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RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

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RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Recorrente: Jerusa
Recorrido: Ministério Público
Origem: Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri
Processo nº 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO _____
Colenda Câmara Criminal
Excelentíssimo Senhores Desembargadores,
	No caso em tela, a respeitável decisão do Juiz de Direito da Vara Criminal do Tribunal do Júri, a qual aceitou a denúncia, bem como decidiu pela pronúncia, é necessária a reforma da decisão, consequentemente vem dela recorrer em sentido estrito, esperando ao final seja reformada pelas razões ora expostas:
DOS FATOS
	Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide ultrapassar o carro à sua frente, o  qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a referida  manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir, Diego, motociclista que, em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos sofridos pela colisão.
DAS PRELIMINARES
	Nulidade por incompetência do juízo, visto que, Jerusa não agiu com dolo, e sim culpa. Isso porque o dolo eventual exige, alem da previsão do resultado, que o agente assuma o risco pela ocorrência do mesmo, nos termos do art. 18, I (parte final), do CP.
	
	 Assim, como a INEXISTENCIA  da ocorrência de crime doloso contra a vida, o tribunal do Júri não é competente para apreciar a questão, razão pela qual deve ocorrer a desclassificação, nos termo do artigo 419 do Código de Processo penal.
	Releva mencionar que, a conduta de Jerusa amolda-se ao tipo previsto no art. 302, do Código de Trânsito Brasileiro, isto é, à prática de homicídio culposo na direção veículo automotor.
DO DIREITO
	 A apelante foi, erroneamente, condenada pelo crime de homicídio simples na modalidade dolosa pelo juízo ad quo. No caso aqui citado, Jerusa, apesar de preocupada, observava os limites de trânsito impostos pelo CTB e ao bom senso comum, seguindo seu caminho mantendo a velocidade dentro da permitida no local em que se encontrava. Porém, por  um descuido, não veio a acionar a Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do seu veículo. 
	Deste modo, a teoria do consentimento adotada pelo Ministério Público Estadual não foi feliz, uma vez que é evidente não há os requisitos para caracterizar o dolo eventual.  
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso em sentido estrito, com a finalidade de  :
a) preliminarmente, que seja reconhecida a nulidade arguida, com fundamento legal contido no art.419, parágrafo único, anulando-se a decisão de pronuncia.
b) na hipótese de rejeição da preliminar, quanto ao mérito requer-se a absolvição sumária, com fundamento legal no art. 397, I e II, do CPP. 
c) se Vossa Excelência entender por bem não acolher o que pedido no mérito, pleiteia-se subsidiariamente, a despronúncia da Recorrente, com fundamento legal no art.302 do Código de transito Brasileiro, que seja reformada a respeitável sentença de pronúncia, DESCLASSIFICANDO o homicídio doloso (artigo 121 c/c artigo 18, I ambos do Código Penal) PARA O CRIME DE HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR (artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro).
	Ante o exposto, requer seja dado provimento ao presente recurso, para tomar sem efeito a decisão de pronuncia impugnada. 
Nestes termos,
Pede deferimento,
Município, 09/08/2016
Advogado
OAB/UF

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