpos e confere imunidade por tempo limitado (em torno de 6 meses).
Infecção positiva, com ausência da doença, a imunidade celular está preservada e as formas são assintomáticas ocorrendo a cura espontânea ou formas de infecção latente da doença.
Acloridria, ou ausência de ácido clorídrico no suco gástrico, é definida como a incapacidade do pH gástrico em chegar abaixo de 4,0 sob estimulação máxima com pentagastrina.
Acidose é a diminuição do pH de todo o organismo, tornando-o ácido devido à baixa concentração de bicarbonato no sangue.
Choque hipovolêmico é uma condição na qual o coração é incapaz de fornecer sangue suficiente para o corpo devido a perda de sangue e falta de nutrientes aos órgãos nobres, distúrbio circulatório ou volume sangüíneo inadequado.
Etiologia e sinonímia
Doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do Vibrio cholerae, com manifestações clínicas variadas, podendo se apresentar de forma grave, com diarréia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras. Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose, colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal. Freqüentemente, a infecção é assintomática ou oligossintomática, com diarréia leve. A acloridria gástrica agrava o quadro clínico da doença.
Colera
O que é?
Doença diarréica infecciosa aguda causada pela enterotoxina do Vibrio cholerae O1 e O139.
Qual o microrganismo envolvido?
O Vibrio cholerae O1, biotipo clássico ou El Tor e sorotipos Inaba, Ogawa ou Hikojima e Vibrio cholerae O 139, também conhecido como Bengal. Trata-se de um bacilo gram-negativo com flagelo polar, aeróbio ou anaeróbio facultativo. 
Quais os sintomas?
Diarréia e vômito são as manifestações clínicas mais frequentes. Os principais sinais e sintomas são variados e vão desde infecções inaparentes até casos graves. As fezes podem se apresentar com aspecto água amarela-esverdeada, sem pus, muco ou sangue. Em alguns casos pode haver, de início, a presença de muco. As fezes podem apresentar um aspecto típico de “água de arroz”.  A diarréia na maioria dos casos é abundante e incontrolável, onde o doente poderá apresentar inúmeras evacuações diárias que pode levar a um estado de desidratação grave e choque.
Como se transmite?
A transmissão ocorre, principalmente, pela ingestão de água contaminada por fezes ou vômitos de doente ou portador. Ocorre ainda pela ingestão de alimentos contaminados por mãos de manipuladores dos produtos, bem como pelas moscas, além do consumo de gelo fabricado com água contaminada. A propagação de pessoa a pessoa, por contato direto, também pode ocorrer.
Como tratar?
O diagnóstico e o tratamento precoce dos casos de cólera são fatores fundamentais para a recuperação do paciente, além de contribuir para a diminuição de casos e contaminação do meio ambiente. 
O tratamento se fundamenta na hidratação do paciente mas, lembre-se, somente um médico poderá indicar a melhor terapêutica para o paciente colérico.
Como se prevenir?
Para evitar a ocorrência dessas doenças é necessário que esteja sempre atento a segurança e qualidade do que você ingere ou oferece às crianças.  Siga as seguintes sugestões, que são de aplicação geral, tanto para os alimentos comprados de vendedores de rua em postos fixos ou ambulantes, como também para os hotéis ou restaurantes bem conceituados:
• Lembre de lavar as mãos com água e sabão antes de comer;
• De preferência, consuma água mineral engarrafada ou outras bebidas industrializadas. Caso contrário tente ferver ou tratar a água. Para isso, filtre a água e depois coloque 2 gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% em 1 litro de água e aguarde por 30 minutos antes de consumir. Em algumas farmácias e supermercados há outros produtos para tratamento da água;
• Tenha certeza que tanto o gelo quanto os sucos foram preparados com água mineral ou tratada; 
• Prefira restaurantes e lanchonetes que tenham sido indicados por agências de viagens, guias, recepcionistas dos hotéis ou por alguém do local. Evite comer alimentos de ambulantes;
• Dicas:
• Pratos quentes: devem estar bem cozidos e/ou bem passados e quentes no momento do consumo. Não coma alimentos que ficaram em temperatura ambiente por mais de 2 horas; 
• Saladas e sobremesas: devem estar frias no momento do consumo; 
• Evite consumir leite cru e seus derivados não industrializados, bem como carnes cruas e mal passadas (de animais exóticos ou não);
• Tenha cuidado antes de ingerir peixes e frutos do mar que podem causar alergias e em alguns casos, sintomas neurológicos; 
• Não se esqueça de lavar e/ou descascar as frutas e verduras;
• É interessante levar nos passeio seu próprio alimento e que, de preferência, sejam alimentos prontos e industrializados e que podem ficar fora da geladeira e não estragam com o calor.
Febre tifoide
Febre tifoide é uma doença infectocontagiosa, de notificação compulsória, causada pela bactéria Salmonella enterica typhi. A enfermidade étransmitida pelo consumo de água e alimentos contaminados ou pelo contato direto, em razão da presença de bacilos eliminados nas fezes e urina humanas dos portadores da doença ativa ou nas fezes dos portadores assintomáticos. Embora haja casos registrados no mundo todo, a enfermidade é endêmica nos locais em que as condições sanitárias e de higiene inexistem ou são inadequadas.
A transmissão se dá exclusivamente por via fecal-oral. Ao penetrar no organismo, as bactérias que não são destruídas
pelo suco gástrico no estômago, atravessam a parede do intestino delgado e caem na corrente sanguínea. Nessa fase, surgem os primeiros sintomas. Como a Salmonella typhi pode multiplicar-se no interior das células de defesa, a infecção se dissemina pelo organismo. Os órgãos mais afetados costumam ser o fígado, baço, vesícula, medula óssea e todo o intestino.
Observação importante: É de extrema importância esclarecer que febre tifoide e tifo são duas entidades distintas, transmitidas por micro-organismos diferentes. A primeira é transmitida pela Salmonella typhi e o tifo, por micro-organismos do gêneroRickettsia.
Sintomas
Algumas pessoas são portadoras crônicas, mas assintomáticas da Salmonella, e podem transmiti-la nas fezes, o que dificulta o controle da doença.
O período de incubação varia entre oito e 14 dias. Os sintomas começam leves, vão crescendo de intensidade nas três primeiras semanas depois do contágio e só começam a regredir na quarta semana.
Os mais característicos são febre prolongada, alterações intestinais que vão da constipação à diarreia com sangue, cefaleia (dor de cabeça), falta de apetite, mal-estar, prostração, aumento do fígado e baço, distensão e dores abdominais, náuseas e vômitos. Em alguns casos, aparecem manchas rosadas no tórax e abdômen conhecidas por roseola tífica.
Sem tratamento, esses sintomas se agravam e podem surgir complicações graves, como hemorragias abdominais e perfuração do intestino, com risco de o quadro evoluir para septicemia, coma e morte.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta a avaliação clinica do paciente e o isolamento da bactéria por meio de exames laboratoriais de hemocultura, coprocultura, mielocultura e pela reação sorológica de Widal. Esse isolamento é fundamental para estabelecer o diagnóstico diferencial com outras patologias intestinais que apresentam sintomas semelhantes.
Vacinação
Duas preparações de vacinas são recomendadas na prevenção da febre tifoide:
1) a que contém uma forma atenuada dos germes vivos, (Ty21) administrada por via oral em quatro doses, em dias alternados;
2) a parenteral de polissacarídeos (Vi CPS) administrada em dose única por via intramuscular.
O problema é que nenhuma delas oferece imunização completa nem está indicada nas situações de risco de epidemias.
Tratamento
O tratamento da febre tifoide inclui a administração de antibióticos (clorafenicol, ampicilina e quinolonas, entre outros) e a reidratação do paciente, e deve começar tão logo seja levantada a possibilidade da infecção.
Repouso, dieta leve e sem resíduos, ingestão maior de líquidos são medidas de suporte importantes durante a vigência da infecção e no período de convalescença que pode ser longo. Nos dois extremos da vida, infância e velhice, assim como durante a gestação, os doentes são mais vulneráveis a complicações.
Embora o acompanhamento dos pacientes possa ser realizado ambulatorialmente, ao menor sinal de agravamento do quadro, eles devem ser encaminhados para atendimento médico-hospitalar.
Recomendações
* Lave bem as mãos, especialmente depois de ter usado o banheiro, antes das refeições e quando for lidar com alimentos;
* Informe-se sobre medidas de proteção que deve tomar antes de viajar para lugares considerados de risco para a infecção pela Salmonella;
* Não consuma alimentos crus, mal cozidos, ou conservados à temperatura ambiente nem os oferecidos por ambulantes em locais considerados de risco para a febre tifoide;
* Beba somente água fervida ou engarrafada com gás e exija que as garrafas sejam abertas na sua presença, quando suspeitar que as condições sanitárias e de higiene são precárias;
* Siga as orientações médicas sobre a conveniência de ser vacinado contra a febre tifoide, antes de viajar para lugares com risco maior de infecção pelaSalmonella tiphi.
leptospirose
Infecção aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria do gênero Leptospira, que é transmitida por animais de diferentes espécies (roedores, suínos, caninos, bovinos) para os seres humanos. Esse micro-organismo pode sobreviver indefinidamente nos rins dos animais infectados sem provocar nenhum sintoma e, no meio ambiente, por até seis meses depois de ter sido excretado pela urina.
O contágio se dá pelo contato direto com a urina dos animais infectados ou pela exposição à água contaminada pela Leptospira, que penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra ou com pequenos ferimentos, e dissemina-se na corrente sanguínea.
Leptospira
	No Brasil, os ratos urbanos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos) são os principais transmissores da doença e o número de casos aumenta na estação das chuvas, por causa das enchentes e inundações. Infelizmente, o risco não desaparece depois que o nível das águas baixa, pois a bactéria continua ativa nos resíduos úmidos durante bastante tempo.
A doença pode ser assintomática. Quando se instalam, os sintomas são febre alta que começa de repente, mal-estar, dor muscular (mialgias) especialmente na panturrilha, de cabeça e no tórax, olhos vermelhos (hiperemia conjuntival), tosse, cansaço, calafrios, náuseas, diarreia, desidratação, exantemas (manchas vermelhas no corpo), meningite.
Em geral, a leptospirose é autolimitada, costuma evoluir bem e os sintomas regridem depois de três ou quatro dias. Entretanto, essa melhora pode ser transitória. Icterícia, hemorragias, complicações renais, torpor e coma são sinais da forma grave da doença, também conhecida como doença de Weil.
Recomendações
* Observe as medidas básicas de higiene. Embale bem o lixo, ferva a água ou coloque algumas gotas de hipoclorito de sódio ou de água sanitária antes de beber ou cozinhar;
* Lave bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas;
* Vacine seu animal e mantenha rigorosamente limpas as vasilhas em que são servidos alimentos e água;
* Não deixe as caixas d’água destampadas;
* Use luvas e botas de borracha se trabalhar em ambientes que possam ser reservatórios da Leptospira;
* Não se automedique, se suspeitar de infecção pela bactéria da leptospirose.
Giardiase (lambliose)
É uma infecção intestinal causada pelo protozoário flagelado Giardia lamblia. Ele pode se apresentar em forma de cisto ou trofozoíto, e é responsável por causar diarreia crônica com cheiro forte, fraqueza e cólicas abdominais no hospedeiro (cão, gato, gado, roedores, ser humano, dentre outros), graças às toxinas que libera. Essas manifestações podem gerar um quadro de deficiência vitamínica e mineral e, em crianças, pode causar a morte, caso não sejam tratadas.
Giardia lamblia
Ocorre em todo o mundo, mas é mais frequente em regiões onde as condições sanitárias e de higiene são precárias.
Os protozoários são transmitidos pela ingestão dos cistos oriundos das fezes de indivíduo contaminado, podendo estar presentes na água, alimento, nas mãos, e até mesmo durante sexo oral-anal. Moscas e baratas também podem transportá-los. 
A prevenção é feita adotando-se hábitos de higiene, como lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas, brincar com animais e antes de comer ou preparar alimentos; ingerir unicamente água tratada; higienizar os alimentos antes do consumo e cura dos doentes. 
Vale lembrar que o cloro não mata os cistos e que, portanto, alimentos ou água tratados unicamente com cloro não impedem a infecção por este protozoário.
Amebiase
Amebas são protozoários cuja locomoção se dá via expansões citoplasmáticas –pseudópodes. 
A Entamoeba histolytica é a responsável pela amebíase, embora possa estar presente no organismo sem desenvolver a doença.
É mais comum em regiões onde as condições de saneamento básico são precárias, uma vez que a forma de contaminação se dá via ingestão de seus cistos. Estes, liberados nas fezes da pessoa adoecida, podem se espalhar na água e vegetais que, sem a devida higienização antes de serem ingeridos, podem causar a doença. 
É necessário ressaltar que a resistência dos cistos é muito grande: podem viver cerca de 30 dias na água, e 12 em fezes
frescas.
Após a ingestão, no sistema digestório, estas formas dão origem a trofozoítos. Estes invadem o intestino grosso, se alimentando de detritos e bactérias ali presentes, causando sintomas brandos ou mais intensos, como diarreia sanguinolenta ou com muco e calafrios.
Os trofozoítos, por meio de sucessivas divisões, podem dar origem a novos cistos, sendo liberados pelas fezes e dando continuidade ao ciclo de infecções. Podem, também, invadir outros tecidos, via circulação sanguínea. Nessas regiões, alimentam-se das hemácias ali presentes, provocando abscessos no fígado, pulmões ou cérebro.
Medidas relacionadas a saneamento básico, como implantação de sistemas de tratamento de água e esgoto, e controle de indivíduos que manipulam alimentos, devem ser levadas em consideração para se reduzir ou, em longo prazo, erradicar a amebíase.
Comportamentos individuais de higiene, como lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas, brincar com animais e antes de comer ou preparar alimentos; ingerir unicamente água tratada; higienizar os vegetais antes do consumo, deixando-os em imersão em ácido acético ou vinagre por cerca de 15 minutos; evitar o contato direto ou indireto com fezes humanas; e isolamento dos pacientes que lidam com crianças ou alimentos são necessários para evitar reincididas ou infecção de outras pessoas.
Hepatite A
A Hepatie A, também conhecida como hepatite infecciosa é uma doença aguda do fígado, causada pelo vírus da hepatite A (HAV), geralmente de curso benigno. 
	Os sintomas se dão tanto devido aos danos do vírus como à reação destrutiva para as células infectadas pelo  sistema imunitário. Mais de metade dos doentes são assintomáticos, particularmente crianças. Os sintomas mais comuns são:
Pele e olhos amarelados; Febre; Dor abdominal; Náuseas e vômito; Falta de apetite; Urina mais escura; Fadiga  (Cansaço); Dor nas articulações; Diarréia  que se mantém durante cerca de um mês.
Em 99% dos casos segue-se a recuperação e cura após alguns dias de repouso. Em 1% dos casos os sintomas podem ser muito mais graves e de desenvolvimento rápido, a denominada hepatite fulminante. Ocorre icterícia mais intensa e  encefalopatia (devido à não regulação pelo fígado da amônia sanguínea neurotóxica), com distúrbios psiquiátricos e degradação das funções mentais superiores, seguida de morte em 80% dos casos. 
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Diarréia aguda
A Diarréia ocorre quando aumenta a proporção de água contida nas fezes, o que aumenta o peso fecal diário eliminado para mais que 250 g. O normal não ultrapassaria 200 g, tecnicamente falando.
A maior parte das diarréias agudas é causada por vírus, bactérias ou parasitas.
Há germes produtores de toxinas que alteram o funcionamento intestinal.
Mais que os micróbios, as toxinas diminuem a absorção de líquidos pelo intestino ou estimulam sua perda para a luz intestinal. De todo o modo, o resultado é a perda excessiva através das fezes, demonstrado por diarréia.
Os germes causadores de diarréia costumam chegar ao ser humano através da boca, podendo estar contidos na água ou alimentos contaminados.
Fatores que podem nos tornar vítimas de diarréias agudas: 
 
beber ou ficar exposto à água não tratada
usar encanamentos furados
usar depósitos mal fechados ou sem limpeza regular
tomar banho em rio, açude ou piscina contaminada
não limpar bem as mãos e os utensílios de mesa e fogão
ser negligente na higiene pessoal.
O saneamento básico, incluindo redes de esgoto e água potável nas residências, previne um grande número de casos.
O armazenamento e preparo adequado dos alimentos, incluindo conservação de alimentos em geladeira, não exposição a moscas, cozimento dos alimentos e lavagem dos mesmos com água tratada, também, são importantes formas de prevenção.
É importante lembrar, contudo, que certas toxinas produzidas por bactérias permanecem nos alimentos mesmo após a morte do organismo que a produziu. Sendo assim, o cozimento ou congelamento dos alimentos, apesar de evitar grande número de diarréias infecciosas, não impede que alimentos inapropriadamente preservados ou preparados contenham substâncias causadoras de diarréia.
Doenças pela falta de limpeza, higienização com a água
Escabiose (sarna)
Doença altamente infecciosa causada pelo parasita Sarcoptes scabie, transmissível pelo contato íntimo entre pessoas ou mesmo através das roupas. Esse parasita se alimenta da queratina, ou seja, proteína que constitui a camada superficial da pele. Depois do acasalamento, a fêmea põe os ovos (seis em média por fêmea) que eclodem após duas semanas.
As lesões mais comuns ocorrem entre os dedos das mãos e é, especialmente, a mão que serve de veículo para levar a escabiose a outros pontos do corpo, principalmente coxas, nádegas, axilas, cotovelo. No homem, a infecção é comum nos genitais e, na mulher, nos seios. Pacientes imunodeprimidos estão mais expostos ao risco de infecção pelo parasita da sarna.
Os sintomas são:
 Prurido ou coceira, sintoma que se acentua à noite;
 Presença de pápulas, pequenas lesões eritematosas que podem formar uma crosta provocada pelo ato de coçar o local.
O diagnóstico é feito visualmente pela análise das lesões causadas e por sua localização e pode ser confirmado pela identificação do parasita no microscópio.
Pediculose (piolho)
O piolho do couro cabeludo (Pediculus humanus capitis) é um inseto que se alimenta do sangue das pessoas e reproduz-se com rapidez. Transmitido de uma pessoa para outra, ele se instala no folículo piloso, ou seja, na base do cabelo, onde deposita seus ovos. As lêndeas são fáceis de serem reconhecidas e que se diferem da caspa porque ficam grudadas no pelo.
O período de incubação dura de 8 a 10 dias. A infestação ocorre mais em crianças, principalmente nas que frequentam escolas e estão em contato com outras crianças. 
Os sintomas são:
Coceira intensa no couro cabeludo;
 Feridas causadas pelo ato de coçar;
Marcas visíveis deixadas pelas picadas de inseto;
Aparecimento de ínguas e infecções secundárias nos casos mais graves de infestação.
Tracoma
O tracoma é uma afecção inflamatória crônica da conjuntiva e da córnea, uma ceratoconjuntivite crônica palpebral recidivante que em decorrência das infecções repetidas pode levar a cicatrizes na conjuntiva palpebral. Em casos mais graves evoluem para seqüelas, provocando lesões corneanas importantes, podendo produzir cegueira.
O agente etiológico do tracoma é a Chlamydia trachomatis, uma bactéria de aproximadamente 200 a 300 milimicra, GRAM (-), de vida obrigatoriamente intracelular. 
Além do tracoma, a Chlamydia trachomatis é responsável pela conjuntivite de inclusão, pelo linfogranuloma venéreo e por outros quadros de doenças sexualmente transmissíveis.
A transmissão da doença ocorre de forma direta, de olho para olho, ou de forma indireta, através de objetos contaminados.
Os insetos podem atuar como vetores mecânicos, em especial a mosca domestica e a mosca Hippelates sp (lambe-olhos).
O tracoma é comum nas partes pobres dos países quentes e secos do Mediterrâneo e no Extremo Oriente.
Ocasionalmente, o tracoma ocorre entre os americanos nativos e entre os indivíduos que habitam as áreas montanhosas do sul dos Estados Unidos.
Conjuntivite bacteriana aguda
É um tipo de conjuntivite que instala-se em 24h, mais em neonatos e adultos com atividade sexual. Os agentes implicados são N. gonorrhoeae (principal) e N. meningitidis. Uretrite geralmente está presente. A transmissão ocorre da genitália para as mãos e delas para os olhos. O olho apresenta intensa secreção purulenta nas primeiras 12h do contágio. 
Hiperemia e dor à palpação ocorrem nas horas subsequentes. Tipicamente ocorre quemose, edema palpebral e adenopatia preauricular dolorosa. É uma condição grave que necessita de encaminhamento urgente a um oftalmologista e hospitalização para tratamento adequado, a fim de evitar complicações como ceratite e perfuração.
Salmonelose
A salmonelose é uma intoxicação alimentar causada por uma bactéria denominada Salmonella.
É caracterizada por dores abdominais, diarréias, febre, calafrios, dores de cabeça, mal-estar e vômito, sintomas que podem persistir durante uma semana ou mais, podendo ser fatal especialmente em crianças pequenas e idosos.
A forma mais comum de transmissão desta doença para o homem é através da ingestão de alimentos contaminados, e os maus hábitos de higiene. A Salmonella é uma bactéria que atua sobre os intestinos, onde se multiplica podendo entrar na corrente sanguínea e atingir outros órgãos aumentando assim a gravidade da infecção.
A salmonelose pode ser evitada através do correto manuseio e confecção dos alimentos. A Salmonella, presente nas fezes humanas e de animais podem ser encontradas em alimentos como verduras, ovos, frutas, leite não pasteurizado, carnes e água contaminada.
Tricuriase
Um nematelminto de importância médica é o Trichuris trichiura , causador da tricuríase.
Ele tem a forma de um chicote e quando adulto seu comprimento varia de três a cinco centímetros. Estima-se que 902 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas por T.trichiura.
Enquanto A. lumbricoides habita o intestino delgado, Trichuris trichiura vive no intestino grosso do homem. Os ovos são ingeridos juntamente com os alimentos sólidos e líquidos, liberando as larvas no intestino delgado.
Essas larvas migrarão para o intestino grosso, onde penetrarão nas células epiteliais formando túneis sinuosos na superfície da mucosa. Durante esse período, elas tornam-se vermes adultos capazes de produzir novos ovos.
Existem indivíduos assintomáticos na tricuríase e estes podem atuar como fontes de contaminação ao manusear alimentos, por exemplo.
Os indivíduos sintomáticos sofrem com dores abdominais, disenteria, anemia, má nutrição e retardo no desenvolvimento.
Apresentam também sangramento e fezes com presença de muco e sangue.
PROFILAXIA
Educação sanitária
Construção de fossas sépticas
Lavar as mãos antes de tocar os alimentos
Tratamento das pessoas parasitadas
Proteção dos alimentos contra moscas e baratas.
Enterobiase
A Enterobíase ou Oxiuríase é uma infecção causada pelo Enterobius vermicularis ou Oxyurus vermicularis, que se localiza no ceco ( parte final do intestino delgado ), cólon ascendente, apêndice ou reto.
Não possui hospedeiro intermediário, sendo parasita exclusivo do homem.
As fêmeas, após serem fecundadas, migram do intestino grosso ( cólon ) para o reto e orificio retal, onde depositam seus ovos.
Acomete com maior frequência as crianças, principalmente as de comunidades fechadas ( orfanatos, creches e internatos).
As manifestações da infecção podem ser devidas a 3 mecanismos básicos:
Movimentação das fêmeas grávidas por ocasião da postura na região retal e/ou periretal, gerando prurido ( coceira ) predominantemente noturna, sendo este o principal sintoma da infestação.
Pela localização dos vermes no intestino podem ocorrer manifestações digestivas diversas
Migração da fêmeas para a órgão genital feminino, vulva, útero, etc. determinando vulvovaginite com corrimento e prurido.
Ancilostomiase
Ancilostomíase, popularmente conhecida como Amarelão, é uma doença causada pelo verme Ancylostoma duodenale, que provoca lesões na pele como coceira, irritação e vermelhidão. Nos casos mais graves a ancilostomíase pode causar hemorragia no fígado, tosse, febre, anemia, perda de apetite e fadiga.
A transmissão é feita através da penetração do parasita através da pele, principalmente pelos pés, mãos, pernas, nádegas, ou então pela ingestão dos vermes em alimentos contaminados mal cozidos ou lavados. Indivíduos que moram em zonas rurais têm maior probabilidade de serem infectados, devido ao constante contato com o solo ao andar descalço.
Ascaridiase
Doença parasitária causada por um verme popularmente chamado de lombriga. Algumas vezes estes vermes podem viver por muito tempo dentro do indivíduo sem que qualquer sintoma se manifeste, porém quando estes estão em grande número as complicações são sintomáticas.
Esta verminose intestinal é provocada pelo Ascaris lumbricoides. É mais recorrente em locais com saneamento básico ruim ou ausente. Maus hábitos de higiene e de alimentação são os fatores responsáveis por esta ser uma das doenças parasitárias mais disseminadas em todo o mundo. O homem é considerado o único reservatório de tal e a contaminação se faz através da ingestão de ovos do parasita.
A fêmea do Ascaris lumbricoides consegue, em um local propício, produzir até mesmo cerca de 200 mil ovos por dia. Parte destes ovos é eliminada através das fezes do hospedeiro. Quando outra pessoa entra em contato com estes ovos, seja devido a alimentos, água ou solo contaminado, por exemplo, dá-se início a um novo ciclo evolutivo.
Os ovos ingeridos caem no intestino. As larvas se soltam e rompem a parede deste órgão, em direção à circulação sanguínea. Percorrem um caminho pelo fígado, passando também pelo coração e pelos pulmões. Após atingirem várias partes do sistema respiratório, estas migram para o tubo digestivo. Lá evoluem para a forma adulta e, no período certo, reproduzem-se. Dando origem a novos ovos que serão liberados pelas fezes.
A ascaridíase pode ser prevenida através de simples medidas de saneamento básico. Lavar sempre muito bem alimentos em água corrente, beber somente água filtrada ou fervida e lavar as mãos após ir ao banheiro também auxilia na prevenção desta doença.
Higiene pessoal é fundamental, assim como evitar ingerir alimentos crus ou mal cozidos. Como é bastante frequente em locais com saneamento básico precário, as populações destas regiões devem realizar exames periódicos, principalmente em zonas com clima subtropical ou tropical.
Não é indicado fazer uso de fezes como adubo. Este é um dos principais motivos de proliferação da doença.

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