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A importância da atividade física para indivíduos hipertensos

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A importância da atividade física para indivíduos hipertensos 
 Resumo 
 A atividade física pode ser considerada, um dos melhores e mais eficientes 
tratamentos para a hipertensão, pois além de contribuir no controle da pressão 
arterial, proporcionará ao indivíduo uma vida mais saudável. Além da prática regular de 
exercícios físicos, o hipertenso deve cuidar de sua alimentação, diminuindo o sódio e a 
gordura. Mas para a atividade física trazer resultados positivos e benefícios, deve ser 
acompanhada por um profissional de Educação Física capacitado. Antes de iniciar o 
tratamento da hipertensão através de programa de exercícios o indivíduo deve fazer 
uma avaliação clinica detalhada. A pessoa é considerada hipertensa quando a pressão 
arterial encontra-se elevada, ou seja, acima dos valores apresentados pelos indivíduos 
normais e saudáveis. Quando a pressão arterial estiver com valores em torno de 120 x 
80 mmHg é considerado normal; caso esteja em valores próximos de 130 x 85 mmHg, 
é caracterizado um fator de risco para hipertensão, e se o indivíduo estiver com a 
pressão em 140 x 90 mmHg, é considerado hipertenso. 
 Unitermos: Hipertensão arterial. Atividade física. 
Introdução 
 A hipertensão arterial atualmente é considerada um fator de risco. Ainda, alguns autores, 
além de a considerarem fator de risco, a consideram uma doença degenerativa. A hipertensão 
está presente em cerca de 1/5 da população adulta. 
 A hipertensão está ligada a alguns fatores como o aumento do peso corporal, o consumo de 
bebidas alcoólicas, o estresse e o sedentarismo. Na maioria dos casos a hipertensão se 
manifesta de maneira silenciosa, e quando não é tratada pode levar a complicações que 
atingem o sistema cardiovascular, renal e nervoso, ainda pode acarretar aumento do coração, 
podendo levar à insuficiência cardíaca; produzir a formação de pequenas ampolas (aneurismas) 
nos vasos cerebrais, aumentando o risco de acidente vascular cerebral; pode provocar o 
estreitamento dos vasos sanguíneos dos rins, levando em muitos casos a insuficiência renal; e 
provoca um “endurecimento” mais rápido das artérias do organismo, provocando muitas vezes 
ataques cardíacos ou lesões arteriais em outros órgãos do organismo. 
 Nos indivíduos hipertensos, a pressão do sangue sobre as paredes vasculares encontrar-se 
aumentada. Esse fenômeno pode causar lesões nas paredes internas dos vasos. 
 Atualmente vêm sendo utilizadas diversas formas de prevenção e tratamento para a 
hipertensão, de forma não medicamentosa e com baixo custo. Um desses meios de prevenção 
e tratamento é a prática regular de exercícios físicos, o qual resulta em uma série de benefícios 
para a saúde, além de atuar no controle direto da pressão arterial. Ainda, de forma secundária 
auxilia no combate de outros fatores de risco associados à hipertensão, como a diabetes, 
obesidade e o estresse. É importante ressaltar que só a atividade física não trata a hipertensão, 
mas auxilia para que os efeitos causados pela pressão alta, sobre o coração e vasos sanguíneos 
sejam minimizados. 
 O objetivo do tratamento da hipertensão é diminuir o risco de doenças cardiovasculares 
decorrentes dela, o que pode ser conseguido através da redução da pressão arterial. 
 Atualmente, uma das maneiras bastante difundidas para o combate à hipertensão e controle 
da pressão arterial é a prática de atividade física aeróbia de baixa intensidade. Ainda é 
necessário adquirir hábitos de vida mais saudáveis, além de acompanhamento freqüente de 
profissionais especializados em várias áreas da saúde para a identificação dos melhores 
métodos para o tratamento da mesma. 
 As atividades aeróbias podem influenciar nos níveis sistólicos e diastólicos da pressão 
arterial, contribuindo para a estabilidade ou até mesmo a redução e com isso promover uma 
melhor qualidade de vida aos indivíduos hipertensos. 
 A maior dificuldade é fazer com que as pessoas hipertensas se conscientizem que a atividade 
física é importante e ajuda no controle da pressão arterial. Para muitos dos hipertensos é mais 
cômodo e fácil realizar o tratamento medicamentoso, pois o efeito dos medicamentos é mais 
rápido e perceptível que os efeitos da atividade física. 
 Além dos benefícios de natureza mais ampla para saúde e a melhoria da qualidade de vida; 
vários estudos têm demonstrado que a atividade física é um fator importante na prevenção e 
no controle de alguns problemas de saúde, quando analisada a partir da perspectiva 
populacional. 
 O exercício físico quando mantido de forma freqüente e regular permite que o corpo humano 
disponibilize respostas fisiológicas mais consistentes, provenientes das adaptações autonômicas 
e hemodinâmicas que interferem no sistema cardiovascular do indivíduo, conseqüentemente 
oferecendo maiores benefícios no controle da pressão arterial. 
Hipertensão arterial 
 A hipertensão é uma doença com sintomas silenciosos. Estudos indicam que na população 
brasileira ela ocorre em indivíduos com idade acima de vinte e dois anos, ocasionando um 
desencadeamento de diversas doenças além da hipertensão. A hipertensão arterial está 
diretamente relacionada com aposentadorias precoces e custos elevadíssimos com internações 
hospitalares. A hipertensão arterial tem grande incidência em pessoas com passado de doença 
na família. Esses indivíduos estão mais suscetíveis à hipertensão, porém qualquer pessoa que 
não adote cuidados com a saúde, que possui hábitos de vida inadequados como alcoolismo e 
tabagismo, além de uma alimentação rica em sal e gorduras, sobrepeso e obesidade aliado ao 
sedentarismo podem desenvolver quadros hipertensivos. 
 Apesar da doença se desenvolver mais comumente na população idosa, algumas crianças e 
adultos também podem fazer parte do quadro de incidência, devido a alguma ocorrência de 
danos cardiopáticos ou de problemas sanguíneos de nascença. 
 “A hipertensão arterial é o termo clínico que descreve a condição na qual a pressão arterial 
encontra-se elevada, ou seja, acima dos valores apresentados pelos indivíduos normais, e 
saudáveis”. (WILMORE e COSTILL, 2001, p. 219). 
 Pressão arterial é a força com a qual o coração bombeia o sangue através dos vasos. É 
determinada pelo volume de sangue que sai do coração e a resistência que ele encontra para 
circular no corpo. 
 De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) esses valores correspondem a: 
 120 x 80 mmHg, constituindo um excelente nível de pressão. 
 130 x 85 mmHg, caracterizado por indícios de fatores de risco. 
 140 x 90 mmHg, caracterizado pela hipertensão. 
 Cabe ressaltar, que qualquer pessoa pode ter uma pressão acima de 140 x 90 mmHg sem 
apresentar a doença, uma vez que pode ser caracterizado como hipertensão, apenas quando os 
níveis elevados são encontrados em várias medições ao dia, em variados momentos, posições e 
condições. 
 A hipertensão arterial é uma doença que na maioria dos pacientes não apresenta qualquer 
tipo de sintomas, e quando ocorrem, os sintomas mais comuns envolvem dor de cabeça, 
cansaço, falta de ar, sangramentos no nariz, dentre outros que normalmente caracterizam o 
mal estar. 
 O freqüente aumento da pressão arterial pode ocasionar outras disfunções no organismo e 
desencadear sérias doenças. Assim, a aterosclerose é o principal fator de risco, uma vez que 
qualquer artéria do corpo humano pode ser obstruída pela mesma, havendo complicações em 
vários órgãos, entre eles, coração: podendo desenvolver um infarto agudo no miocárdio, além 
de miocardiopatias e insuficiência cardíaca; cérebro: podendo ocorrer um acidente vascular 
cerebral, mais conhecido como AVC; rins: desencadeia a insuficiência renal;e olhos: reduz a 
visão do paciente e desencadeia outros problemas na retina. 
 A pressão arterial é representada pela força exercida pelo sangue contra as paredes 
arteriais, qualquer fator que contribua para que essa força seja elevada, sugere o quadro de 
hipertensão arterial, ou seja, o sangue precisa ser empurrado pelo coração com mais força e as 
paredes arteriais sofrem agressões. 
Mensuração da pressão arterial 
 A pressão arterial é obtida por uma aferição, e seus valores são expressos em milímetros de 
mercúrio. 
 A aferição da pressão arterial pode ser realizada através da via direta ou indireta. A medida 
direta pode ser obtida através de uma artéria ligada a um transdutor que deve registrar a 
pressão continuadamente, esse método permite obter o valor exato da pressão intra-arterial, 
mas não é utilizado pelo risco da técnica. 
 O método indireto é pela técnica auscultatória, pode ser realizada com aparelhos 
automáticos, esfigmomanômetro aneróide ou de mercúrio, a qual é a medida mais utilizada 
para se aferir a pressão arterial. O meio mais utilizado para se aferir a pressão arterial é o 
indireto. O esfigmomanômetro é formado pelo manguito, bolsa de borracha inflável revestida 
por tecido, manômetro para registro da pressão e sistema de válvulas, tubos e pêra de 
borracha, a qual permite a inflação e deflação. 
 Esse método consiste em impedir a passagem do sangue na artéria braquial, por meio da 
aplicação de uma pressão externa, com a deflação, ocorre a redução da pressão, no sistema 
até que a pressão de pico, gerada pela contração do ventrículo esquerdo impulsione o sangue 
na artéria, produzindo sons que serão auscultados pelo estetoscópio. 
 O ambiente onde se realiza a aferição deve ser calmo e ter temperatura agradável para que 
o indivíduo sinta-se relaxado. 
Tratamentos para a hipertensão 
 A hipertensão pode ser tratada de duas formas, por tratamento farmacológico que é com 
medicamentos que controlam a pressão alta como os diuréticos, bloqueadores beta-
adrenérgicos, antagonistas dos canais do cálcio, inibidores da enzima de conversão da 
angiotensina, entre outros. E a não farmacológica que pode ser com atividade física, que 
dependendo do grau da hipertensão pode ser controlada apenas com exercícios físicos, 
devidamente prescritos por um profissional da área, o controle do peso, não usar bebidas 
alcoólicas, mudança nos hábitos alimentares, diminuir a ingestão de sódio e gordura. 
Atividade física 
 Os indivíduos que mantém hábitos de vida saudáveis, como prática regular e sistemática de 
atividades físicas possuem maior probabilidade de manter o controle da pressão arterial. 
 As pessoas que apresentam hipertensão devem praticar atividades físicas regularmente, 
desde que estas atividades façam partes de programas monitorados por profissionais, sendo 
sempre submetidos à avaliação clínica prévia, mas para isto é necessário que o mesmo esteja 
com sua pressão arterial em equilíbrio, não descartando o cuidado de mantê-la sempre 
controlada durante as atividades. Mas a intensidade do exercício físico em hipertensos deve ser 
baixa, permitindo maior sucesso na obtenção dos efeitos hipotensores, já que a baixa 
intensidade provoca a diminuição da resistência vascular periférica, originada pela diminuição 
da vasoconstrição, potencialização das funções epiteliais e mudanças na estrutura da 
microcirculação do organismo humano. 
 Os exercícios sugeridos devem ser predominantemente aeróbios como, caminhar, correr, 
nadar, pedalar e dançar, com intensidade de leve a moderada e entre 40 a 60% da captação 
máxima de oxigênio, com freqüência cardíaca entre 60 a 80% da máxima, com duração de 30 a 
60 minutos por dia e no mínimo três vezes por semana. Se seguidos esses exercícios há uma 
diminuição de 10 a 20 mmhg (milímetros de mercúrio) na pressão arterial sistólica e entre 5 a 
15 mmhg para a pressão diastólica e pode até levar a uma normalização da pressão aos 
hipertensos leves e moderados, 
 O treinamento de força com cargas elevadas (força máxima) é potencialmente contra-
indicado por causa do risco de aumentos alarmantes da pressão durante as contrações. A 
utilização do treinamento de força com baixos valores de resistência e com padrões 
respiratórios adequados, pode ser benéfico, especialmente para as pessoas que precisam 
melhorar suas capacidades para realizar as tarefas do dia-a-dia. Recomenda-se não ultrapassar 
50% de 1 RM. Deve-se evitar ao máximo a apnéia durante a prática do exercício resistido, pois 
a mesma provoca a manobra de valsalva e conseqüentemente aumento abrupto da pressão 
arterial, podendo causar danos vasculares ou até mesmo cardíacos. 
 A prática regular de atividade física provoca adaptações fisiológicas no sistema 
cardiovascular, como o aumento do volume de oxigênio máximo e consequentemente a 
diminuição da pressão arterial. Isso leva ao controle da pressão, alem de trazer vários 
benefícios à saúde e o bem estar. 
Considerações finais 
 Com este estudo de referencial teórico sobre a hipertensão arterial percebe-se, que muitos 
indivíduos sabem que a atividade física é muito eficaz na prevenção, tratamento e reabilitação 
das doenças cardiovasculares, mas pare se ter bons resultados as pessoas hipertensas devem 
cuidar de sua alimentação, e aferirem sua pressão arterial freqüentemente. 
 Durante a realização de atividades físicas, os indivíduos devem estar acompanhados, por um 
profissional qualificado, e realizar as mesmas com intensidade leve a moderada. 
 O tratamento não farmacológico da hipertensão arterial está ganhando campo na atualidade. 
Indivíduos hipertensos estão adotando hábitos de vida saudáveis relacionados à alimentação e 
prática regular de exercícios físicos. Essa mudança na forma de conduzir a vida está fazendo 
com que pessoas acometidas pela hipertensão levem uma vida saudável e com menor 
morbidade. 
 Além dos benefícios fisiológicos descritos no texto, o tratamento não farmacológico da 
hipertensão provoca uma economia considerável em termos financeiros, já que a maioria dos 
medicamentos destinados ao controle da pressão arterial possui custo elevado.

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