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GÓIS, 2005 DEFINIÇÃO DE COMUNIDADE Integrar a população local e o governo com o objetivo de melhorar as condições socioeconômicas da comunidade. Integrar estratégias de desenvolvimento nacional. Aspectos chave: dimensão econômica da comunidade; relações sociais, instituições e o tempo livre; cultura, modo de vida, história, símbolos, e ideologias; subjetividade social e pessoal. É importante que haja uma integração e relação pedagógica entre o agente externo e a comunidade, na qual se reconheça o papel e a importância de cada interlocutor na definição do rumo e do modo de desenvolvimento apropriados à realidade socioambiental do lugar. Pesquisa-Ação-Participante (PAP): pesquisa + intervenção, numa perspectiva político-pedagógico de libertação, de trabalho, aprendizagem e de produção conjunta de conhecimento entre agente externo e o agente interno (morador > papel ativo). É um processo permanente e crítico de análise da realidade. A ação no plano poder ser fonte de conhecimento e de novas hipóteses Inclui: Medidas que possam melhorar a situação na esfera local Ações educativas para cumprir essas medidas Ações ara promover as soluções identificadas de médio e longo prazos, no âmbito local ou mais amplo A ação para o desenvolvimento comunitário deve contemplar: Objetivo de facilitação Pressuposto básico Relação psicólo-morador (-grupo) Processo grupal e do coletivo Resolução de problemas Resultados Nos moradores encontramos potencial, experiência, valor, poder e capacidade para construir suas vidas e a vida da comunidade. Participativo, afetivo, dialógico COMO SE DÁ O PROCESSO DE INTERVENÇÃO? Entrada na comunidade Contato/observação, interação/confiança mútua, estabelecimento do rapport, conhecimento das lideranças locais, observação-participante. Aprofundamento da inserção na comunidade/Diagnóstico-Ação Formação de círculos de encontro, estudo das atividades comunitárias e dos grupos existentes, uso da PAP Auto sustentação/Automanutenção do processo de desenvolvimento comunitário Manutenção das atividades comunitárias, fortalecimento das lideranças, avaliação das atividades comunitárias e de seus resultados Continuidade e ampliação do processo Definição de novos problemas a pesquisar e a solucionar, integração com outras comunidades, aperfeiçoamento das atividades comunitárias existentes Desligamento progressivo Avaliação comunitária do processo em termos da autonomia comunitária, redefinição do tipo de relação psicólogo-grupo, encontro periódicos, despedida GÓIS, 1994 A ANÁLISE E A VIVÊNCIA DA ATIVIDADE COMUNITÁRIA COMO MÉTODO – CAPÍTULO V Ações instrumentais (manual) Ações comunicativas (intelectual) É impossível separar as ações instrumentais das comunicativas e vice-versa, pois necessariamente uma não se desenvolve sem a outra. A atividade comunitária é um sistema de ações (instrumentais e comunicativas) próprio da atividade psíquica decorrente do modo de vida do lugar/comunidade (identidade, vivências, consciência, linguagem, pensamento, representação social) orientado para a construção dos indivíduos enquanto sujeitos do seu mundo e da vida em comunidade. Ou seja: É onde o psicólogo comunitário estuda e/ou intervém no modo de vida das pessoas de determinado lugar/comunidade. Para que ocorra a atividade comunitária, não é necessário que exista a comunidade, basta existir no lugar um grupo de pessoas que atuem atribuindo significados à realidade, interajam entre as outras pessoas. A relação moradores-psicólogo comunitário é justamente o processo de facilitação, no qual ambos atuam em conjunto, através de reflexão e ação no intuito de melhorar a qualidade de vida. OBSERVAÇÃO-PARTICIPANTE: Os fatos, antes de serem sistematizados, exigem a compreensão dos seus significados atribuídos pelo próprio grupo social. Exige do psicólogo uma presença ativa dentro da comunidade, seja morando no lugar ou fazendo-se periodicamente presente. AÇÃO-PARTICIPANTE: Ação realizada em conjunto com os moradores a partir de usas necessidades e objetivos, identificados através do diálogo. O psicólogo contribui com ações coletivas onde os moradores definem o que necessitam, o que pretendem atingir, como vão fazer e o que corresponde a cada morador em sua participação. PESQUISA-PARTICIPANTE: Procura integrar pesquisador e moradores no esforço de identificação de problemas e descobrir maneiras de resolvê-los, combinando conhecimento e tecnologia científicos com experiência e saber populares. É preciso inserir-se com profundidade e compromisso na realidade da população e, junto com ela, definir caminhos de investigação e transformação de sua realidade social. FACILITAÇÃO DO MODO DE VIDA COMUNITÁRIA– CAPÍTULO VI O grupo popular: Todos se constituem como proteção, construção, orientação e aprendizado dos sujeitos em meio à coletividade (procuram os grupos de acordo com seus interesses), seja para mantê-la, destruí-la ou transformá-la para melhor. Em psicologia comunitária é aquele cujo objetivo de trabalho é as suas próprias condições psicológicas como construções decorrentes da história e do modo de vida do lugar/ comunidade. Forças interacionais internas Forças interacionas externas Componentes de estruturação, organização e desenvolvimento interno dos membros e do próprio grupo. Sustentação e apoio emocional, fortalecimento de interações psicológicas nutritivas, comunicação aberta e etc. Relações de busca, cooperação e luta no meio-ambiente social, econômico e político. Implica em analisar o lugar e modificar através de uma demanda (das necessidades) coletiva. Alguns processos de grupo podem ser utilizados para ajudar na criação de um clima psicossocial favorável ao desenvolvimento humano. São eles: Círculo de Cultura Círculo de Encontro Grupo de Biodança É um encontro dialógico (diálogo libertador) onde cada sujeito daquele determinado lugar têm um conhecimento e uma experiência de vida e algo a dizer para os outros de forma a contribuir para o conhecimento e transformação da realidade. Sentam em círculo para estarem no mesmo pé de condições para falar e ouvir atentamente. São organizados por um agente externo ou interno, chamado animador que organiza as fichas de cultura (estímulos culturais levantados no cotidiano geral do oprimido) e as palavras geradoras (extraídas do universo vocabular dos participantes), que visa a integração do grupo, o aprofundamento da consciência, a descoberta do sujeito do mundo e o desenvolvimento comunitário. Prática comunitária pelo diálogo/palavra e pelo gesto, na qual os membros se entendem e se ajudam, identificam-se uns com os outros. É um professo no qual seus membros lidam com as condições sócio-psicológicas do grupo e a transformação delas. - Conduzido pelos próprios moradores em seus encontros. - Há boa aceitação e uma inserção progressiva É um grupo de crescimento que cria condições psicológicas favoráveis à superação de obstáculos psíquicos e estimula a capacidade realizadora dos seus membros. Ela se baseia na compreensão do sujeito como um ser biocêntrico, fazedor de cultura e orientado pela vida. - Sessão de biodança (exercícios semiestruturados): facilita um clima de confiança e abertura propiciado pela presença terna, receptiva e disponível dos participantes em vivenciar essa nova maneira de expressar a vida cotidiana O processo da sessão ocorre em duas fases: verbal e vivenciada Dramatização Teatro de rua Oficina de arte – identidade É um meio de retomar as vivências gravadas na história individual e coletiva. Requer um preparo do facilitador para lidar com a atividade psíquica revelada como drama pessoal e político, individual e coletivo. O sentido da dramatização em psi. comunitária, é o jogo da espontaneidade, da criatividade e da consciência, onde os moradores interpretam papéis de seu cotidiano, trazendo à cena o modo de vida do lugar, seus problemas, êxitos, lutas e etc. Trabalhaem seus atores, além do prazer pelo fazer teatral, a satisfação política de torná-lo instrumento eficaz de transformação do mundo presente. Essencial e indispensável para a expressão do EU, permite que possamos ser nós mesmos. É o veículo com o qual podemos driblar os mecanismos de dominação que determinam maneiras de agir, pensar e sentir. Reunião de quarteirão Grupo de produção Conversa a dois Trabalha com a vizinhança as necessidades comuns de resolução de problemas do quarteirão/bairro e de integração dos seus moradores quanto a relacionamentos, percepções do cotidiano da rua, formas de resolver problemas, atividades produtivas e outros temas que surgem dos próprios moradores. As comunidades, em geral, buscam saídas econômicas para os seus problemas, por isso procuram beneficiar-se com algum tipo de atividade produtiva que venha gerar ou aumentar a renda familiar É comum nas reuniões temas como: padaria, horta, etc, serem apresentados como respostas a um conjunto de necessidades. Espaço de relação entre um morador e o psicólogo comunitário ou entre 2 moradores no qual desenvolve-se um processo de diálogo para expressar algo que lhe preocupa ou angustia, e que não gostaria de colocar no grupo, por motivos diversos. Mutirão Comissão de mobilidade e ação Forma de ação-participante empregada por comunidades para resolver problemas específicos que exigem trabalho coletivo, reduzindo esforços, custo e tempo dos moradores. Visa integrar as pessoas em ações (instrumentais e comunicativas) que resolvam problemas concretos e imediatos. O mutirão favorece o exercício da solidariedade, autonomia e organização comunitária. Pequenos grupos escolhidos em reuniões, para que o encaminhamento das decisões estabelecidas nas assembleias comunitárias seja efetivado. Essas comissões tem a responsabilidade de por em prática as decisões da comunidade, funcionando como coordenações dos trabalhos que precisam ser realizados no sentido de atrair, orientar e organizar os moradores me torno de uma ou mais ações específicas.
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