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Escoamento em superfícies livres Escoamento em superfícies livres Conceito: Nos condutos livres ou canais, a característica principal é a presença da pressão atmosférica atuando sobre a superficie do líquido, em uma seção aberta. Escoamento em superfícies livres 5 Hidráulica dos Escoamentos Livres : (condutos livres) Aplicações: - Saneamento - Drenagem Urbana - Contenção e Previsão de Cheias - Irrigação - Hidro-eletricidade - Navegação - Qualidade da Água - Condução e Tratamento de Esgotos - Diagnósticos e Estudos de Impactos Ambientais - Conservação / Recuperação Ambiental 5 6 Classificação dos Escoamentos Livres Ocorrência dos Escoamentos Livres: Rios Estuários Canais Naturais Canais Artificiais Condutos fechados Circulares Retangulares Ovais Etc. Condutos abertos (escavados) Semi-circulares Retangulares Trapezoidais Triangulares Etc. 6 7 8 9 10 11 Escoamento Permanente: Q = cte Escoamento Permanente e Uniforme: Q = cte vmédia = cte y = cte ; (tirante de água) Escoamento Permanente e Variado: Q = cte A cte vmédia cte Escoamento Permanente Gradualmente Variado: Moderado Gradiente de Velocidades Escoamento Permanente Bruscamente Variado: Acentuado Gradiente de Velocidades Escoamento Não Permanente: Profundidade em uma dada seção varia ao longo do tempo. Ex.: enchimento e esvaziamento de eclusas, ondas do mar. Q cte 11 12 Casos Gerais dos Escoamentos Livres: Escoamentos Não Permanentes (Transitórios) Caso Particular Caso Geral Escoamentos Permanentes Escoamentos Não Permanentes (Transitórios) Escoamentos Permanentes Uniforme Variado Gradualmente Variado Bruscamente Variado Uniforme Variado Gradualmente Variado Bruscamente Variado Classificação dos Escoamentos Livres 12 13 Gradualmente Variado Bruscamente Variado Bruscamente Variado Uniforme Gradualmente Variado Remanso Ressalto Uniforme Classificação dos Escoamentos Livres EP EC F 13 14 15 y B A p Seção Transversal de um Escoamento Livre ym Rh = raio hidráulico ym = profundidade média 15 Exercício 16 17 Parâmetros Característicos de Seções Usuais 18 Parâmetros Característicos de Seções Usuais 19 Parâmetros Característicos de Seções Usuais 20 Parâmetros Característicos de Seções Usuais 21 Seções retangulares e trapezoidais são mais Comuns em canais abertos Trapezoidais preferidas algumas vezes por não necessitar de estruturas rígidas para estabilizar taludes Mas podem precisar de mais espaço nas laterais Canal do sertão em Alagoas 22 Seções circulares Vazões mais reduzidas redes de esgotamento sanitário e pluvial, bueiros Seções triangulares Canais de pequenas dimensões sarjetas rodoviárias e urbanas Seções irregullares? 23 24 25 26 Linha Energética i J I Seção Longitudinal de um Escoamento Livre y y1 y2 Plano de Referência z1 z1 (1) (2) E E1 E2 26 27 Regimes de Escoamento Assim, para uma dada Vazão Q a Energia Específica (E) é a distancia vertical entre o fundo do canal e a linha de energia, correspondendo à soma de duas parcelas, ambas funções de y Sendo a vazão constante e a área da seção função da profundidade, A = f(y), a energia específica dependerá apenas de y e então: 27 28 Regimes de Escoamento Ec yc + = E yf yt y E E1 = y E = E1 + E2 yf região do escoamento Subcrítico ou Fluvial ou Tranqüilo ou Superior yt região do escoamento Supercrítico ou Torrencial ou Rápido ou Inferior y E 28 29 Regimes de Escoamento Portanto, para uma dada vazão Q poderemos ter 3 situações em termos de regime de escoamento: Escoamento Crítico Escoamento Supercrítico Escoamento Subcrítico Como a vazão é a mesma, o que irá determinar o regime do escoamento será a declividade do fundo do canal Assim, para uma vazão constante escoando em canal prismático com profundidade superior à crítica, teremos um escoamento subcrítico Ao aumentarmos a declividade do fundo do canal observa-se um aumento da velocidade do escoamento. De acordo com a equação da continuidade, a esse aumento da velocidade corresponderá uma redução na profundidade do escoamento, podendo-se chegar a um ponto em que a profundidade atinge o seu valor crítico. Para esta situação tem-se, então, a Declividade Crítica A Declividade Crítica, portanto, é aquela à qual corresponde a Profundidade Crítica Declividades superiores à Crítica correspondem a Escoamentos Supercríticos, pois conduzem a profundidades de escoamento inferiores à crítica (y < yc) Declividades inferiores à Crítica correspondem a Escoamentos Subcríticos, pois conduzem a profundidades de escoamento superiores à crítica (y > yc) 29 30 Regimes de Escoamento Ao escoamento de uma dada vazão constante, em condições de profundidade e declividade crítica corresponderá, analogamente, a ocorrência de Velocidade Crítica Desse modo podemos dizer que para escoamento supercrítico corresponderá a velocidade supercrítica, e para o escoamento subcrítico a velocidade subcrítica Para cada valor de vazão escoando pelo canal corresponderá uma curva de Energia Específica, podendo-se ter, para um determinado canal, uma família de curvas de Energia Específica, com cada curva correspondendo a uma determinada vazão Q1 y E Q2 Q3 Q4 Vazões crescentes 30 31 Regimes de Escoamento Para uma determinada condição crítica do escoamento, em termos de profundidade, velocidade e declividade, corresponderá uma determinada Vazão Crítica Assim, de acordo com uma dada vazão escoando, um canal poderá funcionar nos regimes de escoamentos crítico, subcrítico ou supercrítico Em outras palavras, um mesmo canal poderá funcionar em escoamento crítico, supercrítico ou subcrítico, de acordo com a vazão em trânsito 31 32 Regimes de Escoamento O Número de Froude (Fr) Serve p/ caracterizar o escoamento onde: v : velocidade média Ym : profundidade média Tem-se então que para: Fr = 1 Escoamento Crítico (y = yc) Fr < 1 Escoamento Subcrítico (y > yc) Fr > 1 Escoamento Supercrítico (y < yc) 32 33 Regimes de Escoamento Caracterização e ocorrência do Escoamento Crítico: Tem-se então que: 33 34 Escoamentos Livres Regimes de Escoamento Exemplo 1: Um canal retangular, com 3m de largura, conduz a vazão de 3.600/s. Pede-se calcular a profundidade e a velocidade crítica. Solução: 3m yc A = 3 yc 34 35 Escoamentos Livres Regimes de Escoamento Exemplo 1: Um canal retangular, com 3m de largura, conduz a vazão de 3.600/s. Pede-se calcular a profundidade e a velocidade crítica. Solução: 3m yc A = 3 yc Cálculo da Profundidade Crítica: Cálculo da Velocidade Crítica: 35 36 Solução: b yc 1 2 B = b + 4yc Escoamentos Livres Regimes de Escoamento Exemplo 2: Um canal trapezoidal, com 5m de largura do leito e taludes de 1:2 (v:h), conduz a vazão de 50m3/s. Pede-se calcular a profundidade e a velocidade crítica. 36 37 Solução: b yc 1 2 B = b + 4yc Cálculo da Profundidade Crítica: Regimes de Escoamento Exemplo 2: Um canal trapezoidal, com 5m de largura do leito e taludes de 1:2 (v:h), conduz a vazão de 50m3/s. Pede-se calcular a profundidade e a velocidade crítica. Utilizando o comando Atingir Meta na planilha Excel obtém-se: yc = 1,72m Cálculo da Velocidade Crítica: 37 38 Linha Energética i = I Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme y y y (1) (2) E E1 E2 J = I I E 38 39 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme No escoamento permanente e uniforme nos condutos livres pode-se dizer que: Profundidade Área molhada da seção transversal Velocidade São constantes ao longo do conduto 39 40 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Fórmula de Manning: ou Onde: vé a velocidade média na seção transversal Q é a vazão no conduto livre Rh é o raio hidráulico I é a declividade do fundo do canal n é o coeficiente de rugosidade de Manning (dependente do material de constituição das paredes do canal) 40 41 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Valores de n para a Fórmula de Manning Existem na literatura especializada tabelas que relacionam os valores do coeficiente de rugosidade n da fórmula de Manning, com a natureza das paredes (perímetro molhado) dos canais, tanto para condutos naturais como artificiais As tabelas a seguir foram obtidas no livro Curso de Hidráulica, de Eurico Trindade Neves 41 42 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme - Valores de n para a Fórmula de Manning Natureza das Paredes Condições Muito boas Boas Regulares Más Tubos de ferro fundido sem revestimento 0,012 0,013 0,014 0,015 Idem, com revestimento de alcatrão 0,011 0,012* 0,013* - Tubos de ferro galvanizado 0,013 0,014 0,015 0,017 Tubos de bronze ou de vidro 0,009 0,010 0,011 0,013 Condutos de barro vitrificado, de esgotos 0,011 0,013* 0,015 0,017 Condutos de barro, de drenagem 0,011 0,012* 0,014* 0,017 Alvenaria de tijolos com argamassa de cimento; condutos de esgotos, de tijolos 0,012 0,013 0,015* 0,017 Superfícies de cimento alisado 0,010 0,011 0,012 0,013 Superfícies de argamassa de cimento 0,011 0,012 0,013* 0,015 Tubos de concreto 0,012 0,013 0,015 0,016 Valores de n para Condutos Livres Fechados * Valores aconselhados para projetos 42 Prof. Manoel Lucas UFRN (Hidráulica) 43 Escoamentos Livres Natureza das Paredes Condições Muito boas Boas Regulares Más Condutos de aduelas de madeira 0,010 0,011 0,012 0,013 Calhas de pranchas de madeira aplainada 0,010 0,012* 0,013 0,014 Idem, não aplainada 0,011 0,013* 0,014 0,015 Idem, com pranchões 0,012 0,015* 0,016 - Canais com revestimento de concreto 0,012 0,014* 0,016 0,018 Alvenaria de pedra argamassada 0,017 0,020 0,025 0,030 Alvenaria de pedra seca 0,025 0,033 0,033 0,035 Alvenaria de pedra aparelhada 0,013 0,014 0,015 0,017 Calhas metálicas lisas (semicirculares) 0,011 0,012 0,013 0,015 Idem corrugadas 0,0225 0,025 0,0275 0,030 Canais de terra, retilíneos e uniformes 0,017 0,020 0,0225* 0,025 Canais abertos em rocha, uniformes 0,025 0,030 0,033* 0,035 Idem, irregulares; ou de paredes de pedras 0,035 0,040 0,045 - Canais dragados 0,025 0,0275* 0,030 0,033 Canais curvilíneos e lamosos 0,0225 0,025* 0,0275 0,030 Canais com leito pedregoso e vegetação nos taludes 0,025 0,030 0,035* 0,040 Canais com fundo de terra e taludes empedrados 0,028 0,030 0,033 0,035 Valores de n para Condutos Livres Artificiais Aberto * Valores aconselhados para projetos Escoamento Permanente e Uniforme - Valores de n p/ Manning 43 44 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme - Valores de n para a Fórmula de Manning Arroios e Rios Condições Muito boas Boas Regulares Más (a) Limpos, retilíneos e uniformes 0,025 0,0275 0,030 0,033 (b) Idem a (a), porém com vegetação e pedras 0,030 0,033 0,035 0,040 (c) Com meandros, bancos e poços pouco profundos, limpos 0,035 0,040 0,045 0,050 (d) Idem a (c), águas baixas, declividades fracas 0,040 0,045 0,050 0,055 (e) Idem a (c), com vegetação e pedras 0,033 0,035 0,040 0,045 (f) Idem a (d), com pedras 0,045 0,050 0,055 0,060 (g) Com margens espraiadas, pouca vegetação 0,050 0,060 0,070 0,080 (h) Com margens espraiadas, muita vegetação 0,075 0,100 0,125 0,150 Valores de n para Condutos Livres Naturais Abertos (Arroios e Rios) 44 45 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme 45 46 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Limites aconselháveis de Velocidades para Escoamentos Livres 46 47 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Limites aconselháveis de Taludes das Margens para Escoamentos Livres 47 48 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Basicamente se tem 4 casos possíveis, considerando as variáveis Forma do Canal (Área), natureza das paredes do canal, Q, v, I: Casos Temos Queremos I n,forma do canal, A, I v,Q II n,forma do canal, A, Q v, I III n,forma do canal,Q,I v,A IV n,forma do canal,v,I Q,A Cálculo direto Cálculo iterativo 48 49 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Exemplo de cada um dos casos anteriores 49 50 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Exemplo: Formulação de Manning: – Caso I – Um canal escavado com paredes de alvenaria, possui seção transversal em formato trapezoidal, com base igual a 5m e talude das margens 1:2 (v;h). O coeficiente de rugosidade da equação de Manning é igual a 0,025 (ver tabela anterior). Sabendo-se que a profundidade d’água é de 3m e a declividade do fundo do canal é 0,45m/km, pede-se calcular a velocidade média e a vazão escoando pelo canal. b y 1 m B = b + 2 m y 50 51 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Dados Completos do Problema: Natureza das paredes do canal: alvenaria Forma da seção transversal: trapezoidal Coeficiente de rugosidade de Manning: 0,025 Vazão no canal: 54,33 m3/s Declividade do fundo do canal: 0,45 m/km b y 1 m B = b + 2 m y Largura da base da seção: 5,0 m Profundidade d’água: 3,0 m Talude das margens: 1:2 (v:h) 51 52 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Exemplo: Formulação de Manning: – Caso I – Um canal escavado com paredes de alvenaria, possui seção transversal em formato trapezoidal, com base igual a 5m e talude das margens 1:2 (v;h). O coeficiente de rugosidade da equação de Manning é igual a 0,025 (ver tabela anterior). Sabendo-se que a profundidade d’água é de 3m e a declividade do fundo do canal é 0,45m/km, pede-se calcular a velocidade média e a vazão escoando pelo canal. Solução: b y 1 m B = b + 2 m y 52 53 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Formulação de Manning: – Caso II – b y 1 m B = b + 2 m y Exemplo: Um canal escavado com paredes de alvenaria, possui seção transversal em formato trapezoidal, com base igual a 5m e talude das margens 1:2 (v;h). O coeficiente de rugosidade da equação de Manning é igual a 0,025 (ver tabela anterior). Sabendo-se que a vazão escoando pelo canal é 54,33 m3/s e a profundidade d’água é de 3m, pede-se calcular a declividade do fundo do canal e a velocidade média do escoamento. 53 54 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Formulação de Manning: – Caso II – b y 1 m B = b + 2 m y Exemplo: Um canal escavado com paredes de alvenaria, possui seção transversal em formato trapezoidal, com base igual a 5m e talude das margens 1:2 (v;h). O coeficiente de rugosidade da equação de Manning é igual a 0,025 (ver tabela anterior). Sabendo-se que a vazão escoando pelo canal é 54,33 m3/s e a profundidade d’água é de 3m, pede-se calcular a declividade do fundo do canal e a velocidade média do escoamento. Solução: 54 55 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Formulação de Manning: – Caso III – b y 1 m B = b + 2 m y Exemplo: Um canal escavado com paredes de alvenaria, possui seção transversal em formato trapezoidal, com base igual a 5m e talude das margens 1:2 (v;h). O coeficiente de rugosidade da equação de Manning é igual a 0,025 (ver tabela anterior). Sabendo-se que a vazão escoando pelo canal é 54,33 m3/s e a declividade do fundo do canal é 0,45 m/km, pede-se calcular a profundidade d’água e a velocidade média do escoamento. 55 56 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Formulação de Manning: – Caso III – b y 1 m B = b + 2 m y Exemplo: Um canal escavado com paredes de alvenaria, possui seção transversal em formato trapezoidal, com base igual a 5m e talude das margens 1:2 (v;h).O coeficiente de rugosidade da equação de Manning é igual a 0,025 (ver tabela anterior). Sabendo-se que a vazão escoando pelo canal é 54,33 m3/s e a declividade do fundo do canal é 0,45 m/km, pede-se calcular a profundidade d’água e a velocidade média do escoamento. Solução: Manning: 56 Prof. Manoel Lucas UFRN (Hidráulica) 57 Escoamentos Livres Escoamento Permanente e Uniforme Formulação de Manning: – Caso IV – b y 1 m B = b + 2 m y Exemplo: Um canal escavado com paredes de alvenaria, possui seção transversal em formato trapezoidal, com base igual a 5m e talude das margens 1:2 (v;h). O coeficiente de rugosidade da equação de Manning é igual a 0,025 (ver tabela anterior). Sabendo-se que a a velocidade média do escoamento é 1,6463 m/s e a declividade do fundo do canal é 0,45 m/km, pede-se calcular a vazão escoando pelo canal e a profundidade d’água do mesmo. Solução: Manning: 57
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