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A sociedade empresária Pedreira TNT Ltda RONALDO MARINHO

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A sociedade empresária Pedreira TNT Ltda. foi condenada em 1º grau na reclamação trabalhista movida pelo ex-empregado Gilson Cardoso de Lima (Processo 009000-77.2014.5.12.0080), oriundo da 80ª Vara do Trabalho de Florianópolis. Na sentença, depois de reconhecido que o reclamante trabalhou na pedreira por 6 meses, o juiz deferiu adicional de periculosidade na razão de 50% sobre o salário básico, pois a perícia realizada nos autos detectou a existência de risco à vida (contato permanente com explosivos); determinou o depósito do FGTS no período de 2 meses em que o empregado esteve afastado por auxílio-doença previdenciário (código B-31); deferiu a multa do Art. 477, § 8º, da CLT, porque o pagamento das verbas devidas pela extinção do contrato foi feito na sede da empresa, não tendo sido homologado no sindicato de classe ou autoridade do Ministério do Trabalho e Emprego; deferiu dano moral, determinando que juros e correção monetária fossem computados desde a data do ajuizamento da ação, e deferiu, com base no Art. 1.216 do Código Civil, indenização pelo frutos de má-fé percebidos pela sociedade empresária porque ela permaneceu com dinheiro que pertencia ao trabalhador. Diante do que foi exposto, elabore a medida judicial adequada para a defesa dos interesses da sociedade empresária.
 As custas foram fixadas em R$ 200,00 sobre o valor arbitrado à condenação de R$ 10.000,00. (Valor: 5,00) Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
 GABARITO COMENTADO Elaboração de um recurso ordinário interposto pela reclamada, com direcionamento do recurso ao juiz de 1º grau e destinação das razões recursais ao TRT, 
indicando o recolhimento das custas e depósito recursal. 
DO ADICIONAL – O examinando deve sustentar que o adicional de periculosidade deve ser de 30%, conforme Art. 193, § 1º, da CLT. 
DO FGTS – O examinando deve sustentar que o auxílio-doença comum não gera obrigação para o empregador de depositar o FGTS, mas apenas se fosse auxílio-doença acidentário, conforme Art. 15, § 5º, da Lei nº 8.036/90. 
MULTA DO ART. 477 CLT – Indevida, pois o contrato vigorou por menos de 12 meses, sendo, então, desnecessária a homologação, conforme Art. 477, § 1º, da CLT e art. 4º, I, IN 15 da Secretaria de Relações do MTE. 
DANO MORAL – A correção monetária deverá ser computada a partir da condenação, não do ajuizamento da ação, conforme as Súmulas nº 439 do TST e 362 do STJ. 
FRUTOS DE MÁ-FÉ – O Art. 1.216 do CCB, é inaplicável ao Direito do Trabalho, conforme Súmula nº 445, do TST. 
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS ITEM PONTUAÇÃO ESTRUTURA - indicação do recurso ordinário da empresa com base no Art. 895, I, da CLT (0,20). - direcionamento do recurso ao Juiz de 1º grau e destinação das razões recursais
- indicação do recolhimento de custas e depósito recursal (0,10)
 DO ADICIONAL – A periculosidade deve ser paga na razão de 30% - e não 50% (0,60). Indicação do Art. 193, § 1º, da CLT (0,20). 0,00/0,60/0,80 
DO FGTS – O auxílio doença comum não gera obrigação para o empregador de depositar o FGTS (0,60). Indicação do Art. 15, § 5º, da Lei nº 8.036/90 (0,20). 0,00/0,60/0,80 
MULTA DO ART. 477 – Indevida, pois o contrato vigorou por menos de 12 meses, sendo então desnecessária a homologação (0,60). Indicação do Art. 477, § 1º, da CLT OU art. 4º, I, IN 15 da Secretaria de Relações do MTE. (0,20). 0,00/0,60/0,80 
DANO MORAL – a correção monetária deverá ser computada a partir da condenação, e não do ajuizamento da ação (0,60). Indicação da Súmula nº 439, do TST OU 362 do STJ. (0,20). 0,00/0,60/0,80 
FRUTOS DE MÁ-FÉ – O Art. 1.216, do CCB, é inaplicável ao Direito do Trabalho (0,60). Indicação da Súmula nº 445, do TST (0,20). 0,00/0,60/0,80 
REQUERIMENTOS FINAIS Conhecimento/admissão (0,20) e provimento do recurso (0,20). 0,00/0,20/0,40 Fechamento da Peça: (0,10) 
Data, Local, Advogado, OAB ...nº...
EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DA 80ª VARA DO TRABALHO DE FLORIANÓPOLIS
PROCESSO Nº: 009000-77.2014.5.12.0080
SOCIEDADE EMPRESÁRIA PEDREIRA TNT LTDA, já qualificada nos autos da Reclamação Trabalhista promovida por GILSON CARDOSO DE LIMA, também já qualificada, por seu advogado infra assinado regularmente constituído nos termos da procuração anexa, vem perante Vossa Excelência, tempestivamente, não se conformando data vênia com a r. sentença que julgou o pedido do autor procedente parte, interpor o presente
RECURSO ORDINÁRIO
com fulcro no artigo 895, inciso “I” da CLT, requerendo que após cumprida as formalidades legais, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal do Trabalho da 12ª Região. 
Pede deferimento.
Florianópolis, 06 de setembro de 2015.
ADVOGADO
OAB.......
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO
RAZÕES DE RECURSO ORDINARIO
RECORRENTE: SOCIEDADE EMPRESÁRIA PEDREIRA TNT LTDA
RECORRIDA: GILSON CARDOSO DE LIMA
PROCESSO: 009000-77.2014.5.12.0080
Colenda turma, 
I – DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO DO RECURSO ORDINÁRIO
Conforme o artigo 895, inciso I, da CLT, cabe Recurso Ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos.
O recorrente foi cientificado da sentença de primeiro grau, mediante publicação no Diário Oficial no dia XX, iniciando-se o dies a quo em XX, sendo certo que o dies ad quem findar-se-á no dia XX.
Assim, protocolado o recurso nesta data patente sua tempestividade.
A recorrente junta ao presente recurso as custas processuais e o deposito recursal, demonstrando o preparo do recurso a fim de atender a exigência do Art. 899 da CLT (guias em anexo). 
II – MÉRITO
Foi ajuizada reclamação trabalhista em face do recorrente pleiteando o pagamento de danos morais, além da multa do artigo 477 da CLT, frutos de má-fé, depósito do FGTS e adicional de periculosidade.
Entretanto, a respeitável Vara do Trabalho julgou a ação procedente, determinando a condenação da reclamada de forma subsidiaria nas verbas supra citadas.
Neste caso, a referida decisão não merece prosperar, motivo pelo qual deve a sentença ser reformada, conforme os fundamentos que a seguir serão expostos:
II.1- DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Julgando o mérito do pedido de adicional de periculosidade contra o recorrente, entendeu o Juízo dar o deferimento adicional na razão de 50% sobre o salário básico, pois a perícia realizada nos autos detectou a existência de risco à vida.
Vale ressaltar que de acordo com o Artigo 193, § 1ª, da CLT, as atividades perigosas assegura o empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes. De acordo com o artigo a seguir:
“193: (...) § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. (...)”.
Segue jurisprudência do TRT, onde afirma que o adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário, vejamos a seguir:
“Processo: RO 00011753520115010052 RJ. Os reclamantes, ao exercerem as tarefas atinentes à função de técnico de manutenção de aeronaves, encontravam-se permanentemente dentro da área de risco de seu abastecimento e reabastecimento. Neste caso, nos termos da NR 16, Anexo 2, da Súmula nº 364, primeira parte, do c. TST e do art. 193, I, da CLT, fazem jus os autores ao adicional de periculosidade de 30% e seus reflexos sobre as demais parcelas trabalhistas de natureza salarial. Publicação (18/03/2015)”.
II.2 – DO FGTS
O Juízo em sua r. decisão determinou que o deposito do FGTS pelos dois meses em que o empregado esteve afastado por auxilio doença. Mas de acordo com o Artigo 15 §5º da lei 8.036/1990, o auxilio doença comum não gera obrigação para o empregado de depositar o FGTS, mas apenas se fosse auxilio doença acidentária. 
Vale salientar que o empregado deveria ter no mínimo a carência de 12 meses para requerer tal beneficio, ou seja, é exigido pelo menos 12 meses consecutivos de contribuição.Porquanto o recorrido precisaria estar vinculado à previdência no referido tempo solicitado.
II.3 – DA MULTA DO ART. 477 DA CLT
Não obstante o Juízo deferiu a multa do Art. 477 § 8º, da CLT, por que o pagamento ora realizado foi feito na sede da empresa, que não foi homologado no sindicato de classe ou Autoridade do Ministério do Trabalho e Emprego. 
Mas de acordo com o recorrido em sua exordial afirma que o contrato de trabalho vigorou durante 06 (seis) meses, portanto de acordo com o referido artigo 477, todavia o § 1º da CLT, atesta que:
“477: (...)§ 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.”.
Então Vossa Excelência vimos que o empregado tem que ter pelo menos mais de 1 (um) ano para que seja feito com assistência do respectivo Sindicato ou Autoridade do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, mas cabendo a multa do art. 477 da CLT. Vejamos a seguir jurisprudência que assevera sobre o aludido caso:
“Processo: RR 5246656219995075555 RECURSO DE REVISTA.VÍNCULO EMPREGATÍCIO CONTROVERTIDO - RECONHECIMENTO EM JUÍZO. INDEVIDA A MULTA DO ART. 477 (§ 8º) DA CLT. Diante da controvérsia plausível e razoável existente nos autos sobre a existência do vínculo empregatício e quanto aos direitos trabalhistas postulados pelo Obreiro, não há que se falar em multa por mora do devedor pela falta de pagamento. Revista conhecida por divergência e provida para excluir da condenação a multa prevista no artigo 477, § 8º, da CLT. Publicação (03/05/2002)”.
III.4 – DO DANO MORAL
Julgando o dano moral na r. decisão o Juízo deferiu dano moral, determinando que juros e correção monetária fossem computados desde a data do ajuizamento da decisão. 
Entretanto de acordo com a sumula 439 do TST, a correção monetária deverá ser computada a partir da condenação e não do ajuizamento:
“Súmula 439 do TST: Nas condenações por dano moral, à atualização monetária é devida a partir da data da decisão de arbitramento ou de alteração do valor. Os juros incidem desde o ajuizamento da ação, nos termos do art. 883 da CLT.”. 
III.5 – FRUTOS DA MÁ FÉ
Em conclusão o ora julgador, deferiu com base no Art. 1.216 do Código Civil, uma indenização pelos frutos de má fé percebidos pela sociedade empresaria porque ela permaneceu com o dinheiro que pertencia ao trabalhador. 
De acordo com a súmula 445 do TST, é inaplicável tal artigo do Código Civil sobre frutos de má fé, pois é uma regra que trata sobre direito reais ou seja sendo incompatível com o Direito do Trabalho:
“Súmula 445 do TST: A indenização por frutos percebidos pela posse de má-fé, prevista no art. 1.216 do Código Civil, por tratar-se de regra afeta a direitos reais, mostra-se incompatível com o Direito do Trabalho, não sendo devida no caso de inadimplemento de verbas trabalhistas.”
IV – CONCLUSÃO
Ante tais argumentos, requer a intimação da Recorrida para querendo contra arrazoar, e requer o Recorrente, no mérito seja o presente RECURSO ORDINARIO conhecido e provido para que a respeitosa sentença de primeiro grau seja reformada para julgar IMPROCEDENTE nos tópicos acima atacados, por ser medida de inteira justiça.
Pede o deferimento
Florianópolis, 06 de setembro de 2015.
Suelem Marinho de Oliveira Cabral
OAB/PE 33333

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