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* Planejamento Estratégico Participativo PEP * CONCEITUANDO : Constitui-se num conjunto de técnicas elaboradas para examinar uma organização visando a definição de ações estratégicas que dizem respeito ao seu próprio funcionamento interno enquanto organização ou ao seu relacionamento com outras instituições. Trata-se da elaboração de uma visão macroscópica da organização que envolve o ambiente externo e seu funcionamento inter- no analisando a ligação entre esses dois * pólos. Seu caráter participativo determina necessa- riamente uma mudança na própria organiza- ção. “ a função da estratégia é promover o equilí - brio entre a visão de futuro da organização e o necessário no presente para se atingir o fu- turo desejado ” ( Vivacqua e Silveira Junior apud Rizzini,Castro e Sartor,1999,p.4). * Sua importância reside na concentração de estratégias visando a otimização das ações implementadas pela organização. DINÂMICA DO PEP O caráter estratégico do planejamento consis –te em interligar a situação externa(que pode vir a ser oportunidade ou ameaça à ação pre- tendida) com a capacidade interna da organi-zação ( ou seja, pontos fortes ou fracos que e –la apresenta no momento atual).Este é o 1º passo. * Este exame pode utilizar diferentes recursos e técnicas em sua elaboração( Rizzini,Castro e Sartor,1999,p.4). 2º Passo :(Rizzini,Castro e Sartor,1999,p.5) Fixar políticas,diretrizes e objetivos da organi –zação, sempre a partir do exame sobre a si- tuação, ou seja , fixar princípios e metas ge- rais norteadores das ações. Deve haver sempre coerência entre os objeti- vos fixados e as possibilidades de execução. * Uma pequena organização de atenção à saú- de das crianças que possui, por exemplo,três médicos em seu quadro, não poderia fixar co –mo meta erradicar a doença infantil numa comunidade de um milhão de habitantes,pois seria uma meta inatingível. Deve-se partir de um dimensionamento real das disponibilidades da organização a curto, médio e longos prazos. * Quando objetivos são fixados, é preciso apon –tar conjuntamente os indicadores que irão permitir verificar se estes estão sendo cum- pridos e porque. O PEP é um planejamento da organização : políticas, diretrizes e objetivos devem ser ela- borados internamente. A escolha das ações a serem implementadas depende, no entanto , dos problemas que se- rão enfrentados, das disponibilidades da orga –nização e também da comunidade que será * beneficiada com essas ações. Estas disponibilidades são fruto não só da infra-estrutura física ou humana da organiza-ção e da comunidade, mas sobretudo do tipo de relacionamento que se instalará entre a- queles que serão sujeitos das ações. Toda organização existe a partir de uma voca –ção básica, de uma missão , isto é , de algo que dá sentido a sua existência(Rizzin, Cas- tro e Sartor,1999,p.6). * As ações que derivam da missão serão esco- lhidas a partir dos problemas encontrados que , de uma forma ou de outra , vão depen- der da relação com a comunidade a ser aten- dida e do tipo de participação a comunidade terá na elaboração dessas ações. Nesse sentido , mesmo a concepção da pro- blemática a ser enfrentada deve ser pensada já com a participação da comunidade. A participação é ponto fundamental neste tipo de planejamento. * 3º Passo : Escolher as ações que se transformarão na- quilo que é visível da organização : projetos, atividades, compromissos, serviços. Esta etapa requer primeiramente um diagnós –tico da situação que fundamentará a esco- lha das ações a serem implementadas. As ações deverão sofrer acompanhamento em cada um dos seus momentos. * O acompanhamento, também chamado moni –toramento,deve ser constante e faz parte do planejamento. Os indicadores dos objetivos a serem alcan- çados, identificados para avaliar o desempe- nho da organização, são fundamentais para o monitoramento e também no momento da avaliação. Embora as ações, elas mesmas ,demandem indicadores de avaliação , é desejável que estes estejam conforme com os fixados pela * organização. A avaliação das ações estratégicas supõe também um momento de pesquisa e reflexão. Sua elaboração depende dos indicadores fixa –dos. O monitoramento e a avaliação realimentam o PEP redirecionando as ações implementa- das, quando necessário. * Os três suportes básicos do PEP Um bom planejamento deve ter suas ações calcadas em três suportes básicos: o diagnós –tico da situação, o monitoramento da ação e a avaliação do impacto da ação. Estes três suportes dizem respeito a ques- tões essenciais ao planejamento das ações : Quanto à relevância – Se a ação vai de en- contro às necessidades da comunidade. Quanto à eficiência – Se os recursos estão sendo bem utilizados. * Quanto à eficácia – Se os resultados deseja- dos estão sendo alcançados. Quanto ao impacto – Até que ponto as ações escolhidas produziram mudanças em benefí- cio da comunidade. O DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO É fundamental para que a escolha das ações não caia na dicotomia entre “ fazer o que eu acho que é bom para a comunidade” versus “fazer o que a comunidade ou suas lideran- * ças demandam num primeiro momento”. O diagnóstico participativo seria exatamente o amadurecimento desta tensão , baseando-se em pesquisa que reúne os diversos pon- tos de vista. O momento do diagnóstico participativo é um momento de sensibilização e articulação com a comunidade. Seu feitio,portanto,depende de vários fatores, principalmente, dos recursos e do tempo dis- * ponível para a pesquisa. Não há grandes diferenças no que diz respei- to aos instrumentos que devem ser utilizados ,pode-se lançar mão de instrumentos já con-sagrados, que são de mais fácil acesso pelos sujeitos da pesquisa, adaptando-os quando possível, ou mesmo criando-se novos , caso não se encontre os apropriados. Mas para isso, deve haver técnicos com for- mação específica. * A participação de técnicos com formação em pesquisa pode ser obtida com parcerias fei- tas com instituições voltadas para a pesquisa , tal como as universidades e os órgãos go- vernamentais de pesquisa como o IBGE. Esta não seria uma dificuldade pois,principal- mente no caso das universidades,existe inte- resse nestas parcerias para a produção de te –ses e dissertações acadêmicas. Estas parcerias devem, no entanto, ser feitas de modo a que os agentes dos programas * venham a adquirir experiência em pesquisa. Esta preocupação tem que partir dos próprios programas no momento de estabelecer a par –ceria. Geralmente o que tem ocorrido é que a uni- versidade participa das pesquisas sem , no entanto,contribuir para a formação dos agen- tes do programa. O caráter participativo do diagnóstico impõe alguns princípios : (Rizzini,Castro e Sartor,19 * 99,p.7). 1- Todos devem ouvir pois terão muito a aprender. Uma possível distinção entre saber teórico e saber popular não desvaloriza um em de -trimento do outro. Todos devem ser levados em considera- ção. * 2- O conhecimento baseado na experiência é um conhecimento racional, que tem lógi- ca e coerência. Esta coerência deve sempre ser buscada. Afinal, a experiência permite que as pesso -as sobrevivam em ambientes desfavorá- veis e as faz conhecedoras dessas condi- ções desfavoráveis. Tal conhecimento não pode ser negligen- * ciado e deve ser incorporado em qualquer es –tudo de viabilidade de forma destacada , o que não quer dizer de forma acrítica. 3- Os mesmos indicadores ou questões po- dem ser investigados pelo uso de diferentes fontes de informações ou abordagens. Questões podem ser modificadas , expandi- das ou desdobradas em novas questões ou mesmo relegadas, quando um maior conheci –mento é obtido. * Por isso , a participação de todos, equipe lo- cal e organização, será fundamental para i - dentificar os diferentes momentos e necessi- dades. É importante lembrar que o caráter participa- tivo do diagnóstico obriga a participação de todos. Quando nos referimos à equipe local , esta- mos,portanto,nos referindo a todos que tem relação com a ação a ser implementada. * O monitoramento participativo O monitoramento é uma espécie de acompa- nhamento usado pelos responsáveis pela a- ção para garantir que tudo ocorra de acordo com o planejamento de forma que a ação se- já efetiva, eficaz e eficiente. Deve durar durante todo o período de execu- ção da ação. Envolve os participantes na tarefa de obter re –torno contínuo a respeito das ações imple- mentadas visando garantir que : * - as condições necessárias ao funcionamento das propostas estejam viabilizadas na hora certa - as ações previstas estejam sendo implementadas - possam ser feitos ajustes e tomadas ações corretivas onde necessário - a informação circule - restrições e problemas possam ser previstos e soluções identificadas oportunamente * - os recursos sejam usados eficientemente e eficazmente. AVALIAÇÃO DE IMPACTO A avaliação de impacto é a análise sistemáti- ca feita pelos gestores no sentido de que pos –sam ajustar ou redefinir políticas e objetivos, reorganizar esquemas institucionais ou realo- car recursos de acordo com as necessidades Os dados coletados no processo de monitora –mento fornecem uma base para a análise * que diz respeito aos efeitos da ação sobre os beneficiários. Trata-se de um sistema de feedback que se- rá implementado quando alguma etapa se dá por concluída. Esses efeitos podem incluir benefícios de cur –to, médio ou longo prazos. Avaliar uma ação significa fazer uma análise crítica, objetiva e sistemática de suas realiza- ções , resultados em relação aos objetivos * propostos, às estratégias adotadas e aos re- cursos alocados. A avaliação deve indicar as razões para o ren –dimento satisfatório ou insatisfatório e os re- sultados da ação. Nesse processo, compara-se o que se dese- java fazer incluindo como , por que e com quem, com o que foi efetivamente feito. É comum avaliar tanto dados quantitativos quanto os qualitativos, como por exemplo, o * grau de participação das pessoas, diferenças no comportamento referentes ao gênero, mu- danças de atitudes e valores , etc. Referência : RIZZINI, Irma ; CASTRO , Monica Rabello de e SARTOR,Carla Daniel.Pesquisando...Guia de metodologias de pesquisa para programas soci -ais.Rio de Janeiro:Editora Universitária Santa Ursula,1999(Série Banco de Dados – 6 ).