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Direito Civil II P2

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Direito Civil – P2 – 20/04/18
DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Trata-se da hipótese em que o negócio jurídico está de alguma forma viciado. Os defeitos 
do NEGÓCIO JURÍDICO apresentam-se de duas formas.
A) Vícios do CONSENTIMENTO: A manifestação de vontade do agente não corresponde 
à sua íntima e verdadeira intenção. Existe uma mácula na vontade declarada, causando 
divergência entre a vontade que se percebe manifestada e o real desejo do declarante. 
EX.: Erro, Dolo, Coação, Lesão, Estado de perigo.
B) Vícios SOCIAIS: O agente manifesta sua vontade exatamente como deseja. É 
exteriorizada conforme a sua intenção real. Todavia, o que deseja com sua manifestação 
de vontade é burlar a lei. Trata-se de VÍCIO EXTERNO, de alcance social. É a 
manifestação de vontade, consciente, cujo a intenção é a de prejudicar terceiros. EX.: 
Fraude contra credores é simulação.
OBS.: A legislação (CC/02) não trata da matéria, apenas a DOUTRINA!
VÍCIOS DO CONSENTIMENTO
ERRO(Art.138) – Conceito – É a falsa ideia que se tem da realidade.
Também pode ser chamado de ignorância e neste caso está o completo desconhecimento
da realidade. Só serão ANULÁVEIS os NEGÓCIOS JURÍDICOS. Viciados por: Erro 
substancial, erro escusável e erro real.
• Erro escusável – é o erro desculpável, ou seja, a parte deveria ter percebido o 
ERRO com uma conduta diligente, caso não tenha o erro será inescusável.
• Erro substancial(Art.139) – É o erro sobre aspectos relevantes do NEGÓCIO 
JURÍDICO a ponto de, caso a realidade fosse compreendida, o NEGÓCIO 
JURÍDICO não seria realizado.
*O erro provoca a ANULABILIDADE
* Erro substancial é o erro grave, que afeta.
ERRO SUBSTANCIAL
A) ERROR IN IPSO NEGOTIO: Refere-se a natureza do negócio celebrado.
EX.: Contrato de compra e venda no qual o agente imagina celebrar doação ou encargo.
B) ERROR IN IPSO CORPORE: É o erro que recai sobre o objeto principal da declaração 
de vontade do NEGÓCIO JURÍDICO. EX.: A pessoa imagina adquirir um quadro de Pablo
Picasso, quando na realidade é de outro pintor.
C) ERROR IN CORPORE: Quando o erro incide sobre a qualidade do objeto. EX.: Pessoa
que compra um colar de pérolas e que na verdade é puro plástico.
D) ERROR IN PERSONA: Quando o erro recai sobre as qualidades essenciais da 
pessoa. EX.: Pessoa que faz uma doação para alguém que se passa por mendigo.
E) ERROR IN JURIS: É o erro de direito, não importando em recusa da lei, pode-se dar 
quando a pessoa desconhece a norma local ou quando a norma não é mais válida. EX.: 
Pessoa que adquire um imóvel residencial urbano, mas ignora que o tamanho do mesmo 
é inferior a um modelo urbano, não podendo, fracionar esse imóvel para venda.
 ANOTAÇÃO PRÓPRIA/EXPLICAÇÃO/Importante(ATENÇÃO)/EXEMPLOS
P2 – 25/04/18
*Falso motivo Art.140 CC/02:
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão 
determinante.
Em regra não invalida o Negócio Jurídico. Poderá ser anulado apenas quando expresso 
no Negócio Jurídico como condição determinante. Faz-se um investimento, por exemplo 
acreditando na valorização de uma área urbana, porém não há a valorização esperada, 
nesse caso o Negócio Jurídico permanece válido.
*Transmissão de vontade(Art.141):
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos
casos em que o é a declaração direta.
Caso a pessoa utilize meios para transmitir a sua vontade e esses meios falharem ou não 
transmitirem de forma adequada a vontade, o Negócio Jurídico PODERÁ ser anulado, 
desde que o erro seja SUBSTANCIAL.
OBS.: Não se anulará os resultados se decorrerem de:
a) Erro acidental(Art.142 CC/02):
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de 
vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder 
identificar a coisa ou pessoa cogitada.
É a indicação da pessoa ou da coisa errada, mas que facilmente se consegue identificar a
coisa ou a pessoa correta.
EX.: Detalhe na escrita do nome da pessoa indicada.
b) Erro de cálculo(Art.143): 
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
Não anula a vontade, apenas determina a retificação.
EX.: Erros aritméticos, ou de peso ou de medida.
c) Cumprimento da vontade(Art.144):
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a 
manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da 
vontade real do manifestante.
Ocorre quando um erro se identifica na entrega de uma coisa em que a outra parte 
apenas cumpre a obrigação nos termos da vontade.
EX.: Compra e venda de um apartamento em condomínio, em que, um apartamento (701)
do 7° andar seria entregue ao adquirente, mas, na verdade, está previsto no contrato que 
o apartamento seria de n° (601). Se o apartamento entregue for o de n° (701) confirma-se
a vontade, alterando/ratificando o que está escrito no contrato.
P2 – 27/04/18
OBS.: Outra característica do erro, além de essencialidade, é a espontaneidade: O erro 
parte do próprio declarante. O agente se enganou sem nenhuma interferência externa.
* Se houver induzimento ao Erro, haverá a configuração de Dolo.
Dolo: Art.145: São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
É a vontade livre e consciente de induzir alguém a praticar um ato que lhe é prejudicial, 
mas que aproveita(favorece) ao autor do Dolo ou a terceiros. O agente é induzido a se 
equivocar em razão de manobras astuciosas, ardilosas, maliciosas e de má-fé 
provocadas por outrem. É o Erro intencionalmente provocado por terceiros.
OBS.: Não é necessário que exista prejuízo para aquele que foi induzido ao erro. Basta a 
existência comprovada do artifício, manobra ou ardil utilizado tenha sido suficiente para 
que o agente celebre um Negócio Jurídico por engano que, em condições regulares, não 
celebraria.
OBS.: Quando o Negócio Jurídico for concluído com Dolo este será anulável.
O Dolo pode ser dividido em:
a) Dolus Bonus – É o Dolo tolerável pelo Direito, não induzindo à Anulabilidade. EX.: O 
CDC não admite DOLUS BONUS, por isso o fornecedor não pode enganar o consumidor.
b) Dolus Malus – É o Dolo real, combatido pelo Direito, que provoca efeitos prejudiciais e 
contrários a BOA FÉ. Existe a vontade de iludir para viciar o consentimento, causando 
prejuízo para a parte contrária que celebrar um N.J. desnecessariamente.
c) Dolo acidental – Art.146: O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e 
é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
É a espécie de Dolo que leva a vítima a realizar um N.J. em condições mais onerosas ou 
menos vantajosas, não acarretando a anulação do N.J., apenas a indenização. EX.: 
Vendedor que aplica índice diverso do legal ou contratualmente estabelecido.
b) Dolo omissivo: Caracteriza-se pelo silêncio intencional de uma das partes sobre o fato 
ou qualidade do objeto sobre o qual se estabelece a declaração de vontade. EX.: A venda 
de um carro com um amassado estético na lataria, mas que foi plenamente retificado pelo
vendedor de modo que não se perceba o vício e não comprometa a normal utilização do 
bem.
e) Dolo de terceiro – Art.148: Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de 
terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso 
contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as 
perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Somente será anulável se uma das partes sabia do Dolo provocado por terceiro e, 
intencionalmente, deixou de comunicar a outra parte. Caso contrário apenas acarretará 
direito à indenização.
Terceiro – Aquele que não participe do N.J. mas que, de certa forma, pode influenciar na 
celebração do N.J. EX.: O terceiro que afirma que determinada pintura é deautoria de 
Portinari e, o vendedor sabendo da falsidade dessa afirmação não orienta ao comprador 
do fato inverídico. O N.J. será ANULÁVEL.
Dolo do representante legal(Pai, Mãe, Tutor, Curador) Art.149: O dolo do representante 
legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a 
importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o 
representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
Somente obriga o representado até o limite em que este foi beneficiado pelo Dolo. A regra
é a não punição do representado, pois não escolheu seu representante. Foi a lei que o 
determinou.
Dolo do representante condicional Art.149 – Obriga o representante e o representado 
perante a parte que de Boa Fé celebrou o N.J.
Haverá ação de regresso contra o representante, se o representado não foi cúmplice.
Aplicação da culpa IN ELIGENDO e IN VIGINANDO.
Dolo de ambas as partes Art.150 - Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma 
pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
Não haverá anulação do N.J. nem indenização, pois ambas as partes agiram de MÁ FÉ.
P2 – 02/05/18
Coação – Art.151 - A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta
ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, 
ou aos seus bens.
§ único - Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com 
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. 
Conceito – É caracterizada pela violência psicológica com a finalidade de viciar a vontade.
“É toda ameaça ou pressão exercida sobre o indivíduo para forçá-lo, contra sua vontade, 
a praticar um ato ou realizar um negócio”. (Carlos Roberto Gonçalves)
Requisitos da Coação – Art.151 - A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser
tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à
sua família, ou aos seus bens.
§ único - Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com 
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
a) Causa do Ato: Deve existir elemento de causalidade entre o ato coator e a obtenção do
N.J. O N.J deve ser motivado e celebrado por conta da coação.
b) Gravidade da Coação: A pressão psicológica sobre o indivíduo coagido deve ser de tal 
intensidade que a parte coagida não tenha alternativa senão firmar o N.J atingindo 
pessoa, família, ou seus bens.
Caso a Coação seja exercida sobre pessoa que não seja membro da família do coagido, 
o Juiz decide se existe ou não o vício.
OBS.: O caso concreto determinará a existência ou não da coação. Não será considerado
a noção de: “homem médio”, pois em determinada circunstância o “homem médio” não se
sentirá coagido. 
Art.152 - No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, 
o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na 
gravidade dela.
*Só existirá coação se houver ameaça de realização de coisa ilícita. Não é considerado 
ameaça a simples reverência.
EX.: Temor, de magoar os pais ou de contrariar chefes religiosos.
Art.153 - Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o 
simples temor reverencial.
*Coação exercida por terceiro vicia o N.J se a parte sabe ou deveria saber da coação, 
recaindo a responsabilidade solidária sobre o terceiro coator e sobre a parte que se 
aproveitar. Caso a parte que aproveita da coação desconheça ou não deveria saber da 
coação, o N.J permanece válido.
Art.154 - Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou 
devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com 
aquele por perdas e danos.
Art.155 - Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte 
a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação 
responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
*Estado de perigo – Equipara-se ao Estado de necessidade que ocorre quando, em 
virtude de uma situação grave e iminente e conhecido pela outra parte, cujo os efeitos 
incidirão sobre a pessoa ou alguém de sua família, a parte assume obrigações 
excessivamente onerosa com intuito de evitar o perigo.
Art.156 - Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de 
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume 
obrigação excessivamente onerosa.
§ único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá 
segundo as circunstâncias. 
*O CC/02 determina a anulabilidade do N.J quando o incidente, o Estado de perigo, por 
entender que o necessitado(vitima) não se encontra em condições psicológicas de 
declarar livremente a sua vontade.
OBS.: Caso o Estado de Perigo recaia sobre a pessoa não pertencente a família ainda 
assim poderá o N.J ser anulado, sendo indispensável uma decisão judicial nesse sentido.
Art.156 - § único: Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz 
decidirá segundo as circunstâncias.
*Lesão: Ocorre quando alguém obtêm lucro exagerado e desproporcional, aproveitando-
se da inexperiência ou da necessidade da parte.
Art.157 - Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da 
prestação oposta.
Elementos essenciais da Lesão:
a) Elemento Objetivo – Manifesta desproporção da contraprestação;
b) Elemento Subjetivo – Inexperiência ou Estado de Necessidade da Pessoa.
*Na existência dos dois requisitos o contrato é passível de anulação mesmo que o 
beneficiário não tenha conhecimento da inexperiência ou do Estado de necessidade da 
pessoa lesada, ainda assim o N.J pode ser anulado.
O legislador privilegiou a proteção do lesado, e não a punição do beneficiado.
OBS.: Caso o lesado receba um complemento da obrigação ou uma sujeição na 
contraprestação desproporcional o N.J não será anulado.
Art.157, §2° Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento 
suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
P2 – 04/05/18
Vício Social
Fraude contra credores(F.C.C): Não é considerada um vício do consentimento, pois 
nestes as partes realizam um N.J. que não corresponde à sua real vontade.
Na F.C.C as partes realizam um N.J. expressando a sua real vontade, cujo objetivo é o de
provocar prejuízos a terceiros(credores). Por isso a F.C.C. é considerada um vício social.
Configura-se a F.C.C. quando o devedor insolente ou que em virtude dos N.J. de 
transmissão de bens se tornar insolvente.
Negócios dessa natureza violam o princípio da responsabilidade patrimonial. Caso o 
patrimônio do devedor seja suficiente para saldar as dívidas, o devedor solvente poderá 
dispor livremente do seu patrimônio.
Hipóteses legais:
a) Art.158 - Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os 
praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o 
ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus 
direitos.
Art.159 - Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, 
quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro 
contratante.
*Tanto nas transmissões onerosas como nas gratuitas poderá ocorrer fraude contra 
credores.
 
b) Art.162 - O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da 
dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se 
tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.
*Também haverá F.C.C. quando um credor quirografário da dívida não vencida recebe do 
devedor insolvente. Ficará o credor obrigado a repor ao acervo o que recebeu, pois a 
intenção da leié colocar todos os credores em pé de igualdade. Caso a dívida já estiver 
vencida o pagamento é considerado normal.
*Credor quirografário – É o credor que não possui direito real de garantia, seus créditos 
estão representados apenas por títulos advindos de relações obrigacionais. EX.: 
Cheques, duplicatas, notas promissórias e etc.
c) Art.163 - Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de 
dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Art.165 - Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito 
do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
*A F.C.C. também existe quando o devedor insolente da garantia da dívida(hipotécio, 
penhor, anticrese) privilegiando algum credor. Não se invalida o N.J. nesse caso, mas 
apenas a garantia dada.
OBS.: Serão considerados de Boa Fé os N.J. ordinários praticados, pelo devedor 
insolvente. EX.: Um empresário insolvente pode vender mercadorias de sua loja, estando 
proibido de vender o estabelecimento.
Art.164 - Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis 
à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do 
devedor e de sua família.
OBS.: Caso o adquirente não tenha pagado pelos bens o devedor insolvente o vendeu, o 
N.J. poderá ser válido se depositar o valor real da coisa em juízo e solicitar a citação de 
todos os interessados. 
Art.160 - Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e 
este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a 
citação de todos os interessados.
§ Único - Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que 
lhes corresponda ao valor real.
Ação Pauliana(Ação anulatória)
Art.161 - A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor 
insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou 
terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.
Art.165 - Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito 
do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
*O CC/02 determina que em caso de F.C.C. pode-se pleitear a anulação dos N.J. 
mediante ação revogatória ou pauliana(anulatória), devendo obedecer os seguintes 
requisitos:
1° O crédito do autor deve ser anterior ao ato fraudulento;
2° Que o ato que se pretenda revogar tenha provocado prejuízos;
3° Que haja a intenção de fraudar resumida pela consciência do estado de insolvência;
4° Prova de insolvência.
OBS.: O objetivo principal da ação Pauliana é revogar N.J. lesivos aos interesses dos 
credores. Poderá ser proposta pelos interessados contra o devedor insolvente, contra a 
pessoa que com ele celebrou o negócio fraudulento ou contra os adquirentes de Má Fé, 
retornando os bens alienados ao patrimônio do insolvente para que possam satisfazer os 
débitos contraídos.
P2 – 16/05/18
Nulidades dos Negócios Jurídicos – A expressão Nulidades dos Negócios Jurídicos 
compreende a Nulidade e a Anulabilidade, sendo utilizada para designar os negócios que 
não produzem os efeitos desejados pelas partes. A nulidade é dividida em Absoluta e 
Relativa.
1 – Absoluta – São situações que a legislação determina que os negócios jurídicos não 
produzirão nenhum efeito jurídico por violarem gravemente os princípios da ordem 
pública. Não terão eficácia para o Direito os atos viciados pela nulidade absoluta. Art.166-
170; Art.1.428 e 1.548;
OBS.: A nulidade absoluta é uma sanção imposta pela norma, quando o sujeito não 
observa a sua previsão. É como se o N.J nunca tivesse existido para o Direito(EFEITO 
EX-TUNC).
2 – Relativa ou Anulabilidade – São os atos jurídicos passiveis de anulação, pois estão 
presentes vícios que podem ensejar(provocar) sua invalidade, todavia esses vícios podem
ser eliminados, reestabelecendo a normalidade.
OBS.: A decretação da anulabilidade(feito pelo juiz) provoca efeito EX-NUNC, produzindo 
ao N.J efeitos válidos até o momento da decretação da anulabilidade.
EX.: Art.171 a 180.
OBS.: Tem-se que a anulabilidade pode ocorrer:
a) Se o ato for praticado por relativamente incapaz;
b) Se os atos praticados forem decorrentes de erro, dolo, coação, Estado de perigo, 
lesões e fraudes contra credores;
c) Se a lei assim o declarar levando em consideração condenações particulares. EX.:
(Art.1.650, 117, 1.550).
3 – Efeitos da Nulidade – Tanto a Nulidade quanto a anulabilidade pretendem tornar o N.J 
viciado inoperante, respeitando os efeitos EX-TUNC ou EX-NUNC, conforme o caso.
OBS.: Em ambos os casos a decisão deverá ser protegida judicialmente, cujo objetivo é 
reestabelecer o estado em que se encontrava antes do N.J nulo ou anulável(Status 
Quoante). Caso não seja possível o retorno do estado anterior, por não mais existir a 
coisa ou ser inviável a reconstituição da situação jurídica, o lesado será indenizado 
equitativamente(com o equivalente) Art.182.
Exceção – O incapaz não tem obrigação de restituir aquilo que recebeu em razão de um 
N.J anulado, salvo se o interessado provar que o valor se reverteu em favor do incapaz. 
EX.: Art.181.
Art.1.214 e 1.219 – O possuidor de Boa Fé poderá fruir das vantagens que lhe são 
inerentes(frutos e bem feitorias).
OBS.: A nulidade de algum instrumento não essencial não invalida o ato. Caso o 
instrumento seja essencial o N.J será nulo. Se a nulidade for parcial(relativa) em regra o 
N.J ou o ato, dependendo da vontade das partes, não será nulo na parte válida caso a 
obrigação possa ser reparado.
A nulidade de obrigação principal inválida os acessórios, porém a nulidade dos N.J 
acessórios, em regra não inválida a obrigação principal.
Distinção entre nulidade e anulabilidade
ABSOLUTA RELATIVA
Decretada no interesse da coletividade 
tendo alcance geral e efeitos erga omnes 
(CC, art.168, § único).
Pronunciada em atenção ao interesse do 
interessado, restringindo seus efeitos aos 
que a alegaram (CC, art.177).
Pode ser alegada por qualquer interessado,
pelo Ministério Público e até mesmo de 
ofício pelo Juiz (CC, art.168, § único).
Somente pode ser alegada pela parte 
prejudicada, valendo somente para que a 
alegou, com exceção das obrigações 
indivisíveis ou solidárias (CC, arts.257 a 
285).
Não pode ser suprida pelo Juiz, mesmo no 
interesse das partes (CC, art.168, § único), 
são insuscetível de confirmação, nem 
convalesce com o decurso do tempo (CC, 
art.169).
Nulidade Relativa pode ser convalidada 
pelo magistrado, pelas partes, salvo direito 
de terceiro (CC, art.172).
Nulidade – A nulidade é vício insanável, nem mesmo o decurso do tempo a convalesce, 
de sorte que a ação respectiva é imprescritível;
Anulabilidade – A anulabilidade pode ser objeto de convalescença e a nulidade de 
conversão. Haverá convalescença da anulabilidade na confirmação; na convalidação e na
decadência.
5 – Conversão do ato negocial nulo – O ato mulo, em razão princípio da preservação 
negocial pode ser convertido em outro ato de natureza diferente, desde que seja possível 
e que isso não seja proibido taxativamente.
EX.: Pode-se transformar uma compra e venda nula por efeito de forma em um 
compromisso de compra e venda.
EX.: Uma nota promissória nula por falta de requisito formal, pode se transformar em 
confissão de dívida.
EX.: Uma doação de bem inalienável pode se transformar em uso fruto.
OBS.: Convertido o ato negocial nulo não se estará vinculado a vontade das partes, nem 
se presumindo que eles pretendem outro N.J, mas tão somente estarão sendo oferecidas 
alternativas de obtenção da penalidade perseguida.
P2 – 18/05/18
5.1 – Requisitos para conversão própria:
1º Ineficácia da declaração volitiva dos contratantes;
2º Presença no N.j originário, de formalismos exigidos para a execução do novo N.J;3º Presunção hipotética, auferida pela manifestação de vontade de que as partes 
escolheram o novo negócio se tiveram conhecimento que o N.J originário realizado é 
nulo.
5.2 – Não ocorre a conversão:
1º Nas hipóteses em que a lei determinar a conversão, pois se tem a conversão 
legal(obrigatória);
2º Formas múltiplas: Quando existem duas ou mais formas de conversão e as partes 
escolhem a forma mais rigorosa, porém esta é cumprida de forma defeituosa.

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