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RESUMO SISTEMA DIGESTÓRIO/ PATOLOGIA ESPECÍFICA I – ISABELLA RIBEIRO ESÔFAGO Esse órgão apresenta 3 regiões: cervical, torácica (atravessa mediastino posterior) e abdominal. Mede em média 25 cm. Apresenta dois esfíncteres (região de espessamento muscular): superior e inferior e tem relação anatômica com traquéia e aorta. A. Funções: condução do alimento ‐> peristaltismo; Evitar refluxo gastroesofágico (EEI) ‐> (pressão gástrica > que a pressão esofágica). B. Histologia: 4 camadas – ‐ Mucosa: Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado ‐> resiste ao atrito. ‐ Submucosa: Presença de glândulas mucosas, plexo venoso, plexo nervoso (Meisner). ‐ Muscular: É composta por duas camadas, interna (circular) e externa (fibra longitudinal) presença do plexo nervoso de Auerbach. Nas regiões de esfíncter apresenta‐se espessada. ‐ Adventícia/Serosa: No pescoço e no tórax é adventícia, no abdome, peritônio. C. Sintomas e sinais de patologias esofágicas: Disfagia (sintoma mais específico de doenças esofágicas), pirose. Pode haver como sintoma inespecífico odinofagia, regurgitação, HDA (hematêmese, melena). D. Exames complementares: EDA, Radiografia contrastada, REED, PHmetria, Manometria (pede pressão intraesofágica). E. Patologias do esôfago ATRESIA DE ESÔFAGO (ausência de luz) No lugar da luz esofágica há uma área intensa área de fibrose. Geralmente está associada com uma fístula esofagotraqueal. A fístula pode ser distal a atresia ou proximal. No caso de uma fístula distal, mais comum, o bebê ficará com o abdome distendido já que ar que chega pela traqueia chegará ao estômago além do alimento não chegar ao estômago. No caso de uma fístula proximal o bebê poderá desenvolver uma pneumonia aspirativa, já que o alimento cairá na via aérea inferior. No RN o principal sintoma é o regurgitamento. O bebê deve ser operado imediatamente para sofrer de desidratação, desnutrição aguda e choque. DISCINESIA (distúrbio peristáltico e do EEI). Essa disfunção pode ser vista em 3 doenças, principalmente: hérnia de hiato, megaesôfago e síndrome de Mallory‐Weiss. a) Hérnia de Hiato: protusão do esôfago e/ou estômago para a cavidade torácica. Os pilares diafragmáticos sofrem uma frouxidão e alargamento ou por uma retração dos pilares mas a mas não se sabe a causa. Somente 10% dos pacientes apresentam sintomas . A hérnia na maioria dos casos ocorre por deslizamento ou sendo paraesofágica, esta última é menos comum mas mais grave, já que o meso também se hérnia e a região protusa tem seu pedículo vascular comprido e ela pode sofrer infarto. Uma complicação comum da hérnia é o refluxo gastroesofágico. b) Megaesôfago: dilatação esofágica pela destruição ou ausência dos plexos nervosos dessa região. As duas principais causas são chagas (ganglionite seguido de destruição ganglional) e acalasia (congênito). Manifestação clínica: disfagia. Níveis de megaesôfago: I – não há dilatação mas paciente apresenta disfagia. II – Dilatação discreta. III. Dilatação moderada. IV – Dilatação acentuada, dólico (alongado) e dobrado. Exames : REED Tratamento: cirúrgico ‐> merendinha (troca do esôfago por alça do delgado). Muitas vezes o megaesôfago também é acompanhado de megacólon na doença de Chagas. O megacólon além da origem chagásica também pode ser de causa congênita, patologia conhecida como Doença de Hirsens Prung, onde um ou alguns segmentos do intestino podem ter agenesia ganglionar intestinal. A principal manifestação clínica do megacólon é a constipação e pode haver fecaloma. O tratamento é cirúrgico. c) Síndrome de Mallory‐Weiss É a formação de lacerações longitudinais múltiplas e paralelas situadas na junção gastroesofágica (JEG). Essas lacerações podem atingir os vasos da submucosa e causar uma HDA (hematêmese e melena). A patogenia se deve a um choque das ondas peristáticas e antiperistálticas que laceram a mucosa e a submucosa. Crises de vômito recorrentes geram esse quadro, causadas muitas vezes por bulima ou alcoolismo. Exame: EDA. Tratamento: retirada da causa além de depósito e solução salina gelada na lesão para levar a vasoconstrição dos vasos. VARIZES ESOFÁGICAS Presença de botões varicosos na mucosa do esôfago pelo ingurgitamento de colateral (A. Gástrica esquerda) da circulação porta, por uma hipertensão portal de causa cirrótica ou esquistossomótica, na maioria das vezes, mas também pode ocorrer por uma ICC grave, hepatite crônica, síndrome de Budd Chiari. A lesão é assintomática e se manifesta só quando há ruptura dos vasos por uma HDA que pode levar a morte. Obs: paciente cirrótico tem um agravante pois pela lesão hepática ele não produz fatores de coagulação de forma eficiente, o que agrava o quadro hemorrágico. Artérias colaterais do sistema porta: A. gástrica esquerda, M. superior, M. inferior, Esplênica. Tratamento: EDA com insuflação de balão, injeção de substância flebosclerótica além do tratamento da doença de base. ESOFAGITE Inflamação da mucosa esofágica de causa: Química (refluxo, álcool, tabaco, uremia – comum em IRC, esofagite cáustica – tentativa de sucídio que leva a necrose de toda mucosa do esôfago); Física: trauma – sonda gástrica, irradiação – leva fibrose extensa, bebidas e alimentos quentes (Ex: chimarrão), infecções (bacteriana secundário a um megaesôfago), herpes, citomegalovírus, cândida ‐> 3 últimos comuns em imunossuprimidos. ESOFAGITE DE REFLUXO Esofagite mais comum, sendo mais frequente por volta dos 30 anos. Se o indivíduo tem episódios seguidos de refluxo ele leva a uma esofagite discreta onde o esôfago fica hiperemiado, edemaciado, com exsudato eosinofílico e pode haver erosão da mucosa. A causa da esofagite é na maioria das vezes idiopática, mas pacientes que apresentam hérnia de hiato estão mais propensos a desenvolver refluxo. Sintomas: azia, dor, mal‐estar, disfagia (fase avançada). Complicações (raras): ulceração ‐> HDA, cicatrização por fibrose ‐> estenose luminal, metaplasia ‐> esôfago de Barret (epitélio se torna intestinal com presença de céls caliciformes – pré cancerígeno para o adenocarcinoma esofágico). A mucosa no esôfago de Barret apresenta‐se hiperemiada, edemaciada e aveludada pela presença de muco pela secreção das glândulas caliciformes. Tratamento: inibidor da bomba de prótons e anti‐histamínicos ou nos casos mais graves cirúrgicos com fundoplicatura. NEOPLASIAS ESOFÁGICAS Benignas (raras): leiomioma, papiloma escamoso; Malignas: câncer de células escamosas (mais comum) ou adenocarcinoma ‐> secundário a esôfago de Barret. Epidemiologia: principalmente em homens acima dos 40 anos, mas o pico ocorre nos 60 anos. Classificação macroscópica: Vegetante ‐> pode evoluir parar uma obstrução ‐ Ulcerado ‐> perfuração, ‐ Plano (crescimento infiltrativo que espessa a parede e leva a perda do peristaltismo). ‐ Anular ‐> reduz luz do esôfago. Fatores de risco para CA de céls, escamosas: álcool, tabaco, deficiência em vitaminas, principalmente complexo B, alimentos ricos em nitrito e nitrato que podem ser convertidos por bactérias em nitrosamina (subtância cancerígena) ou por contaminação fúngica., esofagite crônica (ex: megaesôfago), alimentos quentes. Sintomas: Disfagia Diagnóstico: EDA, cirurgia e análise patológica. COMPLICAÇÕES DAS NEOPLASIAS: obstrução ‐> desnutrição, caquexia; OBS: OBSTRUÇÃO NÃO É MEGAESÔFAGO POIS NÃO A AGENESIA NEM DESTRUIÇÃO GANGLIONAR!! Ulceração: HDA ‐> hematêmese, melena ‐> anemia ferropriva, choque hipovolêmico. Ulceração ‐> Perfuração: mediastinite ou peritonite ‐> sepse ‐> choque séptico. Ulceração ‐> fístula: traqueal (pneumonia)ou aórtica (hemorragia aguda interna ‐> óbito). Desnutrição Disseminação ‐> continguidade, continuidade, metástase (linfática e hematogênica) Regiões mais comuns: pulmão, cérebro, ossos e fígado. Prognóstico de vida: 5 anos. ESTÔMAGO Órgão resultado de uma dilatação do tubo digestório dividido em 5 regiões em cárdia, fundo, corpo, antro e piloro. Histologia: Mucosa: epitélio de revestimento simples cilíndrico e glandular com invaginações e evaginações. Submucosa: tecido conjuntivo denso além do plexo nervoso de Meisner. Muscular: camada interna circular e externa longitudinal entremeadas pelo plexo nervoso de Auerbach. Serosa ‐> peritônio. No estômago há 4 tipos celulares: Mucíparas: localizadas em todo o estômago e são responsáveis por produzir muco e HCO3‐. Parietais : secretam HCL e fator intrínseco – localizam se nas glândulas do fundo e do corpo. Zimogênicas: secretam pepsinogênio ‐ localizam se nas glândulas do fundo e do corpo. Endócrinas: células G secretam gastrina‐ localizadas no antro e no piloro. Células enterocromafins (localizadas na lâmina basal): secretam histaminaa que estimula secreção HCL. Classificação histológica: Fundo/corpo: região de síntese do suco gástrico, glândulas são profundas e fossetas curtas. Antro/piloro: Possui glândulas curtas e fossetas longas. Região onde há céls mucíparas e endócrinas. Função gástrica: digestão ácida e enzimática levando a formação do quimo. A síntese de suco gástrico pode ocorrer por 3 mecanismos: nervosa (secreção de Ach), endócrina (secreção de gastrina – estômago e pâncreas) e através de secreção histamínica pelas céls. Enterocromafins. Mecanismo de proteção da mucosa: HCO3‐, muco, zônulas de oclusão, elevado turnover (renovação epitelial), fluxo sanguíneo (recolhe substâncias tóxicas). Mecanismos agressores da mucosa: HCL, pepsina, H. pilory, álcool, cigarro, uremia, reação autoimune, refluxo do suco duodenal ‐> comum quando há retirada do piloro cirurgicamente (lisolectina e bile leasam mucosa), gastrite, estresse, AINES. Patogenia gastropatologias: aumento dos fatores de agressão e/ou redução dos fatores de proteção. As doenças apresentam mortalidade e morbidade. Sintomas: síndrome dispéptica (enjoo, vômito, mal estar, dor epigástrica, pirose), sintomas muito comuns mas inespecíficos. Exame físico: palpação do abdome. Exames complementares: EDA, REED, biópsia. GASTRITE: inflamação da mucosa estomacal, pode ser aguda ou crônica. 1. Gastrite aguda Essa inflamação tem como causa principal: álcool, cigarro ‐> são lesivos a mucosa e estimulam a secreção de HCL. Além disso infecções bacterianas também podem ser causa. O processo agudo é autolimitado, se eliminada a causa as lesões desaparecem com 1 dia. Lesões anatômicas: edema, hiperemia, exsudato inflamatório neutrofílico além de erosões superficiais da mucosa. A gastrite aguda em si não gera nenhum problema se ela não se complicar (LAMGD –lesão aguda da mucosa gástrica duodenal). As duas principais causas de complicação são AINES (aspirina) e estresse aumentado. Ambos podem gerar o quadro HDA, com úlceras agudas. 2. Gastrite crônica Inflamação da mucosa mais frequente em indivíduos acima dos 50 anos de idade, sendo a maioria assintomática, já os sintomáticos apresentam síndrome dispéptica. As causas mais comuns são H. pylori (principal), autoimune, álcool, cigarro e uso indiscriminado de antibióticos, refluxo duodenal, uremia. Lesões: edema, hiperemia, infiltrado de linfócitos e plasmócitos. Alguns pacientes apresentam gastrite crônica complicada (H. pylori e autoimune), que terá como lesão ulceras ou atrofia da mucosa. Lesões da gastrite crônica complicada: atrofia glandular, metaplasia intestinal (céls caliciformes, de pannet e absortivas), displasia. Classificação da gastrite crônica quanto a localização. A = fundo/ corpo: geralmente autoimune (anticorpos anti fator intrínseco e cél. Parietal) ‐> gastrite atrófica. 10% das gastrites atróficas são de causa autoimune. Características: hipocloridria, anemia perniciosa, predisposição a câncer de estômago pela metaplasia, AUSÊNCIA DE ÚLCERAS!! B = antro/piloro: causada por fatores externos como H.pylori, cigarro, álcool. É uma agressão que predispõe a formação de úlceras e pacientes que são sintomáticos apresentam síndrome dispéptica. AB = Pangastrite: a causa mais comum é a H. pylori mas pode ocorrer por causas ambientais. As complicações (atrofia, displasia, metaplasia) pode ocorrer nas 3 mas a atrofia ocorre na gastrite do tipo A. ÚLCERA PÉPTICA: Solução de continuidade ou escavação da mucosa que destrói a parede do órgão lesado causada por ação do suco gástrico. É uma lesão crônica remitente, recorrente e recidivante. Epidemiologia: Homens, a partir dos 30 anos. Sedes de úlcera em ordem de ocorrência: duodeno (bulbo duodenal), estômago (antro e piloro), esôfago, boca anastomótica (pós cirurgia enterogástrica) divertículo de Merkel (má formação que leva ao surgimento de glândulas gástricas ectópicas no íleo ‐> pode evoluir para diverticulite) síndrome de Zollinger Elisson (úlceras múltiplas no estômago, duodeno e jejuno) ‐gastrinoma localizado no pâncreas vai secretar gastrina além do normal (NÃO É SÍNDROME PARA NEOPLÁSICA). Característica das úlceras: geralmente são únicas, medem até 4cm, de formato redondo ou oval com margens planas com fundo e bordas lisas e regulares. Classificação quanto a profundidade da úlcera: superficial (perfura até a submucosa), profunda (até camada muscular), perfurada (atinge toda parede), tamponada (órgão vizinho impede tampa perfuração – ex: omento). A indicação cirúrgica para úlceras atualmente é apenas e elas complicarem. Lesões da úlcera: necrose fibrinóide na borda e no fundo da lesão, exsudato inflamatório neutrofílico, presença de tecido de granulação (cura), fibrose cicatricial. A cura da lesão ocorre por fibrose e reepitelização. Principal sintoma: síndrome dispéptica com dor epigástrica conhecida como “dor de fome”, já que ao comer a dor cessa. Etiopatogenia: principal causa: H. pylori ‐> fatores de agressão: urease – converte uréia em amônia ( PH do estômago para se proteger), proteases, fosfolipases, citocinas inflamatórias (estimulam lesão da mucosa) e estimula secreção de gastrina ‐>hipercloridria. A bactéria NÃO TEM caráter perfurativo, a lesão causada é indireta. Complicações: HDA (hematêmese, choque hipovolêmico, melena, anemia ferropriva) Perfuração ‐> peritonite aguda ‐> sepse ‐> choque séptico. Fibrose cicatricial intensa ‐> síndrome de estenose pilórica ‐> obstrução. Perfuração ‐> pancreatite aguda. NEOPLASIAS Epidemiologia: homens, >50 anos, associado a pobreza. Benignas (raras): adenoma ‐> cresce sob a forma de pólipos. PREDISPÓE A ADENOCARCINOMA!! Leiomioma; Malignos: comum em homens, acima dos anos, principalmente no antro e no piloro. É o câncer que mais mata no mundo. Tem proagnóstico melhor que o de esôfago. 90% adenocarcinoma (epitélio glandular) 10% linfomas (melhor proagnóstico), carcinoides (tumor de cél. Neuroendócrina) , GIST (tumor do estroma gastrointestinal); ADENOCARCINOMA GÁTRICO Intestinal: câncer é oriundo de uma metaplasia intestinal, é glandular. Difuso: câncer não glandular pouco diferenciado que cresce agudamente com presença de céls em anel de cinete (citoplasma claro e núcleo na periferia) Classificação quanto a profundidade (estádio T – TNM): Câncer incipiente: infiltra até a camada submucosa. Câncer avançado: infiltra até a camada muscular (Sobrevida de 5 anos). Classificação macroscópica: vegetante Ulcerativo: tecido neoplásico necrosa a paredeformando uma escavação. As úlceras são maiores que 4cm, com bordas salientes, margens e fundo irregulares. Plano: altera peristaltismo. Anular: acomete a região do piloro podendo levar a uma obstrução Linite plástica: câncer cresce de forma plana mas acomete todo o estômago. É comum é pessoas jovens, apresenta atividade desmoplástica (estimula fibroblasto a produzir colágeno ‐> espessa parede), sendo patognomônico de câncer de estômago. FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER Dieta rica em alimentos com nitritos e nitratos (convertidos em nirosamina), pobre em vegetais/legumes e frutas, fumo. LESÕES PRÉ CANCEROSAS: Gastrite crônica atrófica, metaplasia intestinal, adenoma. SINTOMAS: Síndrome dispéptica, emagrecimento, perda de apetite, dor epigástrica que não melhora ao se alimentar. COMPLICAÇÕES: HDA; Perfuração ‐> peritonite ‐> sepse ‐> choque séptico. Estenose pilórica (Crescimento anular ou vegetante) ‐> disfagia. Desnutrição, anemia (câncer é consumptivo). Fístulas com intestino grosso (Colo transverso). Disseminação: continuidade, contiguidade, metástases (hematoênica, linfática, peritoneal (Carcinomatose peritoneal). CARCINOMATOSE PERITONEAL – Câncer se espalha na cavidade peritoneal já que células cancerígenas muitas vezes descamam e caem na cavidade do peritôneo. Um local muito comum de metástase desse tipo são os ovários, conhecido como Tumor de Krukenberg. A carcinomatose se manifesta clinicamente como uma asciste neoplásica, já que as céls tumorais irritam o peritônio levando a uma peritonite que gera aumento da permeabilidade vascular. INTESTINO DELGADO E GROSSO O intestino delgado é composto pelo duodeno, íleo e jejuno. A função do ID delgado é absorver os nutrientes e para isso ele apresenta vilos, microvilos e pregas. O intestino grosso é composto pelo cécum, cólon e reto. Sua função é a absorção de água e eletrólitos. O duodeno, cólon ascendente, e cólon descendente são retroperitoneais, já o jejuno, íleo, cólon transverso, sigmoide e reto são peritonizados. Ambos são bem vascularizados pelas artérias mesentéricas e drenados pelas veias mesentéricas que compõem o sistema porta junto com as suas tributárias como as veias retais. Histologia: Mucosa ‐ epitélio de revestimento cilíndrico simples irregular que formam os vilos e nas depressões as glândulas intestinais (Glândulas de Liberkin). ‐ Na submucosa é possível localizar os vasos, nervos, plexo de Meissner e o folículos linfoides. No íleo terminal os folículos são tão grandes que são visíveis, são as placas de Payer. No ID existem 4 tipos celulares: Enterócitos: fazem absorção de nutrientes e secretam enzimas (dissacaridases, dipepitidases) Caliciformes: secretam muco, abundantes no IG. Endócrinas: secretam hormônios com efeito local e modificam o peristaltismo e ficam na base das glândulas. Panneth: localiza‐se na base das glândulas e secretam lisozimas ‐> essenciais para controlar microbiota. DOENÇAS DO INTESTINO Sinal clínico: dor a palpação, vômito e diarreia. Exames complementares: EDA, EDB, RX abdome, Rx contrastado (trânsito intestinal ‐ID) ou (Enema opaco – IG). Doenças inflamatórias Enterite, colite, enterro colite Causa: vírus, bactérias, fungos, protozoários, metazoários, imunitária, idiopática. Sinal: diarreia, úlcera, sangramentos. Síndrome diarreica Representa a eliminação excessiva de líquido nas fezes (>250ml/dia). É principal causa de mortalidade infantil no mundo. O aspecto fecal é com densidade reduzida, aumento da frequência de evacuações. Complicações: Desidratação ‐> PA ‐> CHOQUE HIPOVOLÊMICO. Perda de eletrólitos ‐> distúrbio eletrolítico. TIPOS DE DIARRÉIA Secretória: ocorre devido a um distúrbio de secreção nos enterócitos que pode ser causado por: ‐ Enterovírus (entra na célula e altera seu metabolismo) – Rota vírus, vírus de Norwalk (diarreia em crianças maiores ou adultos) ‐ Enterotoxinas bacterinas que se ligam ao enterócito e alteram seu metabolismo: Vibrio cholera; Eschericha coli – diarreia dos viajantes, relacionado a más condições de higiene; S. aureus (diarreia intensa e rápida) Se as bactérias é que são ingeridas o tempo de incubação até que ocorra a diarreia é maior, mas se for as enterotoxinas a ação é bastante rápida. Osmótica: ocorre devido ao da pressão osmótica no conteúdo intestinal. Causas: SMA (intolerância a lactose, doença celíaca, pancreatite aguda), uso de laxantes (substância hipertônica). OBS: O jejum melhora a diarreia osmótica mas não tem efeito nenhum sobre a diarreia secretória. Exsudativa: A diarreia é resultante de um exsudato inflamatório mucopurulento na luz intestinal. Indica que o intestino está inflamado. Essa inflamação pode ser de causa não infecciosa ou infecciosa, por bactérias invasivas (penetram na parede do intestino). FORMAS INFECCIOSAS ‐ Shigella, Salmonella (bastonetes GRAM ‐), Yersínia, Amebíase, Tuberculose intestinal e esquistossomose. OBS: Shigella, Salmonella além da inflamação secretam citocinas citolíticas que causam ulcerações na parede intestinal levando ao aparecimento de sangue nas fezes. OBS2: Febre tifoide é resultado de bacteremia de Salmonella que pode evoluir para sepse. FORMAS NÃO INFECCIOSAS: Doença de Crohn e retocolite ulcerativa. OBS3: Disenteria é uma diarreia exsudativa porém de pequeno volume e menos intensa. Nas fezes aparecem sangue, muco e pus, podendo ser acompanhada de cólica abdominal. NEOPLASIAS INTESTINAIS As neoplasias são muito mais comuns no IG do que no ID (apenas 5%). No entanto as neoplasias no ID são mais comuns que sejam benignas, já no IG maioria é maligna. BENIGNAS ‐ Leiomioma; (raro) ‐ Lipoma no tecido gorduroso da serosa; ‐ Adenoma: oriundo do epitélio de revestimento glandular ‐> cresce no formato de pólipo (qualquer crescimento de parede em direção a luz). Os pólipos podem ser: único, múltiplo, séssil, pedunculado, pequeno ou grande. ‐ Hiperplásicos (múltiplos, pequenos e pedenculados); ‐ Inflamatórios: decorrem de doenças inflamatórias que alteram a mucosa (retocolite ulcerativa, doença de Crohn). ‐ Harmatomatoso: decorrente de uma má formação congênita que gera um má formação na mucosa (pólipo juvenil). ‐ Adenomatoso: geralmente são pequenos e são pré cancerígenos (tumores benignos do IG com atipia celular, se acentuada configura carcinoma in situ) Epidemiologia: Mais comum idosos pois surgem com a idade. Ideal EDB de 3 em 3 anos em pacientes com idade >50 anos. Eles podem apresentar 3 formas: tubular: múltiplos e pequenos (chance de malignizar é discreta, comum no IG); ‐ Viloso: geralmente único e grande (base larga) e localizado no reto ‐> muito comum malignizar; ‐ Tubuloviloso: agrega características tubulares e vilosas; A malignização dos pólipos está associada ao seu formato (sésseis), tipo (vilosos), tamanho (grandes malignizam mais), grau de displasia (acentuada). Complicação de adenomas: malignização, obstrução intestinal, hemorragias (pólipos podem ulcerar). Exames complementares: EDB, raio X contrastado, enema opaco. Síndrome de polipose intestinal Presença de mais de 100 pólipos no intestino. Está ligada a uma predisposição genética. Como exemplo de patologia temos a PAF (polipose adenomatosa intestinal familiar). Essa doença genética leva a formação de múltiplos pólipos adenomatosos tubulares com displasia, tendo 100% de chance de malignizar. O tratamento é cirúrgico. MALIGNOS Acometem principalmente o IG (95% dos casos), sendo eles 98% de adenocarcinomas, que é muito agressivo. Além dele podem haver: ‐Linfoma; ‐ Carcinóides; ‐ GIST (mesenquimais – sarcoma) Sedes decâncer no IG: reto e sigmoide. Epidemiologia: homens, com idade superior a 50 anos. Etiologia: genética e ambiental (dieta hipercalórica, rica em carne vermelha, açúcar refinado e pobre em fibras vegetais). Isso porque esses alimentos reduzem a motilidade intestinal o que favorece a produção de substâncias cancerígenas por bactérias. Doenças que predispõe ao câncer por formar adenomas: retocolite ulcerativa idiopática, doença de crohn, diverticulose. Macroscopia dos adenocarcinomas: vegetante, ulcerado, plano e anular. Complicações: HDA (enterorragia, hematoquesia = sangue vivo) ‐> choque hipovolêmico ou anemia ferropriva; Obstrução intestinal (vegetante ou anular) ‐> pode formar fecaloma. Perfuração (ex: câncer ulcerado) ‐> peritonite aguda purulenta fecal ‐> sepse ‐> choque séptico; Fístulas e aderências (retovesicais ‐> pode evoluir para cistite), retovaginais; Disseminação: continuidade, contiguidade e metástase: ‐Linfática, ‐ Hematogênica: dissemina principalmente para fígado, pulmão, cérebro, ovário e suprarrenal. ‐ Peritoneal ‐> células cancerosas desprendem‐se implantam no peritônio visceral e parietal levando ao quadro de ascite neoplásica. É denominado carcinomatose peritoneal (tratamento apenas paliativo).
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