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A FRAGILIDADE E O APRENDIZADO DA DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL

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Universidade Federal De Santa Maria
Centro De Ciências Sociais E Humanas
Departamento De Ciências Sociais
Disciplina: Sociologia II
Professor Dr. Ricardo Mayer
DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL 
Acadêmicas: Cibele, Deise, Katieli, Thais
Santa Maria
RS, 2014
Os assistentes sociais trabalham com três tipos de “clientes”. O primeiro deles são os fragilizados. Os profissionais sociais têm dificuldades em trabalhar, pois estes veem negativamente o auxílio social. O segundo grupo é dos assistidos – possuem três fases de “assistência”: aumentada dependência; perda progressiva da motivação para o emprego: elaboração de uma negociação do status de assistido; e aprendizagem de estratégias com a finalidade de obter uma melhor satisfação das necessidades. E por fim, os marginalizados, que desejam se integrar social e profissionalmente.
A Fragilidade E O Aprendizado Da Desqualificação Social
Os Fragilizados se caracterizam por uma precariedade econômica ligada, a status jurídicos inferiorizados como; estágios de formação; emprego por tempo determinado ou ``bicos`` ocasionais; desemprego, etc.
Portanto para deixar claro foi feito uma entrevista com 23 indivíduos cujas características correspondem a esse tipo, num total de 18 famílias. Todas essas pessoas foram encontradas e auxiliadas em 1986 e 1987, pelo serviço social do seu setor, seja pelo CCAS DE Saint- Brieuc. Percebe-se que os fragilizados tem um ponto em comum , sentimento de inferioridade social.
Entre as 23 pessoas entrevistadas, 11 estão desempregadas. Na realidade, parece claro que, em maior ou menos grau, todos estão satisfeitos com sua condição e, consequentemente, aspiram alcançar um status social superior. Foi feito a tal pergunta: O que significa para você vencer na vida? Ter um trabalho honesto e bem pago, ter um bom trabalho, ter um emprego fixo.
O status conferido pelo emprego definido condiciona todas as dimensões do êxito social: vida familiar, satisfação das necessidades materiais, etc. certas pessoas – sobretudo mais jovens – não desejam se casar, tampouco ter filhos, enquanto não tiveram um emprego estável e bem remunerado.
Entretanto essas experiências não é vivida da mesma maneira por todos os fragilizados, pode se distinguir por dois tipos de experiência. A primeira é vivida por pessoas cuja inferioridade social se traduz em humilhação, perturbação, isolamento, ressentimento e, até mesmo, condenação de uma ordem social que lhe parece injusta. O segundo tipo de experiência é vivido por pessoa que tentam evitar fracasso elaborado projetos e multiplicando as tentais para `` sair dessa´´. essas pessoas não se sentem constrangidas em utilizar os serviços sociais, esse conhecido como Fragilidade Negociada.
A Fragilidade Interiorizada
A falta de perspectivas profissionais torna a vida insuportável, sobretudo aos que ainda vão viveram a experiências do fracasso e da desqualificação social. Certas pessoas sentem que o fracasso que lhes oprime é visto por todos. A angústia do fracasso é provavelmente ainda mais forte quando a inferioridade social está ligado também à desqualificação do lugar onde se é obrigado a viver, sintam mais que as outras a humilhação, vergonha de morar em cité tão degradada. 
O mesmo ocorre com aqueles que, apesar da vontade de ter acesso a um status social superior, veem suas chances muito comprometidas, percebesse que são desempregados com mais de 30 ou 40 anos os que mais condenam a ação ou as decisões dos políticos e das autoridades do governo. Esses indivíduos tem um grande constrangimento na frequência ao serviço social, no momento que precisam da ajuda dos assistentes sociais ele sente que é o momento que o individuo se conscientiza de que não está na altura do que ele devia estar, sentem uma imensa vergonha em se encontrar nessa situação de desempregados, sem teto e muito menos sem dinheiro, ou seja, trata-se de pessoas sem domicilio fixo, mendigos e alcoólicos. A entrevista proporcionou distinguir dois tipos de clientes a quem chamou de ``pobres envergonhado´´ esses permanecem afastados e não olham a sua volta, se isolam dos demais. E os ``habituais´´ são barulhentos, colocam pés sobre a mesa, mudam os cinzeiros do lugar , as vezes tem uma atitude agressiva em relação aos profissionais do serviço social, na opinião da entrevistadora são os indivíduos sem status ou seja, aqueles afastados do mercado de trabalho. 
Fragilidade negociada
É uma experiência vivida, em geral, por jovens com menos de 25 anos, que desejam a integração social e renegam absolutamente o fracasso. Eles se encaixam no emprego invertido que é vivido por uma população jovem, classificado na categoria de empregados qualificados ou empregados não qualificados. Os jovens passam pela experiência da fragilidade negociada são provenientes das classes populares e tem um nível cultural mais baixo.
Eles não aceitam o fracasso esses jovens com menos de 25 anos podem se beneficiar de varias medidas de auxilio à formação: estágios para iniciação na vida profissional, trabalhos de utilidade coletiva, contrato para qualificação ou adaptação profissional, fazendo isso e aceitar um status social inferiorizado que nada lhes trará, ao contrario, na verdade os diminuirá ainda mais perante as empresas. Para conseguir subir uns degraus na hierarquia, alguns multiplicam seus esforços a fim de aproveitar todas as oportunidades: auxilio social, empregos temporários, o ``bicos´´ representam para eles uma solução intermediaria. Eles por razão financeira não desejam ter filhos antes de subir uns degraus na hierarquia social, tampouco se beneficiar de medidas assistenciais. Pode-se ter varias explicações para esse pensamento em primeiro lugar, eles pensam que essa situação material e simbólica difícil que os aflige é temporária. Em segundo lugar, ausência de constrangimento pode ser explicada por serem jovens e sem filhos, pedido de auxilio financeiro para as assistentes sociais não lhe parece, portanto, um sinal de decadência. A procurar essa ajuda explicam sem rodeios à situação e logo solicitam o auxilio financeiro que desejam. Ou seja, esses indivíduos não se sentem constrangido em pedir ajuda nos locais beneficentes sem vergonha nenhuma e ainda criticam os indivíduos que sentem orgulho no momento em que se esta passando dificuldades e deve-se aceitar ajuda das assistentes sociais que é o trabalho delas em auxiliar. 
Ao analisar os dois tipos pode intender que os de fragilidade interiorizada tratam-se, sobretudo de pessoas com mais de trinta anos, devido a escassez de oferta de emprego e sua baixa qualificação profissional, eles sabem que uma melhora em sua situação é pouco provável, por essa razão eles não querem se tornar assistidos e adotam uma estratégia de distanciamento em relações com os assistentes sociais. Logo a fragilidade negociada é vivida por jovens menores de 25 anos, que ainda não tiveram acesso a um status de emprego definido e que, por consequência, necessitam renegar o fracasso da inferioridade social, são otimistas e entusiasmados, gastam suas energias a procura de solução para subir os degraus hierárquicos da sociedade.
Marginalidade e resistência ao estigma
Os marginalizados não possuem renda nem de trabalho, nem de benefícios assistenciais. Vivem de cestas básicas de alimentação e adquirem algum valor com atividades que ficam à margem da sociedade. São estigmatizados, marcados pela sociedade pela sua condição social; sentem vergonha de sua situação, de si mesmos. São comparados aos moradores de rua, pois seu modo de viver foge do “padrão” burguês.
Ter um emprego para eles significa muito: é um meio de “subir na vida”, avançar se status na hierarquia social. Por isso, muitas vezes são obrigados a abandonar seus lares e partir para um local desconhecido em busca de emprego. Obter o reconhecimento das pessoas é algo fundamental para esses indivíduos, para seu processo de reinserção social.
A marginalidade renegada é aquela em que ocorrem tentativas de integração social, pois muitos sonhamem acabar com aquela vida marginal: obter um emprego fixo e ter uma vida digna. Já a marginalidade organizada era um meio de adaptação individual; um modo de reconstruir simbolicamente um contexto cultural tolerável ( Por exemplo, sem renda eles não conseguem ter acesso a um lar de qualidade e precisam recorrer há habitações precárias: squat, albergues, cabanas, acampamentos irregulares, clandestinos, etc). 
Portanto, pode-se perceber que, entre os três grupos mencionados, os marginalizados são aqueles que mais correm o risco de dessocialização e os que mais precisam de ajuda, pois não possuem renda alguma.

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