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TRABALHO DIREITO CAMBIÁRIO

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DIREITO CAMBIÁRIO
PRISCILA RODRIGUES MARTINS[2: Discente do 8° Período- Décima sexta turma do Curso de Direito do Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos. Professor Woille Aguiar Barbosa. Disciplina: Direito Empresarial II. E-mail: p.rodriguesm@hotmail.com]
Sumário: Sumário: 1. Teoria geral dos títulos de crédito. 2. Circulação dos títulos de crédito. 3.Pagamento e garantia de pagamento. Referência.
RESUMO
Pode-se conceituar título de crédito como sendo um documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido. Os títulos de crédito têm bastante importância para os negócios, pois facilitam a circulação de crédito, além de proporcionar segurança na circulação de valores. Importante que sejam respeitados alguns requisitos que serão abordados no decorrer do trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Título de crédito. Direito Cambiário. Cambial.
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho tem por finalidade fazer o resumo de três capítulos da obra de Gladston Mamede, intitulada por Manual de Direito Empresarial. Foram abordados os temas referentes a títulos de crédito, separados pelos capítulos Teoria geral dos títulos de crédito, Circulação dos títulos de crédito e Pagamento e garantia de pagamento.
	
TEORIA GERAL DO DIREITO CAMBIÁRIO
Desde muitos anos atrás houve a necessidade da utilização de títulos de crédito como forma de garantir um direito. A grande vantagem da utilização de tais títulos é a praticidade, pois a necessidade de levar consigo grandes quantidades de dinheiro e até mesmo de cereais, foi substituído por um pequeno papel que na época recebeu o nome de cártula. Apenas com esse pequeno papel, representando o título do seu crédito, era possível exigir bens ou dinheiros em seu lugar de destino.
Existem muitos documentos que legitimam um direito, mas não é por esse motivo que são títulos de crédito. Como prevê o artigo 887 do Código Civil, é um documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, apenas produzindo efeitos se preencher os requisitos legais. Sendo assim, títulos de crédito pelo principio da tipicidade é aquele previsto em lei.
Termos como cambial e Direito Cambiário é utilizado ao se falar em títulos de crédito, representando a facilidade com que tal título pode ser transferido de um credor para outro, já que cambiar significa trocar. Essa troca só ocorre devido à existência de princípios que devem ser respeitados, tais como a cartularidade, a literalidade, a autonomia, a independência e a abstração, todos tendo como base o artigo acima citado. O princípio da cartularidade está na expressão documento necessário do referido artigo, que só terá validade na sua forma original para garantir a autenticidade do mesmo, não podendo receber o valor descrito com a cópia do título de crédito. Essa característica tem por finalidade a circulação do crédito.
O princípio da literalidade visa garantir que será pago por aquele título apenas o que estiver descrito nele de forma literal, não acrescendo multas e juros sobre aquele pagamento.
Tem-se a autonomia e a abstração como forma de dar independência ao título, não necessitando de fazer uma fundamentação para passar o título de crédito, entretanto, alguns casos necessita de explicação, como por exemplo, as cédulas de crédito rural, industrial ou comercial, sendo necessário que anexe o orçamento ao qual estão vinculadas.
Para se criar um título de crédito é preciso que sejam respeitados os requisitos genéricos de qualquer ato jurídico conforme o artigo 104 do Código Civil e os títulos que tenham por objeto a forma de crédito em dinheiro deverão trazer o valor expresso em moeda nacional, sendo que nos casos previstos no Decreto-lei 857/1969 é permitido o uso da moeda estrangeira. É importante salientar que segundo o artigo 889 do Código Civil o título de crédito deverá conter a data de emissão, indicação precisa dos direitos que confere e assinatura do emitente, se houver ausência de algum desses elementos implicará na invalidação do título de crédito.
Outros elementos genéricos existem e também qualificam o crédito, sendo o vencimento da obrigação e o local de emissão e de pagamento. Por não serem requisitos podem estar ausentes do título, salvo se alguma lei específica determinar o contrário. A data de vencimento não é um requisito essencial, porém quando é omitida, o crédito poderá ser exigido a vista pelo credor.
Se o título for emitido com partes em branco é necessário observar se há ou não a presença de todos os requisitos essenciais para lhe dar validade, devendo ser preenchido por seu portador. A Súmula 387 do Supremo Tribunal Federal esclarece que o preenchimento deverá ocorrer antes da cobrança ou do protesto.
O artigo 890 do Código Civil estabelece quais elementos não devem constar nos títulos de crédito, caso forem escritos na cártula serão considerados não escritos. Ocorrerá a invalidação do título de crédito se não forem atendidas as exigências legais, não podendo ser usada para instruir ação de execução, porém essa invalidade não impede que o credor busque o exercício de seu crédito fazendo do título um meio de prova.
Caso ocorra falsificação do título de crédito, mas não o torne inválido, o emitente será obrigado a pagar apenas o que efetivamente lançou na cártula.
CIRCULAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Com a evolução econômica e jurídica foi perceptível que os títulos de créditos poderiam ser utilizados como valores comerciais, fazendo com que o volume das operações mercantis aumentasse, porém essa cessão de créditos e direitos não é exclusiva do direito cambiário.
Pela necessidade de simplificação e agilidade das transações econômicas surgiram os princípios já mencionados no capítulo anterior, que são o da cartularidade, literalidade, autonomia, abstração e independência.
O funcionamento do sistema de transferência dos títulos de crédito depende do respeito ao principio da carturalidade que nada mais é que fazer a troca de títulos de crédito com um terceiro, pois havendo a transferência do crédito pressupõe-se a transferência do título. Porém quando ocorre apenas a transmissão da cártula sem as ressalvas escritas no título, compreende-se que foram transferidos todos os direitos referentes ao crédito. Sendo assim, o artigo 233, parágrafo único, afirma que a cópia do título não supre a ausência do título de crédito.
Enquanto houver a circulação da cártula, só serão exercidos direitos sobre o crédito com a sua apresentação física, podendo ser objeto de direitos diversos. Sendo assim, é permitido pelo Código Civil a constituição de usufruto sobre títulos de crédito, sendo que o usufrutuário poderá cobrar as dividas e receber os frutos inerentes ao título, sendo possível também a dação em pagamento pela entrega do título, segundo o artigo 358 do Código Civil.
Com relação título ao portador, tem-se esse nome, pois não estará escrito no título o nome do beneficiário, dessa forma será credor aquele que o detiver. Entretanto, trata-se de caso especifico, sendo o mais comum aquele com identificação do beneficiário no campo especifico para tal feito.
Já com relação título à ordem, traz o nome expresso do beneficiário do crédito, sendo permitida a transferência do titulo para outra pessoa, o que é chamado de endosso. Quando há indicação para quem o título foi endossado chama-se de endosso em preto, porém quando ocorre à ausência é chamado de endosso em branco, o que não impede de qualquer portador legitimo transformá-lo em endosso em preto. O princípio da autonomia protege o endossatário, sempre que de boa-fé, não tenha conhecimento das particularidades do qual se originou o titulo e seus vícios.
O título nominativo poderá ser ou não nominal, caso a legislação permita é necessário que o cedente e o cessionário assinem o título para a sua transferência, podendo ser feita por endosso contendo o nome do endossatário tendo efeito perante o emitente com devida averbação em seu registro.
Quando se fala em endosso-mandato entende-seque ocorre a transferência do título sem que ocorra a cessão do crédito, mas representação do credor. O endosso deverá ser lançado no título com as expressões endosso-mandato ou endosso para representação, sendo, em branco ou preto. Todos os elementos da relação entre endossante e endossatário deverão estar contidos na cártula para que tenham eficácia.
Endosso-penhor entende-se que ocorre a transferência do título em penhor e não para cessão do crédito. Em função do principio da cartularidade, pelo endosso-penhor exige a entrega do título ao endossatário-pignoratício (diz respeito a penhor), conferindo-lhe o exercício dos direitos inerentes.
Em casos de dano ao título de crédito, o possuidor terá o direito de obter do emitente a substituição do título de forma extrajudicial, quando ocorre a destruição completa do título não há como ser diferente, pede-se a anulação e substituição daquele que fora destruído. Em casos de perda, extravio ou objeto de desapossamento injusto, sabendo-se quem o detém de forma ilegal, será aforada uma ação de reivindicação de título de crédito prevista no artigo 907, I do CPC.
PAGAMENTO E GARANTIA DE PAGAMENTO
O aval é uma declaração unilateral de garantia, onde o avalista se compromete a saldar o débito anotado na cártula caso o avaliador não o faça. Esse instituto distingue-se da fiança, tendo em vista que a segunda é uma garantia pessoal oferecida nos contratos. Por se tratar de um ato unilateral e autônomo, se não houver o pagamento pelo devedor será chamado o avalista para feitura do pagamento. O aval pode ser escrito tanto no verso da cártula quanto na face, usando expressões como avalizo, em aval, bom para aval ou outra expressão, desde que transmita essa ideia. Quando ocorre assinatura na frente do título sem que haja acompanhamento de qualquer cláusula, será considerado também aval, porém quando é feita no verso trata-se de endosso.
Da mesma maneira que o aval pode ser dado, pode também ser cancelado, sendo este considerado como não escrito. Tal cancelamento poderá ser feito pelo portador do título e pelo avalista somente até a entrega do título ao portador, podendo ser assinado a qualquer tempo.
O avalista assume a dívida na ocorrência de inadimplemento do avalizado, existindo entre eles uma solidariedade passiva. A responsabilidade do avalista subsiste, mesmo se a obrigação por ele garantida for nula, exceto quando se tratar de vicio de forma, segundo o artigo 899 §2º do CC.
Existe entre avalista e avalizado o direito de regresso, decorrente do fato de o avalista pagar o total do montante por ele avalizado, trazendo pra si o direito de reaver o total que por ele foi pago. Por se tratar de títulos de apresentação, o devedor deverá cumprir com a obrigação trazida na cártula. No caso de título à ordem que tenha sido endossado, deverá verificar se a cadeia de endossos está completa, porém quando se tratar de títulos ao portador ou título à ordem com endosso em branco, deverá pagar a quem for o apresentante.
Com o pagamento da dívida, deverá ser exigida pelo devedor a entrega da cártula para que não seja posta em circulação indevidamente. Se houver pagamentos parciais autorizados, o credor deverá entregar-lhe os recibos do valor pago.
O portador do título de crédito poderá protestar o título se alguma anotação feita for descumprida. Se o Tabelião verificar defeitos no título, fará a entrega do mesmo ao representante, porém se ocorrer o contrário, o Tabelião tomará as providências necessárias para que o devedor seja intimado do pedido do protesto. Esse protesto poderá ser feito em três hipóteses que são em caso de falta de pagamento, falta de devolução ou por falta de aceite.
O título de crédito será extinto pela prescrição que ocorre com o vencimento do título, nota-se que o que de fato prescreve é apenas o título de crédito. Não havendo norma específica, o prazo prescricional será de três anos.
 
BIBLIOGRÁFICA
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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