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Aula 03 Direito do Trabalho - Pós Reforma p/ TST 2017 - Com videoaulas Professor: Antonio Daud Jr Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr $8/$��� Terceirização e Flexibilização. Sumário 1 - Introdução ......................................................................................... 2 2. ± Flexibilização .................................................................................... 3 3 - Terceirização no Direito do Trabalho...................................................... 5 3.1 ± Empresa prestadora de serviços (EPS) ............................................. 7 3.2 ± Contratante dos serviços ................................................................ 8 3.3 ± Atividades que podem ser terceirizadas .......................................... 10 3.4 ± Contrato de prestação de serviços ................................................. 10 3.5 ± Quarentena para terceirização ....................................................... 11 3.6 ± Não obrigatoriedade de salário equivalente aos terceirizados ............ 11 4 - Trabalho temporário.......................................................................... 12 4.1 ± Hipóteses do trabalho temporário .................................................. 14 4.2 ± Prazo do trabalho temporário ........................................................ 15 4.3 ± Empresa de trabalho temporário (ETT) ........................................... 16 4.4 ± Tomador dos serviços................................................................... 17 4.5 ± Contrato entre ETT e tomador ....................................................... 18 4.6 ± Contrato entre ETT e trabalhador temporário .................................. 18 4.7 ± Direitos do trabalhador temporário ................................................ 19 5 ± Questões Comentadas ...................................................................... 21 6 ± Lista das Questões Comentadas ......................................................... 28 7 ± Gabaritos ........................................................................................ 32 8 ± Resumo da aula ............................................................................... 32 9 ± Conclusão ....................................................................................... 33 10 ± Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula .............. 34 Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr $8/$����±�7(5&(,5,=$d2�(�)/(;,%,/,=$d2� 1 - Introdução Oi amigos (as), Sejam bem-vindos (as) a mais uma aula do nosso curso. Nesta aula veremos os temas Flexibilização e Terceirização , bem como o tema Trabalho Temporário. Os assuntos terceirização e trabalho temporário sofreram mudanças significativas com a aprovação da Lei 13.429, de 31 de março de 2017. $�³7HUFHLUL]DomR´�VRIUHX� nova alteração por meio da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017). O que a Lei 13.429/2017 fez foi inserir as regras sobre a terceirização dentro da Lei 6.019/1974, que, até então, tratava somente do trabalho temporário. Além disso, a nova lei alterou alguns aspectos do trabalho temporário. Portanto, tanto ³WUDEDOKR�WHPSRUiULR´�TXDQWR�D�³WHUFHLUL]DomR´��HP�VHQWLGR�HVWULWR��encontram- se regulados pela Lei 6.019. As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331 do TST. Até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já que, em todos estes anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado por lei. Vamos ao trabalho! Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 2. ± Flexibilização Ao longo do nosso curso, você perceberá que o Direito do Trabalho tem uma forte característica: proteger o trabalhador. E é daí que extraímos o fundamento deste ramo do Direito: ao pressupor que o trabalhador é hipossuficiente, ante a desigualdade existente entre o detentor do capital (empregador) e o detentor da força de trabalho (empregado), conclui- se que o empregado não poderia negociar livremente sua força de trabalho. e� FRPR� GL]LD� R� IUDQFrV� $EDGH� /DFRUGDLUH�� ³HQWre o patrão e o operário, é a liberdade que oprime e a lei que liberta´� Tomando emprestadas as palavras de Ricardo Resende1, pode-se conceituar Direito do Trabalho como sendo o ramo da ciência jurídica que estuda as relações jurídicas entre os trabalhadores e os tomadores de seus serviços, em especial as relações entre empregados e empregadores. Atualmente, não mais restam dúvidas acerca da autonomia do Direito do trabalho, na medida em que este constitui um ramo autônomo da ciência jurídica. De forma geral, o Direito material do Trabalho é subdividido em: a) Direito Coletivo do Trabalho, que trata das relações de determinado grupo, classe ou categoria, em geral reunidos em um sindicato;e b) Direito Individual do Trabalho, que trata das relações entre empregado e empregador. Em relação à natureza do Direito do Trabalho, a despeito da infindável discussão a respeito de ser parte do Direito Público ou do Direito Privado, a doutrina2 tem entendido que a substância central do Direito do Trabalho (relação de emprego), levaria à conclusão de que o Direito do Trabalho tem natureza de Direito Privado, haja vista que a relação se daria entre particulares. Além disso, mesmo que o Estado esteja em um dos polos desta relação, trata-se de uma relação de direito privado. Entre suas principais funções, estaria a de impedir a exploração do trabalho humano como fonte de riqueza dos detentores do capital, de modo que, originalmente, teria sido concebido como verdadeiro instrumento de proteção do polo mais fraco da relação de trabalho (trabalhador). Nesse sentido, lembramos que o desenvolvimento do Direito do Trabalho se deu a partir do século XIX, ensejado pela primeira Revolução Industrial, a partir dos movimentos dos operários que buscavam melhoria das condições de trabalho, em especial a limitação da jornada. 1 RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. 7 ed. Método, 2012, p. 1. 2 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 12 ed. São Paulo: LTr, 2013, p. 66-67. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Em decorrência da pressão desse movimento operário, iniciou-se uma intervenção do Estado no sentido de regulamentar alguns desses direitos, o que teria coincidido com o reconhecimento dos direitos fundamentais de segunda dimensão (direitos sociais) e com o Estado de Bem-Estar Social. Atualmente, entende-se que a proteção do trabalhador relaciona-se ao princípio da dignidade humana, de sede constitucional. Nesse sentido, a CF, apesar de ter reforçada a proteção e garantido direitos mínimos ao trabalhador, autorizou a flexibilização dos direitos trabalhistas que sejam de indisponibilidade relativa, como sendo aquelesde caráter privado, não previstos em lei ou na própria CF como tal (por exemplo, direitos estipulados em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou no regulamento da empresa). Por outro lado, proíbe-se a flexibilização dos direitos de indisponibilidade absoluta, pois estariam ligados ao princípio da dignidade humana. Além disso, entende-se incompatível com o Direito do Trabalho a desregulamentação das relações trabalhistas. Notem que a desregulamentação �GLIHUHQWHPHQWH� GD� ³IOH[LELOL]DomR´�� SUHVVXS}H� D� ausência de intervenção estatal, de modo que as partes poderiam estipular livremente os contratos de trabalho. Tal situação não é admitida no âmbito do Direito do Trabalho. Portanto, distinguindo flexibilização e desregulamentação, podemos dizer que, na flexibilização, o Estado mantém sua intervenção nas relações de trabalho. O que acontece quando se autorizam regras menos rígidas, mas mantém-se o FKDPDGR�³PtQLPR�H[LVWHQFLDO´� Já quando se fala em desregulamentação, observa-se um fenômeno mais radical, em que o Estado deixa de intervir nas relações de trabalho, deixando que as partes negociem livremente. Em termos de características do Direito do Trabalho, a doutrina3 aponta: a) a tendência (...) à ampliação crescente; b) o fato de ser um direito (...) de reivindicação de classe; c) de cunho intervencionista; d) o caráter cosmopolita, isto é, influenciado pelas normas internacionais; e) o fato de os seus institutos jurídicos mais típicos serem de ordem coletiva ou socializante; f) o fato de ser um direito em transição. 3 BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2005. p. 87. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 3 - Terceirização no Direito do Trabalho Estudamos até o momento os casos em que há vínculo empregatício (relação bilateral, nas figuras de empregado e empregador) e, também, casos em que existe a relação de trabalho lato sensu (relação entre prestador de serviços e tomador de serviços). Na terceirização, por sua vez, estaremos diante de relação trilateral, onde terão lugar: 9 Empregado 9 Empregador (empresa prestadora de serviços - EPS) 9 Empresa contratante de serviços Neste contexto, haverá contrato de trabalho entre a empresa prestadora de serviços e o empregado, e, entre as empresas prestadora e contratante, um contrato de natureza civil. Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutenção de suas instalações. Entre o Supermercado Alfa e a Limpatudo haverá um contrato de direito civil; entre a Limpatudo e seus empregados haverá, naturalmente, um contrato de trabalho e teremos, assim, a terceirização das atividades de limpeza e conservação tendo a Limpatudo como prestadora de serviços e o Supermercado Alfa como contratante dos serviços. Até a publicação da Lei 13.429/2017 (que alterou a Lei 6.019/1974), o tema exigia o conhecimento da Súmula 331 do TST: SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI ± A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula perdeu grande parte de sua relevância. Vamos agora passar a tratar das novas regras da terceirização. A lei define ³HPSUHVD�SUHVWDGRUD�GH�VHUYLoRV´�FRPR�VHQGR4: Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. Pela parte final do caput acima, percebemos que a contratante dos serviços não poderia contratar uma empresa prestadora de serviços (EPS) qualquer, ele deve WHU�³FDSDFLGDGH�HFRQ{PLFD´�FRPSDWtYHO��FRP��SRU�H[HPSOR��SDWULP{QLR�H�FDSLWDO� de giro suficiente para o contrato celebrado. Após a reforma trabalhista, foi excluída a necessidade de que os serviços terceirizados fossem ³GHWHUPLQDGRV� H� HVSHFtILFRV´. Veja como era a redação anterior: Lei 6.019, art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos. Segundo o mesmo artigo, o trabalhador terceirizado (diferentemente do trabalhador temporário) não se subordina diretamente à contratante: Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. Portanto, na terceirização, é a EPS quem dirige a prestação laboral (como já dizia a SUM-331 do TST, item III, parte final). Outra observação a respeito do §1º acima, é a possibilidade de a empresa prestadora (EPS) de serviços subcontratar outras empresas (a chamada ³TXDUWHLUL]DomR´�. 4 $TXL�XPD�GLFD��3DUD�GLIHUHQFLDU��QD�QRYD�UHGDomR�GD�/HL��������D�³WHUFHLUL]DomR´��HP�VHQWLGR� HVWULWR��GR�³WUDEDOKR�WHPSRUiULR´��ILTXH�DWHnto à terminologia dada à empresa contratada para SUHVWDU� RV� VHUYLoRV�� VH� IDODU� HP� ³HPSUHVD� SUHVWDGRUD� GH� VHUYLoRV´� �(36��� VHUi� FDVR� GH� WHUFHLUL]DomR��VH�IDODU�HP�³HPSUHVD�GH�WUDEDOKR�WHPSRUiULR´��(77���FDVR�GH�WUDEDOKR�WHPSRUiULR� Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutenção de suas instalações. A Limpatudo, por sua vez, subcontrata estes serviços da empresa FazdeTudo, cujos trabalhadores irão efetivamente realizar a tarefa. Na sequência, a Lei deixa claro que, sendo caso de terceirização lícita5, não haverá formação de vínculo de emprego dos trabalhadores terceiros (ou sócios das EPS) com a empresa contratantedos serviços: Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. Existe uma disposição muito semelhante em relação ao trabalho temporário6. 3.1 ± Empresa prestadora de serviços (EPS) Como já vimos, a empresa prestadora de serviços deve ser uma pessoa jurídica de direito privado com capacidade econômica para o contrato. Nesse sentido, a lei da terceirização prevê alguns requisitos para funcionamento desta empresa, em especial exigências do capital social da empresa: Lei 6.019/1974, art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros: I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); II - registro na Junta Comercial; III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros: a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais); d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Compilando o inciso III acima, temos: 5 Aproveitando-se o teor da SUM-331, I. 6 Lei 6.019/1974, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Quantidade de empregados da EPS Capital social mínimo (R$) Até 10 10.000,00 de 11 até 20 25.000,00 de 21 até 50 45.000,00 de 51 até 100 100.000,00 mais de 100 250.000,00 3.2 ± Contratante dos serviços A lei define como: Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. Portanto, a lei facultou que até mesmo pessoas físicas (isto é, naturais) terceirizem serviços7. E para preservar o contrato de prestação de serviços: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. Os serviços terceirizados poderão ser prestados em qualquer local, desde que seja de comum acordo entre EPS e contratante: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 2o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes. Agora, importante conhecer as obrigações da contratante em uma terceirização. No art. 5º-A, §3º, o legislador deixa claro que é a contratante é obrigada a garantir um ambiente de trabalho seguro: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato. 7 A nova lei não deixou claro se a Administração Pública poderia ou não se escorar em tal definição para terceirizar amplamente suas atividades. De toda forma, a ampliação irrestrita da terceirização pelo Estado esbarra no mandamento do concurso público (CF, art. 37, II). Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Por um lado, o art. 5º-A, §4º faculta (não torna obrigatória) a extensão aos trabalhadores terceirizados das facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da contratante Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. Por outro, a Lei 13.467, com o intuito de evitar a discriminação aos trabalhadores terceirizados, definiu condições mínimas que devem ser mantidas aos terceirizados por parte da empresa tomadora, quando os serviços foram prestados nas suas dependências: Lei 6.019, art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições: I - relativas a: a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; b) direito de utilizar os serviços de transporte; c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço. Então, por exemplo, se a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados, deverá facultar também aos terceirizados a mesma condição. O mesmo vale para transporte, atendimento médico e ambulatorial, treinamento, condições sanitárias e de SST. E se, por exemplo, a quantidade de terceirizados for tão grande que o refeitório da tomadora não seja suficiente para acomodar todos? $QWHYHQGR�HVWD�VLWXDomR��R�OHJLVODGRU�DXWRUL]RX�TXH�RV�³VHUYLoRV�GH�DOLPHQWDomR´� H�GH�³DWHQGLPHQWR�DPEXODWRULDO´�IRVVHP�IRUQHFLGRV�DRV�WHUFHLUL]DGRV�HP�RXWUR� local, nas hipóteses em que os terceirizados forem em número igual ou superior a 20% dos empregados próprios da tomadora: Lei 6.019, art. 4o-C, § 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão de Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes. Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações trabalhistas em uma terceirização lícita8: Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 19919. 3.3 ± Atividades que podem ser terceirizadas Antes da publicação da Lei, permitia-se (por meio da SUM-331 do TST) somente a terceirização de serviços especializados ligados à atividade-meio do contratante, atividades de limpeza e conservação e de vigilância. A nova lei, por sua vez, não faz qualquer restrição nesse sentido, possibilitando expressamente a terceirização das atividades principais da empresa contratante. Ou seja, segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, de julho de 2017, quaisquer atividades podemser objeto de terceirização, seja atividade-meio ou atividade-fim. 3.4 ± Contrato de prestação de serviços O art. 5º-B da Lei 6.019 elenca alguns requisitos do contrato de prestação de serviços: Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: I - qualificação das partes; II - especificação do serviço a ser prestado; 10 III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; IV - valor. 8 Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV. 9 Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei. 10 Aproveito para destacar que a Lei 6.019 não se aplica à terceirização dos serviços de vigilância e transporte de valores, os quais continuam sendo regidos por lei própria (Lei nº 7.102/1983). Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 3.5 ± Quarentena para terceirização Objetivando minimizar as chances de que as empresas dispensem seus empregados próprios para terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, criou-se uma quarentena de 18 meses. Por exemplo: Francisco é empregado da empresa QueBrada Ltda. Se Francisco é dispensado, ele somente poderá prestar serviços, enquanto trabalhador terceirizado, àquela empresa após o decurso de 18 meses (seja como empregado da empresa prestadora de serviços, seja como sócio da prestadora). A ideia é evitar que os empregados sejam demitidos e forçados a constituírem empresas próprias (pejotização) para prestarem serviços ao antigo empregador, no intuito de burlar a legislação trabalhista. A única exceção refere-se ao empregado que se aposenta. Neste caso, não há que se falar em quarentena de 18 meses: Lei 6.019, art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados. Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado. 3.6 ± Não obrigatoriedade de salário equivalente aos terceirizados O TST vinha entendendo que os trabalhadores terceirizados tinham direito à isonomia salarial com o empregado próprio do tomador dos serviços, em especial nas situações de terceirização ilícita, conforme se depreende da OJ 383 da SDI- 111. Todavia, por meio da Lei 13.467, que alterou a Lei 6.019/1974, ficou estabelecido que não há obrigatoriedade de equivalência salarial entre o empregado próprio do tomador dos serviços e o trabalhador terceirizado: Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário 11 383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA 720$'25$��,62120,$��$57������³$´��'$�/(,�1��������'(������������� A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de IXQo}HV��$SOLFDomR�DQDOyJLFD�GR�DUW������³D´��GD�/HL�Q��������GH����������� Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. Em outras palavras, até pode ser estabelecida a equivalência salarial, no âmbito do contrato de prestação de serviços, mas esta não é uma obrigação das empresas. Nesse sentido, destaco que a equivalência salarial ficou mantida apenas para o trabalhador temporário ± /HL��������DUW������µD¶� 4 - Trabalho temporário Em relação ao trabalho temporário, considero importante frisar que o trabalhador temporário não se confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT). No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação jurídica trilateral, com a empresa de trabalho temporário (ETT), empresa tomadora de serviços e o trabalhador, vinculado à primeira. No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT, não existe empresa de trabalho temporário; é a própria empresa interessada que irá contratar o empregado a prazo determinado nas hipóteses previstas, quais sejam: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. Acerca da similitude das hipóteses autorizativa das contratações em ambos os casos, Mauricio Godinho Delgado12 explica que ³2�H[DPH�GHVVDV�GXDV�KLSyWHVHV�GH�SDFWXDomR�WHPSRUiULD�HYLGHQFLD�TXH� não se diferenciam substantivamente das hipóteses celetistas de pactuação de contrato empregatício por tempo determinado (art. 443, CLT). De fato, sob a ótica socioeconômica, as mesmas necessidades empresariais atendidas pelos trabalhadores temporários (Lei n. 6.019) sempre puderam (e podem) ser preenchidas por empregados submetidos a contratos FHOHWLVWDV�SRU�WHPSR�GHWHUPLQDGR��DUW�������&/7��´ - - - - - Voltando ao trabalho temporário, regido pela Lei 6.019/74, pode-se defini-lo como: Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à 12 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 463. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. Antes da Lei 13.429/2017, a definição era a seguinte: Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços. É nesta mesma lei onde consta a definição de empresa de trabalho temporário: Lei 6.019/74, art. 4º - Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente. A definição anterior era a seguinte: Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. Como a empresa de trabalho temporário(ETT) não é contratada para realizar serviços, mas sim intermediar mão de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da empresa prestadora será alocado na dinâmica industrial da tomadora, ou seja, realizará suas atividades de forma subordinada à tomadora. Segue abaixo um esquema da terceirização envolvendo o trabalho temporário: Empresa tomadora de mão de obra «» Contrato de natureza civil (intermediação de mão de obra) «» Empresa de trabalho temporário (ETT) Trabalho subordinado (entretanto não há vínculo de emprego) Relação de trabalho Trabalhador temporário Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 4.1 ± Hipóteses do trabalho temporário O trabalho temporário se destina a permitir que a empresa de trabalho temporário (ETT) forneça trabalhadores a outras empresas, sendo relação excepcional que só é admitida nas estritas hipóteses do art. 2º da Lei 6.019/74, a saber: 9 necessidade de substituição transitória de pessoal permanente 9 demanda complementar de serviços13 Acerca desta última hipótese, a própria lei dispôs da seguinte forma: Lei 6.019/74, art. 2º, § 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal. Resumindo, será complementar a demanda decorrente de fatores: i) imprevisíveis ou ii) previsíveis, com natureza a. periódica b. intermitente c. sazonal Além das hipóteses, é importante se atentar para duas novidades trazidas com a Lei 13.429/2017: 9 atualmente apenas pessoa jurídica pode ser empresa de trabalho temporário14 9 poderá existir trabalho temporário também no meio rural15 A lei autoriza, ainda, a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas no caso de greve considerada abusiva: Lei 6.019/74, art. 2º, § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei16. Por fim, a lei esclarece que o trabalho temporário pode se dar em atividades- meio ou atividades-fim da tomadora dos serviços: Lei 6.019/74, art. 9º, § 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços. 13 Que substituiu a hipótese anterior de acréscimo extraordinário de serviços. 14 A definição anterior dava margem a que pessoas físicas também o fossem. 15 A definição anterior restringia o trabalho temporário ao meio urbano. 16 Estes casos encontram-se previstos nos arts. 9º e 14 da Lei de Greve. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Esta regra não traz novidades quanto ao trabalho temporário, eis que este já era o entendimento vigente com a SUM-331 �DSHQDV�D�³WHUFHLUL]DomR´�p�TXH�QmR�HUD� admitida em atividades-fim). 4.2 ± Prazo do trabalho temporário Via de regra, o atual17 prazo do trabalho temporário, considerando o mesmo trabalhador e o mesmo tomador, é de 180 dias (ainda que não consecutivos): Lei 6.019, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. Todavia, a lei prevê uma possibilidade de prorrogação por mais 90 dias, caso mantidas as condições que ensejaram a contratação: Lei 6.019, art. 10, § 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. Portanto: prazo de 180 dias, prorrogável por mais 90 dias, consecutivos ou não. Ora, mas como assim, ³prazo não consecutivo´? Quer dizer que um trabalhador, em toda sua vida, pode ser temporário de um mesmo tomador somente durante esse prazo? Não é bem assim! $�OHL�FULRX�XPD�³TXDUHQWHQD´�GH����GLDV: Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior. Então, por exemplo, se Pedro tiver sido trabalhador temporário na empresa XisMais por 270 dias (180+90), passados 90 dias do final do contrato anterior, ele poderia ser novamente ³colocado j�GLVSRVLomR´�GD�HPSUHVD�;LV0DLV�� Entendi! Mas, e se o prazo for descumprido? A resposta está na própria lei: vínculo de emprego com o tomador dos serviços: 17 Antes da Lei 13.429, o prazo do contrato de trabalho temporário era de até três meses, salvo autorização do Ministério do Trabalho. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Lei 6.019, art. 10, § 6º A contratação anterior ao prazo previsto no § 5º deste artigo caracteriza vínculo empregatício com a tomadora. 4.3 ± Empresa de trabalho temporário (ETT) A Lei 6.019 exige o registro da empresa de trabalho temporário junto ao Ministério do Trabalho (MTb): Lei 6.019/74, art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente. Neste aspecto, não houve novidades com a Lei 13.429/2017. A alteração ficou por conta dos requisitos para funcionamento e registro da ETT. A nova lei resumiu os requisitos aos seguintes: Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda; II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).18 Comparando as exigências de capital social entre a ETT (trab. Temporário) e a EPS (terceirização), temos o seguinte: Trabalho temporário (ETT) Terceirização (EPS) Capital Social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (independentemente da quantidade de trabalhadores temporários) Capital Social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros: a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00; b) mais de dez e até vinte - R$ 25.000,00; c) mais de vinte e até cinquenta - R$ 45.000,00; d) mais de cinquenta e até cem - R$ 100.000,00; e e) mais de cem empregados - R$ 250.000,00. 18 Anteriormente, a exigência de capital social era de 500 salários-mínimos. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 4.4 ± Tomador dos serviços A lei não traz grandes novidades ao definir a empresa tomadora de serviços, em seu art. 5º: Lei 6.019, art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4o desta Lei. Buscando conferir segurança jurídica ao tomador dos serviços, a nova lei assegura que, em uma relação de trabalho temporário, não haverá formação de vínculo de emprego entre o trabalhador e o tomador dos serviços: Lei 6.019, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadorade serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. Apesar de não ter deixado expresso, subentende-se que tal dispositivo aplica-se somente ao trabalho temporário lícito. Seguindo adiante, assim como fez em relação à terceirização de serviços, a Lei deixa claro que é o tomador quem deve garantir um ambiente de trabalho seguro: Lei 6.019, art. 9º, § 1º É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em local por ela designado. Portanto, cabe ao tomador dos serviços assegurar condições adequadas de segurança e saúde no trabalho aos trabalhadores terceirizados. Nessa esteira, no §2º abaixo a lei também obriga o tomador do trabalho temporário a estender aos trabalhadores temporários as facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da empresa tomadora: Lei 6.019, art. 9º, § 2º A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade do tomador dos serviços pelas obrigações trabalhistas em um trabalho temporário. Em regra, haverá responsabilidade subsidiária do tomador: Lei 6.019, art. 10, § 7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 199119. 19 Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Entretanto, mantendo uma regra que já existia antes da Lei 13.429/2017, no caso de falência da ETT, o tomador responderá de forma solidária: Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei. Esquematizando, portanto, a responsabilidade do tomador de trabalho temporário, temos: 9 regra geral: responsabilidade subsidiária 9 falência da ETT: responsabilidade solidária 4.5 ± Contrato entre ETT e tomador A lei deixa claro que o contrato de intermediação de mão de obra, celebrado entre a ETT e a tomadora dos serviços, deverá ser por escrito e conter os seguintes elementos: Lei 6.019, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá: I - qualificação das partes; II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário; III - prazo da prestação de serviços; IV - valor da prestação de serviços; V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização do trabalho. 4.6 ± Contrato entre ETT e trabalhador temporário Assim como ocorria antes da Lei 13.429, o contrato entre o trabalhador temporário e a ETT também deve ser necessariamente por escrito: Lei 6019, art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei. emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr $SHVDU�GH�VH�UHIHULU�D�XP�³FRQWUDWR�GH�WUDEDOKR´��há divergências20 quanto ao enquadramento ou não do trabalhador temporário como um empregado, havendo precedentes recentes do TST pelo não enquadramento21. A despeito disso, a lei determina que a condição de trabalhador temporário seja anotada na CTPS do obreiro: Lei 6019, art. 12, § 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do trabalhador sua condição de temporário. Caso a tomadora se interesse por contratar o temporário (que originalmente era trabalhador da empresa de trabalho temporário) isto deve ser permitido, não sendo admitida cláusula de reserva: Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho temporário. Em relação a essa contratação, é importante se atentar para a regra abaixo: Lei 6.019, art. 10, § 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943. Ou seja, caso o tomador dos serviços decida contratar diretamente a pessoa que lhe prestava serviços como trabalhador temporário, não poderá celebrar contrato de experiência com este trabalhador. As partes já se conhecem, de modo que não faria sentido algum um contrato de experiência nessa situação. 4.7 ± Direitos do trabalhador temporário A Lei 13.429 não alterou os direitos do trabalhador temporário, que já eram previstos no art. 12 da Lei 6.019: Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; [leia-se salário-mínimo nacionalmente unificado ± após CF88] b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com acréscimo de 20% (vinte por cento) [leia-se 50% ± após CF88]; 20 DELGADO, Mauricio Godinho. 9ª ed., p. 432. 21 RR-100-466.2014.5.09.0009, DEJT 30.9.2016. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966; d) repouso semanal remunerado; e) adicional por trabalho noturno; f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido; g) seguro contra acidente do trabalho; h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, letra "c" do Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973). Acrescente-se a esta lista o direitoao FGTS, por força da Lei 8.036/1990! Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 5 ± Questões Comentadas 1. FCC/TRT24 ± Analista Judiciário ± Área Judiciária ± 2017 (adaptada) A empresa Ajax Produções contratou os serviços de dois operadores de som para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente, optando pelo regime de trabalho temporário. Conforme legislação que regula o trabalho temporário, (A) o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de um ano, sujeito a apenas uma prorrogação por igual período. (B) fica assegurada ao trabalhador temporário remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional. (C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver obrigatoriamente contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal. (D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens. (E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2% sobre o valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos em Lei. Comentários Gabarito (B). Trata-VH�GH�XP�GLUHLWR�SUHYLVWR�QR�DUW������µD¶, da Lei 6.019/1974 �FKDPDGR�SRU�DOJXQV�GH�µUHPXQHUDomR�HTXLWDWLYD¶�� Lei 6.019/1974, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; A letra (A), incorreta, já que o prazo máximo, após a mudança ocorrida com a Lei 13.429/2017, é de 180 dias, prorrogáveis por mais 90 (consecutivos ou não): Lei 6.019/1974, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr § 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. A letra (C), incorreta, pois devem ser por escrito ambos os contratos celebrados pela ETT. Ou seja, tanto o contrato da ETT com a tomadora, quanto o contrato da ETT com o trabalhador temporário, devem ser por escrito: Lei 6.019/1974, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá: (..) Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei. A letra (D), incorreta, já que, no caso de falência da ETT, o tomador dos serviços é responsável solidário: Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei. Por fim, a letra (E), incorreta, já que a ETT é proibida de cobrar qualquer importância do trabalhador a título de mediação: Lei 6.019/1974, art. 18 - É vedado à empresa do trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em Lei. 2. FCC/TRT20 ± Oficial de Justiça Avaliador ± 2016 (adaptada) A empresa Beta & Gama Construções S/A celebrou contrato escrito com a empresa Potencial Humano Mão de Obra, onde constou expressamente o motivo justificador da demanda, ou seja, atender a uma demanda complementar de serviços, para cobrir reparos emergenciais em hidroelétrica com ruptura parcial de barreira, com duração de 180 dias. Essa situação caracteriza (A) contrato de trabalho avulso. (B) terceirização ilícita de atividade fim. (C) prestação de serviços de trabalho autônomo de natureza civil. (D) contrato de trabalho temporário. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr (E) contrato de trabalho na modalidade experiência. Comentários Gabarito (D). A descrição da contratação se amolda à hipótese que autoriza a contratação de trabalhador temporário, com base na Lei 6.019/74, art. 2º: Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. 3. FCC/TRT20 ± Analista Judiciário ± Área Judiciária ± 2016 (adaptada) A empresa Olimpos Metalúrgica decidiu terceirizar o setor de limpeza contratando os serviços de Atlas Limpadora que forneceu três faxineiras por um período de 10 meses. Após o término do contrato entre as empresas, as três faxineiras foram dispensadas pela empresa Atlas Limpadora, sem receber qualquer indenização rescisória, com 2 meses de salários em atraso e ausência do recolhimento do FGTS do período. Nessa situação, conforme prevê a lei de terceirização, sobre a responsabilidade da empresa Olimpos em relação aos direitos das faxineiras, pode-se afirmar que (A) não haverá qualquer responsabilidade porque não eram empregadas da empresa Olimpos e a terceirização foi regular porque não era objeto de atividade-fim da tomadora. (B) a responsabilidade será direta e exclusiva, com a formação do vínculo de emprego com a empresa Olimpos, porque a terceirização foi irregular. (C) a responsabilidade será subsidiária em razão de terceirização regular, alcançando todos os direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período. (D) a responsabilidade será solidária em razão de terceirização irregular, alcançando todos os direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período. (E) a empresa Olimpos responderá de forma subsidiária porque a terceirização foi regular, mas fica restrita apenas a indenização rescisória em razão do rompimento contratual, porque os salários e o FGTS são de responsabilidade exclusiva da empregadora. Comentários Gabarito (C). A lei deixa clara a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações trabalhistas em uma terceirização: Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentesao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199122. 4. CESPE/CAIXA ± Advogado ± 2010 (Adaptada) O terceirizado é o trabalhador que presta serviço a uma empresa denominada contratante, possuindo subordinação direta na prestação do serviço, estando ausente, no entanto, a pessoalidade. Comentários: Alternativa incorreta. O terceirizado não pode estar subordinado à empresa contratante. Quem dirige a prestação dos serviços é a empresa prestadora dos serviços (EPS): Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. Portanto, o trabalhador terceirizado (diferentemente do trabalhador temporário) não se subordina diretamente à contratante. 5. Inédita A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos serviços subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada 'quarteirização'. Comentários: Gabarito (C), conforme Lei 6.019, Art. 4º-A, §1º. 6. Inédita A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a responsabilidade por garantir condições de trabalho seguras aos 22 Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr seus trabalhadores, inclusive quando o trabalho for realizado em outras dependências. Comentários: Gabarito (E), de acordo com o disposto na Lei 6.019/1974, art. 5º-A, § 3º. 7. Inédita A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços, celebrado entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença prescinde da especificação do serviço a ser prestado. Comentários: Gabarito (E), tendo em vista a Lei 6.019/1974, art. 5º-B, II. 8. Inédita A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural. Comentários: Gabarito (E), já que não mais consta tal restrição à sua utilização no meio urbano. 9. Inédita A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a contratação de trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o movimento paredista descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo. Comentários: Gabarito (E), de acordo com a Lei 6.019/74, art. 2º, § 1º. 10. Inédita O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato temporário, o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora. Comentários: Gabarito (E), com base na Lei 6.019, art. 10, § 5º. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 11. Inédita A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto, deverá fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00. Comentários: Gabarito (E). Lei 6.019/1974, art. 6º, III. 12. Inédita A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências condições seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente do trabalho. Comentários: Gabarito (C), com fulcro na Lei 6.019, art. 9º, § 1º c/c Lei 6.019, art. 12, ³g´ 13. Inédita Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços não possui obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos empregados próprios da contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos trabalhadores temporários em relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços. Comentários: Gabarito (C). Em relação aos terceirizados, segue o art. 4º-C, §1º, que estabelece a isonomia salarial como uma faculdade das empresas: Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. Em sentido contrário, o art. art. 12, ³D´��TXH�SUHYr�WDO�GLUHLWR�DRV�temporários: Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; [leia-se salário-mínimo nacionalmente unificado ± após CF88] Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 14. Inédita Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo período, Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada. Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram Caio como emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide terceirizar para a Recursus parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses, (A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada. (B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do rompimento do seu vínculo empregatício. (C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada. (D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada. (E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada. Comentários: Gabarito (C). Primeiramente, não há óbices à terceirização da atividade-fim: Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. Em relação à quarentena, com apenas 6 meses do rompimento do vínculo de Tício e Caio não poderiam ser nem sócios nem empregados da empresa prestadora de serviços. Por outro lado, como Mévio aposentou-se, este sim poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada: Lei 6.019, art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados. Lei 6.019, art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 6 ± Lista das Questões Comentadas 1. FCC/TRT24 ± Analista Judiciário ± Área Judiciária ± 2017 (adaptada) A empresa Ajax Produções contratou os serviços de dois operadores de som para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente, optando pelo regime de trabalho temporário. Conforme legislação que regula o trabalho temporário, (A) o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de um ano, sujeito a apenas uma prorrogação por igual período. (B) fica assegurada ao trabalhador temporário remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional. (C) entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente deverá haver obrigatoriamente contrato escrito, mas entre a empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora o contrato poderá ser verbal. (D) no caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é subsidiariamente responsável pela remuneração, indenização trabalhista e recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens. (E) a empresa de trabalho temporário poderá cobrar do trabalhador a importância máxima de 2% sobre o valor do primeiro salário a título de mediação, bem como efetuar os descontos previstos em Lei. 2. FCC/TRT20 ± Oficial de Justiça Avaliador ± 2016 (adaptada) A empresa Beta & Gama Construções S/A celebrou contrato escrito com a empresa Potencial Humano Mão de Obra, onde constou expressamente o motivo justificador da demanda, ou seja, atender a uma demanda complementar de serviços, para cobrir reparos emergenciais em hidroelétrica com ruptura parcial de barreira, com duração de 180 dias. Essa situação caracteriza (A) contrato de trabalho avulso. (B) terceirização ilícita de atividade fim. (C) prestação de serviços de trabalho autônomo de natureza civil. (D) contrato de trabalho temporário. (E) contrato de trabalho na modalidade experiência. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 3. FCC/TRT20 ± Analista Judiciário ± Área Judiciária ± 2016 (adaptada) A empresa Olimpos Metalúrgica decidiu terceirizar o setor de limpeza contratando os serviços de Atlas Limpadora que forneceu três faxineiras por um período de 10 meses. Após o término do contrato entre as empresas, as três faxineiras foram dispensadas pela empresa Atlas Limpadora, sem receber qualquer indenização rescisória, com 2 meses de salários em atraso e ausência do recolhimento do FGTS do período. Nessa situação, conforme prevê a lei de terceirização, sobre a responsabilidade da empresa Olimpos em relação aos direitos das faxineiras, pode-se afirmar que (A) não haverá qualquer responsabilidade porque não eram empregadas da empresa Olimpos e a terceirização foi regular porque não era objeto de atividade-fim da tomadora. (B) a responsabilidade será direta e exclusiva, com a formação do vínculo de emprego com a empresa Olimpos, porque a terceirização foi irregular. (C) a responsabilidade será subsidiária em razão de terceirização regular, alcançando todos os direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período. (D) a responsabilidade será solidária em razão de terceirização irregular, alcançando todos os direitos não cumpridos pela empresa empregadora no período. (E) a empresa Olimpos responderá de forma subsidiária porque a terceirização foi regular, mas fica restrita apenas a indenização rescisória em razão do rompimento contratual, porque os salários e o FGTS são de responsabilidade exclusiva da empregadora. 4. CESPE/CAIXA ± Advogado ± 2010 (Adaptada) O terceirizado é o trabalhador que presta serviço a uma empresa denominada contratante, possuindo subordinação direta na prestação do serviço, estando ausente, no entanto, a pessoalidade. 5. Inédita A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa prestadora dos serviços subcontrate a prestação de serviços. Em outras palavras, a lei permite a chamada 'quarteirização'. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 6. Inédita A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos serviços a responsabilidade por garantir condições de trabalho seguras aos seus trabalhadores, inclusive quando o trabalho for realizado em outras dependências. 7. Inédita A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de prestação de serviços, celebrado entre contratante e a empresa prestadora dos serviços. A despeito disso, tal avença prescinde da especificação do serviço a ser prestado. 8. Inédita A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio rural. 9. Inédita A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é permitida a contratação de trabalhadores temporários para substituir empregados em greve, ainda que o movimento paredista descumpra exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo. 10. Inédita O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60 dias do fim do contrato temporário, o trabalhador pode ser colocado à disposição novamente da mesma tomadora. 11. Inédita A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do Trabalho. Para tanto, deverá fazer prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 250.000,00. 12. Inédita A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem em suas dependências condições seguras de trabalho, sendo que a Lei garante a este trabalhador seguro contra acidente do trabalho. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 13. Inédita Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa prestadora de serviços não possui obrigação de garantir aos terceirizados direito à isonomia salarial em relação aos empregados próprios da contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos trabalhadores temporários em relação aos empregados da empresa tomadora dos serviços. 14. Inédita Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa QuêBrada Ltda. No mesmo período, Mévio se aposentou e também teve seu vínculo de emprego extinto com a QuêBrada. Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros Ltda e contrataram Caio como emprego, para auxiliar na prestação de serviços. A empresa QuêBrada decide terceirizar para a Recursus parte de suas atividades finalísticas. Passados seis meses, (A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada. (B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos doze meses do rompimento do seu vínculo empregatício. (C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada. (D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada. (E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 42DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 7 ± Gabaritos 1. B 2. D 3. C 4. E 5. C 6. E 7. E 8. E 9. E 10. E 11. E 12. C 13. C 14. C 8 ± Resumo da aula Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 9 ± Conclusão Bom pessoal, Chegamos ao final da nossa aula. O tema é atual e relevante, mas ainda não conta com muitas questões de prova. Sugerimos ler e reler a Lei 6019, transcrita logo abaixo. Esperamos que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao assunto apresentado, estamos à disposição para auxiliá-los (as). Grande abraço e bons estudos, Prof. Antonio Daud Jr https://www.facebook.com/adaudjr Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr 10 ± Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula ± CF/88 CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; ± CLT CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. ± Legislação específica Lei 6019, art. 1o As relações de trabalho na empresa de trabalho temporário, na empresa de prestação de serviços e nas respectivas tomadoras de serviço e contratante regem-se por esta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017) Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017) § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) § 2o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr Art. 3º - É reconhecida a atividade da empresa de trabalho temporário que passa a integrar o plano básico do enquadramento sindical a que se refere o art. 577, da Consolidação da Leis do Trabalho. Art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017) Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. § 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) § 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) Art. 4o-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) II - registro na Junta Comercial; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) Art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 42 DIREITO DO TRABALHO P/ TST Teoria e Questões Aula 03± Prof. Antonio Daud Jr que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições: I - relativas a: a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; b) direito de utilizar os serviços de transporte; c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço. § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. § 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes. Art. 5o Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017) Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. § 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de
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