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5 - DIREITO SOCIETÁRIO - PARTE 1 (1)

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DIREITO EMPRESARIAL I
MATERIAL 05
DIREITO SOCIETÁRIO – PARTE 01
Profº. Me. Arnaldo Maranhão Neto
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DIREITO SOCIETÁRIO
Não se deve confundir sociedade com pessoa jurídica. 
Pessoa jurídica = ente criado pelo direito e dotado de personalidade jurídica idêntica à concedida às pessoas naturais, não se confundindo com a pessoa de seus sócios.
As pessoas jurídicas podem ser de Direito Público (interno e externo) e Direito Privado: 
Direito Público Interno = União, Estados-membros, Distrito Federal e Territórios, Municípios, bem como suas Empresas Públicas e Autarquias criadas por lei.
Direito Público Externo = Estados estrangeiros e Organismos internacionais.
Direito Privado (art. 44, CC) = Associações, Fundações, Sociedades, Entidades religiosas, EIRELI e Partidos políticos. 
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EIRELI # Sociedade
Em pese grande discussão jurídica acerca da natureza jurídica da EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada), se novo ente de direito privado ou sociedade unipessoal, predomina entendimento doutrinário de que se trata de nova pessoa jurídica, conforme enunciado de n.º 469 do Conselho de Justiça Federal.
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Principais tipos societários:
1) Sociedade simples
2) Sociedade em conta de participação
3) Sociedade em nome coletivo
4) Sociedade em comandita simples
5) Sociedade limitada
6) Sociedade cooperativa
7) Sociedade Anônima
8) Sociedade em comandita por ações 
OBS: Embora o CC/02 mencione a sociedade anônima (arts. 1.088 e 1.089 do CC) e a sociedade em comandita por ações (arts. 1.090 a 1.092 do CC), estes tipos societários são regidos pela lei n.º 6.404/76 (Lei da S/A), aplicando-se o Código Civil somente quando a lei especial for omissa (1.089 do CC). A mesma ideia se aplica às sociedades cooperativas, que também contam com legislação especial, a lei n.º 5.764/71, aplicando-se o CC/02 quando omissa.
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Classificação das sociedades:
1) Quanto à espécie:
A) Sociedades Simples (Incluindo as SOCIEDADES COOPERATIVAS, vide art. 982, Parágrafo único, CC)
Fim Primário = Intelectual/Moral
Fim secundário = Lucro
B) Sociedades Empresárias
Fim Único = Lucro
Cuidado: SIMPLES (SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO) # SIMPLES (ESPÉCIE DE SOCIEDADE)
2) Quanto à constituição (formalização) societária:
A) Contratual = Sociedades limitadas, em nome coletivo e de comandita simples.
Contrato Social (democrático/mutável)
B) Estatutária ou institucional = Sociedade anônima e de comandita por ações.
Estatuto Social (impositivo)
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Classificação das sociedades:
3) Quanto à dependência da qualidade subjetiva dos sócios:
A) De pessoas = Geralmente as sociedades contratuais (sociedades limitadas, em nome coletivo e de comandita simples).
“Affectio Societatis” (afeição entre os empreendedores-sócios, vínculo de confiança)
B) De capital = Geralmente as sociedades estatutárias (sociedade anônima e de comandita por ações).
“Affectio Pecunia”
Cuidado: Sociedade Cooperativa é uma sociedade simples, de pessoas e institucional, pois é regida por estatuto societário.
4) Quanto à responsabilidade participativa dos sócios: 
A) Limitada = a própria sociedade limitada e a sociedade anônima.
Risco baixo
B) Mista = sociedade em conta de participação, de comandita simples e de comandita por ações.
Risco moderado/médio
C) Ilimitada = sociedade em comum, em nome coletivo e sociedade simples.
Risco alto/absoluto
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5) Quanto à criação:
A) Sociedades não personificadas (despersonificadas)
B) Sociedades personificadas
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Aplicação do Direito Societário – Parte Geral:
1) Princípio da pluralidade dos sócios
2) Responsabilidade dos sócios
3) Autonomia patrimonial
4) Desconsideração da personalidade jurídica 
5) Desconsideração inversa
1) Princípio da pluralidade dos sócios
Vigora entre nós o princípio da pluralidade de sócios, segundo o qual, para formar uma sociedade é necessário haver a comunhão de pelo menos duas pessoas. Há, porém, algumas exceções, senão vejamos:
a) Sociedade subsidiária integral (art. 251, Lei 6.404/76) — É uma espécie de sociedade anônima que só tem um acionista, que tem que ser pessoa jurídica e nacional. A unipessoalidade é originária e permanente.
b) Empresa pública (art. 37, XIX, CF/88) — É uma espécie de sociedade que só conta com um único sócio, qual seja, o ente federativo que o criou por lei (União, Estado ou Município). Sua unipessoalidade é originária e permanente.
c) Hipótese do Art. 1.033, IV, CC/02 — Quando faltar pluralidade de sócios, a sociedade poderá subsistir por até 180 dias. Nesse caso a falta de pluralidade é superveniente e, portanto transitória.
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2) Responsabilidade dos Sócios
 Na hipótese de possível responsabilização dos sócios pelas dívidas sociais caso tenham responsabilidade ilimitada, a responsabilização deles ocorre de forma subsidiária, ou seja, os credores precisam executar os bens da sociedade antes de perseguir os bens dos sócios (Art. 1.024 CC). 
Já na hipótese de responsabilidade limitada dos sócios pelas obrigações sociais, a responsabilidade é no limite da quota individual de cada um.
3) Autonomia patrimonial
A pessoa jurídica (sociedade) regularmente constituída e levada ao registro adquire personalidade jurídica (Art. 45 c/c Art. 985 CC) que é a capacidade genérica de ser sujeito de direitos e obrigações. A sociedade passa a ter existência autônoma, independente de seus sócios. O principal efeito da personalidade jurídica é a autonomia patrimonial, pois todo ser dotado de personalidade tem patrimônio.
Registro → Personalidade jurídica → Autonomia patrimonial
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4) Desconsideração da personalidade jurídica (disregard of legal entity)
A pessoa jurídica é constituída para atingir um determinado objetivo que os sócios individualmente não poderiam alcançar. Para isso, se devidamente registrada, passará a gozar de personalidade jurídica e patrimônio próprio, distinto dos sócios. 
Como todas as pessoas, a sociedade é a responsável pelas obrigações que contrair. Os sócios, de responsabilidade limitada, só respondem na medida de suas participações (cotas ou ações). Porém, é comum haver situações nas quais os sócios se valem dessa “blindagem” patrimonial para fraudar a lei. Nesses casos, está autorizada a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica para alcançar o sócio/ administrador que cometeu a fraude.
Essa teoria buscar mudar o centro de imputação de responsabilidade por certas e determinadas obrigações. Dito de outra maneira: a obrigação que recairia sobre a sociedade recairá sobre o sócio.
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Há 4 (quatro) previsões dessa teoria no nosso ordenamento, a saber:
a) Art. 28, caput e § 5°, lei 8.078/90 (CDC)
b) Art. 4°, lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais)
c) Art. 34, lei 12.529/2011 (Lei Antitruste)
d) Art. 50, Código Civil
Há 2 (duas) teorias da desconsideração:
1) Teoria Maior — art. 50, CC
2) Teoria Menor — art. 28, caput e 5°, CDC
Pela Teoria Maior defendida pelo Código Civil, para que haja aplicação da teoria da desconsideração, é necessário que haja abuso da personalidade jurídica. Mas como se comete esse abuso? Através de desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
Já pela Teoria Menor, não se exigem requisitos tão rígidos, bastando que se verifique uma das situações previstas no caput do art. 28 do CDC ou no seu § 5°, como por exemplo, má administração, excesso de poder, ato ilícito etc. De qualquer modo, todas as vezes que estivermos diante de uma relação de consumo e a pessoa jurídica não tiver como ressarcir o consumidor lesado, caberá aplicação da desconsideração da personalidade jurídica para responsabilizar os sócios. A lei de crimes ambientais e antitruste seguiram essa mesma sistemática.
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Quando a desconsideração é aplicada com fulcro no CDC (Teoria Menor), todos os sócios podem ser alcançados.
A desconsideração é incidental, episódica, casuística. Aplica-se a teoria para alcançar o sócio que cometeu a fraude e depois a sociedade continua com a sua existêncianormal. A desconsideração não acarreta a dissolução da sociedade.
O Incidente de Desconsideração de Personalidade Jurídica previsto no Art. 50 do CPC:
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores sócios da pessoa jurídica. 
Aspectos procedimentais: a) Obrigatoriedade do respeito ao contraditório; b) Veda-se a atuação oficiosa do juiz; c) é cabível tal incidente em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução de título executivo extrajudicial; d) impõe ao juiz o dever de, uma vez instaurado o incidente, determinar a anotação, no cartório do distribuidor, dos dados relativos não só ao fato de que o incidente foi instaurado, como também o registro de quem são o requerente e o requerido.
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Efeitos processuais da desconsideração:
1º) A decisão de desconsideração da personalidade jurídica opera como principal efeito processual a inserção de um terceiro na posição de responsável, mesmo sem ser devedor. Ocorrerá o direcionamento da responsabilidade para atingir o patrimônio do sócio ou pessoa jurídica, ao permitir que a atividade executiva (prática de atos expropriatórios) alcance também tais núcleos patrimoniais, desde que sejam passíveis de penhora.
2º) O segundo efeito processual da desconsideração da personalidade jurídica está previsto no art. 137 do CPC em vigor, o qual prescreve que “acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou oneração de bens, havida em fraude à execução, será ineficaz em relação ao requerente”.
Cabe registrar que o STJ entende que a desconsideração da personalidade jurídica não tem o condão de afastar as regras de impenhorabilidade do bem de família (RESp. n. 1.433.636-SP). 
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5) Desconsideração inversa (ou às avessas)
O Art. 133,§ 2º do CPC determina que se aplique a hipótese. Evita-se que o sócio esvazie seu patrimônio pessoal e o integralize na empresa com vistas a protegê-lo da excursão patrimonial dos seus credores.
Geralmente, quando desconsideramos a personalidade jurídica, buscamos alcançar um sócio que se esconde atrás da autonomia da sociedade. Na desconsideração inversa, como o próprio nome sugere, acontece o contrário: busca-se recuperar os bens que foram escondidos dentro do patrimônio da sociedade, ou seja, ao invés de responsabilizar o sócio, almeja-se a responsabilização da sociedade.
Essa técnica é muito usada em Direito de Família. Vamos ilustrar com um exemplo: Um marido, já planejando separar-se de sua esposa, começa a transferir seus bens para a sociedade da qual é sócio a fim de não ter que partilhar esses bens com sua esposa. Transferindo esses bens para a sociedade, o marido continua com a posse deles. No momento da partilha, se o juiz verificar que houve fraude, irá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade em questão a fim de encontrar os bens que foram transferidos para ela indevidamente.
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Obrigado!

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