Buscar

3- TEORIA DA EMPRESA - PARTE 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

*
*
DIREITO EMPRESARIAL I
MATERIAL 03
TEORIA DA EMPRESA – PARTE 2
Profº. Me. Arnaldo Maranhão Neto
*
*
O NOVO DIREITO EMPRESARIAL BRASILEIRO – TEORIA DA EMPRESA
4. ATIVIDADE EMPRESÁRIA
	Para definir se uma atividade é empresária ou não, além de analisar a organização dos fatores de produção você tem que ver a FORMA como a atividade exercida, se com pessoalidade ou impessoalidade.
Atividade não empresária = Atividade simples
Sociedade não empresária = Sociedade simples
	
*
*
Pela Teoria da Empresa, vimos que qualquer atividade pode ser considerada empresária, a depender da forma como é exercida. Assim, podemos dizer que uma mesma atividade pode ser empresária ou não empresária. Vamos a um exemplo envolvendo atividade médica. Caso 01: 
Imagine o consultório de um dermatologista. Ele organiza os quatro fatores de produção? Sim. Tem mão de obra? Sim, a recepcionista e talvez tenha uma instrumentadora. Empregou capital? Sim, com a compra ou aluguel do imóvel no qual funciona o consultório, pagamento de contas etc. Tem insumos? Sim, pois investiu em equipamentos e mobiliário. E a tecnologia ou know how? É o conhecimento agregado que aquele profissional tem daquele ramo da medicina. Então poderíamos afirmar que esse médico é empresário? 
*
*
Resposta Caso 01: Não. Apesar de ele conjugar os quatro fatores de produção temos que analisar ainda um segundo critério: a pessoalidade. Se o profissional em questão desenvolver a atividade de forma pessoal não será considerado empresário. 
Vejamos outra situação no Caso 02: 
Você foi ao consultório do seu dermatologista para retirar uma verruga bem pertinho do olho com um laser super potente (o mais potente do mercado que não deixa cicatriz). Ao chegar lá foi informado de que seu médico estava doente, mas que um outro (que você nunca viu na vida e aparenta ser inexperiente) poderia fazer o serviço. Você não aceita. Esta atividade pode ser considerada empresária? 
*
*
Resposta Caso 02: Não. Esta atividade é desenvolvida de forma pessoal, logo não pode ser considerada empresária.
Vejamos outro exemplo agora no Caso 03: 
Você vai a um hospital com suspeita de apendicite, com muita dor. Ao chegar lá você procura um médico específico ou o primeiro que aparecer vai servir? Provavelmente agora você respondeu que qualquer médico serviria. Esta atividade pode ser considerada empresária? 
*
*
Resposta Caso 03: Aqui impera a impessoalidade no exercício da atividade. Agora você percebeu que o elemento científico (ou seja, o conhecimento médico, know how) fica perdido dentro de toda a estrutura que o hospital oferece. É só mais um elemento de empresa, e não o principal. Quando vamos ao hospital, além do conhecimento científico dos profissionais, buscamos os serviços de exames, de internação, enfermaria, CTI, medicação, etc.
Sendo assim, para definir se uma atividade é empresária ou não, além de analisar a organização dos fatores de produção você tem que ver a FORMA como a atividade exercida, se com pessoalidade ou impessoalidade.
*
*
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL X SOCIEDADE EMPRESÁRIA X EIRELI
a) Empresário Individual:
Pessoa física
Responsabilidade pessoal, direta e limitada (sempre, pois no Brasil adotamos a Teoria da Unicidade Patrimonial)
b) Sociedade Empresária:
Pessoa jurídica
Responsabilidade subsidiária podendo ser ilimitada.
c) EIRELI:
Pessoa física ou jurídica 
Responsabilidade limitada.
*
*
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI)
A lei 12.441/2011 acrescentou o art. 980-A ao Código Civil (CC/2002) trazendo nova figura denominada EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) como nova espécie de pessoa jurídica de direito privado (art. 44, VI, CC), ao lado das associações, fundações, partidos políticos, organizações religiosas e sociedades. 
É conveniente lembrar que neste rol, as associações, fundações, partidos políticos e organizações religiosas são atividades filantrópicas/sociais e as sociedades e EIRELI são atividades empresárias.
A EIRELI não é um empresário individual nem uma sociedade unipessoal; não acabou com a figura do empresário individual, pois representa um meio termo entre este e as sociedades reguladas pelo Código Civil.
Em que pese grande discussão acerca da natureza jurídica da EIRELI, se novo ente de direito privado ou sociedade unipessoal, predomina entendimento doutrinário de que se trata de nova pessoa jurídica, conforme Enunciado nº. 469 do Conselho de Justiça Federal: “A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado”.
*
*
Requisitos da EIRELI:
a) Unipessoalidade: Terá um único titular (pessoa física ou jurídica) sendo de responsabilidade limitada ao capital integralizado. A pessoa física que constituir a EIRELI somente poderá figurar em uma única pessoa jurídica dessa modalidade, ou seja, se for pessoa física só poderá figurar em uma EIRELI (art. 980-A,§2º).
b) Capital social devidamente integralizado e que represente o mínimo de 100 vezes o salário mínimo (art. 980-A, caput): O capital social não é dividido em cotas e deve estar devidamente integralizado no momento da constituição. Não cabe contribuição que consista em serviços em virtude do § 6° do art. 980-A, CC que remete às normas aplicáveis às sociedades limitadas.
*
*
Características da EIRELI:
a) A administração pode ser exercida por outra pessoa que não seja o próprio titular, pois conforme já dito alhures, a EIRELI, nas omissões do art. 980-A, CC rege-se pelas regras atinentes às sociedades limitadas, conforme previsto no § 6° do mencionado artigo.
b) A lei 12. 441/2011 que instituiu a EIRELI, além de acrescentar os art. 980-A e o inciso VI ao art. 44 alterou a redação do parágrafo único do art. 1.033 do CC. Na falta de pluralidade de sócios o sócio remanescente poderá transformar-se em empresário individual ou em EIRELI.
c) Cabe aplicação da desconsideração da personalidade jurídica à EIRELI.
d) Enunciado n.º 03 da I Jornada de Direito Comercial: “A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) não é sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária”
*
*
5. REGISTRO DO EMPRESÁRIO
Finalidade do REGISTRO: “dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas” (art. 1º, inciso I da Lei n.º 8.934/94).
Para isso os órgãos de registro cadastram todos aqueles que exercem atividade econômica no país. O registro público de empresas mercantis está disciplinado nos arts. 1.150 a 1.154 do CC/2002 e em lei especial (Lei n.º 8.934 de 18 de novembro de 1994 dispõe sobre o registro público de empresas mercantis e atividades afins). Lembre-se que empresa quer dizer atividade, logo não possui personalidade jurídica.
É imperioso que o empresário se registre antes do início da atividade, ou seja, a inscrição na Junta Comercial antes de iniciar a atividade é obrigação legal imposta a todo e qualquer empresário (art. 967 do CC/02) . 
*
*
Qual é a natureza jurídica do registro? Declaratória ou constitutiva? O registro transforma alguém em empresário ou declara que aquela pessoa exerce atividade empresária? Se você abre um bar, começa a funcionar sem se registrar, isso significa que você não é empresário? Não.
R - O registro, em regra, tem natureza declaratória, ou seja, ele só reconhece uma situação de fato. Fulano é empresário. Se você está exercendo atividade empresária sem registro você está irregular. O registro é uma mera condição de regularidade.
Haverá, entretanto, uma situação na qual o registro terá natureza constitutiva. É o caso daqueles que exercem atividade rural. As pessoas ou sociedades que tenham como principal objeto a atividade rural, não estão obrigadas a se registrar como empresários, ou seja, só serão considerados empresários, se assim o desejarem, após o registro no RPEM, a teor dos arts. 971 e 984, ambos do CC/2002.*
*
O REGISTRO DE EMPRESA NO BRASIL: 
A Lei n.º 8.934/94 em seu art. 3º criou o SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis) que possui um órgão central, o DREI - Departamento de Registro Empresarial e Integração, o qual substituiu o antigo DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio, extinto pelo Decreto n.º 8.0001/2013). 
O DREI (Departamento de Registro Empresarial e Integração) é um órgão federal vinculado à Secretaria de Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, encarregado de expedir normas técnicas de comando para as Juntas Comerciais, que são órgãos estaduais de execução dessas normas.
O art. 1.150 do CC/2002 traz a regra geral para registro.
Importante é frisar que a EIRELI também só passará a ter existência a partir do registro (pois é espécie de pessoa jurídica — art. 44, VI, CC), o qual inaugurará a separação patrimonial entre esta e seu titular, que terá responsabilidade limitada (art. 980-A, CC).
*
*
Alguns atos das pessoas que exercem atividade econômica devem ser registrados para que haja um efetivo controle do poder público sobre elas. Mas onde os empresários e não empresários devem se registrar? No Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM) ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ)? 
Empresário Individual e Sociedade Empresária → RPEM
 (a cargo das Juntas Comerciais)
Sociedades Simples (não empresárias) → RCPJ
EIRELI’s → No RPEM ou RCPJ
- Se o empresário decidir instituir sucursal, filial ou agência, em local sujeito à jurisdição de outro RPEM, deverá requerer novo registro (art. 969, caput e parágrafo único do CC/2002). No caso de querer instituir estabelecimento secundário, deverá requerer averbação no respectivo RPEM.
*
*
De acordo com o parágrafo único do art. 982 do CC/2002, “independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações e simples a cooperativa”, ou seja, a sociedade por ações deverá ser registrada no RPEM, e a cooperativa deveria ser registrada no RCPJ. Aqui a forma prevalece sobre o objeto. Não importa a atividade desenvolvida por estas sociedades, a S.A. será sempre empresária e a cooperativa sempre simples.
Ocorre que a lei do cooperativismo prevê em seu art. 18 que as cooperativas deverão ser registradas na Junta Comercial. Como a questão é objeto de controvérsia doutrinária, não deve ser cobrada em provas objetivas, pois há duas respostas possíveis, pelo Código Civil seguindo o critério cronológico e pela lei 5.764/71 com base no critério da especialidade.
É importante ressaltar que quando houver categorias profissionais regulamentadas, essas atividades deverão ser registradas nos respectivos órgãos de classe (caso se trate de sociedade uniprofissional). Por exemplo, sociedades de advogados deverão ser registradas na respectiva seccional da OAB.
*
*
AS JUNTAS COMERCIAIS: 
As juntas comerciais fazem parte da estrutura administrativa dos Estados (isto é, são órgãos dos respectivos Estados), mas se sujeitam, no plano técnico, às normas e diretrizes baixadas pelo DREI (Departamento de Registro Empresarial e Integração), órgão central do SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis) e que integra a estrutura administrativa federal (isto é, é órgão da União).
As juntas comerciais são, portanto, órgãos estaduais que exercem uma função federal , que é a função de registro dos empresários individuais e das sociedades empresariais. Possuem uma subordinação híbrida: no plano técnico as juntas se submetem ao DREI e no âmbito administrativo elas se submetem à administração estadual (com exceção da junta comercial do DF que tanto técnica como administrativamente se submete ao DREI.
Administrativamente, cada Junta Comercial está subordinada ao governo da sua respectiva unidade federativa; tecnicamente, todas as Juntas Comerciais estão subordinadas ao atual DREI (arts. 1°, caput, 5° e 6°, lei 8.934/94).
*
*
As juntas comerciais são organizadas nos moldes do art. 9º da Lei n.º 8. 934/94. 
Os membros das juntas comerciais que decidem sobre atos de registro e compõem as Turmas e o Órgão Plenário são chamados de vogais (art. 11 da Lei n.º 8. 934/94) , e em regra as decisões sobre os atos de registro submetidos á apreciação da junta comercial são proferidas por esses vogais, em decisões singulares, conforme disciplina o art. 42 da Lei n.º 8.934/94. 
O vogal e seu suplente têm mandato de 4 anos, permitida apenas uma recondução (art. 16 da Lei n.º 8. 934/94). 
As Turmas são compostas por 3 vogais, não participando o Presidente e o Vice-Presidente da junta comercial, os quais possuem atribuições específicas previstas respectivamente nos arts. 23 e 24 da Lei n.º 8. 934/94). 
Há ainda a Secretaria-Geral, com a atribuição de executar os serviços de registro e administração na junta (arts. 25 e 26 da Lei n.º 8. 934/94), e a Procuradoria (arts. 27 e 28 da Lei n.º 8. 934/94). 
*
*
Em razão desse caráter híbrido de subordinação das juntas comerciais (ao Estado-membro respectivo e ao DREI), estabelece o STJ entendimento no seguinte sentido:
a) Tratando-se se matéria administrativa ou casos em que particulares litigam acerca de registros de alterações societárias, a competência para processar e julgar as ações em que a junta figure num dos polos da demanda é da Justiça Comum Estadual. 
b) Tratando-se de matéria técnica relativa ao registro de empresa ou discussão sobre a lisura do ato na junta, a competência passa a ser da Justiça Federal, em virtude do interesse na causa do DREI, conforme preceitua o art. 109, inciso I da CF/88. 
Assim, se a junta comercial indeferir pedido de arquivamento de contrato social de uma determinada sociedade limitada com base numa instrução normativa do DREI, e essa sociedade vier a impetrar um Mandado de Segurança contra tal decisão, deverá fazê-lo na Justiça Federal (porque a junta agiu sob orientação de um ente Federal que é o DREI). No entanto, nos casos em que particulares litigam acerca de registros de alterações societárias, a competência é da Justiça Estadual.
*
*
As juntas comerciais possuem função específica de executar os atos de registro dos empresários, sociedades empresárias e auxiliares do comércio: ARQUIVAMENTO, MATRÍCULA E AUTENTICAÇÃO.
MATRÍCULA – É o registro de alguns profissionais específicos, os chamados auxiliares do comércio (leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes, administradores de armazéns-gerais, por exemplo). Nesse caso, a junta funciona como espécie de um “órgão regulador da profissão”.
ARQUIVAMENTO – Ato de registro que diz respeito aos atos constitutivos da sociedade empresária ou do empresário individual, bem como suas respectivas alterações. Após o arquivamento do ato constitutivo do empresário individual ou da sociedade empresária, caso haja alguma alteração esta será feita por meio de averbação, que constitui, assim, uma anotação referente à nova situação registral, realizada à margem do ato constitutivo originário.
AUTENTICAÇÃO – Refere-se aos instrumentos de escrituração contábil do empresário (livros empresariais) e dos agentes auxiliares do comércio. A autenticação é um requisito extrínseco de regularidade na escrituração. Sem autenticação na junta os livros não estarão corretamente escriturados.
*
*
Segundo dispõe o art. 1.154 do CC/2002 o ato sujeito a registro não pode ser oposto a terceiro antes do cumprimento das formalidades exigidas, salvo se houver prova de que o terceiro o conhecia, ou seja, via de regra, nenhuma informação pode ser oposta a terceiro se não estava devidamente registrada ou averbada no registro competente, pois sem registro não há publicidade. Sujeita a registro, por exemplo, qualquer modificação do quadro societário, aumento ou redução do capital, mudança de sede.
É preciso atentar-se às 03 regras importantes sobre os atos de registro praticados pelas juntas comerciais:
1) A junta não pode analisar o mérito dos atos levados a registro - art. 40 da Lei n.º 8. 934/94 e art. 1153, parágrafoúnico do CC/2002.
2) Qualquer pessoa pode analisar o mérito dos atos levados a registro - art. 29 da Lei n.º 8. 934/94.
3) Os atos de registro devem ser levados à junta nos 30 dias seguintes à sua prática, sob pena de só produzirem efeitos após o seu deferimento - arts. 32 e 36 da Lei n.º 8. 934/94 e art. 1.151, §1º e §2º do CC/2002.
*
*
Quais são portanto os efeitos do registro? Isso dependerá do momento em que foi feito. Se os atos constitutivos foram levados a registro dentro do prazo de 30 dias (contados da sua lavratura), o registro terá efeito ex tunc, ou seja, retroagirá à data da lavratura dos atos. Porém, se os atos constitutivos forem levados a registro após esse prazo de 30 dias, o efeito será ex nunc, ou seja, só se torna eficaz a partir do seu deferimento, assim só produzirá efeitos pro futuro (arts. 32 e 36 da Lei n.º 8. 934/94 e art. 1.151, §1º e §2º do CC/2002).
Qual é a principal consequência do registro para as sociedades? Aquisição de personalidade jurídica (arts. 45 e 985, ambos do CC). Com isso, a sociedade (pessoa jurídica) passa a ser uma entidade autônoma, com existência própria independente de seus sócios. Terá nome próprio (nome empresarial), sede e, principalmente, autonomia patrimonial. O empresário individual não adquire personalidade jurídica através do registro, mas sim do nascimento com vida (art. 2°, CC/2002). Para ele, o registro é mero requisito de regularidade.
Cabe ainda ao órgão de registro verificar a regularidade das convocações para assembleia de sócios, conforme caput do art. 1.152 e § 3°, CC/2002.
*
*
As decisões proferidas pela junta comercial são recorríveis, embora os instrumentos recursais não possuam efeito suspensivo (art. 49 da Lei n.º 8.934/94). Tais modalidades recursais são previstas na referida Lei em seu art. 44: 
I – Pedido de reconsideração - art. 45 da lei n.º 8.934/94
II – Recurso ao Plenário - art. 46
III – Recurso ao Ministro do Estado da Indústria, do Comércio e do turismo (atual Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior) – art. 47
Todos os recursos previstos acima deverão ser interpostos no prazo de 10 dias úteis, contado da data da intimação da parte ou da publicação do ato no órgão oficial de publicidade da junta comercial (art. 50). A procuradoria e as partes interessadas, quando for o caso, serão intimadas para no prazo de 10 dias oferecem contrarrazões (art. 51).
Publicidade dos atos de registro nas juntas comerciais → arts. 29 e 31 da Lei 8.934/94 e art. 1.152 do CC/2002.
*
*
QUESTÃO 01 
	Sobre o empresário, sua caracterização e capacidade, assinale a alternativa correta:
A) A pessoa que exercer atividade de natureza científica, literária ou artística não é considerada empresária, desde que constitua elemento de empresa
B) A atividade empresarial, para ser regular, depende da inscrição do empresário na Junta Comercial antes do início de sua atividade
C) Associações podem ser consideradas empresárias
D) É vedada a sociedade entre cônjuges casados no regime da separação convencional de bens
*
*
QUESTÃO 02 
(FGV/Exame de Ordem/XIX/2016) Servidor da Junta Comercial verificou que o requerimento de alteração contratual de uma sociedade limitada com vinte e dois sócios e sede no município de Solidão não foi assinado pelo administrador, mas por mandatário da sociedade, com poderes específicos. O requerimento foi instruído com uma nova versão do contrato social desacompanhada da ata da deliberação que a aprovou. O referido servidor determinou que fosse sanada a pretensa irregularidade. Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta.
A) O servidor não agiu corretamente porque cumpre à autoridade competente, antes de efetivar o registro, fiscalizar apenas a observância das formalidades extrínsecas ao ato, e não formalidades intrínsecas relativas aos documentos apresentados; portanto, a alteração deveria ser arquivada.
B) O servidor agiu corretamente porque cumpre à autoridade competente, antes de efetivar o registro, fiscalizar a observância das prescrições legais concernentes ao ato ou aos documentos apresentados; havendo irregularidades, deve ser notificado o requerente para saná-las.
C) O servidor não agiu corretamente porque as irregularidades apresentadas no enunciado são insanáveis por se referirem a requisitos substanciais e de validade do documento, bem como de representação da pessoa jurídica.
D) O servidor agiu corretamente porque somente o administrador, como órgão da pessoa jurídica, tem legitimidade para pleitear o arquivamento da alteração contratual; havendo irregularidades, deve ser notificado o requerente para saná-las.
 
*
*
QUESTÃO 03 
(FCC/TJ-PI-JUIZ SUBSTITUTO-2015) Renato, empresário cuja atividade rural constitui sua principal profissão,
A) tem a faculdade de se inscrever no Registro de Empresas, mas só pode exercê-la previamente ao início das suas atividades.
B) não tem direito de se inscrever no Registro de Empresas, cabendo-lhe se inscrever apenas perante o Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento.
C) tem o dever de se inscrever no Registro de Empresas previamente ao início das suas atividades.
D) tem o dever de se inscrever no Registro de Empresas até noventa dias depois da data em que iniciar suas atividades.
E) tem a faculdade de se inscrever no Registro de Empresas, mesmo depois de iniciadas as suas atividades.
*
*
QUESTÃO 04 
(FGV/Exame de Ordem/XIX/2016) Xerxes constituiu uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) com sede na zona rural do município de Vale Real para fabricação de laticínios, cuja matéria prima será adquirida de produtores rurais da região ou de cooperativas de produtores rurais. A pessoa jurídica será administrada por sua cunhada Ceres e seu instituidor pretende adotar como nome empresarial a espécie denominação.
Com base nessas informações e na disciplina legal da EIRELI, assinale a afirmativa correta.
A) A administração da EIRELI deverá ser exercida em caráter privativo por Xerxes, que poderá designar mandatário em ato separado.
B) Para a constituição da EIRELI não há capital mínimo, no entanto esse deve estar previamente integralizado.
C) A EIRELI em questão adquire personalidade jurídica com a inscrição do ato de constituição no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais.
D) A EIRELI deverá adotar firma como espécie de nome empresarial, formada pelo patronímico do titular, acrescido do objeto da empresa e da expressão “EIRELI”.
*
*
Obrigado!

Continue navegando